Resumo
A Reforma Sanitária Brasileira (RSB) está inserida no contexto da década de 1980 no Brasil como um movimento com forte base técnica e intelectual e uma força social pujante. Uma de suas intelectuais, Sonia Fleury, era uma ativista e pesquisadora brasileira cujo destacado trabalho na Assembleia Nacional Constituinte de 1988 para a elaboração do Sistema Único de Saúde (SUS) lhe deu notoriedade. Por isso, em memória de seu legado, realizamos uma análise das matrizes teórico-políticas que Fleury elabora para pensar a economia política da saúde nesse contexto. Para tanto, realizamos uma análise de conteúdo, de tipo temático-avaliativo, de duas obras desta autora do período pós-constitucional (1988-1992): “Reforma sanitária: em busca de uma teoría” (1989) e “Estado e política sociais na América Latina” (1992), baseado em Quivy e Campenhoudt. Optamos pela modalidade textual de ensaio crítico como forma de melhor elaborar o pensamento. Dois grandes blocos de análise puderam ser identificados nas obras. Uma relacionada ao Estado como centro do debate e da situação dos anos 1980, e outra que desvela as matrizes teórico-políticas e sua originalidade para aquele cenário histórico-político. Portanto, resgatar Sonia Fleury e sua contribuição teórica é muito importante para não perder a história política das categorias da economia política de luta pelo direito à saúde em sociedades capitalistas como a nossa.
Palavras-chave: História, Teoria Política, Medicina Social, Sistema Único de Saúde, Pesquisa Qualitativa
Professor Leonardo Carnut
Publicado em Revista História: Debates e Tendências, v. 21, p. 172-198, 2021.