Projetos dos campi São Paulo e Baixada Santista foram contemplados na categoria Pesquisa Científica
Da esq. p/ a dir.: Davi Castor da Silva, Prof.ª Luciana Tomita, Aline Zoia e Catarina Manfrinato (Foto: Micaelle Santana Bandeira)
Dois trabalhos desenvolvidos na área da Nutrição pelos campi São Paulo e Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ganharam o Prêmio Josué de Castro 2021, na categoria Pesquisa Científica. Promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Consea/SP), o prêmio condecora iniciativas voltadas à formulação de soluções concretas para o combate à fome e a promoção de segurança alimentar e nutricional.
Em primeiro lugar, ficou o projeto Plantando mais do que vegetais: horta comunitária e educação alimentar e nutricional em Heliópolis, realizado por pesquisadoras do Campus São Paulo: Aline Zoia (mestranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva); Catarina Manfrinato (mestranda do Programa de Pós-Graduação em Nutrição); Vitória Condé (graduanda de Enfermagem); Maria do Carmo Franco (docente do Departamento de Fisiologia); e Elke Stedefeldt, Luciana Y. Tomita e Regina Matsue (docentes do Departamento de Medicina Preventiva).
Horta comunitária na Cohab "Redondinhos" (Foto: arquivo pessoal)
Diante de um cenário de insegurança alimentar, constatado por um estudo conduzido durante a pandemia de covid-19 na comunidade de Heliópolis, localizada na zona sul da cidade de São Paulo, a professora Luciana explica que foi iniciada a implantação da horta comunitária na Cohab "Redondinhos", um projeto piloto formado por moradores voluntários, sendo majoritariamente mulheres acima de 60 anos, utilizando o espaço e materiais disponíveis para o plantio no condomínio.
"A horta possibilitou o cultivo de hortaliças e ervas aromáticas, plantas alimentícias não convencionais (PANC), práticas de compostagem e troca de saberes. Durante as atividades de plantio e manutenção, o grupo conversa sobre experiências de vida, como o uso de plantas medicinais e lembranças da época vivida na área rural. Essa sociabilização, junto com o aumento das atividades físicas e a possibilidade de inserir na alimentação vegetais diversos, de consumo integral, produzidos livres de agrotóxicos e pelas próprias mãos, impulsiona mudanças, seja na saúde física, mental e ambiental. Ao longo das atividades desenvolvidas no espaço, temos recebido novos moradores, inclusive, uma criança com deficiência auditiva, com baixa estatura e baixo peso", ela relata.
Cerimônia de entrega do prêmio (Fotos: Mastrangelo Reino/Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP)
Já o terceiro lugar foi para a pesquisa científica do aluno do curso de Nutrição e bolsista de Iniciação Científica (PIBIC) Davi Castor da Silva, intitulada Registro fotográfico via celular como recurso para avaliar a qualidade da refeição: um estudo nas cinco macrorregiões do Brasil. O trabalho foi orientado por Josiane Steluti, com colaboração de Semíramis Domene, ambas docentes do Departamento de Política Pública e Saúde Coletiva do Instituto Saúde e Sociedade (ISS/Unifesp) - Campus Baixada Santista, e contou com parceria da professora Dirce Maria Lobo Marchioni e do professor Jun Okamoto Junior, ambos da Universidade de São Paulo (USP).
A pesquisa é um recorte do Projeto ClicPrato, elaborado pela Unifesp e USP com o objetivo de desenvolver um aplicativo para aparelhos móveis por meio do uso de Machine Learning para auxiliar na avaliação da qualidade do consumo alimentar da população brasileira, aliando as áreas da Nutrição, Engenharia e Inteligência Artificial.
A cerimônia de premiação ocorreu na manhã da quarta-feira, dia 20 de outubro, no salão nobre da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. O primeiro colocado recebeu uma salva de prata e o segundo e terceiro colocados, menções honrosas.
Imagem de divulgação do Prêmio Josué de Castro 2021; nascido na cidade de Recife/PE, o médico Josué de Castro dedicou sua vida ao estudo do fenômeno da fome