Relato biográfico, romance de autoficção, crônicas de uma história musical? A composição é aberta às mais diversas interpretações, com sua variedade de ritmos, modos e tempos formando um mosaico muito particular (e universal) de uma trajetória de vida construída em torno da arte. Henry Burnett faz da música literatura nesse livro delicioso, costurado com apuro e graça pelo fio da memória, compartilhando com o leitor suas vivências desde a infância no Pará até as viagens pelo mundo. Pontuada por diversos “takes” que podem ser lidos como ensaios autobiográficos e que ilustram o chamado da música para a vida, a narrativa nos traz o retrato do artista quando jovem sob o ponto de vista do escritor-filósofo já maduro, artista de muitas faces que estreia vigorosamente na literatura.