Objetivo
O objetivo deste estudo foi avaliar os preditores da transição do não uso de álcool para o primeiro uso de álcool e o primeiro episódio de consumo excessivo de álcool.
Métodos
Os dados foram extraídos de um ensaio clínico randomizado realizado com alunos da sétima e oitava séries de 72 escolas públicas durante um período de 21 meses em seis cidades do Brasil. Um total de 3.298 alunos que relataram nunca ter consumido bebidas alcoólicas e nunca haviam se envolvido em consumo excessivo de álcool no início do estudo foram incluídos neste estudo. Os dois resultados binários foram testados concomitantemente por meio de modelagem de equações estruturais. Estimativas de máxima verossimilhança para modelos de regressão logística foram realizadas para avaliar como os dados de base sobre fatores de risco, como características sociodemográficas (status socioeconômico, gênero e idade), experiências escolares (violência e percepção de desempenho acadêmico) e variáveis sociais (família e amigos ), afetou o início do uso de álcool e consumo excessivo de álcool nas avaliações de acompanhamento de 9 e 21 meses.
Resultados
A idade avançada, a perpetração de comportamentos violentos no início do estudo e a ausência do pai morando com o adolescente foram preditores tanto do início do uso de álcool quanto do início do consumo excessivo de álcool. O programa #Tamojunto apresentou efeito iatrogênico para o primeiro uso de álcool.
Conclusões
Os resultados indicam a necessidade de desenvolver e implementar programas eficazes de prevenção do álcool que considerem as principais características do modelo de predição do consumo de álcool e consumo excessivo de álcool, incluindo intervenção precoce para comportamentos agressivos na escola e uso de álcool pelos pais.
Professora Solange Andreoni
Publicado em JORNAL VASCULAR BRASILEIRO (IMPRESSO), v. 19, p. e20190047, 2020.