Descrição: A pesquisa dedica-se a elucidar o lugar do pensamento de J.-J. Rousseau em relação ao seu século e ao pensamento de alguns filósofos representativos da época contemporânea, a partir do exame dos problemas morais postos pela desintegração da personalidade do indivíduo e pela expansão do amor-próprio narcisista em sua relação com a política. A pesquisa se divide em duas etapas principais: a primeira está concentrada no pensamento de filósofos iluministas, em particular, no sistema moral do barão d’Holbach, nos textos de Voltaire que exprimem uma concepção de história e progresso (O século de Luiz XIV e Essais sur les moeurs et l’esprit des nations), nas análises de Condillac sobre a linguagem e no pensamento de Diderot sobre a moral. O objetivo é compreender como os diferentes pensadores concebem a relação entre indivíduo e sociedade para discutir e articular seu pensamento com as concepções rousseaunianas sobre a forma de inserção do indivíduo nas sociedades modernas - tanto na obra política quanto na obra autobiográfica. No que diz respeito a Rousseau, seu pensamento indica, e esta é a principal hipótese a ser demonstrada, uma tendência de ruptura com a visão de mundo do final do Antigo Regime, e, ao mesmo tempo, anuncia a transmutação do pensamento predominante na época pelo aprofundamento das questões relativas ao problema da subjetividade e do desnível entre o eu e o mundo. Por encontrar-se, o pensamento rousseauniano, na confluência de duas diferentes visões de mundo para as quais fornece importantes noções e princípios (a filosofia iluminista e a filosofia contemporânea), a pesquisa se propõe a analisar e discutir os aspectos do pensamento dos filósofos iluministas que contribuíram para esse debate com o filósofo genebrino, assim como filósofos da época contemporânea que se debruçaram sobre questões a ele pertinentes (com destaque para Marcuse e Debord).
Docente responsável: Profª. Drª. Jacira de Freitas
Financiamento: não possui.