Aproximadamente 168 mil mortes por ano no Brasil são atribuíveis ao excesso de peso e obesidade, aponta estudo inédito publicado no dia 17 de outubro de 2019 na revista científica Preventing Chronic Disease, do renomado Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta, EUA (em inglês, Center for Deasese Control and Prevention - CDC).
O excesso de peso/obesidade pode ser estimado pelo cálculo do índice de massa corporal (IMC). Pessoas com o IMC alto apresentam risco aumentado para diversas doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias e câncer. No Brasil, essas doenças representam 75% de todas as causas de morte atuais.
Para estimar o IMC na população brasileira, os pesquisadores utilizaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde, conduzida pelo IBGE. Em 2013, mais de 40% da população brasileira já apresentava excesso de peso (IMC 25≥ kg/m2). Nesse sentido, pesquisadores brasileiros estimaram a proporção e o número de mortes pelas principais doenças crônicas (doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer) que poderiam ser evitadas no Brasil mediante a redução do IMC. Foram considerados três diferentes cenários: O primeiro cenário estimou que, se toda população brasileira adulta tivesse o IMC de 22kg/m2, ou seja, se não houvesse excesso de peso/obesidade, aproximadamente 168 mil mortes por ano no Brasil seriam evitadas. Esse número representa cerca de 25% das mortes pelas principais doenças crônicas (doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer) e 15% de todas as mortes ocorridas. A maior parte das mortes evitáveis seria por doenças cardiovasculares (106.307), seguidas por doenças respiratórias (33.471) e câncer (28.653). No segundo cenário, os pesquisadores estimaram quantas mortes seriam evitadas se o IMC da população brasileira, fosse o mesmo de 2002/2003, e encontraram que aproximadamente 65 mil mortes seriam evitadas nesse caso, representando 10% das mortes pelas principais doenças crônicas e 5,8% das mortes por todas as causas. Por fim, o terceiro cenário estimou a redução de uma unidade do IMC (1Kg/m2) na população, o que evitaria cerca de 30 mil mortes, representando 4,6% das mortes pelas principais doenças crônicas e 2,7% das mortes por todas as causas.
Contato: Prof. Dr. Leandro Fórnias Machado de Rezende
Departamento de Medicina Preventiva
Escola Paulista de Medicina | Universidade Federal de São Paulo (EPM/UNIFESP)
Email: leandro.rezende@unifesp.br