Escola Paulista de Medicina
Postgraduate in Collective Health

Mortalidade neonatal associada à asfixia perinatal: um estudo de base populacional em um país de renda média

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Fundo
É um desafio diminuir a mortalidade neonatal em países de renda média, onde a asfixia perinatal é uma importante causa de morte. Este estudo tem como objetivo analisar a tendência anual da mortalidade neonatal por asfixia perinatal de acordo com a idade gestacional no Estado de São Paulo, Brasil, durante um período de 10 anos e verificar as características demográficas, maternas e neonatais associadas a esses óbitos.

Métodos
Estudo de base populacional de óbitos neonatais associados à asfixia perinatal de 0 a 27 dias no Estado de São Paulo, Brasil, de 2004 a 2013. Asfixia perinatal foi considerada como associada à morte se hipóxia intrauterina, asfixia no parto ou aspiração neonatal de mecônio foram observadas em qualquer linha da Certidão de Óbito de acordo com CID-10. A regressão de Poisson foi aplicada para analisar a tendência anual da taxa de mortalidade neonatal de acordo com a idade gestacional. A curva de Kaplan-Meier foi usada para avaliar a idade na morte durante o período de estudo de 10 anos. A razão de risco de morte durante o período neonatal de acordo com a idade gestacional foi analisada por regressão de Cox ajustada por ano de nascimento e fatores epidemiológicos selecionados.

Resultados
Entre 74.002 óbitos infantis no Estado de São Paulo, foram estudados 6.648 (9%) óbitos neonatais por asfixia perinatal. A taxa de mortalidade neonatal com asfixia perinatal caiu de 1,38 ‰ em 2004 para 0,95 ‰ em 2013 ( p  = 0,002). A redução começou em 2008 para neonatos com 32-41 semanas, em 2009 para 28-31 semanas e em 2011 para 22-27 semanas. O tempo médio até a ocorrência de 50% das mortes foi de 25,3 h (IC 95%: 24,0; 27,2). As variáveis ​​independentemente associadas com maior risco de morte foram <7 consultas pré-natais, índice de Apgar no primeiro minuto de 0–3 e morte no mesmo local de nascimento. O parto cesáreo em comparação com o vaginal foi protetor contra a morte com asfixia perinatal para bebês com 28–36 semanas.

Conclusões
Houve redução expressiva nas taxas de mortalidade neonatal associada à asfixia perinatal durante esse período de 10 anos no Estado de São Paulo, Brasil. Variáveis ​​associadas a esses óbitos destacam a necessidade de políticas públicas de saúde para melhorar a qualidade da assistência perinatal regionalizada.

Professora Solange Andreoni

Publicado em BMC Pregnancy and Childbirth, v. 21, p. n.a.-n.a., 2021.

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