Campus Guarulhos • Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação em Filosofia

Convite comunicação para o GT.07 do VII Encontro Nacional de Antropologia do Direito

Carxs colegas,

 

O Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF/Unifesp) e o Grupo de Estudos em Antropologia do Direito e das Moralidades (GEPADIM/INCT-EnEAC/UFF e UFSC) convidam aos que tiverem interesse em submeter proposta de comunicação para o GT.07 do VII Encontro Nacional de Antropologia do Direito (VII ENADIR, de 23 a 27 de agosto de 2021, formato remoto):

 

GT.07 – Entre o acadêmico e as lutas sociais:
as contribuições da antropologia forense para se fazer justiça

Coordenadores: Edson Teles (UNIFESP) e Flavia Medeiros (UFSC)

 

Resumo expandido:

A Antropologia Forense tem se consolidado como fundamental para identificação de vítimas de desaparecimento forçado por meio da análise de documentos, de remanescentes ósseos e de material genético, propiciando a elaboração da verdade e do acesso à justiça. Os estudos em Antropologia do Direito e das Moralidades, por sua vez, têm se dedicado a análises etnográficas sobre práticas judiciais e processos de administração de conflitos que permitem compreender aspectos estruturais, técnicos e institucionais do funcionamento do direito, bem como identificar moralidades e emoções decorrentes das demandas de familiares, sobreviventes e militantes de direitos humanos. O presente GT é uma proposta conjunta do Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF/Unifesp) e do Grupo de Estudos em Antropologia do Direito e das Moralidades (GEPADIM/INCT-InEAC/UFF e UFSC) para agregar trabalhos dedicados à compreensão de práticas e saberes acionados por parte de familiares de vítimas mortas e/ou desaparecidas pela ação oficial ou extra-legal de agentes estatais e institucionais.

O campo da Antropologia Forense vem sendo desenvolvido pelo CAAF/Unifesp por demanda dos familiares de mortos e desaparecidos políticos da Ditadura – que buscavam seus parentes possivelmente lançados na Vala de Perus. Passamos a nos dedicar à identificação de pessoas desaparecidas entre remanescentes ósseos e a desenvolver uma série de projetos forenses por demanda das lutas de familiares, tanto de vítimas da Ditadura, quanto da democracia. As pesquisas possibilitaram o desenvolvimento de metodologias e protocolos cujo trabalho se divide em três etapas: (1) etapa ante mortem consiste no levantamento de documentação pública, dados de familiares, entrevistas, plantas, mapas e fotos aéreas, apurando o histórico de vida dos desaparecidos e de seus familiares e funcionando como um processo de memória e reparação; (2) etapa post-mortem é aplicada a todos os remanescentes humanos e inclui limpeza do material ósseo, inventário, análise bioantropológica e levantamento de características individualizantes; (3) etapa de coleta e análise de material genético. As três etapas são postas constantemente em comparações e podem levar à identificação da pessoa desaparecida e à elucidação das violações sofridas.

Já no âmbito do GEPADIM/INCT-InEAC, criado em 2014, temos realizado pesquisas etnográficas voltadas ao acompanhamento de rotinas institucionais e de demandas públicas vinculadas a casos de violação de direitos humanos, especialmente aqueles relacionados à violência policial, observando e descrevendo o tratamento destinado aos mortos, seus corpos e seus papéis. Seja pelo trabalho de campo em instituições de justiça e segurança pública junto a agentes estatais ou na interlocução com movimentos sociais, militantes e familiares de vítimas, temos analisado como técnicas e moralidades são acionadas nos processos de demanda por justiça e nas denúncias de violência de Estado. 

No presente GT interessam-nos trabalhos colaborativos sobre e a partir de uma antropologia forense que possa contribuir para o acesso à justiça e a reparação dos sujeitos atingidos, assim como de uma antropologia do direito e das moralidades que permita a compreensão de processos políticos e sociais relacionados a práticas de violações de direitos humanos. Entendemos por colaborativo a consideração das vítimas, de seus familiares e dos movimentos sociais como interlocutores primordiais na condução de pesquisas acadêmicas, mas principalmente como atores ativos, criando, ensinando e atuando conjuntamente com as instâncias técnicas e institucionais. Desde uma perspectiva ética, a participação fundamental dos sujeitos em lutas sociais contribui para as escolhas teórico-metodológicas e políticas de uma pesquisa antropológica.

 

O prazo final para o envio de resumos é dia 07 de junho.

Link para inscrição:

https://enadir2021.blogspot.com/p/grupos-de-trabalho.html

 

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Equipe CAAF

 

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daniela.goncalves@unifesp.br" />

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