O Programa de Pós-Graduação em Letras estrutura-se em duas áreas de concentração: Estudos Linguísticos e Estudos Literários.
Cada área de concentração, por sua vez, se organiza em linhas de pesquisa.
ESTUDOS LINGUÍSTICOS
Em uma visão plural e multidisciplinar, a área de concentração Estudos Linguísticos agrega pesquisas com enfoques que abarcam o funcionamento da linguagem em novos contextos, incluídas novas mídias, tecnologias e modalidades de produção de sentido, reflexões críticas acerca da postura do professor diante dos processos de aprendizagem e do desenvolvimento da leitura de alunos com e sem necessidades especiais. Com os Estudos Literários, oferece-se como espaço de reflexão acerca do papel das Letras nas perspectivas de formação de indivíduos aptos a lidar com os novos desafios que a sociedade lhes apresenta. Visam-se questões como: função da leitura e construção de sentidos; reflexões sobre a linguagem em seus diversos contextos de uso; investigações da relação entre linguagem, memória e tradição; aproximações entre linguagem, artes e mídia(s); diálogos de pesquisa com outros campos do saber.
Linguagem em Novos Contextos
Novas formas de produção e circulação de textos têm gerado desafios que demandam uma abordagem fronteiriça de investigação, o que, por sua vez, requer um olhar para dentro e para fora dos limites da linguagem. Inclui-se nessa abordagem o diálogo entre língua e novas tecnologias e mídia(s), multimodalidade, gêneros textuais/discursivos e questões de constituição do sujeito. Os projetos dessa linha promovem reflexões que possibilitam abordar, dentro de um espectro teórico amplo e interdisciplinar, o modo como tais diálogos se manifestam em diferentes contextos sócio-histórico-culturais, observáveis em produções orais, escritas e verbovisuais.
Orientadores vinculados
Alan Silvio Ribeiro Carneiro
Ana Luiza Ramazzina Ghirardi
Anderson Salvaterra Magalhães
Andreia dos Santos Menezes
Antonieta Heyden Siano Megale
Fernanda Miranda da Cruz
João Marcos Mateus Kogawa
Maria Eugenia Batista
Orlando Vian Junior
Paulo Eduardo Ramos
Sandra Mara Moraes Lima
Souzana Mizan
Vanda Maria Elias da Silva
Linguagem e Cognição
Esta linha de pesquisa se dedica às relações entre cognição e linguagem. Nela se desenvolvem pesquisas filiadas a distintas áreas da Linguística, tais como Linguística Gerativa, Linguística Cognitiva e Linguística de Corpus. Os fenômenos linguísticos estudados se situam no âmbito da fonologia, da morfologia, da sintaxe, da semântica, da aquisição da linguagem (L1 e L2), do processamento da linguagem, do levantamento e tratamento de corpora, das alterações patológicas e das relações entre cognição humana e interação.
Orientadores vinculados
Fernanda Miranda da Cruz
Indaiá de Santana Bassani
Janderson Lemos de Souza
Marcello Marcelino
Márcia Veirano Pinto
Rafael Dias Minussi
Telma Moreira Vianna Magalhães
ESTUDOS LITERÁRIOS
A área de concentração Estudos Literários responde a duas tendências que têm sido verificadas no campo, nos últimos anos: por um lado, a abertura a áreas contíguas, principalmente das demais disciplinas das Humanidades, num diálogo interdisciplinar que procura se posicionar ante um mundo em acelerada transformação; por outro lado, uma volta à especificidade do fenômeno texto, notadamente literário, e das tradições letrada e literária. Em relação interdisciplinar com a área de Estudos da Linguagem, a proposta oferece-se, pois, como espaço de reflexão acerca do papel das Letras nas perspectivas diacrônica e sincrônica, e relativo à formação de indivíduo e sociedade. Visam-se questões como: função da leitura e da exegese textual; ensino de língua e de literatura; preservação e transmissão de memória e tradição, aliadas à análise dos processos de transformação, passados e contemporâneos; influência das artes e das mídias; relações de pesquisa com outros campos do saber.
Questões de Representação: formas estéticas, práticas retórico-poéticas e suas (re)apropriações
A noção de representação tem sido historicamente um dos temas mais discutidos pelos estudos literários. Seja pela sua relação com a ideia de “verdade” e de real, seja pela contraposição com o ideal de invenção artística, a representação ocupa um centro especulativo em torno do qual gravita parte substantiva das reflexões teóricas e críticas acerca da prática literária, em modos e momentos históricos diversos. Vale destacar que o conceito de representação abre ainda espaço para pensar o objeto literário e imagético, da Antiguidade até suas manifestações mais recentes, de acordo com demandas contemporâneas, tais como as representações de gênero, de raça, de sexualidade ou de classe, bem como sobre a materialidade de seus suportes, dentre outras.
As pesquisas relacionadas à linha pesquisa Questões de representação: formas estéticas, práticas retórico-poéticas e suas (re)apropriações têm um amplo escopo, tanto histórico quanto teórico, abrigando investigações que reflitam sobre as formas e práticas artísticas de modo plural e múltiplo, em prosa ou em verso, e frequentando conceitos como mimesis, obra, autor, personagem, gênero, tradição, ruptura, leitura e recepção, expressão e impressão. Os objetos de estudo podem levar em conta, entre outras possibilidades: a) as maneiras pelas quais os gêneros literários deram forma estética aos processos históricos nos quais estavam inseridos; b) a produção de imagens e de sentido pela linguagem; c) a configuração retórico-poética das representações anteriores ao século XVIII e à própria noção de “crítica literária”; e d) as artes e disciplinas que regem o funcionamento do discurso.
Orientadores vinculados
André Luiz Barros da Silva
Érico Nogueira
Francine Fernandes Weiss Ricieri
Graciela Alicia Foglia
Lavinia Silvares
Leandro Pasini
Leila de Aguiar Costa
Lucia Sano
Marcelo Lachat
Markus Volker Lasch
Maria do Socorro Fernandes de Carvalho
Pedro Marques Neto
Rodrigo Soares de Cerqueira
Literatura e Autonomia: questões de estética e ética
A relação entre vida e literatura, em sentido lato como arte verbal ou na acepção restrita e moderna, caracteriza-se historicamente pelo ideal de uma aliança: inerente a práticas artísticas e letradas, a literatura constituiria um meio privilegiado e autônomo para formação e emancipação do humano, além de transformar os demais saberes. No século XX, porém, essa aliança foi posta em xeque, uma vez que não teria sido capaz de prevenir uma sequência de catástrofes, colocando-se além disso em questão se a própria relação entre literatura e humano não teria endossado os muitos modos de violência e opressão: coloniais, totalitárias, raciais ou sexuais. A partir desse diagnóstico e da compreensão desses processos históricos, é necessário (re)considerar os estatutos ético e estético da literatura, de modo a compreender seu lugar no passado e seus desafios presentes em uma era de acelerada transformação.
Nesse sentido, as pesquisas relacionadas à linha Literatura e autonomia: questões de estética e ética propõem, a partir de uma diversidade crítico-teórica, analisar e (re)avaliar questões como: funções, alcances e limites da literatura; surgimento e transformação da crítica e teoria literárias; literatura na constituição de identidades raciais, geográficas, sexuais ou políticas; literatura, subjetividade e descentramento; autorias e públicos dos gêneros literários e letrados; ensino e transmissão das práticas letradas; modos de criação e circulação da literatura; literatura conectada a outras artes, suportes e mídias; literatura e as práticas orais, oratórias e performáticas; literatura e as formas do Estado; literatura e as práticas de mercado; literatura e relações (de)coloniais.
Orientadores vinculados
André Luiz Barros da Silva
Francine Fernandes Weiss Ricieri
Graciela Alicia Foglia
Leila de Aguiar Costa
Leonardo Garcia Santos Gandolfi
Luis Fernando Prado Telles
Maria Lúcia Dias Mendes
Markus Volker Lasch
Mirhiane Mendes de Abreu
Paloma Vidal
Renata Philippov
ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS
Línguas e Literaturas: ensino, pesquisa e inovação educacionais (linha exclusiva do nível Doutorado)
A pesquisa acadêmica em Letras tem, como uma de suas contribuições, a investigação em torno do ensino de línguas e literaturas em todos os níveis, seja para democratizar o acesso a teorias e a conhecimentos já estabelecidos por meio de apropriações específicas demandadas pelos pesquisadores envolvidos, seja para implementar metodologias inovadoras nas áreas de saber implicadas. O uso de tecnologias digitais, a arquitetura de salas de aula físicas e virtuais, a implementação de metodologias ativas e abordagens baseadas em evidência e neurociência, nada disso, na prática, desenvolve-se sem um robusto processo de leitura, de escrita e de interpretação de textos orais e/ou escritos. Pesquisas relacionadas a esta linha de pesquisa dedicam-se a analisar e propor estratégias metodológicas para o processo de ensino-aprendizagem de línguas e literaturas, envolvendo as diferentes linguagens; fomentar inovações teóricas e práticas para uso dos atores educacionais (professores, tutores ou produtores de conteúdo); propor intervenções práticas no ensino presencial e a distância; pensar a produção de textos em variados gêneros discursivos (literários e não literários) em sua relação com os leitores em geral e com formadores de leitores, bem como analisar os processos de mediação exercidos por instituições, formadores de opinião e pelo mercado.
Quanto ao ensino, no que tange às literaturas, dois campos de investigação são pertinentes: a) o estudo concreto de possibilidades de implementação, em contexto escolar, de leitura compreensiva do texto literário (implicando-se a relação crítica e plural com instrumentos como a teoria, a crítica e a historiografia literárias, bem como uma perspectiva que problematize e proponha alternativas à prática transmissiva e unilateral desses referenciais; b) a formação de leitores, seja a partir da perspectiva dos processos que visam contribuir com a emergência do sujeito leitor, seja pelo estudo de estratégias formativas como rodas de leitura, oficinas, espaços de mediação (também em contextos não escolares). No que diz respeito às línguas: a) é preciso compreender a(s) linguagem(ns) como um fenômeno multimodal, envolvendo o impresso e o digital; b) torna-se necessário entender os diferentes gestos de leitura decorrentes da produção, circulação e recepção dos diferentes tipos de textos e seus respectivos gêneros discursivos. Nesse sentido, a linha também se volta à reflexão das políticas públicas e documentos oficiais dedicados à leitura e ao saber de linguagens, dentre eles o literário e linguístico.
Orientadores vinculados
Andreia dos Santos Menezes
Francine Fernandes Weiss Ricieri
Luís Fernando Prado Telles
Marcello Marcelino
Mirhiane Mendes de Abreu
Rafael Dias Minussi
Renata Philippov
Vanda Maria da Silva Elias