Descrição: A História da Arte é uma disciplina europeia que manteve um olhar excludente em relação a outras culturas até muito recentemente quando começou a questionar a própria epistemologia (“fim da História da Arte”) e iniciou um reenquadramento (“arte global”). No entanto, a maioria das histórias das artes em países colonizados, como também é o caso do Brasil, foram moldadas olhando para a Europa, importando seus conceitos, seus métodos de periodização, seus mitos de origem etc. Esse legado perpetuou e ainda perpetua a exclusão e diminuição de outras formas artísticas que não se enquadram dentro do fazer e pensar europeizante, nomeadamente as expressões estéticas dos povos originários e dos afrodescendentes. Atualmente, a consciência desse euro-centrismo fez aumentar o desejo e a exigência de decolonizar as disciplinas das ciências humanas, entre elas, a História da Arte. Este projeto visa desenvolver uma base teórica para poder escrever de fato uma outra história das artes brasileiras que pretende estabelecer porque “arte ameríndia” e “arte afro-brasileira” deveriam ser uma parte integral dela, em vez de relega-las para capítulos aparte, com tem acontecido até hoje. Para tal, serão realizados alguns estudos de caso de artistas contemporâneos brasileiros que ajudarão na teorização e na substituição de conceitos nos quais se baseia esse olhar eurocêntrico, nomeadamente de Arthur Bispo do Rosário, Rosana Paulino, Zahy Guajajara e Denilson Baniwa. Diversas áreas do conhecimento serão mobilizadas nas quais a arte ameríndia e afro-descendente têm sido discutido, nomeadamente a Antropologia, a Filosofia, a Psicologia, entre outras. Os autores mais importantes a serem levados em consideração são autores Sueli Carneiro, Eduardo Viveiros de Castro, Davi Kopenawa, Ailton Krenak, Abdias Nascimento, Beatriz Nascimento, Rita Segato e Muniz Sodré, entre outros.

Docente responsável: Profª. Drª. Carolin Overhoff Ferreira

Pesquisadores envolvidos: Não possui.

Financiamento: Não possui.