Rafael Rodríguez Tranche e Vicente Sánchez-Biosca participarão de uma conferência e de dois workshops
A Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH/Unifesp) - Campus Guarulhos receberá os professores Rafael Rodríguez Tranche e Vicente Sánchez-Biosca, docentes, respectivamente, da Universidad Complutense de Madrid e da Universidad de Valencia. Ambos participarão de uma conferência, promovida pelo campus e de dois workshops, organizados pela Cátedra Edward Said.
A visita dos professores ocorre no âmbito do Auxílio à Pesquisa Regular - Processo nº 2022/14494-4, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), sob coordenação do professor Mauro Rovai (EFLCH-PPGCS- Cátedra Edward Saïd), que tem duração até fevereiro de 2025.
A conferência ocorre no dia 28/11 no Auditório EFLCH, situado na Estrada do Caminho Velho, 333, Jardim Nova Cidade, Guarulhos. Já as conferências serão realizadas nos dias 30/11 e 2/12 no auditório da Reitoria, situado na Rua Sena Madureira, 1.500, térreo, São Paulo.
Sobre os professores
Vicente Sánchez-Biosca
É professor Titular de Comunicação Audiovisual na Universidad de Valencia e leciona Cinema e Cultura Visual desde 1986. Ocupou a prestigiosa cátedra de Estudios Hispánicos no King Juan Carlos Center da New York University (2013) e codirigiu a cátedra Estudios Artísticos do Instituto Valenciano de Arte Moderno em colaboração com a UV e UPV (2016 e 2018). Entre 1992 e 2012 dirigiu a célebre revista de estudos históricos sobre o cinema Archivos de la Filmoteca. Também foi professor convidado em diversas universidades e centros de pesquisa internacionais, como Université de Montréal, NYU, Princeton, Paris 1 (Panthéon-Sorbonne), Paris 3 (Sorbonne Nouvelle), Escuela Internacional de cine y TV (Cuba) e Universidade de São Paulo. Além disso, foi pesquisador visitante (visiting scholar) em vários centros de pesquisa e universidades como a Universidade de Nova York, Zentrum für Antissemitismusforschung (Technische Universität Berlin), Johannes Gutenberg Universität Mainz, Paris-Sorbonne, entre outras.
Dirigiu vários projetos de pesquisa sobre uma ampla variedade de tópicos (com diferentes ministérios espanhóis), tais como: “El cuerpo humano y su representación audiovisual”, “Presencias españolas en el cine norteamericano”, “Función de la imagen mecánica en la memoria de la guerra civil española”, “Carisma y líderes políticos durante la transición”. Nos últimos tempos, dirigiu projetos sobre a representação da violência de massas, crimes de guerra e genocídios à frente do grupo REPERCRI: ““Representaciones contemporáneas del perpetrador de violencias de masas: conceptos, relatos e imágenes” (https://repercrirg.com/es/repercri/ - com A. Ferrer, MINECO, 2017-2021), “De escena del crimen a lugar de memoria” (Projeto de excelência Prometeo, GV, 2019-2023), “Enigmas de la memoria: profanación y conquista del monumento al Sagrado Corazón de Jesús”(Ministerio da Presidência do Governo, Memória Democrática, com RR Tranche, 2022) y “Nuevos paradigmas en la representación cultural de los espacios de violencia de masas: mirar y contar el siglo XX desde el XXI” (MINECO, 2023- 2026, con J. Peris).
Publicou 15 livros sobre temas muito variados (Montaje, Vanguardias artísticas y cine, Cine de la República de Weimar, Representaciones del cuerpo en audiovisuales, além de monografias sobre autores). Foi editor de 18 livros, além de autor de mais de 200 artigos e capítulos científicos, dentre os quais destacam-se: No-Do: el tiempo y la memoria, El pasado es el destino: el cine del bando nacional en la guerra civil (2000 y 2011 respectivamente, ambos con R.R. Tranche), Cine de historia, cine de memoria. La representación y sus límites (2006), Cine y guerra civil española: del mito a la memoria (2006, edición francesa en Editions de la Sorbonne), Miradas criminales, ojos de víctima: imágenes de la aflicción em Camboya (2017) y La muerte en los ojos: qué perpetran las imágenes de perpetrador (2021, edição em inglês a ser lançada na Berghahn Books). Entre as obras editadas estão: El infierno de los perpetradores. Imágenes, relatos y conceptos (2019, com A. Ferrer) e Geographies of Perpetration. Re-Signifyung Cultural Narratives of Mass Violence (2021, con B. Jirku), assim como editou volumes coletivos de revistas de prestígio como Images And Collective Violence: Function, Use and Memory, Genocide Studies and Prevention. An International Journal (https://digitalcommons.usf.edu/gsp/vol12/iss2/1, 2018, com L. Zylberman), Perpetradores de crímenes de masas e imágenes. Miradas, identidades y testimonios (Papeles del CEIC 2021-1, com L. Zylberman, https://ojs.ehu.eus/index.php/papelesCEIC/issue/view/1871) e Cambodge. Tuol Sleng ou l’histoire du génocide en chantier / Tuol Sleng. A History of the Cambodian Genocide under Construction, Mémoires en jeu / Memories at Stake (nº 5 2018, com S. Benzaquen y A-L Porée).
Rafael Rodríguez Tranche
Graduado e Doutor pela Universidade Complutense de Madrid com tese sobre a obra de José Val del Omar. É Professor Titular de Comunicação Audiovisual na Universidad Complutense de Madrid, onde lecionou produção audiovisual, direção cinematográfica e história do cinema. Foi professor convidado na Escuela de Cine de San Antonio de los Baños (Cuba), na Universidade Nova de Lisboa e na Paris-Sorbonne, entre outros locais. Integrou o Conselho Editorial da revista de cinema Contracampo em sua última fase (1985). De 2005 a 2012 fez parte do Conselho Editorial da revista Archivos de la Filmoteca. Também trabalhou como produtor de televisão (Telemadrid, Canal del Congreso de los Diputados), consultor e programador de cinema (Ayto. de Madrid), documentarista (Filmoteca Española), curador de exposições (Casa de Velázquez, Filmoteca Española) e apresentador de rádio (RNE, Onda Madri).
A sua principal investigação centrou-se nos cartazes de cinema, na história da televisão, no documentário, na obra de José Val del Omar, no arquivo histórico NO-DO, na função das imagens na Guerra Civil Espanhola e na fotografia durante a transição espanhola. Além disso, tem mantido um ativismo social contínuo, o que se evidencia pela sua presença no Conselho Executivo da extinta Cátedra de Memoria Histórica del siglo XX (fundada por Julio Aróstegui), artigos de opinião para o El País ou seu livro La máscara sobre la realidad. La información en la era digital (2019, Alianza Ed.).
Publicou mais de uma centena de obras, entre artigos, capítulos de livros, textos para catálogos e livros (em espanhol, inglês, francês e italiano), publicados em revistas e editoras da Espanha, Estados Unidos, Canadá, Brasil, França, Itália, México. Entre suas obras e trabalhos mais notáveis estão NO-DO e a memória do franquismo, Guerra Civil Espanhola: imagem e propaganda; e Carisma e Transição Espanhola. Entre 1992 e 2000, junto com Vicente Sánchez-Biosca, desenvolve um macroprojeto de investigação sobre NO-DO, o noticiário oficial do franquismo. Financiado pelo Mº de Cultura, e referido projeto gerou o livro NO-DO el tiempo y la memoria (com 9 edições, ganhador do “Premio Muñoz Suay de la Academia de cine” como melhor investigação histórica de 2002. Desde 2005, participa de várias investigações que tem como eixo a função das imagens nas estratégias propagandísticas durante a Guerra Civil española. Fruto dessa pesquisa é o livro (escrito com Vicente Sánchez Biosca) El pasado es el destino. Propaganda y cine del bando nacional en la guerra civil (2011), igualmente vencedor do “Premio Muñoz Suay de la Academia”.
Como diretor e roteirista, cultivou todos os tipos de campos, mídias e gêneros. Estreou-se em 1982 com A-flúor (do grupo Derribos Areas), o primeiro videoclipe independente espanhol. Entre 1983 e 1984 realizou uma série de videoinstalações e trabalhos experimentais com Javier Codesal e Raúl Rodríguez: Una televisión en un nicho (1983), Atado a la columna (1984), Acultura/escultura (1984). Em 1988 apresentou a videoinstalação Umbilicar na feira do Arco. Em 1991 realizou o documentário Centro de Arte Reina Sofía para Telemadrid, uma abordagem ao projeto museológico daquela instituição. Em 2000 escreveu e dirigiu Mi pátio, estreou na secção oficial do 40º SEMINCI e Prémio Villa de Madrid 2001 “LUIS BUÑUEL” da Câmara Municipal de Madrid para melhor curta-metragem. Em 2001 dirigiu Te llamaré a las cinco (2001), o primeiro curta rodado na Espanha em Alta Definição Digital, estreado na 49ª Edição do Festival Internacional de San Sebastián (sessões técnicas organizadas pela SONY). Escreveu e dirigiu Marmadrid (2002), indicado para Melhor Curta-Metragem Documentário na “XVII Edición de los Premios Goya”.