Teses de Doutorado e Dissertações de Mestrado publicadas pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem em 2021.
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Teses de Doutorado |
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Avaliação do programa de Residência de Enfermagem em um hospital de excelência da cidade de São Paulo
Autor: Leonice dos Santos | Orientação: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha | Doutorado 2021
Palavras Chave: Educação; Enfermagem; Educação Permanente; Curso de Residência em Enfermagem
Resumo
Objetivo: analisar o processo de implantação do programa de residência em enfermagem clínico-cirúrgica em um hospital privado e de excelência. Método: pesquisa avaliativa desenvolvida com abordagem qualitativa de Estudo de Caso Único. A análise foi realizada através da Triangulação de Dados e Métodos segundo o referencial teórico de Minayo. A discussão foi pautada sob a luz filosófica do Pensamento Complexo de Edgar Morin. O estudo foi desenvolvido em um hospital com infraestrutura e tecnologia de última geração, onde dados foram coletados em três etapas, a primeira com a análise documental descritiva das avaliações e dos prontuários acadêmicos, a segunda e terceira etapas ocorreram com entrevistas de Grupos Focais (GF), formados por dois grupos específicos conforme a característica e perspectiva dos participantes. Sendo o primeiro constituído pela ótica do hospital com a participação das quatro tutoras da residência (100%) e mais 16 coordenadoras de enfermagem (84%); o segundo GF foi formado por 13 egressos do programa (59%). Os dados foram processados no software IRAMUTEQ, resultando nas análises de Classificação Hierárquica Descendente (CDH), Análise de Conteúdo, Análise de Similitude e Análise de Nuvens de palavras. Resultados: Dos 24 enfermeiros ingressantes, 19 eram mulheres (79%), com idade média de 25 anos, solteiros (91,6%), mais da metade morava fora do município de São Paulo (45,9%). Com 20 enfermeiros recém-formados (83,3%), sendo 13 egressos de universidades privadas (54,2%). As coordenadoras de enfermagem eram mulheres com idade média de 42 anos, todas com especialização e/ou mestrado, com uma média de 17 anos de formação e 16 atuando na instituição. As tutoras, também mulheres, com idade média de 35 anos, formadas há 11 anos, com mestrado e/ou doutorado e atuando no hospital a mais de 8 anos. A triangulação da análise qualitativa, resultou no aproveitamento entre 72,19% e 81,90% dos corpus de textos, os quais foram subdivididos em segmentos de textos (ST) formando as categorias de classes. As principais convergências de classes estavam relacionadas: ao Desenvolvimento das competências e habilidades da prática profissional adquirida com a residência em enfermagem; aos Benefícios profissionais e pessoais gerados pela experiência da residência tanto para os residentes quanto os profissionais da saúde do hospital; e aos Desdobramentos e impactos gerados com a implantação da residência em enfermagem, foram relativos ao processo adaptativo dos residentes ao contexto hospitalar e às relações interpessoal. A partir das CHD, foram geradas a análise de similitude e nuvem de palavras, fornecendo a visualização infográfica. Considerações finais: Os resultados apontaram que a RE em um hospital de excelência proporcionou transformações significativas em todas as dimensões e de forma recíproca no desenvolvimento profissional e pessoal de todos os atores envolvidos no processo de educação em saúde. Favoreceu a discussão e a atualização científica das terapêuticas de saúde e dos cuidados de enfermagem embasadas nas metodologias ativas de ensino-aprendizagem. As dificuldades e desafios estavam relacionados ao processo de adaptação e enfrentamento de medos e inseguranças em relação ao novo e às relações interpessoais entre os residentes e profissionais do cenário prático. Entretanto, considera-se que a implementação de estratégias educacionais robustas, bem estruturadas e pautadas nas metodologias ativas, assegurem a capacitação e o treinamento em serviço, pois visa o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo e a mobilização da “zona de conforto” que envolve o cotidiano de trabalho. O estudo aponta que serviços de saúde com características e perfil semelhantes podem contribuir na educação permanente de saúde e de enfermagem através da modalidade de residência, otimizando a inserção dos profissionais no mercado de trabalho e, com isso, fornecer subsídios para transformações significativas da realidade e qualidade de saúde à toda sociedade.
Classificação de Robson como instrumento de avaliação das taxas de cesáreas em um hospital público terciário da Amazônia Ocidental Brasileira
Autor: Sheley Borges Gadelha de Lima | Orientação: Maria Cristina Gabrielloni | Doutorado 2021
Palavras Chave: Classificação; Parto Obstétrico; Cesárea; Saúde Materna
Resumo
Objetivos: Analisar as taxas de operação cesariana segundo o Sistema de Classificação de Robson em um município da Amazônia Ocidental Brasileira. Método: Estudo prospectivo, exploratório de delineamento transversal, realizado em uma maternidade de referência para alto risco obstétrico, que atende exclusivamente usuárias do Sistema Único de Saúde da capital do Estado do Acre e municípios vizinhos. Foram incluídas no estudo 1.581 mulheres admitidas para o parto em um período de seis meses. A coleta dos dados compreendeu três etapas. A primeira feita com todas as mulheres admitidas para o parto, com preenchimento do questionário da classificação de Robson e com o App Calculadora de Robson, disponível para Smartphone. A segunda etapa foi realizada com o preenchimento de dados sociodemográficos, disponíveis na declaração de nascido vivo e livro de registro de parto vaginal. Já a terceira, foi feita entrevista estruturada destinada às puérperas submetidas à operação cesariana (OC) e complementada com dados do cartão prénatal, dados do prontuário materno e do recém-nascido. Foram realizadas análises descritivas e inferenciais, utilizando o teste de Qui-quadrado para testar associação entre as variáveis. Resultados: Dos 1.581 partos 703 (44,5%) foram cesáreas, destas 37,3% primíparas e 62,7% multíparas. A maioria estava na faixa etária de 20 a 34 anos e tinha, em média, 12 anos de estudo. A maior parte das OC foi realizada fora do trabalho de parto e em mulheres com idade gestacional de 39 semanas (61,1%). Quanto à distribuição dos grupos de Robson, de foram geral o maior grupo foi o G3 com 22,1%. O grupo G5, foi o segundo maior grupo do estudo, neste grupo 75,0% dos partos foram por operação cesariana, entre as mulheres que fizeram cesárea foi o maior grupo do estudo (30,7%). Uma alta taxa de OC também form encontrada no G2 com 67,1%, os grupos G6, G7, G8 tiveram taxas de OC acima de 70%, tendo o G9 100% de OC. O G10 teve taxa de 43,9%. A principal indicação médica das cesáreas foi a doença hipertensiva com 19,2%, seguido por cesárea anterior 15,3%. A causa primária de OC no Grupo 5 foi a presença de uma cesárea anterior (38%). Conclusão: A Classificação de Robson é uma ferramenta útil no monitoramento das taxas de OC, sendo possível identificar a população mais acometida. O grupo 5 foi o que mais realizou OC, seguido pelos grupos 2 e 1. A principal indicação de cesárea identificada foi distúrbio hipertensivo, seguido de cesárea anterior, não estando o distúrbio hipertensivo entre as recomendação para OC programadas nas diretrizes do CONITEC/MS. Com esse achado, torna-se importante buscar medidas que visem reduzir a primeira OC em mulheres sem causa médica, diminuindo a chance de uma OC na próxima gravidez e complicações maternas e fetais.
Comportamento suicida por contágio
Autor: Sibele Dos Santos Souza | Orientação: Joao Fernando Marcolan | Doutorado 2021
Palavras Chave: Suicidio; Saúde mental; Contágio; Comportamento
Resumo
Introdução: Há dados científicos contraditórios a respeito do efeito de contágio pelo comportamento suicida. Aparentemente jovens são mais suscetíveis ao contágio do suicídio. Objetivo: Analisar a presença de comportamento suicida por contágio em universitários de um instituto federal. Metodologia: Pesquisa exploratória-descritiva, qualitativa, uso de questionário semiestruturado aplicado por meio digital junto a universitários do Instituto Federal de Educação de Cubatão/SP; análise por referencial teórico da análise de conteúdo. Resultados: Analisados 34 questionários, 23 participantes relataram algum tipo de influência quanto à exposição ao ato suicida, 12 se identificaram com a pessoa que cometeu suicídio, tiveram sentimentos ruins como tristeza ou desespero, expuseram aversão a decisão, sentimentos de empatia, 3 desejaram realizar algo semelhante. A maioria tinha familiares com transtorno mental; um terço com familiares com comportamento suicida, e em alguns casos o próprio participante teve esse comportamento. A maioria teve ideação suicida, 7 se expuseram a risco de morte, 12 se automutilaram, 5 planejaram e 1 tentou suicídio. Foi relacionado que indivíduos vulneráveis correm maior risco. O contágio é real e se espalha por escolas e redes sociais. As tentativas ou ato suicida foram assistidas presencialmente e em mídia, vídeos e redes sociais. As reações à cena suicida foram de desconforto, tristeza, arrepios, traumas, sustos, ou questionamentos sobre o tema, o motivo para tal decisão e a possibilidade de impedir o ato. Os relatos de identificação apontaram para sentir algo parecido ou compreender os sentimentos do suicida, cogitar a possibilidade do suicídio, aliviar pensamentos tristes e acabar com a própria dor. Houve manifestações de aversão ao ato e desconsideração pelo suicida, de aprender a conviver com o que sentiram, enfrentar a situação. A necessidade de ajuda após presenciar cena suicida incluiu tratamento especializado, afeto e pensamentos positivos; alguns conviveram com o sentimento gerado, outros afirmaram pouca influência ou resignação aos fatos. Considerou-se a fragilidade humana, enfrentamento e compartilhamento de situações difíceis; ressignificação sobre vida e morte; e prevenção do suicídio. Considerações: Os dados não permitem afirmar pelo contágio, mas pela influência no comportamento suicida de alguns universitários que foram expostos a divulgação de tentativa de suicídio e de suicídio. Ressaltamos as necessidades de novos estudos sobre a temática para justificar o planejamento de políticas públicas na prevenção ao comportamento suicida, em específico a intervenções sobre a comunicação e divulgação de comportamento suicida em meios de comunicação social, intervenções específicas pelo Instituto Federal e melhor qualificação dos profissionais da saúde mental, especialmente os da Enfermagem, para prestação da assistência.
Construção e validação de instrumento de referência para avaliação por competências dos servidores técnico-administrativos em educação das universidades federais brasileiras
Autor: Rosane Cristina Piedade Tamada | Orientação: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha | Doutorado 2021
Palavras Chave: Gestão de Pessoas; Administração Pública; Competência Profissional; Psicometria; Validade dos testes
Resumo
Objetivos: Construir um instrumento de referência para avaliação por competências dos servidores técnico-administrativos em educação das universidades federais brasileiras e avaliar as evidências de validade e a consistência interna das competências propostas. Métodos: Estudo quantitativo, exploratório, descritivo e metodológico realizado de 2017 a 2020, tendo por base o referencial psicométrico. O estudo foi desenvolvido em etapas, segundo Pasquali. Essas etapas foram executadas através dos Procedimentos Teóricos, Empíricos e Analíticos necessários ao seu objetivo final. Nos teóricos, objetivou-se fundamentar cientificamente a proposta do instrumento de referência para avaliação por competências, a ser elaborado com ações necessárias à prática competente dos servidores técnico-administrativos em educação. Foi realizada a investigação e a análise dos sistemas e instrumentos de avaliação de desempenho existentes nas universidades federais e construído o Perfil de Competência Profissional, alinhado às especificidades do técnico administrativo em educação, aos estudos existentes, à legislação e à opinião de experts, que consideraram a propriedade das ações ao desempenho competente do técnico administrativo em educação. O instrumento de avaliação da competência profissional foi organizado em três partes. Na primeira parte foram incluídos os dados de caracterização pessoal e profissional dos respondentes da pesquisa. Na segunda parte foram descritas as orientações necessárias para o preenchimento do questionário e apresentada a escala de avaliação do grau de competência profissional do servidor técnico-administrativo em educação. A terceira parte consistiu no questionário propriamente dito, no qual foram relacionadas as descrições dos referenciais de desempenho para avaliação quantitativa, por meio da escala em quatro níveis de competência. Nos Empíricos, foi realizada a aplicação do instrumento na equipe de enfermagem das unidades de internação do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo e a coleta dos dados, procedendo-se à validação de construto e análise da consistência interna do instrumento. Os Analíticos foram do tipo descritivo e inferencial. Resultados: A partir das 10 competências básicas, houve a descrição de 25 referenciais de desempenho representados por ações ou Questões Identificadoras geradoras do Perfil de Competência Profissional. Depois de verificada a evidência de validade baseada no conteúdo das Questões Identificadoras por meio da Técnica Delphi, buscou-se evidências de validade e de consistência interna do instrumento. Desse processo participaram 53 enfermeiros, 30 técnicos de enfermagem e 60 auxiliares de enfermagem, totalizando 143 instrumentos aplicados no Hospital Universitário. A análise fatorial confirmatória do instrumento baseado na estrutura de 10 competências apresentou bons índices de ajustamento com χ²/GL=1,706, SRMR=0,071, RMSEA= 0,070 e CFI= 0,906, conferindo a validade de construto. O alfa Cronbach foi de 0,924. Conclusão: Foi construído o instrumento de referência para avaliação por competências dos servidores técnico-administrativos em educação das universidades federais brasileiras com avaliação das evidências de validade ao longo de todo estudo.
Construção e validação de um questionário de qualidade de vida da mulher no período menstrual
Autor: Patricia Albuquerque Moraes | Orientação: Marcia Barbieri | Doutorado 2021
Palavras Chave: Qualidade de Vida; Menstruação; Inquéritos e Questionários; Estudos de Validação.
Resumo
Introdução: Os sintomas menstruais podem ter um impacto significativo na vida das mulheres. Observa-se crescente número de mulheres interessadas em espaçar ou até mesmo suspender a menstruação com a alegação de que esse fato proporcionaria melhora na sua qualidade de vida. Objetivos: Construir um instrumento que avalie a qualidade de vida da mulher no período menstrual, avaliar suas propriedades psicométricas e conhecer as dimensões que afetam a qualidade de vida da mulher nesse período. Método: Pesquisa metodológica, a qual, após revisão da literatura, realização de grupo focal e aprovação em Comitê de Ética e Pesquisa, foi elaborada uma primeira versão do instrumento. A validação de conteúdo se deu por meio de um comitê de juízes. Após a fase de pré-teste, iniciou-se a coleta de dados, realizada com um total de 469 mulheres, sendo que, 140 responderam ao questionário de forma presencial, no ambulatório de planejamento familiar da Universidade Federal de São Paulo, de novembro de 2019 a março de 2020, e 329 de maneira virtual, em virtude da pandemia da COVID-19, por meio da plataforma Google Forms, o qual foi divulgado nas mídias sociais, no período de junho a julho de 2020. Para avaliar a plausibilidade deste modelo aos dados, foi utilizada análise fatorial confirmatória. Além disso, realizou-se análise fatorial exploratória com a finalidade de se avaliar a dimensionalidade sugerida pelos dados por meio do método de componentes principais e rotação ortogonal Varimax. A consistência interna foi analisada utilizando-se o coeficiente alfa de Cronbach. Na validação convergente, as correlações entre os escores do Questionário de qualidade de vida da mulher no período menstrual e domínios do WHOQOL-Bref foram analisados via correlação de Spearman. Compararam-se as médias entre os fatores da qualidade de vida no período menstrual, por meio do teste não-paramétrico de Friedman. Resultados: a média de idade das mulheres que participaram do estudo foi de 31 anos, sendo, a maioria solteira (53,9%), com ensino médio completo e superior incompleto (42,2%), profissionais da saúde (30,3%) e estudantes (22,2%). A análise fatorial confirmatória não mostrou um bom ajuste dos dados da estrutura original sendo realizada a análise fatorial exploratória que, após a exclusão de 23 itens, resultaram 14 fatores que explicam 69,6% da variância total dos dados. As correlações entre os escores do instrumento e o WHOQOL-Bref foram positivas e significativas (<0,001). O alfa de Cronbach se mostrou adequado para 11 facetas, com valores que variaram de 0,71 a 0,89 e, para o total do instrumento, mostrou-se excelente, com um valor de alfa de 0,91. A versão final do questionário ficou constituída por 42 itens, distribuídos em 11 facetas que expressam a qualidade de vida da mulher no período menstrual, sendo a concentração, a dimensão da qualidade de vida mais afetada durante a menstruação, com um escore total de 25,4 seguida da imagem corporal e da atividade sexual. Conclusão: O questionário de qualidade de vida da mulher no período menstrual (QVPM) apresenta propriedades psicométricas que traduzem um instrumento válido, confiável e consistente, colaborando na assistência à saúde da mulher como uma importante ferramenta.
Desenvolvimento de programa de mindfulness como estratégia para mudanças nas relações interpessoais no trabalho
Autor: Maria Teresa Gomes Franco | Orientação: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha | Doutorado 2021
Palavras Chave: Mindfulness; Compaixão; Inteligência Social; Relacionamento Interpessoal; Felicidade.
Resumo
O ambiente hospitalar muitas vezes se apresenta como um ambiente de emoções exacerbadas. Os trabalhadores de hospitais se deparam com frequência com sentimentos de dor, stress e impotência diante das situações, que podem levar a um estado de distanciamento e até certa frieza, tanto na relação com colegas, quanto com pacientes e seus familiares, gerando conflitos desnecessários. Este estudo teve como objetivo desenvolver, implantar e avaliar um Programa de Mindfulness para trabalhadores de hospitais. Para tanto, foi desenvolvido um programa adaptado ao uso no serviço hospitalar com caracteristicas que favoreceram a participação dos colaboradores durante o período de trabalho. Esse programa consta de oito sessões, com duração de uma hora cada sessão, onde são utilizadas práticas meditativas, uma das práticas integrativas e complementares de saúde (PICs), que possibilitam o desenvolvimento de um estado de mindfulness. A escolha de um estudo de método misto possibilitou uma melhor exploração dos resultados. Para análise quantitativa, foram usadas medidas em três tempos sendo antes, imediatamente após e três meses depois da implantação do programa através das escalas de autocompaixão, atenção plena, percepção de estresse e afetos positivos e negativos e utilizada estatística descritiva. Os resultados foram positivos para redução de estresse, aumento de afetos positivos e redução de afetos negativos, aumento na atenção plena e na compaixão. Foi realizada a análise de conteúdo de entrevistas grupais, também nos três tempos, com questões disparadoras adequadas a cada um dos momentos utilizando o software Iramuteq, para a análise qualitativa dos dados. Os resultados dos segmentos de texto apontam para importante percepção em relação a piloto automático que demonstra aumento na percepção de si mesmo, aumento no autocuidado e autocompaixão e importante melhora no relacionamento interpessoal seja em ambiente familiar ou profissional. Após a análise de resultados foi realizada a triangulação concomitante de dados sendo possível verificar o impacto do estado emocional dos colaboradores tanto na vida pessoal quanto na vida profissional, a importancia da redução de ansiedade e estresse, do equiíbrio de emoções bem como desenvolvimento de emoções positivas para o bem-estar individual e melhora no relacionamento interpessoal, levando a um ambiente de trabalho mais saudável e acolhedor, com reflexo aos clientes internos e externos.
Efeitos da luz infravermelha monocromática sobre os níveis de dor neuropática em pessoas com diabetes mellitus: ensaio clínico randômico e controlado
Autor: Daniella Silva Oggiam | Orientação: Monica Antar Gamba | Doutorado 2021
Palavras Chave: Diabetes Mellitus tipo 2; Neuropatia Diabética; Ensaio Clínico; Dor, Fisioterapia, Fototerapia; Enfermagem
Resumo
Objetivos: Mensurar a prevalência e identificar fatores associados à presença da dor neuropática por Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2); avaliar o efeito da intervenção com a Luz Infravermelha Monocromática (LIM) associada ao tratamento fisioterapêutico sobre os níveis de dor em pessoas com Polineuropatia Diabética Dolorosa (PNDD). Método: Pesquisa realizada em duas etapas após aprovação dos méritos éticos. Inicialmente conduziu-se um estudo transversal, incluindo 96 pessoas com DM2 para identificação da prevalência da dor neuropática e dos fatores associados à mesma, por meio da aplicação dos instrumentos Michigan Neuropathy Screening Instrument, Leeds Assessment of Neuropathic Symptoms and Signs, Douleur Neuropathique 4 e Brief Pain Inventory. A segunda etapa da pesquisa, compreendeu um ensaio clínico randômico, paralelo, controlado e duplo-cego com 168 participantes aleatoriamente distribuídos no Grupo Controle-GC (n=84) e Grupo Experimento-GE (n=84). Para o GE foi aplicado protocolo de intervenção fisioterapêutica associada à aplicação da LIM de 890nm. O GC recebeu o mesmo protocolo de intervenção, porém sem aplicação da LIM. Ambos os grupos foram submetidos a 18 sessões de tratamento e acompanhados por 10 semanas. A dor neuropática foi avaliada em quatro momentos: inicial (T0); na terceira semana de tratamento (T1); na sexta semana (T2) e após 4 semanas do término da intervenção (T3). Os dados foram analisados por estatística descritiva, inferencial e estimativas da magnitude do efeito da intervenção sobre a dor neuropática, com nível de significância de 5%. Resultados: A prevalência da dor neuropática na amostra estudada foi de 22,9%. A dor neuropática foi correlacionada com tabagismo (p<0,001), dieta não balanceada (p=0,006), obesidade (p=0,023), hipertensão arterial (p<0,001), alteração da sensibilidade térmica (p=0,002), alodinia (p<0,001), úlceras (p=0,013), amputações (p=0,017) e piora da qualidade do sono (p=0,005). Na segunda etapa do estudo, observaram-se diferenças estatisticamente significativas, entre os grupos, nos escores de dor nos momentos T2 e T3 (p<0,001). A intensidade da dor foi menor no GE com melhora da qualidade do sono (p<0,001). Conclusão: A LIM de 890nm associada a um protocolo fisioterapêutico melhorou a dor em pessoas com PNDD a partir de seis semanas de seguimento.
Estudo clínico, randômico e controlado sobre o efeito da transiluminação no sucesso da cateterização intravenosa periférica em crianças
Autor: Luciano Marques Dos Santos | Orientação: Ariane Ferreira Machado Avelar | Doutorado 2021
Palavras Chave: Enfermagem pediátrica; Criança hospitalizada; Cateterismo periférico; Infusões intravenosas; Transiluminação; Segurança do paciente
Resumo
Introdução: A cateterização intravenosa periférica (CIP) é frequentemente realizada em crianças hospitalizadas, sendo um desafio para os profissionais de enfermagem alcançar o sucesso deste procedimento na primeira tentativa. As diversas tentativas de cateterização ocasionam estresse, dor, sofrimento, ansiedade e depleção da vasculatura periférica. Por isso, a transiluminação da pele poderá melhorar a visibilidade da veia e posibilitar o sucesso da CIP, contribuindo com melhores desfechos clínicos e assistenciais. Objetivos: Comparar o efeito da transiluminação no sucesso da CIP em crianças hospitalizadas em relação ao método clínico tradicional; analisar se a visibilidade da veia na primeira tentativa de CIP é modificada com o uso da transiluminação, comparada ao método clínico tradicional; identificar o número de tentativas de cateterização até a obtenção do acesso, segundo transiluminação e método clínico tradicional e verificar se o uso da transiluminação reduz o tempo para visualizar, selecionar, cateterizar a veia e obter o acesso intravenoso em crianças hospitalizadas. Método: Trata-se de um ensaio clínico, randômico, controlado, paralelo e aberto, realizado em um hospital pediátrico privado de Feira de Santana, Bahia, Brasil, entre junho de 2020 e junho de 2021, após aprovação do mérito ético (3.234.517) e registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (RBR-838r987). Para a operacionalização do ensaio clínico, uma equipe de cuidados clínicos em terapia intravenosa foi qualificada para a aplicação dos protocolos e tecnologias relativas a CIP por meio de onze estações teóricas e sete práticas. A partir do cálculo amostral foram recrutadas para o ensaio clínico 310 crianças, 155 alocadas aleatoriamente no grupo intervenção (cateterização realizada com a transiluminação da pele com o Venoscópio IV Plus® ) e 155 no grupo controle (cateterização pelo método clínico tradicional). Foram calculados os riscos relativos e seus respectivos intervalos de confiança de 95%, empregando-se o teste Qui-quadrado, Exato de Fischer ou Teste T de Student, nível de significancia de 5%. Curvas de sobrevida foram calculadas pelo método de Kaplan-Meier e estimadas diferenças com os testes de Log-rank, Breslow e Tarone-Ware rank, com nível de significância de 5%. Resultados: Os grupos foram homogêneos em relação à maioria das características investigadas, exceto nas variáveis sexo (p=0,022), dominância lateral (p=0,006), preparo das crianças até 12 meses de idade para a CIP (p=0,026), formato da veia na primeira tentativa (p<0,001) e intervalo entre a punção venosa anterior para coleta de sangue e a cateterização atual (p=0,048). As veias foram mais visíveis com a transiluminação (p<0,01; Risco Relativo=1,17; IC95%=1,10-1,25). No entanto, a média de número de tentativas não diferiu entre os grupos (p=1,000). No grupo intervenção o percentual de sucesso da CIP foi de 69,7% e no grupo controle 71%, mas sem diferença estatística significante (p=0,804; Risco Relativo=0,98; IC95%=0,85-1,13). A média de tempo para visualizar e selecionar a veia (p<0,001) e para a obtenção do acesso intravenoso na primeira tentativa de cateterização (p=0,002), assim como do tempo global destas intervenções com o Venoscópio IV Plus® foi menor em comparação às do grupo controle. As curvas de sobrevivência dos dois grupos foram significativamente diferentes entre si. Conclusão: O percentual de sucesso da CIP não sofreu efeito da transiluminação comparado ao método clínico tradicional, porém a intervenção testada reduziu o tempo de visualização e seleção da veia e de obtenção do acesso intravenoso na primeira tentativa de cateterização, assim como o tempo total destas ações.
Evidências de validade da escala “Smoking Cessation Counseling” - versão brasileira (SCC-VB)
Autor: Juliana Maria Ruoco Zambardi | Orientação: Alba Lucia Bottura Leite de Barros | Doutorado 2021
Palavras Chave: Aconselhamento; Abandono do Hábito de Fumar; Enfermagem; Estudo de Validação; Tabagismo
Resumo
Introdução: A intenção de parar de fumar é um processo muito complexo e faz-se necessário a atuação de profissionais especializados, técnicas eficazes para tratamento, além de recursos para avaliar as necessidades individuais, o grau de dependência nicotínica e a disponibilidade em parar de fumar. A literatura possui diversos instrumentos que visam avaliar a predisposição ao uso do tabaco e identificar as barreiras que dificultam o processo de cessação do tabagismo, ou mesmo, avaliar a satisfação com os serviços de aconselhamento. Entretanto, não se identificou instrumentos voltados para avaliar as práticas de cessação do tabagismo e a adesão, por parte dos prestadores de cuidados de saúde. Devido à escassez de instrumentos voltados para avaliar as práticas de cessação do tabagismo, Newhouse et al., desenvolveram um instrumento para avaliar as práticas de aconselhamento da cessação do tabagismo. Este instrumento foi submetido a adaptação cultural para a língua Portuguesa. Objetivo: Validar a versão brasileira da “Smoking Cessation Counseling” (SCC-VB). Métodos: Estudo metodológico de análise das propriedades psicométricas da SCC-VB pela análise fatorial confirmatória e pela confiabilidade do instrumento. A população do estudo foi composta por enfermeiras do estado de São Paulo do Centro de Referência do Álcool, Tabaco e Outras drogas (CRATOD). A análise do modelo fatorial foi realizada em duas etapas: análise da validade convergente com o emprego da Average Variance Extracted (AVE) sendo considerado adequado valor superior a 0,5 e a análise discriminante por meio do critério de Fornell-Larcker. O coeficiente de alfa de Cronbach e a confiabilidade composta foram calculados sendo que valores acima de 0,7 foram considerados satisfatórios. Resultados: Participaram do estudo 250 enfermeiros. Foram identificados valores de AVE inferior a 0,5 no domínio 1, procedendo-se então à exclusão dos itens com os menores valores de carga fatorial até a obtenção de um valor de AVE satisfatório. Nesse processo foram excluídos sete itens do domínio 1. Foi necessário excluir o item 5 do domínio 3, pois o item apresentou uma carga mais elevada no domínio 1. Após essas exclusões foi obtida com valores satisfatórios de AVE e de confiabilidade a versão final do instrumento composta por 4 domínios: Aconselhamento Avançado, Encaminhamento para Serviços, Aconselhamento Básico e Cuidados Padrão. Conclusão: A versão brasileira da SCC demonstrou adequadas evidências de confiabilidade e validade estrutural. Este estudo viabiliza uma ferramenta adequada para avaliação do aconselhamento de cessação do tabagismo seus impactos na assistência ao paciente fumante.
Influência da inteligência emocional no estado de ânimo presente e na qualidade do sono em profissionais de enfermagem nos turnos hospitalares
Autor: Kezia Katiane Medeiros da Silva | Orientação: Milva Maria Figueiredo de Martino | Doutorado 2021
Palavras Chave: Trabalho em Turnos; Profissionais de Enfermagem; Sono; Emoções ou Emoções Manifestadas; Inteligência emocional
Resumo
Introdução: A inteligência emocional é o conjunto de construções mentais, necessários à resolução de problemas e à gestão de comportamentos, acreditasse que esta tenha influência no estado de ânimo presente e na qualidade do sono da equipe de enfermagem. Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar a influência da inteligência emocional no estado de ânimo presente e qualidade de sono em profissionais de enfermagem nos turnos hospitalares. Método: Trata-se de um estudo de natureza descritiva, quantitativa, transversal e comparativo. A amostra foi composta por 181 indivíduos: 74 enfermeiros e 107 técnicos de enfermagem do Hospital Universitário Onofre Lopes, Natal, RN. Foram utilizados como instrumentos: Questionário de Caracterização Individual e Sócio Demográfico, escala MetaMood Trait Scale - TMMS-24 para avaliação da inteligência emocional, Questionário LEP para identificação do estado de ânimo presente e o Questionário Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh para a avaliação dos aspectos do sono. Resultados: A equipe apresentou para a escala TMMS-24 Inteligência Emocional Adequada nos três parâmetros avaliados, sendo: Percepção emocional adequada para os do diurno (66,1%) e noturno (55,7%); compreensão emocional de 66,4% para o diurno e 51,6% para o noturno e regulação das emoções para a equipe diurna (49,1%) e (45,1%) noturna. Para qualidade do sono os profissionais de Enfermagem do turno noturno apresentaram uma pior qualidade do sono (82,7%), quando comparados aos do diurno (p-valor= 0,02). Na avaliação do estado de ânimo a locução “sinto-me culpado (a)” apresentou correlação estatisticamente significante entre a percepção emocional; as locuções “acho algo estranho”, “sinto-me triste” e “estou tomando cuidado” foram estatisticamente significativas, quando comparadas com a compreensão emocional; e as locuções “Estou conformado”, “Sinto-me culpado(a)”, “Estou alegre” , “Acabo de levar um susto”, “Sinto atração sexual por alguém”, “Sinto-me triste”, “Estou gostando de alguém”, “Sinto uma admiração por alguém”, “Sinto-me humilhado”, “Faço pouco caso de alguém”, “Tenho raiva” e “Estou cansado” foram estatisticamente significativas, quando correlacionadas com a regulação emocional. Conclusão: Os resultados desse estudo apontam que a equipe de enfermagem apresentou em sua maioria uma inteligência emocional adequada, e que a mesma não sofre influência do gênero e nem do turno de trabalho, embora os trabalhadores do turno noturno apresentem uma qualidade do sono ruim.
Método para análise das complicações decorrentes de trauma por acidentes de trânsito
Autor: Maria Carolina Barbosa Teixeira Lopes | Orientação: Iveth Yamaguchi Whitaker | Doutorado 2021
Palavras Chave: Complicações; Trauma; Acidentes de trânsito; Índices de gravidade do trauma; Valor preditivo; Enfermagem em emergência
Resumo
Introdução: Pacientes com lesões decorrentes de acidentes de trânsito, que sobrevivem à condição traumática grave, tornam-se vulneráveis à ocorrência de complicações durante a internação hospitalar. Para melhorar os resultados e a segurança dos pacientes as complicações necessitam ser monitoradas e controladas. Objetivo: Derivar um modelo de probabilidade de ocorrência de complicação (POC) intra-hospitalar tendo como base pacientes de trauma decorrentes de acidentes de trânsito; verificar a associação entre as complicações e as variáveis independentes; identificar fatores de risco associados às complicações e verificar a capacidade preditiva do modelo de POC intra-hospitalar proposto. Métodos: Trata-se da análise de dados secundários da amostra coletada prospectivamente, de indivíduos com idade igual ou superior a 14 anos, com lesões traumáticas por acidentes de trânsito, de janeiro de 2015 à julho de 2016, em um hospital municipal da cidade de São José dos Campos, São Paulo. Para derivar um modelo de POC foi verificada a associação e correlação das variáveis independentes com complicações e os tipos de complicações foram analisados segundo o tempo de internação e a mortalidade por meio de testes estatísticos paramétricos e não-paramétricos. A regressão logística multivariada foi utilizada para identificação das variáveis preditoras do modelo e o ajuste foi verificado pelo teste de Hosmer-Lemeshow (HL). O desempenho da POC foi avaliado pela curva ROC e PR Curve. Resultados: A amostra foi composta de 327 pacientes e 82 (25,1%) apresentaram complicações durante a internação hospitalar e as infecciosas foram as mais frequentes. A ocorrência das complicações foi estatisticamente associada a maior média de idade, aos atropelamentos e a maior gravidade do trauma. O tempo de permanência na sala de emergência, de internação hospitalar (TIH), de internação na UTI (TI-UTI), percentual de óbitos e de readmissão hospitalar foram mais elevados nos pacientes com complicações. Foram identificados como fatores de risco independentes para a ocorrência de complicações idade, pressão arterial sistólica, escore da Escala de Coma de Glasgow, Revised Trauma Score, Injury Severity Score (ISS), New Injury Severity Score (NISS), TI-UTI, TIH e readmissão. O número de complicações correlacionou com a gravidade do trauma, TI-UTI e mortalidade. Os tipos de complicações associaram-se a maior mortalidade. As complicações cardiovasculares e neurológicas não se associaram ao tempo de internação. As variáveis idade e gravidade do trauma, mensuradas pelo ISS e NISS, foram identificadas como fatores de risco para ocorrência de complicações no modelo final da regressão logística multivariada, com HL de 0,84 e 1,0, respectivamente. A área sob a curva ROC dos modelos com ISS e com o NISS, alcançaram 0,81 e 0,82, respectivamente, indicando excelente capacidade de discriminação e a área da PR Curve para os dois modelos foram compatíveis às apresentadas na curva ROC. Conclusão: O modelo de POC intra-hospitalar de pacientes de trauma decorrentes de acidentes de trânsito derivado incluiu as variáveis independentes idade e ISS ou NISS. O modelo proposto apresentou excelente capacidade preditiva. Contudo, por se tratar de uma proposta inicial, requer aplicação em uma amostra maior de múltiplas instituições para confirmar a capacidade preditiva e possibilitar seu aprimoramento.
Níveis de marcadores de hemólise de concentrados de glóbulos vermelhos administrados por bombas de infusão por seringa segundo marca, velocidade de infusão e comparação com dispositivos de controle manual de fluxo
Autor: Larissa Perez Pardo | Orientação: Mavilde da Luz Goncalves Pedreira | Doutorado 2021
Palavras Chave: Bombas de infusão; Seringa; Transfusão; Hemólise; Enfermagem
Resumo
Introdução: A transfusão de sangue constitui intervenção terapêutica de reconhecido benefício ao prognóstico de pacientes com diferentes agravos à saúde. Contudo, existem riscos latentes decorrentes da intervenção, capazes de culminar em eventos adversos. Para maior acurácia e segurança na administração de concentrados de glóbulos vermelhos (CGV) há possibilidade de utilização de bombas de infusão por seringa (BIS). Contudo, existem lacunas no conhecimento quanto ao efeito de BIS em CGV, em especial, no que tange a possibilidade de hemólise. Objetivos: Verificar e comparar níveis de marcadores bioquímicos e grau de hemólise em CGV administrados por BIS de diferentes marcas e velocidades de infusão, bem como em relação a dispositivos de controle manual de fluxo. Materiais e Métodos: Estudo experimental desenvolvido em laboratório, sob condições controladas. Os experimentos foram realizados de modo randômico com 16 unidades de CGV, nove BIS de três marcas (A, B e C) e nas velocidades de infusão 10 e 100 mL/h. Posteriormente foi realizada uma análise secundária de dados para comparação com dispositivos manuais (gotas e microgotas). Foram estudados os marcadores hemoglobina total (g/dL), hematócrito (%), hemoglobina livre (g/dL), potássio (mmol/L), lactato desidrogenase (U/L), osmolalidade (mOms/kg), pH e grau de hemólise (%). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial (p≤0,05). Resultados: Os níveis de hemoglobina total diminuíram (Pré- Infusão 26,44±5,74g/dL; Pós-Exposição 22,62±4,00 g/dL; p=0,026) e o grau de hemólise aumentou cerca de 40% (p=0,005) nas amostras de CGV analisadas após a infusão nas BIS. A BIS A causou um aumento três vezes maior (p=0,015) nos níveis de potássio, quando comparada as BIS B e BIS C, sendo também verificado aumento dos níveis de hemoglobina livre (p=0,038) e hemólise (p=0,033). Houve maior proporção do grau de hemólise (p=0,004) na taxa de infusão de 100 mL/h. Houve diferenças na comparação entre BIS e dispositivos manuais de fluxo, com redução nos níveis de hemoglobina total (p=0,048) e aumento dos níveis de potássio (p=0,034) em BIS e aumento da hemoglobina livre (p=0,032) nos dispositivos manuais. Conclusão: Os CGV administrados por BIS apresentaram alterações nos níveis de hemoglobina livre, potássio e no grau de hemólise. As marcas das BIS e a velocidade de infusão influenciaram a variação dos indicadores de hemólise estudados. Houve diferenças na comparação entre BIS e dispositivos manuais na infusão de CGV. Os dispositivos de controle manual de fluxo apresentaram aumento nos níveis de hemoglobina livre e grau de hemólise, principalmente na velocidade de 10 mL/h.
Perfil clínico-epidemiológico da sífilis em gestantes, da sífilis congênita e a associação com os indicadores contextuais
Autor: Cristiano Leonardo de Oliveira Dias | Orientação: Monica Taminato | Doutorado 2021
Palavras Chave: Sífilis; Sorodiagnóstico da Sífilis; Sífilis Congênita; Epidemiologia; Infecções por Treponema
Resumo
Introdução: A sífilis na gestação e a sífilis congênita apresentam um aumento significativo do número de casos nos últimos anos, o que constitui desafio e enfrentamento para políticas públicas, os serviços de saúde no Brasil e no mundo. No contexto materno-infantil, a sífilis apresenta efeito deletério diante da transmissão vertical, com impacto sérios na gestação e no feto, além da sífilis congênita. Objetivos: analisar a associação entre o número de casos de sífilis na gestação, de sífilis congênita e os indicadores contextuais da Mesorregião do Norte de Minas Gerais; descrever as características epidemiológicas e clínicas da sífilis em gestantes e da sífilis congênita no Brasil, em Minas Gerais e na Mesorregião do Norte de Minas Gerais. Material e Método: trata-se de estudo de coorte retrospectivo, descritivo, analítico e com abordagem quantitativa. Foram comparados os registros de banco de dados público: Indicadores e Dados Básicos da Sífilis nos Municípios Brasileiros, com dados referentes ao Brasil, ao estado de Minas Gerais e à Mesorregião do Norte do referido estado, coletados no período de 2010 a 2018. O processamento e a análise dos dados foram realizados por estatística descritiva, com apresentação das variáveis em frequência absoluta e relativa. Na análise multivariada, avaliou-se apenas o efeito isolado de cada variável, sem se considerar em um mesmo modelo a influência das demais variáveis. Para verificar o efeito conjunto das variáveis em relação ao número de casos de sífilis, foram utilizados Modelos Lineares Generalizados por meio da Distribuição de Poisson. Resultados: foram registrados no período, 649 casos de sífilis em gestantes e 364 casos de sífilis congênita, distribuídos nos 79 municípios da Mesorregião do Norte de Minas Gerais, na faixa etária mais prevalente de 20 a 29 anos de idade. Indicou-se a penicilina como tratamento de escolha em todas as regiões do estudo, sendo o diagnóstico clínico mais prevalente o de sífilis primária. O diagnóstico de sífilis segundo a idade gestacional foi feito no primeiro trimestre, exceto nas gestantes com diagnóstico tardio da sífilis, terceiro trimestre, na Mesorregião referida. Constatou-se, no modelo estatístico final, a redução do número de casos de sífilis em gestantes (6,7% de redução) e da sífilis congênita (7% de redução), com a ampliação da cobertura da população por Equipes de Saúde da Família para cada 1% de aumento dessa cobertura, com maior razão de enfermeiro por habitantes, o que reduz em de 36,5% no número de casos de sífilis congênita. Algo semelhante se observa com a melhoria de indicadores contextuais, como a melhoria no IDUS-GH do médio para o alto, com a redução nos casos de sífilis congênita de 9,7% e redução de 82,5% de sífilis na gestação pela melhora desse mesmo indicador. Conclusão: evidenciou-se o crescimento do número de casos de sífilis em gestantes e da sífilis congênita em todas as regiões do estudo. Constatou-se a associação entre a sífilis na gestação, sífilis congênita com os indicadores contextuais. É necessário identificar as lacunas, falhas na assistência ao pré-natal para evitar a transmissão vertical e as mudanças estruturais mais profundas que impactem nos determinantes de saúde.
Sentindo-se gratificado e realizado por promover assistência qualificada e humanizada à criança/adolescente pelo brinquedo terapêutico: o enfermeiro significando seu papel nesse universo lúdico
Autor: Beatriz Picolo Gimenes | Orientação: Circea Amalia Ribeiro | Doutorado 2021
Palavras Chave: Jogos e brinquedos; Enfermeiro e enfermeira; Enfermagem pediátrica; Competência/assistência de enfermagem
Resumo
Objetivos: Compreender como o enfermeiro significa seu papel, na interação com a criança, durante a sessão de Brinquedo Terapêutico e Construir um Modelo Teórico representativo dessa vivência. Métodos: Estudo qualitativo, cujo referencial teórico foi o Interacionismo Simbólico e o metodológico, a Teoria Fundamentada nos Dados. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo sob o nº 2.481.972. O recrutamento dos participantes realizou-se por meio de amostragem em bola de neve, não havendo um cenário específico. Participaram 11 enfermeiros, ambos os sexos, que utilizavam o Brinquedo Terapêutico na prática de cuidado à criança/adolescente, em qualquer ambiente de atenção à saúde ou no ensino. Os dados foram coletados por: Observação Participante e Entrevista Aberta, iniciada pela questão norteadora “Fale-me, como você significa seu papel ao interagir com a criança, durante a sessão de Brinquedo Terapêutico”, complementada pelo Desenho-Estória. A análise dos dados ocorreu simultaneamente à sua coleta, calcada no constante dinamismo interacional, rico em significados e mudanças para incluir a atuação coletiva dos atores, seguindo os passos metodológicos: codificação inicial, categorização, codificação teórica e apreensão da categoria central, até que se atingiu a saturação teórica, permitido a construção do Modelo Teórico. Resultados: Desvelaram dois fenômenos interativos. O primeiro, Empenhando-se para oferecer à criança uma assistência acolhedora e efetiva por meio do Brinquedo Terapêutico, revela a sensibilização do enfermeiro pelo sofrimento da criança/adolescente, reconhecendo sua natureza lúdica, e o brincar como essencial ao seu trabalho, passando a “abraçar essa causa”. Durante esse processo, vai evocando memórias pregressas positivas com a ludicidade, vivenciadas na infância, na formação e na vida profissional e aprofundando o conhecimento relativo à sua utilização. O segundo, Implementando ações para que o Brinquedo Terapêutico seja uma realidade no cuidado da criança/adolescente, revela as ações do enfermeiro quando passa a utilizar o Brinquedo Terapêutico para auxiliá-la, a fim de prepará-la para procedimentos, comunicar-se com ela, conhecê-la melhor, promover o vínculo com ela, a catarse, favorecer seu protagonismo, além de acolher sua família, enquanto vai ora enfrentando dificuldades para utilizá-lo, ora recebendo apoio da instituição ao seu intuito. Ao mesmo tempo, vê-se interagindo com reações de reconhecimento do cliente, família, colegas e, inclusive instituição, pelo uso desse brincar, determinando que fique com fama de “enfermeiro que brinca”, sentindo-se gratificado como pessoa e pelo profissional que se tornou em decorrência do uso do Brinquedo Terapêutico. A integração desses fenômenos permitiu a identificação da categoria central e a construção do Modelo Teórico, Sentindo-se gratificado e realizado por promover assistência qualificada e humanizada à criança/adolescente pelo Brinquedo Terapêutico representativo da essência dessa vivência. Considerações Finais: Os resultados desse estudo contribuem para que o Brinquedo Terapêutico efetive-se como um cuidado sistematizado na assistência de saúde à criança/adolescente e implemente-se na docência dos cursos de graduação em enfermagem, uma vez que o enfermeiro representa o vínculo mais próximo entre o cliente e a instituição em que ele atua.
Sucesso na cateterização intravenosa periférica de crianças de difícil punção, segundo duas tecnologias para visualização de vasos: estudo randômico, controlado e cruzado
Autor: Claudia Maria de Freitas Floriano | Orientação: Maria Angelica Sorgini Peterlini | Doutorado 2021
Palavras Chave: Enfermagem pediátrica; Cateterismo periférico; Transiluminação
Resumo
Introdução: Múltiplas tentativas de punções intravenosas periféricas ocasionam sofrimento à criança, prejuízo ao tratamento e risco de complicações. Torna-se imprescindível o emprego de tecnologias que facilitem a visualização da rede venosa periférica e orientem a cateterização do vaso, para potencializar o sucesso do procedimento. Objetivos: Comparar o sucesso da punção intravenosa periférica na primeira tentativa segundo duas tecnologias para visualização de vasos de crianças com risco para difícil cateterização intravenosa periférica; e identificar sucesso acima de 60% na primeira tentativa de punção intravenosa periférica com o uso das tecnologias. Casuística e Método: Ensaio clínico randômico, controlado e cruzado, sem washout, realizado em duas unidades pediátricas de um hospital universitário de São Paulo. A amostra foi composta por crianças e adolescentes com fator de risco para difícil cateterização intravenosa periférica, e que foram submetidas a punção guiada por venoscópio® que emite luz por diodos (LED) ou orientada pelo aplicativo VeinSeek Pro®, instalado em telefone móvel e que capta radiação infravermelha (LI), sendo que alocação do tipo de tecnologia que seria utilizada inicialmente para realizar o procedimento foi determinada por randomização, compondo-se os grupos A (LEDLI) e B (LI-LED). A coleta dos dados ocorreu entre março e dezembro de 2019, após aprovação do mérito ético, com aplicação de fluxograma para identificação de fatores de risco para difícil cateterização e observação do procedimento realizado pelos enfermeiros e técnicos de enfermagem. O desfecho primário foi o sucesso na primeira tentativa da punção intravenosa periférica e os secundários, o número de tentativas, a causa do insucesso do procedimento e a facilidade da punção percebida pelos profissionais com o uso das tecnologias. Os dados foram apresentados segundo a frequência absoluta e relativa, medidas centrais e de dispersão, aplicando-se os testes de McNemar, T pareado e Modelo Logístico Múltiplo, fixando-se em 5% o nível para rejeição da hipótese de nulidade (α=0,05). Resultados: O cruzamento ocorreu com 143 crianças, 69 no grupo A e 74 no grupo B. Os grupos foram compostos predominantemente por meninas, escolares, eutróficas, com pele mais pigmentada. O sucesso na primeira tentativa do procedimento guiado pela radiação infravermelha foi de 65,2% no grupo A e 55,4% no grupo B. Já o procedimento realizado com o uso do LED teve índice de 44,9% no grupo A e 50,0% no grupo B, sem significância estatística. O número de tentativas foi de 1,4 para ambos os grupos quando se utilizou a radiação infravermelha, e de 1,5 no grupo A (p=0,022) e 1,6 no grupo B, quando o LED orientou a punção. A principal causa de insucesso foi o hematoma em ambos os grupos. Os profissionais relataram ser mais fácil puncionar com ambos os dispositivos (p<0,001). Verificou-se na análise multivariada que 51,5% das crianças que tinham os vasos difíceis de serem visualizados (p=0,022) e 49,8% das que tinham complicações prévias relacionadas a terapia intravenosa (p=0,008) obtiveram sucesso na primeira tentativa do procedimento. Avaliando-se o índice de sucesso na primeira tentativa de punção, independente do grupo de estudo, evidenciou-se 60,3% de sucesso no procedimento. Conclusão: O sucesso da punção intravenosa periférica foi estatisticamente semelhante entre os grupos. O índice de sucesso foi superior a 60%, evidenciando que equipamentos que auxiliam a visualização da rede venosa periférica de crianças com risco para difícil cateterização podem facilitar o sucesso do procedimento na primeira tentativa.
Dissertações de Mestrado |
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A assistência ao negro na instituição asilar do Juquery
Autor: Amanda Carolina Franciscatto Avezani | Orientação: Joao Fernando Marcolan | Mestrado 2021
Palavras Chave: Assistência à saúde mental; História da psiquiatria; Negros; Hospital psiquiátrico; Racismo; Exclusão social
Resumo
Objetivo: Desvelar a assistência prestada aos negros (as) no período de 1898 a 1930 no Hospício do Juquery, considerados o contexto social e a hegemonia do saber médico da época. Método: Estudo qualitativo, exploratório-descritivo, utilizado referencial da análise documental. Realizada a análise de todos os prontuários de internados no período (cerca de 6.300) no Arquivo do Patrimônio Histórico Cultural do Complexo Hospitalar do Juquery, sendo aproximadamente 1.400 de negros (as) dos quais foram incluídos 457 prontuários, sendo 140 mulheres e 317 homens. O período selecionado abarcou as direções de Francisco Franco da Rocha e Antônio Carlos Pacheco e Silva, cujos ideários influenciaram substancialmente as diretrizes institucionais e nacionais adotadas e compreendeu a Primeira República (1889-1930) com características ostensivas, violentas e legitimadas assumidas pelo racismo na época. Critérios de inclusão ser denominado negro (a), pardo (a), caboclo (a), moreno (a) ou mulato (a) de ambos os sexos com mínimo de 14 anos de idade, internados no período. A não inclusão de prontuário por não ter dados suficientes para atender aos objetivos. Na pesquisa documental utilizou-se de métodos e técnicas para apreender, compreender e analisar os dados dos prontuários escolhidos sendo extraídas informações essenciais de acordo com instrumento elaborado pelos pesquisadores para atingir os objetivos do estudo. O contexto considerou o exame social no qual o documento foi produzido e o autor se encontrava inserido e aqueles a quem a documentação foi destinada. Analisou-se conjuntura política, econômica, social e cultural que acompanhou a produção dos prontuários. Resultados: Poucos internados foram considerados com algum tipo de instrução e quando presente, era considerada primária, rudimentar ou elementar. A procedência em geral era de institutos disciplinares, cadeias, delegacias, penitenciárias, recolhimentos e determinações judiciais. Boa parte dos diagnósticos se relacionava a questões raciais como a paralisia geral progressiva, alcoolismo, vadiagem, degeneração e eugenia e comportamento fora dos padrões sociais aceitos, principalmente para as mulheres, com visões machistas, patriarcais e moralistas que não eram compatíveis com o cotidiano da maioria das mulheres, que foram consideradas imorais e anti-higiênicas e por isso excluídas com a internação. Aspectos culturais foram também criminalizados ou receberam versões médicas. Receberam tratamentos clínicos que não justificaram a internação e o tempo da mesma. A maioria não tinha proposta terapêutica descrita a reforçar a hipótese da intenção que manter esses sujeitos no Hospício não ocorria para a proposta de cuidado. A violência institucional sob a justificativa de disciplina e caráter moralizador, que recaiu de maneira tão devastadora sob os participantes, poderia ainda ser percebida de maneira mais acentuada a partir da rotunda. A violência institucional se fez presente mascarada sob o pretexto de tratamento de muitas outras formas (clinoterapia, piretoterapia, malarioterapia, insulinoterapia, cardiazol). O abandono e desassistência se tornaram cenário devido a destacado número de participantes que tiveram parasitoses, caquexia, desnutrição, anemia e parte expressiva dos prontuários analisados apontaram a morte como desfecho da internação. A psiquiatria exerceu protagonismo como política de intervenção, com o seu saber-poder, que incidiu sobre o individual e coletivo, com efeitos disciplinares e regulamentadores em época que buscava se constituir a partir de um projeto de nação moderna, ordeira, em plena ascensão econômica e principiava pela exclusão dos indesejáveis. Conclusão: Assistência psiquiátrica aos negros (as) no Hospício do Juquery foi estruturada em paradigmas racistas, sexistas, patriarcais e moralistas. As práticas foram caracterizadas por opressão, vigilância, violência, descaso, negligência, repressão, reificação e por desfecho a morte.
A formação do profissional de enfermagem frente à dimensão espiritual do paciente crítico
Autor: Aline Fernanda Araújo Palmeira | Orientação: Vanessa Ribeiro Neves | Mestrado 2021
Palavras Chave: Espiritualidade; Capacitação Profissional; Educação em Enfermagem; Enfermeiras e Enfermeiros; Enfermagem de Cuidados Críticos
Resumo
Objetivo: Descrever e analisar a formação dos profissionais de enfermagem frente à dimensão espiritual do paciente crítico. Método: Pesquisa descritivo exploratória, de natureza qualitativa, utilizando a História Oral Temática como referencial metodológico. A pesquisa foi realizada com profissionais de enfermagem, sendo nove enfermeiros e cinco técnicos de enfermagem, de um hospital universitário da cidade de São Paulo, todos com, no mínimo, dois anos de experiência em Unidade de Terapia Intensiva. Os profissionais foram entrevistados seguindo-se um roteiro de perguntas sobre o perfil sociodemográfico e os conhecimentos a respeito da formação dos participantes quanto à espiritualidade e o atendimento de enfermagem à dimensão espiritual do paciente crítico. Os discursos foram transcritos, transcriados e submetidos à análise de conteúdo proposta por Bardin, na modalidade temática. Resultados: A análise das narrativas resultou em três categorias: Conceito de espiritualidade, que apontou tanto o significado quanto os conflitos conceituais entre espiritualidade e religiosidade; Espiritualidade na formação de Enfermagem, na qual ética, religião e prática profissional foram consideradas fontes de aprendizado; e Espiritualidade na Unidade de Terapia Intensiva, que apresentou entraves ao atendimento espiritual do paciente crítico, como a mecanização do cuidado, o foco nas questões biológicas e a cultura organizacional. Considerações finais: A atuação de enfermeiros e técnicos de enfermagem no atendimento à dimensão espiritual do paciente crítico é fundamentada na ética profissional. No entanto, a ausência do tema durante a formação desses profissionais leva à prática empírica, o que os distancia da prática baseada em evidências.
Adaptação transcultural e validação para a Língua Portuguesa do Brasil do instrumento “Health Sciences Evidence Based Practice Questionnaire (HS-EBP) ”
Autor: Rubia Cristina Bozza Schwenck | Orientação: Edvane Birelo Lopes de Domenico | Mestrado 2021
Palavras Chave: Prática Clínica Baseada em Evidências; Estudo de Validação; Educação Continuada; Administração de Serviços de Saúde
Resumo
INTRODUÇÃO: A prática baseada em evidência científica é um desafio para o qual é necessário desenvolver estratégias individuais e organizacionais, incluindo o domínio de fatores que interferem na sua utilização pelos profissionais da saúde. O instrumento “Health Sciences Evidence Based Practice Questionnaire” - HS-EBP - avalia as diferentes dimensões da construção da prática baseada em evidência como um processo para responder às situações decorrentes da prática clínica diária. OBJETIVOS: Adaptar transculturalmente o instrumento Health Sciences Evidence Based Practice Questionnaire para a língua portuguesa do Brasil e avaliar suas qualidades psicométricas. MÉTODO: Estudo metodológico, transversal e quantitativo, dividido em duas etapas. A primeira etapa compreendeu a adaptação transcultural e a validade do instrumento, ambas com suas respectivas fases. Na segunda etapa, aplicou-se o instrumento em estudo de campo com profissionais da saúde. A confiabilidade do instrumento foi avaliada por meio da consistência interna pelo coeficiente alfa de Cronbach e da estabilidade pelo teste-reteste. Para a validação convergente utilizou-se o instrumento Questionário de Prática Baseada em Evidências e Efetividade Clínica. Aplicado o índice de correlação de r de Pearson. Realizada análise fatorial confirmatória. RESULTADOS: Validade de conteúdo obtida na terceira rodada, título final: Questionário HS-EBP- Prática Baseada em Evidência nas Ciências da Saúde, aplicado em 305 profissionais da saúde, sendo 53,1% enfermeiros, 15,7% fisioterapeutas, 7,9% médicos, 7,5% biomédicos, 6,65% nutricionistas, 5,6% farmacêuticos, 2,3% psicólogos e 1,3% fonoaudiólogos. Dos participantes, 85,9% com curso de pós graduação ou especialização, 6,9% com mestrado, 3% com doutorado. Predomínio do sexo feminino, n:254 (83,3%), idade média de 35 anos. A confiabilidade foi verificada por meio da consistência interna, coeficiente alfa de Cronbach (0,970), similar à versão original, e da estabilidade teste-reteste pelo índice de correlação r de Pearson (r = 0,766) que indicou uma correlação forte. Para a validação convergente foi aplicado o índice de correlação de Pearson (r = 0,683) positivo e com correlação moderada entre os instrumentos. Teste Qui-Quadrado foi significativo (<0,001) para todos os modelos obtidos, em todos os modelos testados. Conclusão: O Questionário HS-EBP (Prática Baseada em Evidência nas Ciências da Saúde), na versão brasileira, mostrou-se válido e confiável para reprodutibilidade.
Adesão ao tratamento farmacológico e comportamento de autocuidado de pacientes com insuficiência cardíaca
Autor: Jannaina Gomes de Lima | Orientação: Juliana de Lima Lopes | Mestrado 2021
Palavras Chave: Insuficiência cardíaca; Autocuidado; Adesão à medicação; Enfermagem; Cardiologia
Resumo
Objetivos: Avaliar a adesão ao tratamento farmacológico e o comportamento de autocuidado de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e identificar a relação das variáveis sociodemográficas e clínicas com o nível de adesão ao tratamento farmacológico e o comportamento de autocuidado. Método: Estudo transversal e analítico realizado em um ambulatório de miocardiopatia da cidade de São Paulo. A amostra foi constituída por pacientes com IC que não apresentavam déficit visual, auditivo e ou cognitivo. A adesão ao tratamento farmacológico foi avaliada pela escala de Medida de Adesão ao Tratamento (MAT) e o comportamento de autocuidado pela European Heart Failure Self-care Behavior Scale (EHFScBS). As variáveis sociodemográficas e clínicas foram selecionadas por meio de uma revisão de literatura. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (nº 2.555.873). A descrição das variáveis quantitativas foi realizada por meio de média, desvio padrão e quartis e as variáveis qualitativas por frequências percentuais e absolutas. Foram utilizados para análise dos dados o coeficiente de correlação de Spearman, teste de Mann Whitney, teste Exato de Fisher e teste de Kruskal Wallis. Fatores que apresentaram valores de p≤0,10 e as variáveis de interesse clínico foram incluídos na análise múltipla. Foram considerados significativos valores de p≤0,05. Resultados: Foram analisados 340 pacientes, destes 90,6% foram aderentes ao tratamento medicamentoso e o escore médio de autocuidado foi de 24,7 pontos. Na análise univariada, observou-se que pacientes que tomam mais medicamentos tem uma tendência a um melhor autocuidado (p≤0,001) e pacientes sem companheiro (p=0,022), sedentários (p<0,001) e com vínculo empregatício ativo (p<0,001) tendem a ter um pior comportamento de autocuidado. Pacientes com três a cinco salários mínimos (p=0,03) e os que fazem uso de antagonistas dos receptores de mineralcorticoides (p=0,017) têm menor propensão a ser não aderente e pacientes com depressão (p=0,001) são menos aderentes ao tratamento farmacológico. Na análise múltipla, observou-se que pacientes não aderentes tem escore de autocuidado 1,2 vezes maior do que os aderentes; o aumento de uma unidade no número de tomadas de medicamentos leva a um decréscimo no escore de autocuidado cerca de 0,9%; pacientes sem companheiro têm, em média, escore de autocuidado 8% maior do que os com companheiro; pacientes com vínculo ativo têm escore de autocuidado 12% maior do que os com vínculo inativo; pacientes sedentários têm, em média, escore de autocuidado 24% maior do que pacientes não sedentários. Pacientes com renda familiar superior a três salários mínimos tem menor prevalência de não adesão ao tratamento medicamentoso; pacientes com depressão e que ingerem bebidas alcoólicas têm prevalência de não aderência 3,7 e 3,5 vezes maior, respectivamente, do que aqueles que não tem tais antecedentes. Conclusão: A maioria dos participantes eram aderentes ao tratamento medicamentoso e tinham autocuidado adequado. Os fatores relacionados ao comportamento de autocuidado foram adesão ao tratamento farmacológico, número de tomadas de medicamentos, estado civil, vínculo empregatício e sedentarismo. A adesão ao tratamento farmacológico se relacionou com o comportamento de autocuidado, renda familiar, depressão e ingestão de bebida alcóolica. A equipe interdisciplinar deve realizar intervenções para os pacientes com estas características, visando maior adesão ao tratamento farmacológico e melhora do comportamento de autocuidado.
Análise da percepção do ambiente de prática profissional dos enfermeiros que atuam em um hospital acreditado
Autor: Camila Hidemi Danno | Orientação: Elena Bohomol | Mestrado 2021
Palavras Chave: Segurança do paciente; Enfermagem; Ambiente de instituições de saúde; Ambiente de trabalho
Resumo
Objetivo: Avaliar o ambiente de prática profissional de enfermeiros que atuam em um hospital acreditado. Métodos: estudo do tipo survey, transversal, de abordagem quantitativa, realizado em duas etapas, em um hospital acreditado do estado de São Paulo. A população foi composta por 84 enfermeiros na primeira etapa e por 98 na segunda etapa, todos os enfermeiros foram convidados a participar do estudo, e a amostra foi selecionada por conveniência. Para a coleta de dados, foi aplicado um instrumento constituído por duas partes, sendo a primeira para a caracterização profissional com 12 questões e a segunda que compreendeu a Practice Enviroment Scale – PES versão brasileira, composta por 24 itens distribuídos em cinco subescalas. A primeira coleta ocorreu entre os meses de março e maio de 2019, foi caracterizada como Grupo 1, e a segunda coleta, realizada no mês de setembro de 2020, durante a pandemia de COVID-19, como Grupo 2. Os dados foram analisados pelo software R studio versão 1.2 5001 e o nível de significância adotado foi de p≤ 0,05. A consistência interna do instrumento foi avaliada pelo alfa de Cronbach. Resultados: Participaram do estudo, 55 (65,5%) enfermeiros no Grupo 1, destes 83,6% eram mulheres, 58,2% casados e 47,3% com idade entre 30 a 39 anos; e 53 (54,1%) enfermeiros no Grupo 2, destes 83% eram mulheres, 54,7% casados e 50,9% com idade de 30 a 39 anos. O alfa de Cronbach para o instrumento geral foi de 0,93 e 0,92, respectivamente, para as subescalas variou entre 0,71 e 0,84 no Grupo 1 e entre 0,77 e 0,87 no Grupo 2. A média geral da Practice Environment Scale – PES versão brasileira foi favorável apresentando médias de 3,1 e 3,3, respectivamente, com diferença estatística significante (p = 0,04). Todas as subescalas apresentaram resultados favoráveis, com destaque para a subescala 1 “Participação dos enfermeiros na discussão dos assuntos hospitalares” com médias de 3,2 e 3,4 (p = 0,05), a subescala 4 “Adequação da equipe e de recursos” com médias de 2,8 e 3 (p = 0,04) e a subescala 5 “Relações de trabalho positivas entre médicos e enfermeiros” com médias de 3,1 e 3,3 (p = 0,04). Não apresentaram diferença estatística significante a subescala 2 “Fundamentos de enfermagem voltados para a qualidade do cuidado” com 3,2 e 3,4 (p = 0,27) e a subescala 3 “Habilidade, liderança e suporte dos coordenadores/ supervisores de enfermagem aos enfermeiros/ equipe de enfermagem” com 3,3 e 3,4 (p = 0,07). Conclusão: O ambiente de prática profissional do enfermeiro foi considerado como favorável nos dois Grupos, com avaliações favoráveis nas cinco subescalas. Verificou-se melhor favorabilidade do ambiente durante a pandemia. Mesmo apresentando linearidade nas avaliações antes e durante a pandemia. Os achados deste estudo mostram a importância de se avaliar o ambiente de trabalho para adequações institucionais com o intuito de favorecer o desenvolvimento da prática de enfermagem.
Análise das ações de melhoria de um sistema de notificação informatizado de incidentes
Autor: Renata Lima Goncalves | Orientação: Elena Bohomol | Mestrado 2021
Palavras Chave: Sistemas de informação em saúde; Gestão da segurança; Serviços de saúde; Segurança do paciente; Gestão da qualidade; Acreditação
Resumo
Objetivo: Analisar as notificações de incidentes classificados como graves e óbitos oriundos de um sistema de informações sobre segurança do paciente. Método: pesquisa documental, descritiva, retrospectiva e quantitativa de incidentes notificados em um sistema de informações. Compõem o estudo 439 notificações do período de janeiro de 2013 a dezembro de 2018, organizadas em uma planilha híbrida com elementos de classificação da ferramenta Basado em Análisis Causa-Raiz e The Conceptual Framework for the International Classification for Patient Safety. Foi utilizada estatística descritiva e o projeto foi aprovado conforme o parecer 3.802.648 do Comitê de Ética e Pesquisa. Resultados: Os resultados demonstram que as notificações foram oriundas dos serviços hospitalares (98,8%), da região Sudeste (76,3%); com certificado de acreditação nível 1 (36,7%). Os pacientes eram idosos acima de 60 anos (36,7%) e os eventos eram considerados evitáveis (97,1%). A estratégia mais utilizada para a análise de causas foi a discussão com as equipes (46,2%). Os relatos apontaram que as causas eram imediatas (68,6%) e estavam associadas a plano de tratamento inadequado ou inexistente (21,9%); a fragilidade e a vulnerabilidade foram apontadas como os principais fatores intrínsecos ao paciente (61,3%); como consequência organizacional, a maioria resultou em aumento adicional dos recursos para tratamento e exames (43%). As principais ações de melhoria foram: para o paciente, a disponibilidade de instrução e formação (51%); para os profissionais, as orientações (30,3%); e para a organização, a melhoria da cultura de segurança (19,8%). Conclusão: Verificou-se a importância de se analisar os eventos adversos que trouxeram danos graves e mortes por permitirem entender a urgência em discutir o assunto nas instituições. Destacou-se a necessidade de implementar ações que melhorem as condições processuais de trabalho dos profissionais, a urgência de se aprender com os erros e o desenvolvimento de lideranças para gerenciar com aspectos tão delicados em relação à vida das pessoas dentro do sistema de saúde.
Análise de custos no período pós-transplante hepático
Autor: Deyvid Fernando Mattei da Silva | Orientação: Bartira de Aguiar Roza | Mestrado 2021
Palavras Chave: Transplante; Transplante hepático; Custos e análise de custos; Transplante de órgãos; Período pós-operatório; Enfermagem
Resumo
Introdução: O transplante hepático é um procedimento cirúrgico de alta complexidade e indicado para paciente com doença hepática terminal, consiste na extração do fígado de um doador falecido ou vivo com a finalidade de substituir o fígado ineficiente de outra pessoa. Trata-se de um procedimento de alta complexidade e alto custo, realizado em poucos hospitais no Brasil, com alta demanda de pacientes aguardando a doação de órgão e ao mesmo tempo com um sistema escasso de doadores. Objetivo: Analisar os custos hospitalares no período pós-transplante hepático. Métodos: Tratou-se de um estudo de coorte retrospectiva com abordagem quantitativa, avaliação econômica parcial que utilizou a metodologia de microcusteio e macrocusteio para avaliação de custos, realizado no Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, que possuía 153 leitos e realizava transplantes hepáticos, foram analisados dados coletados por meio de registros multiprofissional nos prontuários dos pacientes transplantados hepáticos no período de janeiro a dezembro do ano de 2018, identificou as relações das variáveis idade, sexo, Model of End-Stage Liver Disease, tempo de isquemia do enxerto, infecção, óbito e custos. Resultados: A idade média dos pacientes foi de 57,7 anos dp 10,7, escore médio Model of End-Stage Liver Disease foi de 18,7 pontos e a amostra era composta 65% por homens. Os pacientes foram transplantados majoritariamente por hepatite C (37,5%). Dos 40 pacientes, 26 (65,0%) receberam alta depois do transplante e não tiveram infecção durante a internação, 3 (7,5%) receberam alta após um episódio de infecção, 3 (7,5%) faleceram após um episódio de infecção, 8 (20,0%) faleceram sem apresentar infecção hospitalar. Os pacientes que adquiriram infecção tiveram pontuação de Model of End-Stage Liver Disease mais elevada comparando com pacientes que não adquiriram infecção. O acréscimo de uma hora de isquemia fria do enxerto apresentou um aumento médio de 2,6 vezes na chance de infecção por hora, ajustado por idade e Model of End-Stage Liver Disease. O paciente que adquiriu infecção e teve alta ficou em média 52 dias internado, o que teve infecção e foi a óbito 38.3 dias, o paciente que recebeu alta e não teve infecção ficou 25.8 dias e o que foi a óbito e não teve infecção ficou em média 5 dias internado. Custos: o paciente que teve alta hospitalar sem infecção pós-transplante custou em média 58,2 mil reais, os que foram a óbito sem infecção custaram 17,9 mil reais, já os que apresentam alguma infecção no período pós-transplante e tiveram alta custaram em média 121,8 mil reais, e se tiveram infecção e foram a óbito no hospital custaram 148,4 mil reais. Conclusão: O aumento de custo hospitalares no período pós–transplante hepático está relacionado a presença de infecção, tempo de isquemia fria do enxerto elevado e risco de óbito com infecção. Os custos com internações em Unidade Terapia Intensiva e enfermaria foram os mais representativos no período pós-transplante. A diferença de avaliação da análise de microcusteio e macrocusteiro foi minimamente significativa.
Avaliação do risco de quedas em pessoas idosas: associação entre barreiras para adesão ao uso de medicamentos e apoio social
Autor: Cristiane Regina Soares | Orientação: Meiry Fernanda Pinto Okuno | Mestrado 2021
Palavras Chave: Acidentes por quedas; Idoso; Apoio social; Cooperação e adesão ao tratamento; Adesão à medicação; Barreiras ao acesso aos cuidados de saúde; Interações medicamentosas; Incompatibilidade de medicamentos
Resumo
Introdução: As pessoas estão envelhecendo, e a maioria delas tende a desenvolver doenças crônicas não transmissíveis. Os tratamentos para essas doenças normalmente exigem a utilização de medicamentos por longo prazo, e, na população idosa, a não adesão contribui para eventos adversos, como a ocorrência de quedas, causando aumento do tempo de permanência e das readmissões nos hospitais, além de pior qualidade de vida. Objetivos: Avaliar o risco de quedas em pessoas idosas a partir da associação entre barreiras para adesão ao uso de medicamentos e o apoio social. Método: Estudo transversal, realizado em um ambulatório em São Paulo capital, com 117 idosos no ano de 2019. Foram utilizados os instrumentos Medical Outcomes Study, Escala de Risco de Quedas de Downton, teste de Morisky-Green e Brief Medical Questionnaire. As variáveis contínuas ao serem comparadas com Escala de Risco de Quedas de Downton e o Brief Medical Questionnaire foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Para comparar o apoio social percebido com as barreiras à adesão terapêutica medicamentosa e o risco de quedas, foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Resultados: Os idosos com barreiras a terapêutica medicamentosa na categoria recordação apresentaram maior percentual de alto risco de queda, e aqueles com baixa e média adesão apresentaram maior percentual de risco de queda do que pacientes com alta adesão. Os idosos com alto risco para quedas tiveram menor percepção de apoio social quando comparados aos sem risco de queda. Aqueles sem barreiras no domínio comportamento para a adesão ao tratamento apresentaram maiores escores na dimensão emocional/informação que os com barreias para o comportamento. Conclusões: Este estudo pode contribuir para o melhor planejamento do cuidado do enfermeiro, ao mostrar que a avaliação das barreiras, da adesão à terapêutica medicamentosa, do risco de quedas e do apoio social dos idosos permite que os enfermeiros empoderem e capacitem a rede de apoio, para que ela seja um recurso para a promoção de cuidado e do bem-estar do idoso. Descritores: Acidentes por quedas; Idoso; Apoio social; Cooperação e adesão ao tratamento; Adesão à medicação; Barreiras ao acesso aos cuidados de saúde; Interações medicamentosas; Incompatibilidade de medicamentos.
Bloqueio de luz azul na qualidade do sono e sonolência diurna em pacientes com infarto agudo do miocárdio: ensaio clínico randômico
Autor: Fernanda Aparecida Ferraro | Orientação: Ariane Ferreira Machado Avelar | Mestrado 2021
Palavras Chave: Sono; Infarto agudo do miocárdio; Unidade de terapia intensiva; Enfermagem; Luz; Ambiente
Resumo
Objetivo: Verificar a percepção da qualidade do sono e sonolência diurna de pacientes internados em unidade de terapia intensiva após evento primário de infarto agudo do miocárdio, submetidos ou não ao bloqueio da luz azul durante o período noturno; refletir sobre os principais instrumentos disponíveis para avaliação subjetiva do sono e aplicabilidade na prática clínica em pacientes hospitalizados. Métodos: Ensaio clínico randômico, controlado, paralelo e aberto com indivíduos internados em unidade de terapia intensiva cardiológica após primeiro evento de infarto agudo do miocárdio; e estudo de reflexão sobre a aplicabilidade para indivíduos hospitalizados de instrumentos utilizados no Brasil na avaliação subjetiva do sono. Os pacientes do ensaio clínico foram aleatoriamente alocados em dois grupos de estudo, Grupo experimental (uso de óculos que bloqueia a luz azul no período noturno) e Grupo controle (submetidos às condições luminosas habituais da unidade). Foram avaliadas variáveis de caracterização da amostra, qualidade subjetiva do sono (“Questionário de qualidade do sono em UTI cardiológica”) e escala de sonolência de Stanford. Foram utilizados testes Exato de Fisher e Mann-Whitney, com nível de significância de 5%. Resultados: Foram avaliados 18 indivíduos, sendo 10 (56,6%) no Grupo Experimental e 8 (44,4%) no Grupo Controle. Os pacientes do Grupo Controle relataram mais interrupções do sono (7;87,5%) e mais sonolência diurna (7;70,0%) em comparação ao Grupo Experimental (3;37,5% e 2;25,0%, respectivamente), sendo que o uso dos óculos pareceu ser um fator de proteção contra interrupções (RR:0,36(95% IC:0,1-0,9); p=0,119). A qualidade subjetiva do sono foi classificada como boa ou regular, independente do grupo de estudo. Conclusão: o uso dos óculos com bloqueio de luz azul não influenciou a qualidade do sono e sonolência diurna em pacientes com o primeiro evento de infarto agudo do miocárdio internados em uma unidade de terapia intensiva cardiológica, no entanto utilizar os óculos pareceu ser um fator de proteção para as interrupções do sono no período noturno. Verifica-se escassez de alternativas de instrumentos de avaliação subjetiva do sono que contemplem todos os fatores intervenientes no sono do indivíduo hospitalizado, além da qualidade do sono no domicílio, que poderá impactar diretamente na qualidade do sono no hospital.
Comparação da adesão medicamentosa no Diabetes Tipo 2 com e sem transplante renal
Autor: Fernanda de Oliveira Procópio | Orientação: Janine Schirmer | Mestrado 2021
Palavras Chave: Diabetes Mellitus; Transplante de Rim; Adesão à medicação; Enfermagem
Resumo
Introdução: A realização do transplante renal (TXR) é considerada uma alternativa terapêutica de bom prognóstico para a Doença Renal Crônica. O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) não controlado é uma das principais causas de lesão renal. A adesão a terapêutica é essencial para uma promissora evolução do transplante e minimização das comorbidades causadoras e/ou associadas a esse processo. A partir desses conhecimentos a pesquisa em questão busca compreender se a realização do TXR alterou a adesão aos medicamentos para o DM2. Objetivo: Analisar a adesão ao tratamento medicamentoso em pessoas com Diabetes Mellitus do Tipo 2 submetidas à TXR e comparar com pessoas com DM do tipo 2 não submetidas ao TXR. Método: Estudo comparativo. Os locais do estudo foram no Centro de Diabetes da Unifesp (Grupo 1) e no Ambulatório de Pós-Transplante Renal do Hospital do Rim e da Hipertensão (Grupo 2) ambos na cidade de São Paulo. Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos com diagnósticos de DM2 prévios ao transplante e que estivessem em uso de medicações para o controle do DM2. A coleta de dados foi de outubro de 2017 a outubro de 2018. Foram aplicados aos participantes Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, questionário sócio clínico, Medida de Adesão ao Tratamento Medicamentoso no Diabetes Mellitus – antidiabéticos orais e insulina, e escala de ansiedade e depressão. O registro do projeto no Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) é CEP/UNIFESP n: 0712/2017. Resultado: Amostra composta de 107 pacientes (Grupo 1: 56 e Grupo 2: 51) com maior prevalência de homens, com média de idade de 63,3 anos, da região metropolitana de São Paulo, aposentados, casados, com sobrepeso ou obesidade, sem sintomas de ansiedade e depressão. A média de medicações diferentes utilizada foi 8,7. Os pacientes autorreferiam ter adesão a medicações para o DM de modo similar nos dois grupos. Os resultados da hemoglobina glicada variaram entre 8,3 e 8,7% entre os grupos. Discussão: Observamos comportamentos semelhantes entre os grupos e superestimação da adesão autorreferida. A equipe multidisciplinar pode auxiliar nesse processo, ajustando também de forma personalizada as medicações receitadas aos pacientes. Conclusão: Conclui-se que o TXR não alterou a adesão ao tratamento medicamentoso do DM2.
Controle de infecção em unidade de medicina diagnóstica extra-hospitalar: biopsia de próstata
Autor: Patrícia Mitsue Saruhashi Shimabukuro | Orientação: Monica Taminato | Mestrado 2021
Palavras Chave: Controle de infecção; Serviços de diagnóstico; Bióspia; Doença prostática; Enfermagem
Resumo
Introdução: O atendimento extra-hospitalar é caracterizado pelo procedimento realizado a pacientes que não se encontram em regime de internação em hospital. O risco de aquisição de infecção em serviços extra-hospitalares normalmente é baixo, existem estudos que demonstram a ocorrência e a dinâmica da transmissão de microrganismos, porém são dados escassos. A falta desses dados acaba gerando uma dificuldade em diagnosticar infecções relacionadas à assistência à saúde devido a curta permanência do paciente e pela dificuldade de diferenciar as infecções adquiridas na comunidade. Objetivo: Identificar, avaliar sistematicamente e sumarizar as melhores evidências científicas disponíveis sobre o evento adverso relacionados à infecção relacionado ao procedimento ambulatorial de biópsia de próstata, identificar os principais microrganismos, o perfil de resistência bacteriana dos pacientes submetidos a biópsia de próstata no ambiente ambulatorial na vigência de profilaxia antimicrobiana. Método: Revisão sistemática de Infecção Relacionada à Biopsia de Próstata e um estudo tipo coorte retrospectivo para avaliação da prevalência dos sintomas infecciosos relacionados ao procedimento de biópsia de próstata realizados no ambiente extra-hospitalar no período de 2016 a 2018, correlacionando os exames realizados (hemocultura e urocultura) e o perfil de resistência aos antimicrobianos. Resultados: Os resultados foram apresentados em forma de dois artigos. No artigo 1 foram incluidos 13 artigos na revisão, os aspectos avaliados foram a utilização de antibioticoprofilaxia, material coletado para análise microbiológica, microrganismo isolado e perfil de sensibilidade. Foi observado a importância de se realizar um protocolo institucional para a realização da profilaxia antimicrobiana nos pacientes submetidos ao exame biópsia de próstata. No artigo 2 foi estudado o período de janeiro de 2016 a dezembro de 2018, com a realização de 3570 exames de biópsia de próstata, os 491 pacientes incluídos no estudo foram os que apresentaram sinais e sintomas após a sua realização, os critérios utilizados foram os descritos pelo Centers Diseases Control (CDC). Dos 491 pacientes (11,7%) apresentaram critérios de infecção após o exame, destes 38 (9%) pacientes apresentaram critérios para internação hospitalar e os dados corroboram com as evidências encontradas na Revisão Sistemática. Conclusão: No artigo 1, Ressalta a importância da instituição de saúde possuir um protocolo para profilaxia antimicrobiana visando evitar a resistência microbiana e assim direcionar o tratamento em caso de sinais infecciosos após a realização do exame. No artigo 2, notamos as características dos pacientes submetidos ao exame de biópsia de próstata, os sinais e sintomas mais comuns e a importância do monitoramento do paciente após a realização do exame. Em ambos os artigos, destacamos a importância de se instrumentalizar a atividade do enfermeiro no controle de infecção nas unidades de medicina diagnóstica, bem como elaborar protocolos adaptados a esta realidade.
Duração do efeito analgésico da fotobiomodulação na dor mamilar de puérperas em amamentação
Autor: Maria dos Remédios da Silva Alves | Orientação: Kelly Pereira Coca | Mestrado 2021
Palavras Chave: Aleitamento materno; Terapia laser de baixa intensidade; Lesão mamilar; Dor
Resumo
Introdução: O laser de baixa potência apresenta vários benefícios, como: ação analgésica, anti-inflamatória e de reparação tecidual. O dispositivo mostrou-se promissor para o alívio da dor de mulheres com lesão mamilar, porém há necessidade de mais estudos que possam demonstrar a frequência terapêutica necessária para o manejo da dor mamilar. Objetivo: Analisar a duração do efeito analgésico do laser vermelho de baixa potência por meio da comparação do nível da dor mamilar entre as mulheres do grupo controle e intervenção. Método: Ensaio clínico piloto, duplo cego, randomizado e controlado, realizado no alojamento conjunto de uma maternidade filantrópica de baixo risco. Foram incluídas 31 puérperas com dor e lesão mamilar, cujos bebês eram nascidos a termo e pesavam mais de 2.500 gramas ao nascer. As mulheres foram randomizadas em grupo: controle (n=16) e intervenção (n=15), além de estratificadas em primíparas e multíparas cada grupo homogeneização. A intervenção foi a irradiação do laser (MMOPTICS, Recover) vermelho (660nm), área do spot 0,03cm, potência de 100mW, 2J, 66,6J/cm², irradiado em contato por 20 segundos, um ponto centralizado na lesão em modo contínuo. A escala verbal numérica foi utilizada para a avaliação da dor imediatamente antes e após 2, 4, 6 e 8 horas da intervenção. Para a comparação entre os grupos foram utilizados os testes Qui-quadrado t-Student, a comparação da dor utilizou-se o teste não paramétrico de Friedman e a sua duração os testes de Variância para medida repetida e o t-pareado. Foi considerado um nível de significância de 0,05. Resultado: A média de dor antes da irradiação do laser no grupo Controle na mama direita foi 5.2 e, na mama esquerda, 6.3; no grupo Intervenção, foi de 4.1 e 6.6, respectivamente. O efeito analgésico das 4 horas após a irradiação diferiu dos demais tempos de avaliação (p= 0,01), no entanto não há diferença estatística na comparação entre os tempos. O nível de dor das mulheres sofreu redução gradativa em ambos os grupos, sendo maior no grupo experimental, porém sem relevância estatística. Conclusão: O efeito analgésico nos parâmetros estudado parece durar até 4 horas. Este achado poderá contribuir para a construção de protocolos com posologia mais específica em novas pesquisas com mulheres com dor na presença de lesão mamilar.
Efeitos da terapia Reiki sobre o estresse e a resiliência entre estudantes de enfermagem: ensaio clínico randomizado
Autor: Daniele Santiago Pereira | Orientação: Karen Mendes Jorge de Souza | Mestrado 2021
Palavras Chave: Terapias complementares; Toque terapêutico; Estresse psicológico; Resiliência psicológica; Estudantes de enfermagem
Resumo
Objetivo: Analisar os efeitos da terapia Reiki sobre o estresse e a resiliência entre estudantes de Enfermagem. Métodos: Ensaio clínico randomizado controlado, realizado com uma amostra inicial de 124 estudantes, sendo 62 no Grupo Intervenção e 62 no Grupo Controle. Após perdas de seguimento, a análise foi desenvolvida com uma amostra final de 62 estudantes, sendo 35 no Grupo Intervenção (recebeu terapia reiki) e 27 no Grupo Controle (não recebeu terapia reiki). Para a definição dos grupos, os participantes foram selecionados de forma aleatória. O estudo foi realizado em São Paulo – SP, no período de fevereiro a setembro de 2020. Em virtude da pandemia Covid-19, três foram os períodos para a coleta de dados: (1º) De 04/02 a 28/02 - fase presencial com estudantes da 2ª, 3ª e 4ª séries; (2°) De 13/03 a 14/03 - fase presencial com estudantes da 1ª série; e (3°) De 25/08 a 08/09 - fase à distância com estudantes da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries. Para uniformização da intervenção, nas fases presencial e à distância, foi realizado um treinamento prévio com os terapeutas envolvidos, conduzido pela pesquisadora, mestre em Reiki. Para caracterização dos participantes, foram coletadas as variáveis, sócio-demográfica e acerca do conhecimento sobre Reiki. Para avaliar o nível de resiliência, foi utilizada a Escala de Resiliência e para o nível estresse, a Escala de Estresse Percebido. Ambos os instrumentos são validados. Os dados foram analisados utilizando o software R versão 4.0.4. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), sob o número do Parecer 4.201.138 e registrada na plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (REBEC) RBR-397cvd9. Resultados: Entre os participantes, a maioria é do sexo feminino, solteira, branca e sem religião, com predominância no Grupo Intervenção. No que se refere à idade, a média é de 22,23 anos. Todos os participantes dos Grupos Intervenção e Controle consideram que a terapia Reiki pode contribuir para a saúde e bem-estar. Foi verificada a diminuição da pontuação total do estresse percebido nos dois grupos estudados, contudo a diferença observada no período antes e depois da aplicação no grupo intervenção é significativamente maior. A resiliência quase não se mostrou significativa no grupo intervenção, com significância apenas para a capacidade de lidar com várias coisas ao mesmo tempo. Conclusão: Os dados evidenciaram que a aplicação de reiki diminuiu o estresse dos participantes, porém não foi capaz de melhorar o nível de resiliência na maioria dos quesitos que o instrumento avalia.
Efeitos maternos e perinatais com o uso de essências florais no trabalho de parto: ensaio clínico, randomizado e controlado
Autor: Anna Paula Frassom da Silva Magaton | Orientação: Marcia Barbieri | Mestrado 2021
Palavras Chave: Ansiedade; Trabalho de Parto; Dor do Parto; Essências Florais; Cardiotocografia
Resumo
O trabalho de parto possui mecanismos e períodos fisiológicos que ocorrem com o objetivo de expelir o concepto, bem como, a placenta e seus anexos. Esta fisiologia, inerente ao organismo humano, pode ser acompanhada de dor, que por sua vez desencadeia ansiedade, medo e tensão repercutindo em alterações emocionais, psicológicas e biológicas maternas que podem acometer diretamente o feto. O presente estudo objetivou analisar os efeitos das essências florais durante o trabalho de parto como terapia não farmacológica sobre as respostas clínicas e obstétricas maternas e clínicas perinatais. Trata-se de ensaio clínico experimental, randomizado, controlado e triplo cego no qual foi utilizado desenho de pré e pósintervenção com medidas repetidas entre 164 parturientes de risco obstétrico habitual, divididas entre dois grupos para as quais foram ministradas essências florais e placebo, respectivamente. Os resultados revelam, com relação aos aspectos maternos, que a essência floral Five Flower apresentou importante função perante os fatores potencializadores do trabalho de parto, subdivididos em scores 1, 2 e 3. O score 1 foi composto por fase ativa do trabalho de parto, score 2 por fase ativa e uso de indutor ou membranas ovulares rotas, score 3 fase ativa, membranas ovulares rotas e uso de indutor. Observou-se, quanto aos parâmetros clínicos, discreta elevação da pressão arterial sistólica no grupo Experimental e homogeneidade entre os grupos nos demais parâmetros, pressão arterial diastólica, pulso e respiração. Houve aumento da frequência, intensidade e atividade uterina contrátil de forma equilibrada no Grupo Experimental, o que não ocorreu no Grupo Controle. A essência floral Five Flower contribuiu para a redução do tempo desde o início da intervenção ao nascimento nos scores 2 e 3, em 110 e 195 minutos, respectivamente, além de promover maior número de partos vaginais (p=0,038). No feto, a análise do exame cardiotocográfico revelou concentração de variabilidade moderada, ausência de desacelerações e categorização padrão fisiológico quando comparado ao Grupo Controle. No recém-nascido, pode-se constatar melhores condições de nascimento. Conclui-se que a essência floral Five Flower, proporcionou às parturientes do Grupo Experimental nível de consciência que facilitou o processo fisiológico do nascimento, ativando mecanismos de enfrentamento em relação a dor, ao stress e a ansiedade, trazendo como resultado equilíbrio emocional e físico, refletindo positivamente nos parâmetros clínicos, obstétricos e perinatais.
Eficácia da técnica convencional de fluxo com solução fisiológica para retirada de resíduos de soluções de cloridrato de vancomicina de sistemas de infusão parenteral com câmara graduada e equipo
Autor: Kamila Alberto Mendes | Orientação: Maria Angelica Sorgini Peterlini | Mestrado 2021
Palavras Chave: infusões intravenosas; Vancomicina; Erros de medicação; Segurança do paciente; Enfermagem
Resumo
Objetivos: Verificar a eficácia das primeira e segunda técnicas convencionais de fluxo com solução fisiológica (SF) para retirada de resíduos de soluções de cloridrato de vancomicina do sistema de infusão parenteral com câmara graduada; comparar a eficácia destas técnicas segundo duas marcas de sistemas de infusão parenteral com câmara graduada. Materiais e Método: Pesquisa experimental desenvolvida no Laboratório de Experimentos de Enfermagem (LEEnf) da Universidade Federal de São Paulo, após aprovação institucional. A amostra foi composta por 60 sistemas de infusão parenteral com câmara graduada e equipo (buretas), sendo 30 de marca denominada como A e 30 de B. Simulou-se a técnica convencional de administração de medicamentos diluídos no interior da câmara graduada e de retirada de resíduo do sistema de infusão parenteral com SF (lavagem do equipo), e foram verificados pH e osmolalidade das soluções. A SF foi acondicionada na câmara graduada e percorreu o equipo em fluxo livre, coletando-se 7,5mL (SF0/Béquer1) que serviu como solução controle. Em seguida diluiu-se cloridrato de vancomicina (5mg/mL) e a solução de 25 mL foi retirada do equipo em fluxo livre, coletando-se 7,5mL (vancomicina/Béquer2). Para verificar a eficácia da técnica convencional de fluxo para a retirada de resíduo de fármacos destes sistemas, introduziram-se 15mL de SF na câmara graduada vazia, abriu-se o sistema para lavagem em fluxo livre e coletou-se duas alíquotas de 7,5mL cada para análise, uma correspondendo ao volume inicial (SF1/Béquer 3) e outra ao final (SF1/Béquer 4). Similares técnica e análise foram realizadas para estudar a eficácia de realização de uma segunda lavagem com SF para retirada de resíduo de cloridrato de vancomicina (SF2/Béquer 5 e SF2/Béquer 6). As medidas de pH e osmolalidade ocorreram em duplicata e os dados submetidos a análise de medidas de tendência central e dispersão, aplicando-se o teste de Wilcoxon para análise de variância (p≤0,05). Resultados: Foram realizadas 900 análises (720 de pH e 180 de osmolalidade). Ao comparar as médias dos valores de pH de SF0/Béquer1 (5,88±0,42) com SF1/Béquer4 (4,90±0,32), verificou-se diferença estatisticamente significante (p<0,001). A comparação entre SF0/Béquer1 e SF2/Béquer6 (5,4±0,28) também resultou em diferença estatisticamente significante (p<0,001). A comparação entre as buretas A e B resultou em discreta diferença entre os valores (p≥0,05). Conclusão: Houve diferença estatística na comparação de valores de pH entre as soluções anteriores e posteriores à técnica de lavagem, sugerindo a presença de resíduo de cloridrato de vancomicina no dispositivo, mesmo depois da segunda técnica de fluxo com SF para retirada de resíduos de soluções de cloridrato de vancomicina do sistema de infusão parenteral.
Escala de avaliação da rede venosa Venous International Assessment (VIA): tradução para a Língua Portuguesa do Brasil, adaptação transcultural e proposta de revisão (VIA-R)
Autor: Mayara Lopes | Orientação: Mavilde da Luz Goncalves Pedreira | Mestrado 2021
Palavras Chave: Estudos de Validação; Cateterismo Periférico; Dispositivos de Acesso Vascular; Segurança do Paciente; Enfermagem Oncológica
Resumo
Objetivos: Realizar a validação da tradução e da adaptação transcultural para a língua portuguesa do Brasil da Venous International Assessment Scale (VIA-Scale). Material e Método: Trata-se de um estudo de delineamento metodológico, para o qual se obteve permissão dos autores da escala original e aprovação do Comitê de Ética. Delinearam-se processos de tradução e retrotradução do instrumento, sínteses das versões e aprovação dos autores da versão proposta na retrotradução. Para a validação da tradução para a língua portuguesa, por meio da técnica Delphi, formou-se um comitê de sete juízes especialistas na área. O consenso na primeira rodada foi analisado por meio dos cálculos da pontuação do item (mínimo de 21 pontos) e dos índices mínimos de 0,8 para a validade de conteúdo do item e da escala. Houve a sugestão de incorporar à escala conteúdos explicativos expressos na validação da escala original, contudo, não incorporados ao instrumento, sendo aprovada pelos autores da escala original, decidindo-se pela proposição de versão revisada. Nas apreciações subsequentes do comitê de juízes, estabeleceram-se mínimo de 18 pontos por item e índices de validade de conteúdo de 0,7. Para a realização da adaptação transcultural foram convidados 35 profissionais especialistas na área, que realizaram a avaliação global do instrumento (índice mínimo de 0,75) por meio de seis atributos (compreensão, simplicidade, objetividade, tipicidade, relevância e credibilidade) e análise da propriedade da escala de apoiar a decisão do profissional na punção venosa periférica. Resultados: Foram necessárias três rodadas da técnica Delphi para alcance do consenso na validação da tradução. Na primeira rodada 32 (86,5%) itens foram validados e o instrumento obteve média de índice de validade de conteúdo 0,93 e de concordância universal de 0,73. Ao final das três rodadas obtiveram-se índice de validade de conteúdo de 0,96 e concordância universal de 0,78. Na etapa de análise da adequação transcultural a escala obteve índice 0,77 e 90,5% dos participantes julgaram positivamente a propriedade de apoio à decisão. Conclusão: Foi efetivado o processo de validação e adaptação transcultural para a língua portuguesa do Brasil da Escala VIA, com a proposta de forma revisada denominada como Escala VIA-R, que deverá ser submetida a processo de validação clínica.
Fatores de risco cardiovascular preditores de readmissão de pacientes com síndrome coronariana aguda
Autor: Laís Lacerda Russomanno | Orientação: Juliana de Lima Lopes | Mestrado 2021
Palavras Chave: Síndrome coronariana aguda; Readmissão do Paciente; Fatores de risco; Avaliação de Resultados em Cuidados de Saúde
Resumo
Objetivo: Identificar os fatores de risco cardiovascular preditores de readmissão hospitalar por doença coronariana após a primeira internação de pacientes com síndrome coronariana aguda. Métodos: Estudo de coorte prospectivo. A amostra foi composta por 242 pacientes adultos na primeira internação hospitalar por síndrome coronariana aguda de um hospital especializado em cardiologia na cidade de São Paulo. O desfecho readmissão hospitalar por doença coronariana foi avaliado em 30 dias, seis meses e um ano após alta hospitalar. Fatores sociodemográficos, clínicos e de tratamento foram avaliados como potenciais preditores do desfecho. A associação entre a readmissão hospitalar e os fatores de risco foi avaliada pelo teste de Log-Rank e pelo modelo de regressão simples de Cox. Fatores cujas associações tiveram pvalor inferior a 0,20 na primeira avaliação e outras variáveis de interesse clínico foram avaliados em um modelo de regressão múltipla de Cox e valores de p<0,05 foram considerados significativos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (pareceres número 2.317.684 e 2.389.514). Resultados: Foram incluídos 216 pacientes e a incidência de readmissão foi de 15,34%. Observou-se que 93,06% dos participantes não apresentaram readmissão em até 30 dias, 86,03% em seis meses e 82,06% em um ano. O tratamento cirúrgico foi o único preditor independente de readmissão (RR=8,28; IC=1,07-64,26; p-valor=0,0431). Conclusões: Os participantes apresentavam diversos fatores de risco cardiovascular e o preditor de readmissão hospitalar por doença coronariana encontrado foi o tratamento cirúrgico.
Fatores de risco para o desenvolvimento de flebite relacionada ao uso de cateteres intravenosos periféricos em pacientes adultos
Autor: Adriana Moreira Noronha Simões | Orientação: Mavilde da Luz Goncalves Pedreira | Mestrado 2021
Palavras Chave: Flebite; Cateterismo Venoso; Adulto; Enfermagem
Resumo
Introdução: A ocorrência de flebite relacionada à cateter intravenoso periférico constitui complicação que compromete a continuidade da terapia intravenosa e a experiência do paciente com o cuidado de enfermagem. Contrapõe-se a abrangência de uso global de milhões de cateteres intravenosos periféricos anualmente, para as mais diversas indicações clínicas, os poucos e contraditórios resultados de estudos que descrevem fatores de risco para a ocorrência de flebite, havendo lacuna de conhecimento para a instituição de medidas de prevenção e controle. Objetivo: Este estudo objetivou identificar os fatores de risco preditivos para o desenvolvimento de flebite relacionada à cateter intravenoso periférico em pacientes adultos. Casuística e Método: Estudo caracterizado como de análise secundária do ensaio clínico, randômico, controlado e de não inferioridade denominado ResPeCt. A amostra foi constituída por 1319 pacientes que utilizaram cateteres intravenosos periféricos, sendo estudados os casos de pacientes que desenvolveram flebite, segundo os controles que não desenvolveram a complicação. Para o estudo, além da medida da variável dependente flebite e descrição da gravidade, foram investigadas variáveis demográficas, clínicas, relacionadas ao cateter e à terapêutica. Para a análise dos dados empregou-se cálculos de frequências, medidas de tendência central e dispersão, Teste t de student, teste de associação do Qui-quadrado de Pearson. Para a realização de regressão logística univariada e multivariada aplicou-se o Teste de Associação Qui-quadrado e Teste Exato de Fisher, e calculado o Odds Ratio com intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados evidenciaram que 80 (6,1%) pacientes desenvolveram flebite, de Grau I (40,0%), Grau II (50,0%) e Grau III (10,0%), sem casos diagnosticados de infecção de corrente sanguínea relacionada à cateter. Quanto a descrição dos pacientes, destaca-se 59,8(±20,5) anos de idade, sexo feminino (50,2%) e sobrepeso (56,8%); com doenças crônicas (65,9%), internados para cirurgia (84,8%) e portadores de risco para tromboembolismo venoso (73,9%). Por ser pesquisa realizada em dois hospitais, destaca-se que 88,4% da amostra foi atendida em uma das instituições estudadas. Quanto às variáveis relacionadas ao cateter intravenoso periférico, o uso predominante foi de cateteres integrados (58,8%), de calibre 22 Gauge (75,4%), instalados em membro superior direito (57,3%), no antebraço (51,1%). A maioria dos cateteres intravenosos periféricos foi utilizada de forma intermitente (85,0%), para infusão de antibióticos (72,5%). Dentre aqueles que desenvolveram flebite, 67,5% apresentaram dor relacionada à cateter intravenoso periférico. De acordo com o modelo final de regressão, obteve-se como fatores de risco para desenvolvimento de flebite a presença de história familiar de tromboembolismo venoso (p=0,050), mobilidade reduzida (p=0,015), dor relacionada à cateter intravenoso periférico (p<0,010), inserção em veias do dorso da mão (p=0,012), infusão de amoxacilina clavulanato de potássio (p=0,015) e omeprazol (p=0,029). Conclusão: Os fatores de risco para flebite relacionada à cateter intravenoso periférico envolveram características intrínsecas e extrínsecas ao paciente, sugerindo intervenções de enfermagem preventivas quanto a promoção da mobilidade do paciente, não inserção em veias do dorso da mão, infusão cautelosa de fármacos e valorizar a dor relacionada à cateter intravenoso periférico como indicativo de flebite
Idosos frágeis em unidades de terapia intensiva: prevalência, caracterização e carga de trabalho de enfermagem
Autor: Fabiola Mika Tanabe | Orientação: Iveth Yamaguchi Whitaker | Mestrado 2021
Palavras Chave: Idoso fragilizado; Enfermagem; Carga de trabalho; Cuidados críticos; Unidades de terapia intensiva
Resumo
Introdução: A população de idosos é crescente e, consequentemente, maior é o quantitativo de idosos hospitalizados, refletindo nas admissões em Unidades de Terapia intensiva (UTIs). A prevalência e condição de fragilidade dos idosos admitidos nas UTIs, bem como os desfechos e a carga de trabalho de enfermagem dispendida para o cuidado dos idosos são pouco conhecidas. Objetivos: Identificar idosos frágeis na UTI e caracterizar sua fragilidade nos domínios físicos, sociais e psíquicos; comparar as caraterísticas sociodemográficas, da hospitalização, condições clínicas e dos aspectos físicos, sociais e psíquicos entre idosos frágeis e não frágeis e, analisar a carga de trabalho de enfermagem de idosos de acordo com a condição de fragilidade. Metodologia: Estudo transversal, prospectivo cuja amostra incluiu pacientes com idade > 60 anos e internação > 24h no Centro de Terapia Intensiva (CTI) de hospital universitário em São Paulo. A coleta de dados foi realizada de outubro/2017 a abril/2018. Tilburg Frailty Indicator (TFI) foi aplicado para identificar fragilidade no idoso e o Nursing Activities Score (NAS) para mensurar carga de trabalho de enfermagem. A análise estatística descritiva e inferencial foram realizadas aplicando-se testes conforme o tipo de variável, tendo como nível de significância o p < 0,05. Resultados: Na amostra com 204 idosos, a condição de fragilidade foi constata em 156 (76,5%). O TFI indicou que a fragilidade dos idosos associou-se à precariedade das condições físicas do idoso (p<0,05), à falta de ter pessoas ao seu lado (p<0,001), ao sentimento de tristeza, nervosismo e ansiedade (p<0,001) e dificuldade de enfrentar problemas (p<0,041). Evidenciou-se maior gravidade da doença em idosos frágeis do que não frágeis (52,1 vs 47,1, p=0,029), mas a fragilidade não foi associada ao tempo de internação na UTI e no hospital e à mortalidade dos idosos. A condição de fragilidade não elevou a carga de trabalho da equipe de enfermagem (p=0,179). Conclusão: Os idosos frágeis apresentaram maior gravidade da doença, associada à necessidade de suporte familiar e social, e apresentou alta carga de trabalho de enfermagem como os não frágeis. Novos estudos que avaliem a fragilidade de forma multidimensional são importantes para melhor atender as necessidades, evitar desfechos desfavoráveis e proporcionar melhor qualidade de vida aos idosos.
Indicadores de qualidade da assistência pré-natal na rede suplementar nos municípios de São Paulo e Santos: análise secundária dos dados do estudo nascer saudável
Autor: Zelina Hilaria de Sousa Rosa | Orientação: Marcia Barbieri | Mestrado 2021
Palavras Chave: Cuidado Pré-Natal; Qualidade de Assistência à Saúde;Serviços de Saúde Materno-Infantil; Guia de Boas Práticas; Saúde Materna
Resumo
Objetivo: Avaliar os indicadores de qualidade da assistência pré-natal de mulheres admitidas em seis hospitais do sistema de saúde suplementar dos municípios de São Paulo e Santos. Método: Trata-se de estudo epidemiológico do tipo transversal conduzido por meio de análise secundária dos dados da pesquisa “Nascer Saudável: estudo prospectivo de avaliação da implantação e dos efeitos de intervenção multifacetada para melhoria da qualidade da atenção ao parto e nascimento em hospitais no Brasil”. A amostra foi composta por 2.435 mulheres admitidas nas seis maternidades selecionadas por ocasião da assistência ao parto e seus conceptos vivos ou mortos com idade gestacional ≥ 20 semanas e/ou peso ao nascer ≥ 500g que aceitaram participar do estudo. A coleta de dados ocorreu no período de março a agosto de 2017, por meio de entrevistas com puérperas, consultas em prontuários materno e do recém-nascido, bem como do cartão de pré-natal por meio digital com o uso do software REDCap. Os dados foram analisados descritivamente. Utilizou-se teste Qui-quadrado ou exato de Fisher para associação entre variáveis e para comparação de médias entre grupos o teste t Student. Resultados: empregou-se como base conceitual os indicadores de qualidade da Rede Cegonha. A avaliação mostrou-se adequada, com relação ao início do pré-natal com até 12 semanas de gestação (92,1%), número seis ou mais consultas (95,5%) e para a realização de alguns exames laboratoriais como teste de tipagem sanguínea (69,6%), teste para fator Rh (69,3%) e exame de urina (66,0%). Em contrapartida, a realização de outros exames como glicemia de jejum (9,1%), exame TOTG (20,1%), sorologia para sífilis (37,8%) e sorologia para HIV (35,7%) tiveram baixa adesão. O pré-natal, preferencialmente foi realizado em consultório particular (44,6%) e ambulatório do plano de saúde (38,3%). O médico foi o profissional que prestou assistência pré-natal para (98,2%) das participantes, (1,7%) foi realizado conjuntamente pelo médico e enfermeira e (0,1%) só pela enfermeira. Conclusão: Foi evidenciado pouca atuação da enfermeira e deficiências na assistência pré-natal realizada no sistema de saúde suplementar, o que reforça a necessidade de atenção xiv e implementação de programas que contribuam para melhorar a qualidade da assistência a gestantes.
Influências do uso de drogas na dinâmica familiar a partir da perspectiva da família
Autor: Gilmar Manoel de Barros | Orientação: Ana Lucia de Moraes Horta | Mestrado 2021
Palavras Chave: Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias; Saúde Mental; Família; Violência Doméstica; Dependência Mimética
Resumo
Introdução: O consumo de substâncias por pessoas em situação de rua, poliusuários e usuários de crack se configura como condição crônica resultante de danos que afetam o dependente de drogas e sua família. O cuidado no âmbito da dependência de drogas deve considerar todo sistema familiar, para tanto se faz necessário ampliar a compreensão das condições atenuantes dos tipos de consumo, das características de familiares e usuários, além da influência do consumo na dinâmica familiar. Objetivo: Avaliar as características de famílias e usuários de substâncias psicoativas e a influência do consumo na família a partir da perspectiva de familiares que buscaram apoio no Programa Recomeço Família, em São Paulo, Brasil. Método: Estudo secundário, de 5.201 prontuários de familiares assistidos no Programa Recomeço Família, em São Paulo, Brasil. Os dados coletados foram referentes às informações sociodemográficas e às percepções do familiar quanto à influência do consumo na família, além de questões sobre tratamento e cuidado familiar. Foi feita análise exploratória por meio do Statistical Package for the Social Science e do teste do qui-quadrado, para medir a associação entre as variáveis e testar a significância. Resultados: Foram organizados três artigos, sendo um sobre familiares de usuários em situação de rua; outro acerca de familiares de usuários de múltiplas drogas e um último sobre consumo de cocaína aspirada e crack relacionado à violência doméstica. No primeiro artigo, 40,9% eram pais ou responsáveis, a maioria do sexo feminino; 5,4% da amostra estava em situação de rua, dos quais 29,4% eram do sexo feminino, a maioria era jovem, vivia sem companheiro, com baixo nível de escolaridade e usava predominantemente crack. Os familiares sentiam pena, angústia, “dor na alma” e vergonha. No segundo artigo, sobre familiares de usuários de múltiplas drogas, 42,1% eram pais ou responsáveis e 62,7% dos pais e 52,5% das mães sofreram violência deferida pelo ente usuário, além de ter dado mais dinheiro para o consumo de drogas do seu ente. Segundo dados do terceiro artigo, 52,7% dos familiares relataram que o usuário de crack cometeu furto no lar; 46,4% dos familiares expôs que o parente usuário de crack agrediu fisicamente algum familiar. Inalar cocaína foi associado à ameaça intrafamiliar. Conclusão: Os familiares de usuários em situação de rua e de poliusuários lidam com maior sofrimento e tensão familiar, e o uso de cocaína foi associado à violência doméstica.
O funcionamento dos bancos e postos de coleta de leite humano da região metropolitana de São Paulo: estudo transversal
Autor: Adriana Moreira da Silva | Orientação: Ana Cristina Freitas de Vilhena Abrao | Mestrado 2021
Palavras Chave: Aleitamento materno; Banco de leite humano; Posto de coleta de leite humano; Prematuro.
Resumo
O presente estudo teve como objetivo analisar o funcionamento dos Bancos de Leite e Postos de Coleta de Leite Humano da Região Metropolitana de São Paulo. Tratase de um estudo transversal com 22 Bancos e 8 Postos de coleta com cadastro ativo na Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano em 2017. As variáveis estudadas foram as características dos Bancos e Postos de coleta, segundo recursos humanos e funcionamento; dados de estatística vital censitária relativas a 2017; e dados relativos à coleta domiciliar do leite humano. Utilizou-se um software denominado Research Eletronic Data Capture® para a coleta dos dados. Os resultados mostraram que a Rede Regional de Atenção à Saúde 6 sobressaiu-se no número de unidades e de atividades realizadas e, na Rede Regional de Atenção à Saúde 3, não foi identificada nenhuma unidade nesta pesquisa. Observaram-se discrepâncias entre os índices de prematuridade, de leitos de terapia intensiva neonatal, e unidades de Bancos e Postos de coleta. As instituições privadas tiveram o maior número de receptores, doadoras e maior distribuição de leite humano em suas unidades. As instituições públicas são as únicas que fazem a coleta de leite humano de forma domiciliar e captam maior volume do que distribuem em sua maioria, além de ter maior número de profissionais exclusivos, o que não repercute nos resultados relacionados ao quantitativo de assistência, à coleta e distribuição de leite humano. As dificuldades mais citadas para a realização da coleta domiciliar foram a escassez de recursos humanos, falta de transporte, distância e trânsito. As sugestões mais citadas para a melhora estão relacionadas aos aspectos estruturais e de recursos humanos. Conclui-se que apesar de a Região Metropolitana de São Paulo ser o local com a maior concentração de Bancos e Postos de coleta de leite humano do Brasil, constatou-se que há lacunas e inconsistências na distribuição geográfica, na gestão de dados de trabalho, no aproveitamento e cobertura do leite humano e da coleta domiciliar entre as Redes Regionais de Atenção à Saúde e as unidades de gestão pública e privada. Há necessidade de aperfeiçoamento no planejamento dos serviços, gerenciamento dos dados de trabalho, inserção para áreas descobertas e investimentos em recursos humanos e infraestrutura pelos gestores públicos para a melhora dos dados de trabalho e assistência nos Bancos e Postos de coleta de leite humano.
Plano de parto: do planejamento à execução
Autor: Graziele Figueiredo | Orientação: Adriana Amorim Francisco | Mestrado 2021
Palavras Chave: Tomada de Decisões; Parto Humanizado; Autonomia Pessoal; Cuidado Pré-Natal; Educação em saúde
Resumo
Objetivo: avaliar a aplicabilidade de um Plano de Parto, identificar as principais escolhas relacionadas à assistência, comparar o plano proposto com o realizado e avaliar a satisfação da mulher com o que foi executado. Método: estudo transversal, realizado com 56 gestantes de risco habitual, maiores de 18 anos, idade gestacional igual ou superior a 27 semanas, gestando feto único, com até uma cesárea anterior, que participaram do grupo para elaboração do Plano de Parto e aceitaram participar do estudo após o devido esclarecimento. Utilizou-se instrumento semiestruturado que incluiu o recrutamento durante a gestação e a avaliação no período puerperal sobre as expectativas atendidas. Plano de Parto elaborado pela gestante foi digitalizado e arquivado para posterior comparação. Inicialmente os dados foram analisados descritivamente. A existência de associações entre duas variáveis categóricas foi verificada por meio do teste de Qui-Quadrado, ou alternativamente, o teste exato de Fisher. Para todos os testes estatísticos adotou-se nível de significância de 5%. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: A média de idade das mulheres que realizaram o Plano de Parto foi de 25,2 anos (DP = 3,5), 62,5% tinham ensino médio completo e 53,6% viviam em união estável. A média da idade gestacional no parto foi de 39,4 semanas (DP = 1,1), 73,2% tiveram parto vaginal; 96,4% registraram que gostariam de ter o parceiro/pai do bebê como primeira escolha para acompanhante no trabalho de parto e parto, 90,6% tiveram sua escolha atendida; 60,7% optaram pela ingestão de água no trabalho de parto e sua opção foi atendida para 50,0% delas; o banho de chuveiro foi escolhido por 85,7% para alívio da dor, mas apenas 17,9% efetivamente o tiveram; 64,3% optaram por parir em posição deitada com a cabeceira elevada, porém 44,6% pariram em posições contrárias à escolhida; 55,4% solicitaram que o acompanhante realizasse a secção do cordão umbilical ao nascimento, mas 94,6% delas tiveram o profissional como a pessoa que a realizou; 28,6% das parturientes tiveram 2 dos 6 itens do Plano de Parto atendidos, 23,2% tiveram 3 itens e 8,9% das mulheres tiveram 5 itens atendidos. Apesar disso, 55,4% das participantes mostraram-se muito satisfeitas e 23,2%, satisfeitas com o cumprimento do seu Plano de Parto. Conclusão: Apesar do atendimento parcial na maior parte dos itens, encontra-se alto nível de satisfação com relação ao cumprimento do Plano de Parto.
Qualidade do sono e sonolência diurna de pacientes atendidos em unidades de terapia intensiva
Autor: Karina Thalita da Silva Higa | Orientação: Ariane Ferreira Machado Avelar | Mestrado 2021
Palavras Chave: Sono; Enfermagem; Infarto agudo do miocardio; Sindrome coronariana aguda; Sonolencia diurna excessiva
Resumo
Introdução: Desde os primórdios da enfermagem, Florence Nightingale exaltava a necessidade de cuidados que promovessem o ciclo claro-escuro para a recuperação de pacientes enfermos. Em ambientes de terapia intensiva, é comum a ausência desse ciclo em decorrência das demandas assistenciais e administrativas. Objetivos: identificar as evidências científicas disponíveis sobre o efeito da implementação do ciclo claro-escuro na qualidade do sono e na sonolência diurna de pacientes atendidos em unidades de terapia intensiva, descrever a percepção da qualidade do sono e sonolência diurna excessiva de pacientes admitidos por Infarto Agudo do Miocárdio em unidade de terapia intensiva e identificar os níveis de iluminância da unidade. Métodos: estudo desenvolvido em duas etapas: revisão sistemática com metanálise e estudo descritivo. A revisão seguiu as recomendações Cochrane, sendo incluídos estudos experimentais e quase experimentais sobre o efeito da implementação do ciclo claro-escuro na qualidade do sono em pacientes internados em terapia intensiva. As buscas foram realizadas na Cochrane Library, Embase, Portal da Biblioteca Virtual em Saúde, Medical Literature Analysis and Retrieval System Online, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature, Web of Science e Scopus, além de busca na literatura cinzenta. Os dados foram extraídos por dois revisores independentes com o software Covidence, avaliado risco de viés com ferramentas Cochrane e certeza da evidência para os desfechos qualidade subjetiva e objetiva do sono e sonolência diurna pelo GRADE. A metanálise foi realizada pelo software Revman e as comparações diretas entre duas intervenções pelo modelo de efeitos randômicos com heterogeneidade avaliada pelo Qui-quadrado com intervalo de confiança de 95%. O estudo descritivo foi realizado com pacientes admitidos por infarto agudo do miocárdio em unidade de terapia intensiva cardiológica de hospital universitário de São Paulo, sendo avaliadas a percepção da qualidade do sono e sonolência diurna com Questionário de avaliação do sono em terapia intensiva cardiológica, Morningness- Eveningness Questionnaire, Epworth Sleepness Scale e Stanford Sleepiness Scale. Resultados: Foram incluídos treze artigos na revisão sistemática e sete na metanálise que abordavam medidas de redução de luminosidade e uso de máscaras oculares com ou sem outros dispositivos. A redução da luminosidade associada ao controle de ruído ambiental versus rotina usual obteve significância estatística na melhora dos escores de qualidade subjetiva do sono (diferença média de 11,89 pontos; IC 95% 8,03 a 15,76), e na redução da sonolência diurna (diferença média padronizada -0,63 desvios padrões; IC 95% -0,98 a -0,28). O uso de máscaras oculares e controle de iluminância, melhoraram a qualidade subjetiva do sono (p<0,01). No estudo descritivo, a amostra foi constituída por oito pacientes, com pontuação média da escala de sonolência de Epworth de 6,88±3,4 pontos; 87,5% dos pacientes referiram ter o sono interrompido principalmente pela equipe de saúde (85,7%). A maior parte (62,5%) foi classificada com sono bom e 37,5% regular, sendo que 25% dos pacientes indicaram que a iluminação interfere no sono. Conclusões: Fatores ambientais interferem na qualidade do sono e na sonolência excessiva de pacientes admitidos em unidades de terapia intensiva e a instituição de medidas como redução da luminosidade e ruído no período noturno melhoram significativamente estes desfechos.
Qualidade em saúde: da assistência à gestão na atenção básica do Sistema Único de Saúde
Autor: Lucilene Reno Ferreira | Orientação: Vanessa Ribeiro Neves | Mestrado 2021
Palavras Chave: Sistema Único de Saúde; Avaliação de Processo e Resultado; Cuidado Primário em Saúde; Avaliação da qualidade do cuidado em Saúde
Resumo
Objetivo: Conhecer a percepção dos profissionais da Atenção Básica inseridos na assistência e em diferentes níveis de gestão, sobre o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade Atenção Básica e as possíveis mudanças no processo de trabalho. Métodos: estudo de caso único e descritivo, com 18 profissionais da assistência e gestão no município de São Paulo; uso da história oral temática como técnica de coleta de dados e categorização a partir da tríade avaliativa de Donabedian. Resultados: observou-se contribuição do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade Atenção Básica na organização dos serviços e gestão dos dados; evidenciou-se influência de características organizacionais e institucionais, incluindo a rotatividade da gestão e perfil dos profissionais, além da percepção de implantação normativa e necessidade de revisão do processo de remuneração de desempenho. O Programa foi norteador para o uso no Planejamento e mobilizou a reflexão sobre os processos de Monitoramento e Avaliação, do uso dos resultados da avaliação e de indicadores. Conclusão: o estudo revelou que o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade Atenção Básica contribuiu para a reflexão sobre as práticas assistenciais e de gestão, destacando a necessidade da inclusão de discussões de monitoramento, gestão compartilhada, aperfeiçoamento das discussões e planejamento subsidiados pelas informações em saúde. Observou-se predomínio de percepções sobre estrutura e processo e maior necessidade de reflexão sobre o impacto de programas de qualidade no cuidado e resultados de saúde do paciente.
Sobrevida de pacientes com lesões traumáticas decorrentes de acidente de trânsito após instituição da linha de cuidado ao trauma
Autor: Tatiana Ferreira Chagas Do Nascimento | Orientação: Iveth Yamaguchi Whitaker | Mestrado 2021
Palavras Chave: Tempo de Internação, Análise de Sobrevida; Mortalidade; Ferimentos e Lesões; Acidentes de Trânsito; Índices de Gravidade do Trauma
Resumo
Objetivos: Analisar a mortalidade hospitalar de pacientes de acidente de trânsito após a implantação da Linha de Cuidado ao Trauma (LCT) em hospital municipal do Estado de São Paulo, considerando idade, sexo, tipo de acidente de trânsito, tempo de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e hospitalar, tipo de saída da UTI e hospitalar, gravidade da lesão e do trauma, ocorrência de complicações e reinternações; comparar a curva de sobrevivência e verificar fatores de risco para óbito considerando a gravidade do trauma e presença de lesão na região da cabeça. Método: Estudo observacional retrospectivo para análise da mortalidade hospitalar de pacientes de acidentes de trânsito. Dados demográficos, do acidente de trânsito, da hospitalização e da gravidade da lesão e do trauma foram definidos como variáveis independentes e o óbito como variável dependente. Variáveis categóricas foram analisadas aplicando-se o teste qui-quadrado ou exato de Fisher. A sobrevida foi analisada utilizando-se método de Kaplan-Meier e o risco de óbito por meio do modelo de regressão de COX, observando-se nível de significância estatística de 5% e intervalo de confiança de 95%. Resultados: A amostra de 2015 foi constituída com 327 pacientes internados e a de 2017 com 376. Comparadas as amostras, verificouse que, em 2015, foi estatisticamente mais elevada a frequência de acidentes motociclísticos (58,8%), de procedentes direto da cena (87,2%), dos encaminhados pelos serviços de atendimento pré-hospitalar (91,1%), do atendimento na sala de emergência no período noturno (48,0%), de encaminhamentos ao centro cirúrgico (41%), de complicações intra-hospitalares (24,5%) e de óbitos na UTI (31,4%). Nos dois anos, a mortalidade associou-se àqueles com idade ≥60 anos (37,0%; 23,0%), àqueles com gravidade do trauma mais elevada e aos com complicações (33,8%; 18,6%). Em 2017, a presença de lesão na região da cabeça não se associou à mortalidade (p=0,125). Ao longo da internação, a probabilidade de sobrevida daqueles com elevada gravidade do trauma e com lesão na região da cabeça foi superior. O risco de óbito para pacientes com elevada gravidade do trauma foi relacionado a idade ≥60 anos (4 a 6 vezes maior) e baixos escores da Escala de Coma de Glasgow (RR = 2,676). O risco foi menor em pacientes internados em 2017 (58,3% e 64,4% menor) e naqueles sem complicações (63,0% menor). A idade ≥60 anos também foi associada com o risco de óbito (5 vezes maior) nos pacientes com lesão na região da cabeça, bem como, o quantitativo de lesões (RR=1,743) e escores elevados de índices de gravidade do trauma (5 e 7 vezes maior). Conclusão: A análise da mortalidade em 2015 e 2017 indicou menor risco de óbito, ao longo da hospitalização, em pacientes com maior gravidade do trauma no segundo ano. A mortalidade foi associada, sobretudo, aos idosos e à elevada gravidade do trauma. A possibilidade de tendência na evolução da otimização do fluxo de atendimento e de acompanhamento dos pacientes de acidente de trânsito durante a hospitalização, segundo a LCT, pode ser observada.
Trajetória histórica do curso de Graduação em Enfermagem da Escola Paulista de Enfermagem de 1980 a 2010
Autor: Shirley da Rocha Afonso | Orientação: Vanessa Ribeiro Neves | Mestrado 2021
Palavras Chave: Enfermagem; História da Enfermagem; Escolas de Enfermagem; História das instituições; Educação em Enfermagem
Resumo
Introdução: O ensino na Escola Paulista de Enfermagem, entre os anos de 1980 e 2010, participou de movimentos de transformações sociais e políticas, que influenciaram a gestão e repercutiram numa nova cultura escolar. Estes movimentos fizeram com que a escola lutasse por sua autonomia, permitindo constituir-se em um espaço de educação e pesquisa, além de referência para a profissionalização da enfermagem no Estado de São Paulo e no Brasil. Objetivo: Compreender como ocorreu o ensino de Graduação em Enfermagem na Escola Paulista de Enfermagem, a partir da percepção das diretoras e vice-diretoras de departamento, coordenadoras de curso e docentes entre o período de 1980 a 2010. Método: O estudo teve como delineamento da pesquisa o tipo qualitativo, sob a perspectiva histórico-social e utilizando o método da História Oral Temática. Os participantes do estudo foram enfermeiras diretoras e vice-diretoras de departamento, coordenadoras de curso e docentes do curso de Graduação em Enfermagem da Escola Paulista de Enfermagem e que estiveram na escola, entre 1980 e 2010. A análise dos relatos foi realizada por meio do modelo proposto por Bardin. Resultados: Os resultados encontrados demonstraram, que os fatores históricos influenciadores na Escola Paulista de Enfermagem foram interpretados como um processo de democratização das relações sociais, econômicas, políticas e culturais, capazes de imprimir uma cultura escolar sustentada em valores que caracterizam o interesse pelo avanço, crescimento e aprimoramento da profissionalização em enfermagem. Identificou-se transformações que imprimiram um perfil de formação característico, com base num currículo flexível aos saberes da profissão e ao mundo do trabalho. Conclusões: É possível afirmar, que a escola expandiu de forma administrativa e acadêmica entre os anos 1980 e 2010, porém, conforme os relatos das docentes ainda precisa organizar seus processos administrativos para incorporar uma cultura mais ampla e adaptável às exigências técnico-científicas atuais, como organizar-se nos processos de internacionalização e oportunizar estratégias de ensino com uso de recursos tecnológicos mais avançados. Esta pesquisa historiográfica permitiu debater sobre o passado e ofereceu ferramentas, que poderão auxiliar nos processos educativos em contextos diversos. Promoveu elementos para uma compreensão e ampliação da consciência, sentidos e significados sobre a própria identidade profissional.
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