Linha de Pesquisa 1: Educação: Desigualdade, Diferença e Inclusão
Esta linha de pesquisa reúne projetos atentos aos aspectos singulares e coletivos na configuração dos sujeitos no amplo espectro da educação, especialmente alunos, professores e familiares em contextos desafiados a responder por práticas de educação inclusiva e de afirmação das diferenças. Toma por base que as assimetrias pessoais e coletivas dessa configuração devem ser permanentemente desnaturalizadas, de modo a acumular esforços para elucidar como a mesma dinâmica que constitui alunos conforma “não alunos”. Têm destaque sujeitos que permanentemente são desacreditados, vistos como inaptos ou inadaptáveis ao convívio institucional. Tais sujeitos expressam uma parcela de natureza não dominada que insiste em se revelar, desafiando o processo de esclarecimento que, dessa forma, expõe a sua fragilidade. Na educação escolar, o convívio com as diferenças é permeado por aferições de desempenho e pela valorização de performances intelectuais e corporais, que têm como transfundo o homem produtivo e competitivo de nossa sociedade. A linha diz respeito, portanto, à construção social das deficiências, normalizações e normatizações. Mas também, às formas de exclusão, às estratégias de conduzir as condutas, bem como a produção das diferenças e das singularidades, incluindo as de extração étnico-raciais e de gênero. Nesta linha, os estudos e as pesquisas sobre as desigualdades e as diferenças permitem abordar as diferenças, com recursos analíticos da antropologia, da sociologia, da filosofia, da psicologia histórico-cultural, da teoria crítica, mobilizando aportes teóricos que identificam desigualdades e diferenças no bojo da produção de controles sociais e de violências as mais complexas e variadas. Na contraface desses controles, a linha dialoga com os processos de construção identitárias das diferenças, individuais e coletivas. As relações de poder e de saber também são identificadas nos processos que geram autoridade argumentativa e prescritiva para delinear “a diferença dos diferentes” e institucionalizar práticas e saberes que diminuem a densidade das ações inclusivas com estratégias que patologizam comportamentos, inferiorizam formas do corpo e particularidades do intelecto. Sendo assim, a linha de pesquisa reúne esforços analíticos que buscam compreender as formas das desvantagens pessoais e sociais presentes nos processos de inclusão educacional, e faz isso de modo a identificar como, em cada caso especificamente estudado, a produção das desigualdades sociais e a configuração das diferenças individuais são interdependentes.
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