Descrição: O objetivo desta pesquisa é analisar a questão do trauma individual e social, bem como a memória problemática do presente no que diz respeito à História. Esta, que se fundamentava em uma tradição erudita e “científica”, se vê confrontada a um mecanismo de “privatização do passado”, às voltas com questões de difícil nomeação, como “pós-modernidade”, “ pós-democracia”, “pós-verdade”, “ pós-política” de que a utilização do prefixo “ pós” é um sintoma. Como observa Myriam Revault d´Allonnes: “ [Houve] um corte qualitativo ligado à desorientação e à consciência de crise do presente no qual vivemos[...]. Não se trata apenas de designar um estado que teria sucedido ao precedente, o que vem depois[...], mas indica um elemento de ruptura e de novidade[...] [Assim], a pós-modernidade não significa a saída de uma temporalidade submetida às grandes narrativas totalizantes, em que a História tinha seu sentido seguro, organizado no eixo da idéia de progresso, e sim de apreender a crise da democracia contemporânea.” Procura-se, pois, interrogar as questões que tornaram possível o processo de conversão de memórias particulares em história coletiva, em meio à tendência ao esgotamento da democracia--atestado pela perda da crença nas instituições simbólicas e estruturantes, como o Parlamento, a justiça, a família, a religião, a escola, a política, o exército, a imprensa--, à deslegitimação dos princípios políticos humanistas de dignidade, liberdade, igualdade, fraternidade e ao esvaziamento do princípio universalista no qual se baseia a ideia moderna de direitos.
Docente responsável: Profª. Drª. Olgária Chain Féres Matos
Pesquisadores envolvidos: Auro Danny Lescher, Brenner Ranieric Silva, Cícero Lourenço da Silva e Pedro Donizeti Morgado Junior.
Financiamento: Não possui.