Produção do PPG Enfermagem em 2015
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Teses de Doutorado |
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A menstruação na qualidade de vida das mulheres: construção de um instrumento de avaliação
Autor: Marlene Bueno Goncales| Orientação: Marcia Barbieri| Doutorado 2015
Palavras Chave: Qualidade de vida, Ciclo menstrual, menstruação, Avaliação da Pesquisa em Saúde.
Resumo
A mulher moderna foi descobrindo aos poucos a possibilidade da melhoria da sua qualidade de vida no que diz respeito à menstruação, frente ao seu relacionamento pessoal, sexual, atividades profissionais, sociais e lazer. Dada a inexistência de um instrumento específico, optou-se por construir um instrumento que avalie a qualidade de vida na mulher no período menstrual. Método: Trata-se de um estudo de cunho qualitativo, descritivo utilizando a técnica de grupo focal. O estudo foi realizado seguindo os parâmetros contidos na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Foram realizados, dois grupos focais com mulheres de nível socioeconômico diversos, totalizando seis encontros com 19 participantes. Após as reuniões, as falas gravadas foram transcritas na íntegra e interpretadas tendo como base a análise de conteúdo de Bardin. Resultados: A partir dos depoimentos dos sujeitos, foram identificadas seis categorias, denominadas de domínios Físico, Psicológico, Nível de Independência, Relações Sociais, Ambiente e Crenças Pessoais e Mitos. Desses domínios emergiram as subcategorias denominadas de facetas, que foram classificadas e adaptadas conforme o instrumento de qualidade de vida WHOQOL 100 da Organização Mundial da Saúde às características de qualidade de vida relacionadas à menstruação. Considerações finais: a partir dos domínios e facetas foi possível elaborar uma lista dos elementos que compuseram o instrumento para avaliar a qualidade de vida das mulheres no período menstrual.
Acidentes nos trabalhadores da construção civil e as repercussões na qualidade de vida, padrão do sono e demanda controle
Autor: Roberta Zaninelli do Nascimento| Orientação: Milva Maria Figueiredo de Martino| Doutorado 2015
Palavras Chave: Construção civil, Saúde do trabalhador., Sono, Qualidade de vida
Resumo
Introdução: Os acidentes de trabalho dos trabalhadores terceirizados da construção civil podem ser em decorrência de algumas características como a sonolência, alteração na qualidade de vida, além do ambiente psicossocial dos trabalhadores. Objetivos: Analisar e comparar a qualidade de vida, padrão do sono e demanda controle entre os trabalhadores hígidos e acidentados. Método: Estudo transversal, descritivo com abordagem quantitativa entre os trabalhadores terceirizados da construção civil de uma empresa petroquímica, na região de Cubatão, SP. Foram utilizados os seguintes instrumentos: questionário demanda controle e apoio social o questionário de Qualidade de Vida “WHOQOLbref” e questionário Cronotipo de Munique. As entrevistas foram realizadas após a ocorrência de acidentes de trabalho e com os trabalhadores hígidos no ambulatório das empresas contratadas. Para tanto, foram realizadas análises estatísticas utilizando, coeficiente de correlação Spearman e Mann Whitney e Teste de T Student. O nível de significância adotado foi de 5% e a coeficiência interna foi aferida por meio do alfa de Cronbach. Resultados: Quanto às características dos trabalhadores da construção civil, a maioria era lixadores, não tabagistas e idade média de 35,6 anos. As questões que envolviam o trabalho apontaram que a maioria trabalhava durante o horário administrativo, eram contratados, laboravam mais do que 8 horas diariamente com média de experiência profissional de 10 anos e com média de sono diário de 10 horas. A qualidade de vida obteve os piores escores no domínio físico e ambiental, sendo que o melhor ficou para o domínio social. Os trabalhadores hígidos e acidentados referiram ter boa qualidade de vida e estarem satisfeitos com a Qualidade de Vida. Quanto maior for a demanda menor será a percepção do domínio físico (r= 0,27). O domínio ambiental está relacionado ao maior apoio social entre os trabalhadores (r=0.,39). Em relação à duração do sono geral, correlacionados ao jet lag social, observase nos dois grupos, que ocorreu um déficit de sono (r=0,58) e (r=0,85).Os resultados mostraram a correlação de valores entre o domínio físico e relações sociais, nos dois grupos (p=0,001) e (p=0,0135), com diferença estatisticamente significante e, para o domínio psicológico e social entre o grupo dos hígidos (p=0,0089) . Já para o domínio social entre o ambiental, nos dois grupos, (p<0,0001) e (p=0,0484) com diferença estatisticamente significativa. Houve baixa demanda entre os hígidos e acidentados (82,75%) e (51,72%), respectivamente. Foi observada a mesma situação em relação ao controle entre os hígidos (93,10%) e (79,31%) entre os acidentados. O apoio social foi alto nos dois grupos (89,65%) e com o mesmo valor. A grande maioria dos sujeitos do grupo hígidos apresentou trabalho passivo (87,93%) e entre os acidentados (65,71%). Conclusão: Verificouse que o cotidiano dos trabalhadores da construção civil é caracterizado por exaustivas jornadas de trabalho, acima das horas estabelecidas pela CLT, com predominância de baixa demanda e baixo controle, perfazendo um trabalho passivo, danoso à saúde física e mental dos trabalhadores. Tais fatores influenciaram de forma negativa na qualidade de vida desses profissionais, com maiores repercussões no domínio físico e também no sono.
Análise do conhecimento de adolescentes sobre métodos contraceptivos antes e após realização de intervenção educativa
Autor: Maria da Graca Porciuncula Soler| Orientação: Janine Schirmer| Doutorado 2015
Palavras Chave: Adolescentes, Anticoncepção, Conhecimento, Enfermagem
Resumo
Objetivos: Analisar a apreensão do conteúdo acerca de métodos contraceptivos, por adolescentes matriculados em escolas de ensino fundamental do Município de Palmeira das Missões, antes e após intervenção educativa. No âmbito de objetivos específicos: buscou-se compreender as concepções, estratégias e propostas de avaliação de ações no campo da educação em saúde com adolescentes por meio de artigos publicados no período de 2003 a 2014 em periódicos nacionais, indexados na biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library Online(SciELO) e na Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e dimensionar a apreensão do conteúdo antes e após intervenção educativa em um grupo de adolescentes. Método: o caminho metodológico escolhido privilegiou a aplicação de um questionário antes e após intervenção educativa com adolescentes matriculado na 8ª série do ensino fundamental de escolas públicas pertencentes à área de abrangência das Estratégias de Saúde Família do município de Palmeira das Missões/RS. O questionário utilizado como instrumento de pesquisa foi previamente construído e testado em uma amostra piloto em estudo anterior, mostrando-se adequado para aplicação tanto em relação ao conteúdo de seus itens quanto a clareza de entendimento dos mesmos. Participaram deste estudo 113 adolescentes na faixa etária compreendida entre 14 e 18 anos. Resultados: Os resultados desta tese mostram que após a intervenção educativa observou-se melhora significativa da apreensão do conhecimento dos adolescentes acerca dos métodos contraceptivos para toda a amostra em estudo, independente de sexo ou idade. Conclusão: Os resultados desta pesquisa apontam que as intervenções educativas impactam de forma positiva na apreensão do conhecimento dos adolescentes, sobre métodos contraceptivos, o que pode favorecer aos adolescentes a vivenciarem o sexo de forma adequada e saudável, prevenindo a gravidez indesejada e o direito do exercício da sexualidade desvinculada da procriação. Recomenda-se que os profissionais de saúde sejam preparados em sua formação profissional para orientar os adolescentes em relação a temas relacionados com métodos contraceptivos, estimulando-os na escolha do método mais adequado para sua própria proteção e do parceiro, para que possam vivenciar o sexo de maneira adequada e saudável. Ressalta-se a necessidade de maior compromisso com a prática educativa nas escolas promovendo a saúde sexual e reprodutiva na adolescência e a importância da implantação de políticas públicas, programas e projetos que possibilitem abordar a educação sexual, enquanto orientação para a vida.
Análise do diagnóstico de enfermagem controle ineficaz da saúde em pessoas com insuficiência cardíaca
Autor: Camila de Souza Carneiro| Orientação: Alba Lucia Bottura Leite de Barros| Doutorado 2015
Palavras Chave: Diagnóstico de Enfermagem, Autocuidado, Insuficiência Cardíaca, Enfermagem.
Resumo
A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença progressiva que compromete a qualidade de vida dos pacientes. O controle adequado do regime terapêutico pelas pessoas com IC deve ser investigado pelos enfermeiros, por meio do diagnóstico de enfermagem Controle Ineficaz da Saúde da NANDA-I. Objetivos: Geral: analisar o diagnóstico de enfermagem (DE) Controle Ineficaz da Saúde (NANDA-I) em pessoas com IC crônica. Específicos: construir definições conceituais e operacionais para as CD e FR do DE Controle Ineficaz da Saúde para pessoas com IC; verificar a aplicabilidade clínica das definições conceituais e operacionais das CD e FR do DE Controle Ineficaz da Saúde em pessoas com IC. Método: Primeira etapa: estudo metodológico, por meio de revisão integrativa de literatura para elaborar as definições conceituais e operacionais das características definidoras e fatores relacionados do diagnóstico em estudo, foi realizado nas bases de dados LILACS, CINAHL e Medline. Segunda etapa: estudo piloto, transversal, descritivo, analítico, realizado nos seguintes ambulatórios: miocardiopatia, valvulopatia, cardiogeriatria e de coronariopatias do Hospital São Paulo, de Outubro a Dezembro de 2014. A amostra não randomizada foi de 33 pessoas. Para coleta de dados aplicou-se um instrumento de avaliação sociodemográfica e clínica, um roteiro com base nas definições conceituais e operacionais elaboradas, - instrumento de avaliação do conhecimento e de avaliação da impotência. Para a identificação do DE Controle Ineficaz da Saúde, utilizou-se como critério a presença de pelo menos uma das CD e um FR. Na análise utilizaram-se procedimentos de estatística descritiva e medidas de tendência central. Resultados: Elaborou-se as definições conceituais e operacionais das características definidoras e dos fatores relacionados do diagnóstico Controle Ineficaz da Saúde e identificou-se novos FR além daqueles contidos na NANDA-I. No estudo piloto com 33 peControle Ineficaz da Saúde (96,96%), tendo como fator relacionado a impotência (93,9%), e evidenciado principalmente por escolhas ineficazes na vida diária para atender ao objetivo de saúde, falha em incluir um regime de tratamento à vida diária, falha em agir para reduzir fator de risco e dificuldade com o regime prescrito. Conclusão: As definições conceituais e operacionais de características definidoras e fatores relacionados do diagnóstico Controle Ineficaz da Saúde, mostraram aplicabilidade na prática clínica, confirmando a sua validade e utilidade na identificação do diagnóstico de enfermagem em pessoas com insuficiência cardíaca, com a ressalva de que os fatores relacionados suscetibilidade percebida, benefício percebido, gravidade da condição percebida da forma como estão redigidos podem gerar confusão para o estabelecimento deste diagnóstico. Nesse sentido, apresenta-se na tese uma proposta de reformulação dos mesmos.ssoas com insuficiência cardíaca crônica em tratamento ambulatorial, verificou-se ocorrência expressiva do DE
Avaliação da implantação da política nacional de humanização da atenção e gestão por meio da construção do índice de humanização dos serviços de saúde
Autor: Delvane José de Souza| Orientação: Maria D Innocenzo| Doutorado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Avaliação de Serviços de Saúde, Humanização da Assistência, Técnica Delfos, Estudos de validação.
Resumo
propor e desenvolver um Indicador Sintético de Humanização dos Serviços de Saúde, tendo como referência as diretrizes emanadas da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão (PNH). Métodos: pesquisa de campo aplicada, quantitativa e metodológica, desenvolvida em três etapas: a) levantamento bibliográfico para identificação das variáveis iniciais emanadas da PNH e modelo teórico-lógico; b) construção de um consenso entre os critérios da avaliação dos especialistas da saúde com a técnica Delphi e c) validação de constructo por meio da aplicação do Índice de Humanização dos Serviços em dois serviços de saúde, sendo um serviço de atenção primária e secundária e outro serviço de atenção terciária (hospital). Vinte e cinco especialistas da área de saúde foram convidados a manifestar, individualmente, a sua concordância ou discordância do roteiro de avaliação do programa por meio da técnica Delphi, atribuindo a cada item de zero a cem pontos. Também foram solicitadas sugestões relativas à inclusão, exclusão ou indecisão quanto à variável no indicador proposto. O instrumento foi desenvolvido nos moldes de escalas ordinais tipo Likert. Em seguida, a escala foi aplicada em uma amostra de trabalhadores, gestores e usuários. A elaboração do IHS seguiu os seguintes procedimentos: (a) Cálculo do escore de cada quesito/pergunta; (b) Cálculo do valor do IPH para cada variável da PNH; (c) Cálculo do IPH para cada dimensão. O índice de cada dimensão foi obtido por meio de média aritmética, com base nos valores IHS das variáveis organizacionais a ela correspondentes e validade do constructo através da técnica de análise multivariada. Resultados: a revisão bibliográfica possibilitou identificar 186 estudos, sendo identificadas 42 variáveis, distribuídas nas dimensões trabalho, usuário e gestão. Na etapa Delphi, foram adicionadas 14 novas variáveis que obtiveram entre 78 % a 99% de consenso. O questionário com 56 variáveis foi aplicado em uma amostra de 312 profissionais de saúde, 49 gestores e 211 usuários. O valor de alfa de Cronbach foi de ,881, ,723 e ,827 nas dimensões trabalho, usuário e gestão, respectivamente. A análise fatorial indicou sete fatores relacionados à dimensão trabalho, sete fatores na dimensão usuário e três fatores na dimensão gestão. Conclusão: o desenvolvimento da tese possibilitou mensurar a visão dos trabalhadores, gestores e usuários sobre diferentes aspectos da humanização nos serviços de saúde. O índice proposto ao ser aplicado em diferentes serviços e níveis de atenção à saúde demonstrou robustez e consistência, atendendo aos requisitos da qualidade como método desenvolvido para avaliar os diferentes aspectos da implantação da PNH.
Competências do enfermeiro coordenador de cursos de graduação em enfermagem: um estudo paulista
Autor: Valnice de Oliveira Nogueira| Orientação: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha| Doutorado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Competência Profissional, Gerência, Pesquisa Metodológica em Enfermagem, Papel do Profissional de Enfermagem.
Resumo
A Coordenação de Cursos de Graduação em Enfermagem tem proporcionado ao enfermeiro um segmento de atuação em função do aumento do número de escolas no país nos últimos vinte anos. O profissional que ocupa esse cargo desempenha uma série de ações e um Perfil de Competências (PC) pode contribuir com o aprimoramento deste processo de trabalho. Objetivos: propor um PC para Enfermeiros Coordenadores de Cursos de Graduação em Enfermagem e validar com juízes; e identificar o PC dos Enfermeiros Coordenadores de Cursos de Graduação em Enfermagem de escolas paulistas, a partir das óticas destes. Método: trata-se de um estudo metodológico, exploratório de natureza quantitativa, desenvolvido em instituições de ensino superior no estado de São Paulo. O PC foi submetido ao pré-teste e, a seguir, validado por 21 especialistas no 1°semestre de 2014 com valores entre 0.79 e 0,88 pelo alfa de Cronbach nos domínios que o compõe. O PC obteve escores considerados de boa interpretação no Índice de Validade de Conteúdo e Índice de Fidedignidade. Ao término dessa etapa foi encaminhado aos coordenadores de cursos paulistas.Resultados: O PC foi construído e apresenta os domínios educacional com 20 itens, administrativo com 22 e individual com 20 totalizando 62 afirmativas. Foi auto-aplicado por 44 coordenadores cuja maioria era de mulheres, entre 31 e 50 anos de idade, casadas e com tempo de formação em média de 22,5 anos, tem pós-graduação lato sensu e, 86% mestres e 50% doutores. A maior parte atua em faculdades privadas, possuem um vínculo empregatício e tem tempo de coordenação de até 5 anos. A melhor correlação pelo diagrama de dispersão de Pearson foi entre os domínios educacional e administrativo. O teste de alfa de Cronbach variou entre 0.867 e 0.909 tendo o melhor escore o domínio educacional. A variância total dos dados pela análise fatorial obteve escores acima de 70% sendo o domínio administrativo que apresentou a melhor pontuação. O coeficiente de KMO variou entre 0.583 e 0.675 representando a adequabilidade da amostra tendo sido complementado pelo teste de esfericidade de Bartlett com valor de <0,001. Conclusão: este estudo permitiu a construção de um PC para enfermeiros coordenadores de cursos de graduação em enfermagem com os domínios administrativo, educacional e individual tendo sido validado por juízes, mostrando-se adequado. A aplicação deste PC junto as estes enfermeiros coordenadores mostrou que nos domínios educacional e administrativo houve a maior autoavaliação com pontuações consideradas satisfatórias.
Concepções de indivíduos com transtorno mental sobre a sua sexualidade
Autor: Gisela Cardoso Ziliotto| Orientação: João Fernando Marcolan| Doutorado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Saúde Mental, Sexualidade
Resumo
A construção da sexualidade é complexa e está correlacionada aos aspectos individuais, psíquicos, sociais e culturais do sujeito, carrega historicidade, que envolve práticas, atitudes e simbolizações. A sexualidade tornou-se objeto deste estudo, a partir das concepções de indivíduos com transtorno mental. Acreditamos como hipótese de pesquisa que indivíduos com transtorno mental percebem que existe atitude preconceituosa em relação à expressão de sua sexualidade pelo fato de ser acometido por transtorno mental e interferir de modo negativo em seu sofrimento. Objetivo: Compreender as concepções de indivíduos com transtorno mental sobre sua sexualidade. Método: Pesquisa qualitativa, descritiva-exploratória, que adotou como abordagem metodológica a Análise de Conteúdo. A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de um questionário semi-estruturado seguindo roteiro constituído por levantamento de dados de identificação e questões norteadoras referentes à sexualidade do indivíduo com transtorno mental. Os dados foram analisados pela técnica de Análise de Conteúdo, permitindo a elaboração de categorias e unidades temáticas. Resultados e Discussão: Foram entrevistados 15 usuários de Centro de Atenção Psicossocial, no município de São Bernardo do Campo/SP.As categorias que emergiram a partir das falas dos depoentes foram: Definição e expressão da sexualidade; O preconceito dos usuários e da sociedade; Local permeia relações manicomiais e cerceia a sexualidade; Necessidade de regras para a expressão da sexualidade; Entrelaçamento transtorno mental, outros problemas e sexualidade. Verificamos que a sexualidade foi compreendida como direito do ser humano em expressar sua orientação sexual, vista como forma de conquista de prazer e ligada à natureza humana. Notamos o preconceito dos usuários em relação à sua sexualidade e a dos outros de acordo com normas sociais estabelecidas. Houve preconceito frente a homossexualidade, ao relacionamento afetivo entre os usuários do CAPS e a sexualidade feminina. O CAPS mantinha barreira em relação à expressão da sexualidade, sendo a punição o meio de controle da sexualidade. Os usuários concordaram quanto ao controle da expressão da sexualidade. O CAPS foi visto como local inapropriado para a expressão da sexualidade, sendo necessária a adoção de regras que velam sua manifestação. Destacamos que problemas psíquicos e a situação financeira puderam interferir na expressão da sexualidade dos usuários. Notamos que em busca da expressão da sexualidade, usuários adotaram comportamento sexual de risco. Considerações: Reforçamos que a sexualidade necessita ser abordada como fenômeno inerente a todo o ser humano. Sugerimos que a temática da sexualidade do usuário seja alvo de discussões planejadas e ininterruptas nas reuniões de Educação Continuada em Enfermagem e na Supervisão Clínica e Institucional.
Condições de trabalho e percepção da qualidade de vida dos profissionais do sexo da região central de São Paulo
Autor: Lisie Tocci Justo Luvizutto| Orientação: Lucila Amaral Carneiro Vianna| Doutorado 2015
Palavras Chave: Profissionais do sexo, Prostituição, Travestis, Condições de trabalho, Qualidade de vida.
Resumo
Estudo epidemiológico com desenho transversal e objetivo de analisar as associações da situação sociodemográficas e condições de trabalho dos profissionais do sexo (PS) e a sua percepção da qualidade de vida, na região central do Município de São Paulo. A amostra foi de 96 indivíduos que se auto identificaram como mulheres, homens ou travestis. Instrumentos: questionário sóciodemográfico e de condições de trabalho e o WHOQOL-Bref. Resultados: os PS tinham em média 31 anos (±7,3); maior parte do Estado e Município de São Paulo; maioria do sexo masculino, heterossexual, branco, solteiro, não possuía filhos e tinha ensino médio incompleto. Proporcionalmente, os homens praticavam mais atividade física regularmente e fumavam mais; enquanto as mulheres consumiam mais álcool e os travestis mais drogas. A maioria procurou os serviços públicos de saúde e apresentou problemas de saúde nos últimos 5 anos. Os travestis foram os que mais procuraram os serviços de saúde e no setor público. A maioria dos motivos que levaram os PS a procurar esses serviços foram os exames de rotina e aqueles para DST/HIV. A média de horas trabalhadas por dia foi de 7,8h (±3,8) e o atendimento foi de 6 (±4,1) clientes por dia. As mulheres atendiam mais clientes; os travestis informaram rendimento médio mensal maior provavelmente por cobrarem mais pelo atendimento. A idade média da primeira relação sexual enquanto PS foi 16,8 anos (±3,8). A prática sexual anal era a mais utilizada pelos homens e travestis; relataram uso de preservativo masculino em todas as relações e a maioria das mulheres não faziam uso de anticoncepcional. A maioria não era contribuinte do INSS. Quase metade dos entrevistados já havia sofrido algum tipo de violência e os travestis eram as maiores vítimas. Quanto à percepção de qualidade de vida, o escore mais alto foi para o domínio psicológico para as três categorias. Os travestis apresentaram pontuação mais alta para QV geral e os homens para a satisfação com a saúde. Verificou-se associação estatisticamente significante (p<0,05) em todos os domínios e em QV geral com horas de trabalho. E a melhor pontuação de QV geral dos PS foram as variáveis ensino médio completo, ausência de filhos e 5 a 10 horas diárias de trabalho (p<0,05). A média de clientes apresentou associação significativa em todos os domínios exceto na QV geral. Tiveram melhores escores os PS que atendiam menos de cinco clientes por dia. Diante desses resultados, identificou-se a necessidade de políticas públicas de saúde voltadas ao desenvolvimento de medidas preventivas visando à promoção da saúde do profissional do sexo; e trabalhistas, como qualquer ocupação com direitos e deveres.
Construção e validação de um instrumentode coleta de dados para avaliação clínica de pacientes em terapiaintensiva
Autor: Anali Martegani Ferreira| Orientação: Alba Lucia Bottura Leite de Barros| Doutorado 2015
Palavras Chave: Coleta de dados, Diagnóstico de Enfermagem, Processos de Enfermagem, Unidades de Terapia Intensiva.
Resumo
A construção e o desenvolvimento de instrumentos de coleta de dados específicos, estruturados e validados para diferentes ambientes da prática clínica, orientam a coleta de dados, favorecem identificação e registro de dados completos sobre necessidades de cuidado dos pacientes, e orientam as demais etapas do Processo de Enfermagem. Este estudo teve como objetivo construir e validar um instrumento de coleta de dados sustentado nos domínios da NANDA-I para pacientes em terapia intensiva. Constituiu-se em um estudo exploratório descritivo. Desenvolveu-se em quatro fases. Na primeira fase realizou-se uma pesquisa documental, retrospectiva, para identificação das características sociodemográficas e clínicas dos pacientes, termos e expressões contidos em anotações de enfermagem em 256 prontuários de pacientes hospitalizados na UTI de um hospital da fronteira oeste do RS, Brasil, do período de outubro/2011 a abril/2012. Identificaram-se 832 termos e expressões, os quais foram agrupados por similaridade e associação. Na segunda fase utilizou-se o mapeamento dos termos e expressões em relação à classificação da NANDA-I, identificando-se 52 diferentes títulos diagnósticos de enfermagem, com uma média de 4,6 diagnósticos por paciente, majoritariamente no domínio segurança/proteção. Trinta e nove (75%) títulos diagnósticos de enfermagem identificados são diagnósticos reais e 13 (25%), de risco. Considerando os domínios, os diagnósticos mais frequentes foram: Dor aguda (n=146, 57,03%), Risco de infecção (n=121, 47,26%), Troca de gases prejudicada (n=103, 40,23%), Débito cardíaco diminuído (n=98, 38,43%), Confusão Aguda (n=35, 13,67%), Volume de líquidos deficiente (n=26, 10,15%) e Ansiedade (n=22, 8,59%). Na terceira fase esses resultados foram submetidos à validação de conteúdo por enfermeiras especialistas, por meio de grupo focal, incluindo-se outros oito diagnósticos não mapeados, os quais foram: Manutenção ineficaz da saúde e Autocontrole ineficaz da saúde, Baixa autoestima situacional, Sentimento de impotência e Insuficiência na capacidade do adulto para melhorar, Disposição para religiosidade melhorada, Risco de quedas e Dor crônica. Estes resultados subsidiaram a construção do instrumento de coleta de dados de enfermagem realizada na terceira fase do estudo. O instrumento foi estruturado na sequência: dados de identificação, anamnese e exame físico. Seguiu-se a ordem dos domínios e classes da NANDA-I. Incluíram-se os domínios: D1-Promoção da saúde; D2-Nutrição; D3-Eliminação e troca; D4-Atividade/repouso; D5-percepção/cognição; D6-Autopercepção; D7-Papéis e relacionamento; D9-Enfrentamento/tolerância ao estresse; D10-Princípios da vida; D11-Segurança/proteção; e D12-Conforto. Cada domínio foi organizado em classes e diagnósticos. Na quarta fase ocorreu o refinamento do instrumento por meio de consenso de especialistas externas. Nesta fase foi incluído o diagnóstico de enfermagem Risco de aspiração. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) sob o Parecer nº 103.199. Este estudo permitiu identificar as situações clínicas passíveis de intervenções de enfermagem e verificar sua equivalência com 52 títulos diagnósticos de enfermagem da NANDA-I, possibilitando a construção e validação de um instrumento de coleta de dados específico para pacientes em terapia intensiva, o que auxiliará no emprego da classificação de diagnósticos da NANDA-I. A utilização de uma linguagem padronizada contribui para o fortalecimento da identidade profissional da enfermagem em UTI e esclarecimento de seu domínio nesse contexto, bem como para unificar condutas e garantir resultados positivos em saúde.
Incidência de sangramento excessivo e preditores no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca
Autor: Camila Takao Lopes| Orientação: Alba Lucia Bottura Leite de Barros| Doutorado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Fatores de Risco, Hemorragia, Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos
Resumo
Sangramento excessivo, necessidade de transfusão de concentrado de hemácias (TCH) ou de reabordagem cirúrgica de emergência (RCE) por sangramento são complicações pós-operatórias de cirurgia cardíaca associadas a significativa morbimortalidade. Conhecer os preditores dessas complicações pode instrumentalizar os enfermeiros na priorização de vigilância para reconhecê-las precocemente ou diminuir sua ocorrência. Objetivos: Avaliar os preditores de sangramento excessivo, de TCH e de RCE por sangramento no pós-operatório imediato (POI) de cirurgia cardíaca. Método: Estudo de coorte prospectivo realizado em um hospital de referência em cardiologia. Incluíram-se adultos submetidos a correção cirúrgica de cardiopatias adquiridas via esternotomia mediana. Os desfechos sangramento excessivo, necessidade de TCH ou de RCE foram avaliados 24h após admissão na unidade de terapia intensiva (UTI) pós-operatória. As variáveis independentes investigadas incluíram fatores pré, intra e pós-operatórios identificados na literatura. As variáveis pré-operatórias foram coletadas até 24h antes da cirurgia; as variáveis intraoperatórias foram coletadas à admissão na UTI e as variáveis pós-operatórias foram coletadas 24h após admissão na UTI. A relação entre as variáveis independentes e os desfechos foi avaliada em análise univariada (Teste exato de Fisher para variáveis categóricas ou Mann-Whitney para contínuas). Variáveis com p≤0,05 na análise univariada e outras clinicamente relevantes foram submetidas a análise múltipla por meio regressão logística, com p≤0,05 considerado significativo. O odds ratio foi utilizado como medida de associação entre as variáveis independentes e os desfechos. Calculou-se a área sob a curva ROC como medida de acurácia da relação entre as variáveis independentes e os desfechos. Resultados: Incluíram-se 323 pacientes. Desses, 105 (32,5%) apresentaram sangramento excessivo. Na análise univariada, as variáveis significativamente associadas ao sangramento incluíram: Pré-operatórias: sexo masculino, hipertensão arterial, maior altura, porém menor índice de massa corpórea, menor contagem plaquetária e maior hematócrito. Na análise múltipla, os preditores independentes de sangramento excessivo incluíram sexo masculino, IMC<26,34 Kg/m2, contagem plaquetária<214,000/mm3, volume de heparina>6,25mL (acurácia=77,5%). Vinte (6,20%) pacientes receberam TCH. Na análise univariada, as variáveis significativamente associadas à TCH foram: Pré-operatórias: maior idade, menor peso e altura, menor contagem de plaquetas, menor nível de hemoglobina, maior prevalência de contagem plaquetária<150x103/mm3; Intraoperatórias: menor volume de protamina, maior duração da anestesia, maior prevalência de TCH; Pós-operatórias: menor temperatura axilar, maior frequência cardíaca e maior pressão positiva expiratória final (PEEP). Na análise múltipla, o preditor independente de TCH foi peso<66,5Kg (acurácia=68%). Dezoito (5,60%) pacientes foram submetidos a RCE, Na análise univariada, as variáveis significativamente associadas à RCE foram: Pré-operatória: menor contagem plaquetária; Intraoperatória: menor número de pontes na revascularização do miocárdio; Pós-operatória: menor temperatura axilar, infusão endovenosa de menor volume, maior PEEP e transfusão de hemocomponentes. Na análise múltipla, o preditor independente de RCE foi transfusão pós-operatória de hemocomponentes (acurácia=97,93%). As fontes de sangramento na RCE foram lesões aórticas pela canulação da CEC (n=6), ferida esternal (n=4), átrio direito (n=3), e ponte lesionada pelo dreno ou fio de aço (n=2). Em três casos, a fonte de sangramento não era visível. Conclusões: Identificaram-se preditores perioperatórios de sangramento excessivo, de TCH e de RCE no POI de cirurgia cardíaca.
O cuidador familiar e o cuidado ao adulto com doença crônica dependente de tecnologia: uma proposta de educação em saúde no contexto domiciliar
Autor: Cecilia Maria Brondani| Orientação: Lais Helena Domingues Ramos| Doutorado 2015
Palavras Chave: Tecnologia, Doença crônica, Assistência domiciliar, Cuidadores, Enfermagem.
Resumo
Diversas são as demandas de cuidados dos doentes crônicos atendidos no domicílio e essas dependem do diagnóstico médico, do grau de incapacidades e da utilização de tecnologias que monitorem e auxiliem nas funções vitais. O objeto desse estudo é o cuidado desenvolvido por cuidadores familiares de pacientes adultos com doenças crônicas dependentes de tecnologia no contexto da atenção domiciliar. O estudo está centrado na perspectiva dialógica de educação de Paulo Freire. Essa concepção amplia as possibilidades de atuação do enfermeiro no processo de cuidar e educar desenvolvido durante as visitas domiciliares. Objetivos: Investigar como é o cuidado desenvolvido pelos cuidadores familiares de pacientes adultos com doenças crônicas dependentes de tecnologia no domicílio; Implementar durante a visita domiciliar uma prática de educação em saúde com esses cuidadores; Discutir os benefícios da prática educação em saúde para os cuidadores familiares. Método: Trata-se de uma pesquisa de campo na modalidade convergente-assistencial, com abordagem qualitativa. Desenvolvida no período de agosto de 2012 a fevereiro de 2013, com cuidadores familiares de pacientes adultos dependentes da tecnologia de um Serviço de Internação Domiciliar. Os dados foram coletados por meio da entrevista semiestruturada, observação participante e visita domiciliar. A prática de educação em saúde foi desenvolvida durante as visitas domiciliares, considerando as individualidades e demandas do paciente dependente de tecnologia e do seu cuidador. A análise dos dados foi realizada de acordo com as quatro etapas propostas pela PCA: apreensão, síntese, teorização e transferência. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, sob o número 05553412.7.0000.5505. Resultados: Foram estruturadas em quatro categorias: Demandas de cuidado do paciente adulto com doença crônica dependente de tecnologia; Sentimentos do cuidador familiar frente à realidade do cuidado no domicílio; A visita domiciliar e a prática de educação em saúde com o cuidador familiar do paciente adulto com doença crônica dependente de tecnologia; Benefícios para o cuidador familiar da prática de educação em saúde desenvolvida pelo enfermeiro durante a visita domiciliar. Constatou-se a preocupação dos cuidadores em relação à organização e às demandas de cuidado, a aceitação da doença e da dependência, o medo de errar e a necessidade de superação. A utilização de tecnologias no domicílio interfere na vida dos cuidadores e familiares modificando a dinâmica familiar, por outro lado, auxilia na manutenção da vida do paciente. Conclusão: A prática de educação em saúde trouxe segurança e tranquilidade aos cuidadores familiares, contribuindo para a construção da autonomia no desenvolvimento das atividades. Além de possibilitar a continuidade e a integralidade do cuidado.
O Kófa: etnografia sobre a velhice Kaingang
Autor: Alice do Carmo Jahn| Orientação: Pedro Paulo Gomes Pereira| Doutorado 2015
Palavras Chave: Velho, . Idoso, Indígenas, Etnologia, Enfermagem
Resumo
Esta tese é fruto de um trabalho de campo que traz a experiência de um ano de convívio junto aos Kaingang, grupo Jê Meridional, que vivem na Aldeia do Alto Recreio/Terra Indígena Serrinha, localizada no município de Ronda Alta - RS, região ao norte do Estado. A população indígena que habita o local é de, aproximadamente, 900 pessoas. A etnografia buscou conhecer e analisar as elaborações de ―velhice‖ entre índios Kaingang, e identificar os saberes que o grupo social aciona em seu fazer que caracteriza essa etapa de vida. A pesquisa etnográfica sobre a ―velhice‖ acabou por sugerir que as crianças são mediadoras dessa construção. Os Kaingang estabelecem uma construção em torno de ser Kófa.
O “Teatro Mágico” das residências em saúde no Brasil: caminhos de uma política pública
Autor: Odete Messa Torres| Orientação: Ligia de Oliveira Viana| Doutorado 2015
Palavras Chave: Residência em Saúde, Residência Integrada em Saúde, Residência Multiprofissional em Saúde, Residência em Área Profissional da Saúde.
Resumo
“O Teatro Mágico” das Residências em Saúde no Brasil: caminhos de uma política pública analisa a constituição do que defendo ser uma Política de Residências em Saúde no Brasil. Faz analogia ao grupo musical do qual arremeda o nome para falar da atuação de muito atores. Utiliza a poesia para dar sentido ao texto. Por que é que não se junta tudo numa coisa só? Porque não temos uma Comissão Nacional de Residências em Saúde? Ao passo temos uma histórica Comissão Nacional de Residência Médica e uma recente, com menos de uma década, Comissão Nacional de Residência – Multiprofissional – em Saúde. Através de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva objetiva analisar a constituição das Residências em Área Profissional da Saúde no Brasil, mapeando os movimentos que regulamentam a formação modalidade Residência em Área Profissional da Saúde no Brasil, multiprofissional e uniprofissional, traçando a trajetória de constituição de uma Política de Residência em Saúde no Brasil. Orienta-se pela Abordagem do Ciclo de Políticas de Stephen J. Ball utilizado como referencial teórico-metodológico. Produz os dados de pesquisa analisando as mensagens do Grupo de Discussão RIS Brasil e realizando entrevistas. O processo aqui delimitado é inovador e dinâmico, parte de um movimento novo no SUS, o da defesa da formação multiprofissional, voltada para a realidade da população e realizada junto aos serviços de saúde. Evidenciam-se nos resultados os contextos de influência, de produção de textos e de prática propostos por Ball. Critica-se um processo de regulamentação que abandona o diálogo com os movimentos sociais e se institucionaliza. A incorporação das mudanças nos programas é percebida pelo contexto de prática. Estas vozes afetam o contexto de influência, ao produzirem discursos com novos significados. Da mesma forma, produzem mudanças no contexto de produção de textos, por regularem estes discursos. São vozes poderosas que reconduzem os rumos da Política. Na variância dos termos – Residência Médica, Residência Integrada em Saúde, Residência Multiprofissional em Saúde e Residência em Área Profissional da Saúde – percebe-se o esforço de não afirmar as Residências em Saúde, para não incluir os médicos, excetuados politicamente na Lei 11.129/2005, sem que conceitualmente possam desta se excluir. Advogo, para a definição de uma política pública, pelo uso do termo Residências em Saúde por entender que este compreende a totalidade das iniciativas desta modalidade de formação.
Primeiro curriculo das escolas modelo referência na formação de enfermeiros no Brasil e na Argentina
Autor: Raquel Josefina de Oliveira Lima| Orientação: Maria Cristina Sanna| Doutorado 2015
Palavras Chave: Currículo, História da Enfermagem, Educação em Enfermagem, Educação Superior.
Resumo
O objeto deste estudo é o processo de criação e implantação do primeiro currículo das escolas modelo referência na formação de enfermeiros na Argentina e no Brasil, no qual se pretende responder ao questionamento: Qual o processo histórico de criação e implantação do primeiro currículo nesses países? Pondera-se que a realização deste estudo possibilitará conhecer a organização e a estruturação da formação profissional em dois países de grande representatividade na América Latina. Objetivo: Descrever, comparar e analisar o primeiro currículo das escolas modelo referência na formação de enfermeiros no Brasil e na Argentina. Método: Pesquisa de natureza histórico-documental, fundamentada na vertente da nova história. O recorte temporal definido teve o seu marco inicial no ano de 1886, ano da fundação da escola Escuela de Enfermeros y Enfermeras do Circolo Médico Argentino em Buenos Aires e o final em 1923, ano de fundação da Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública no Rio de Janeiro, Brasil. A coleta de dados possibilitou eleger 15 documentos da Argentina e 24 do Brasil, que foram organizados em ordem cronológica e arquivados individualizados por escola. Para análise dos dados utilizou-se a História Comparada, como ferramenta, e os referenciais teóricos filosóficos de Ivor Goodson e Roger Chartier. Resultados e Discussão: Os achados evidenciaram contextos sociais semelhantes no momento de criação das escolas, porém, com estruturas curriculares divergentes. No Brasil a criação da escola esteve vinculada a um projeto sanitário nacional e contou, com cooperação internacional para sua efetivação. Ficou evidente a influência norte americana na estruturação curricular no Brasil, fato não observado na Argentina, que teve seu currículo instituído por idealização pessoal da sua criadora. Conclusão: Os currículos convergem nos aspectos que dizem respeito aos fatores impulsionadores para a criação das escolas e no modelo de ensino adotado. Já as divergências foram relativas ao fato de que apenas o currículo da Argentina retratou as necessidades sociais vigentes à época, e apenas o Brasil recebeu apoio governamental para o planejamento, estruturação, manutenção e implementação da escola e de seu currículo.
Serviço voluntário: a busca da interação de saberes teóricos e práticos pelo egresso em enfermagem para a inserção no mercado de trabalho
Autor: Ana Cleide Soares Victor| Orientação: Maria Isabel Sampaio Carmagnani| Doutorado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Voluntários, Mercado de trabalho, Educação em enfermagem.
Resumo
A busca por uma vaga no mundo do trabalho, no início de vida profissional do egresso em graduação em enfermagem, é um evento de desafios permeado pelas dificuldades vivenciadas na interação com o mercado de trabalho. Diante dessas dificuldades, sentem-se desafiados a buscar novas formas de obtenção de conhecimentos e diferencial competitivo para uma colocação profissional. O presente trabalho buscou compreender o significado atribuído pelos egressos de enfermagem à experiência de atuar como voluntários, no início de carreira. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semi-estruturadas com 20 enfermeiras que exerceram o Serviço Voluntário em um hospital universitário no município do Paraná. Os dados foram analisados tendo como referencial teórico e metodológico o Interacionismo Simbólico e a Análise Qualitativa de Conteúdo, que possibilitaram a construção de categorias e suas inter-relações. Emergiu da análise a categoria conceitual Serviço Voluntário: a busca da interação de saberes teóricos e práticos pelo egresso em enfermagem para a inserção no mercado de trabalho, significando que, para a enfermeira voluntária, falta de experiência profissional exigida pelo mercado de trabalho e elevada concorrência por vaga de emprego foram os elementos que tornaram essa experiência difícil; o estudo constatou que tais elementos procedem da graduação, que não prepara o profissional para exigências do mercado de trabalho. Além disso, o estudo aponta que a expansão dos cursos de graduação em enfermagem, com o consequente aumento da oferta de mão-de-obra especializada, transforma em mais uma dificuldade no início da carreira. Percebeu-se, então, que o Serviço Voluntário é um forte elemento interacional simbólico entre o egresso e a sua inserção para o mercado de trabalho. Assim, o serviço voluntário possibilitou a interação de saberes teóricos e práticos, que não foram totalmente dominados durante a graduação, bem como, funcionou como ferramenta de formalização de sua experiência profissional para empregabilidade. Considera-se que o estudo busca contribuir para a compreensão do significado em atuar como voluntário em início de carreira por um grupo de egressos em graduação em enfermagem no contexto hospitalar. É preciso levar em conta os limites de sua generalização, muito embora possa ser utilizado como objeto de reflexão e discussão para avaliar a formação e realidade do mundo do trabalho do enfermeiro e os determinantes desses processos.
Sustentabilidade ambiental nos processos de medicação realizados na assistência de enfermagem hospitalar
Autor: Patricia de Oliveira Furukawa| Orientação: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha| Doutorado 2015
Palavras Chave: enfermagem preparações farmacêuticas, meio ambiente, desenvolvimento sustentável, gerenciamento de resíduos
Resumo
Introdução: hospitais e serviços de saúde geram impactos ambientais que contribuem para a mudança climática e afetam a saúde humana. A Enfermagem tem um importante papel na melhoria da sustentabilidade ambiental nos serviços de saúde como grande consumidor de recursos e gerador de resíduos. Dentre as suas principais atividades, estão os processos de medicação. Objetivos: verificar ações relativas à sustentabilidade ambiental durante os processos de medicação realizados pela equipe de Enfermagem e propor intervenções para a promoção de práticas sustentáveis nesta área da assistência hospitalar. Método: estudo quase experimental (antes e depois) com a utilização da metodologia Lean Seis Sigma, aplicado em uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital do município de São Paulo. A amostra constituiuse de 324 processos de medicação realizados pela equipe de Enfermagem antes e após intervenções (total: 648). Os processos analisados envolveram 99 profissionais na fase préintervenção e 97 na fase pósintervenção. A variável independente consistiu de estratégias de melhorias nos processos de medicação e a variável dependente incluiu a prática de ações sustentáveis do ponto de vista ambiental na assistência de enfermagem hospitalar de acordo com a Política dos 3 R: reduzir, reutilizar e reciclar, contida no Plano de Ação Global para o alcance do desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas. Os dados foram coletados por meio de roteiros de observação e analisados quantitativamente. As variáveis foram associadas por meio de estatística inferencial, segundo a natureza das variáveis pesquisadas, sendo o nível de rejeição da hipótese de nulidade fixado em menor ou igual a 0,05. Resultados: houve aumento das ações ecologicamente sustentáveis realizadas pela equipe de Enfermagem com as intervenções (média de 69,5% no período préintervenção e de 79,9% no período pósintervenção com pvalor = 0.001). Como consequência, houve redução de materiais como sacos plásticos (37,1%), redução nas sobras de antiinflamatórios hormonais (67,18%), aumento na remoção de etiquetas de sacos plásticos para serem reciclados (146,9%) e descarte correto de resíduos (32,2%) relacionados a embalagens primárias de medicamentos considerados perigosos à saúde humana e ao meio ambiente com diferença estatística significante (p ≤0.05). O reúso de materiais como sacos plásticos, embora tenha tido aumento de 42,9%, não teve diferença estatística significante (pvalor = 0.417). Conclusões: a implementação de melhorias nos processos de medicação promoveu a prática de ações sustentáveis realizadas pela equipe de Enfermagem, reduzindo desperdícios mediante o uso racional de recursos, assim como a geração de resíduos, com benefícios não apenas ambientais, mas também econômicos para a instituição.
Tentando reconstruir o que foi quebrado: a família compondo a trilha sonora de seu processo de reintegração
Autor: Ana Paula Cascarani Faria| Orientação: Ana Lucia de Moraes Horta| Doutorado 2015
Palavras Chave: Família, Música, Enfermagem familiar, Abrigo social.
Resumo
A reintegração familiar compreende o retorno da criança ou do adolescente que encontra-se acolhido institucionalmente ao contexto familiar. A família em processo de reintegração ainda é pouco estudada, concentrando-se os estudos no que diz respeito à experiência vivida, pela criança ou por alguns membros da família. A partir do questionamento sobre qual o significado atribuído pela família à vivência da reintegração, este estudo, de abordagem qualitativa, buscou compreender esta experiência mediada pelo fazer musical na perspectiva da família. O Interacionismo Simbólico foi a perspectiva teórica que orientou todo o processo de pensamento e compreensão, e que proporcionou sustentação ao desenvolvimento da pesquisa que teve como referencial metodológico a Teoria Fundamentada nos Dados. Participaram do estudo três famílias em processo de reintegração e uma família pós reintegrada. As estratégias utilizadas para a coleta dos dados foram: a observação participante, a entrevista mediada pelo fazer musical e a entrevista semiestruturada realizada com a psicóloga da associação, na qualidade de informante da experiência. A análise comparativa dos dados permitiu a identificação da categoria conceitual Tentando reconstruir o que foi quebrado e revelou que, para a família, o processo de reintegração familiar é uma experiência de reconstrução que permite revisitar as situações de abandono, rever o comportamento do cuidar e ressignificar a convivência familiar. Os conceitos identificados contribuem, especialmente, para: ampliar a compreensão sobre os diferentes arranjos familiares, desconstruir a idealização de um modelo de família; proporcionar aos demais que trabalham com famílias, pensar sobre novas estratégias de intervenção para que todos os membros sejam incluídos; e vislumbrar a possibilidade da utilização do fazer musical na produção e obtenção dos dados de pesquisa, seja por propiciar as interações entre os indivíduos que estão em contextos grupais, como por facilitar a verbalização de sentimentos difíceis de serem falados.
Tradução e validação para a língua portuguesa do Brasil da escala de avaliação de dor face, legs, activity, cry, consolability revised (flaccr) em crianças com paralisia cerebral
Autor: Edna Aparecida Bussotti| Orientação: Mavilde ds Luz Goncalves Pedreira| Doutorado 2015
Palavras Chave: Dor, Paralisia Cerebral, Enfermagem Pediátrica, Estudos de Validação
Resumo
Identificar a dor na criança com distúrbios neurológicos como a paralisia cerebral (PC) é um processo complexo. O uso de instrumentos elaborados e validados para mensurar a dor pode promover melhora no processo de cuidado de crianças incapazes de verbalizar a presença e intensidade da dor. Objetivos: Realizar a tradução para a língua portuguesa do Brasil e adaptação cultural da escala de avaliação de dor Face, Legs, Activity, Cry, Consolability revised (FLACCr). Verificar a confiabilidade e validade da escala de avaliação de dor FLACCr em crianças com PC. Material e Método: Trata-se de um estudo de desenvolvimento metodológico. Após a aprovação do mérito ético do estudo, procedeu-se à avaliação da tradução e retrotradução da escala e da equivalência cultural por meio da técnica de Delphi. Participaram do consenso da tradução cinco juízes e da equivalência cultural para verificar a clareza da tradução, 30 especialistas. O consenso foi obtido a partir de concordância igual ou maior a 80%. Os métodos utilizados para verificar as propriedades psicométricas da versão em português foram a confiabilidade, determinada pela estabilidade, consistência interna e equivalência interavaliadores, a validade de construto e a validade de critério. Os dados foram coletados no período de fevereiro a dezembro de 2014 em uma instituição especializada em reabilitação da cidade de São Paulo. Para a validação clínica foi calculada amostra de 42 crianças, contudo foram estudadas 46 crianças que realizaram o procedimento gerador de dor aguda, a infiltração anestésica para tratamento odontológico. As crianças foram avaliadas por quatro observadores e pela família, em dois momentos distintos, antes da infiltração anestésica, denominado como tempo zero (T0) e durante a infiltração anestésica, o tempo um (T1). A família avaliou presencialmente a criança nos momentos T0 e T1 utilizando uma escala analógica visual (EAV) zero a 10. Os quatro observadores, por meio de vídeos, avaliaram a criança e aplicaram a escala FLACCr nos mesmos momentos, sendo que 15 dias após, realizaram uma segunda avaliação, para verificar a estabilidade do instrumento. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, fixando-se o nível de significância com o p≤0,05. Resultados: Foram necessários três ciclos da técnica de Delphi para alcance do consenso da tradução entre os juízes. A concordância obtida nas cinco categorias da escala foi: Face 95,5%; Pernas 90,0%; Atividade 94,4%; Choro 94,4% e Consolabilidade 99,4%.Para determinar a estabilidade do instrumento foi realizado o teste-reteste, sendo de 0,854 o coeficiente de correlação intraclasse para todos os observadores no T0 e de 0,879 para todos os observadores no T1. A escala apresentou boa consistência interna, foi verificada alta concordância entre os observadores em todos os itens da FLACCr no T0 (alfa de Cronbach de 0,86) e em T1 (alfa de Cronbach de 0,90). A equivalência foi medida segundo a confiabilidade interavaliadores, obtendo-se resultados de baixa concordância em T0 (0,42) e alta em T1 (0,72). A validade de construto foi medida pela diferença dos escores obtidos em cada criança entre os momentos T1 e T0, sendo os resultados diferentes de zero para cada observador, para todos os observadores e para a família(p<0,001). A validade de critério foi estudada por meio da comparação entre a aplicação da EAV pela família e da FLACCr pelos observadores, não sendo identificada correlação entre as escalas utilizadas. Conclusão: A escala FLACCr foi traduzida para a língua portuguesa do Brasil, alcançando-se consenso na adaptação cultural e obtendo-se resultados de validação que evidenciam a confiabilidade das propriedades psicométricas da FLACCr para avaliação de dor em crianças com PC.
Trajetória de enfermeiros empreendedores da década de 1990 na cidade de São Paulo
Autor: Andreia de Carvalho Andrade| Orientação: Maria Cristina Sanna| Doutorado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Contrato de risco, Mercado de trabalho, História da Enfermagem.
Resumo
Recuperar e desenhar a trajetória de enfermeiros empreendedores da década de 1990, da cidade de São Paulo, cujas empresas estavam registradas na Junta Comercial de São Paulo em 2010. Método: Empregou-se a investigação histórica, descritiva, na modalidade de história oral, com cinco enfermeiras proprietárias dos primeiros empreendimentos nas diferentes áreas de atuação: assistência, administração e ensino. O marco temporal inicial foi posicionado em 1992 e o marco final em 1998, época da fundação dos empreendimentos citados. As entrevistas foram transcritas e transcriadas, originando os depoimentos que foram submetidos à análise textual. Peter Drucker foi escolhido como referencial teórico de análise, por ser um importante e influente pensador sobre a gestão do século XX. Estabeleceu pressupostos como a importância do gerenciamento de si mesmo, a disciplina da inovação, a necessidade de processos, o fracasso inesperado, a incongruência e mudanças de percepção, enquanto fundamentação teórica para o empreendedor. Resultados: Quatro categorias temáticas foram construídas: “Atributos atitudinais para o empreendedorismo”, em que foram discutidos os traços da personalidade, competências atitudinais e os valores morais para o empreendedorismo; “Criação do negócio”, que descreveu as ações para as enfermeiras criarem seus negócios até a sua materialização e condições extrínsecas e intrínsecas para a abertura do negócio; “Resultado do trabalho empreendedor”, em que foram discutidos os desfechos do negócio e as recompensas morais intrínsecas e extrínsecas obtidas; e o “Desenvolvimento do negócio”, que abordou as ações para sobrevivência do negócio e as questões necessárias ao progresso do negócio. Conclusão: Ao desenhar a trajetória dessas enfermeiras, concluiu-se que as cinco foram empreendedoras, se posicionaram à frente de seu tempo e criaram seus empreendimentos a partir dos traços de personalidade de cada uma e da construção da vida profissional que antecedeu a abertura do negócio. Para fazê-lo utilizaram diferentes estratégias, como o conhecimento científico, a experiência profissional e as ferramentas gerenciais planejamento, networking, benchmarking e qualidade, a fim de lograrem o êxito que alcançaram.
Validação de resultados de enfermagem noc para pessoas com insuficiência cardíaca com o diagnóstico de enfermagem autocontrole ineficaz da saúde
Autor: Agueda Maria Ruiz Zimmer Cavalcante| Orientação: Alba Lucia Bottura Leite de Barros| Doutorado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Insuficiência Cardíaca, Doença Crônica, Estudos de Validação.
Resumo
a insuficiência cardíaca (IC) é uma complexa patologia cuja progressão está relacionada a não adesão ao tratamento que inclui atividades de autocuidado. Instrumentos de avaliação são desenvolvidos visando avaliar o autocuidado permitindo intervenções direcionadas às necessidades do indivíduo. A Classificação dos Resultados de Enfermagem NOC oferece numerosas escalas de avaliação em diferentes aspectos da saúde. Dois resultados foram selecionados para o paciente com IC: “Autocontrole da doença cardíaca” e “Comportamento de adesão”. Os indicadores que compõem esses resultados são genéricos e pouco claros para estimar sua magnitude. O uso de indicadores permite acompanhar as mudanças do indivíduo tornando possível determinar e priorizar o indicador no qual intervir. A hipótese do estudo fundamentou-se em que os indicadores de autocuidado previstos na NOC são genéricos, pouco específicos e não suficientemente claros para pacientes com IC e uma busca na literatura revelaria a necessidade de acrescentar indicadores aos resultados NOC selecionados. Objetivo: identificar indicadores de resultados da NOC aplicáveis a pessoas com IC com “Autocontrole ineficaz da saúde” e realizar a validação por consenso quanto à relevância e clareza das definições conceituais e operacionais desenvolvidas para os indicadores desses resultados NOC “Autocontrole da Doença Cardíaca” e “Comportamento de Adesão” para o cuidado de pessoas com IC e diagnóstico de enfermagem “autocontrole ineficaz da saúde”. Método: estudo metodológico, desenvolvido em diferentes fases. A primeira consistiu na revisão integrativa da literatura, baseada no modelo de Withmore e Knafl (2005), para identificar os indicadores de autocuidado de pessoas com IC. Na segunda, foram construídas definições conceituais e operacionais para os indicadores dos resultados NOC e, posteriormente, submetidas à apreciação de 20 especialistas, que julgaram-nas quanto à relevância e clareza. Resultados: na revisãointegrativa da literatura, a partir da inclusão de 148 artigos, onze dimensões de autocuidado foram identificadas: adesão medicamentosa, reabilitação e prática de exercícios, monitoramento do peso, comportamentos relacionados à restrição do sódio, comportamentos relacionados com a dieta, conhecimento da doença, comportamentos relacionados à restrição hídrica, comportamentos relacionados à orientação para redução de ingestão de bebida alcoólica e tabagismo, comportamentos relacionados à orientação sobre sono/descanso e vacinação. Para o resultado NOC Autocontrole da doença cardíaca, todas as dimensões de autocuidado identificadas abrangeram tais indicadores. E, para o resultado Comportamento de adesão apenas quatro dimensões relacionaram-se aos indicadores desse resultado. Na análise das definições conceituais e operacionais dos 57 indicadores de ambos os resultados pelos especialistas, a maioria foi considerada relevante e clara. Diversas considerações e sugestões foram apontadas as quais foram analisadas e atendidas em sua maioria, sendo então refinadas. Conclusão: as dimensões de autocuidado identificadas na literatura oferecem evidência de áreas significativas do autocuidado, as quais estão contempladas por meio de indicadores mais abrangentes em ambos os resultados NOC selecionados não havendo a necessidade do acréscimo de novos indicadores. As definições elaboradas podem oferecer substrato para uma avaliação mais objetiva, clara e que possibilite a identificação minuciosa das limitações do indivíduo em controlar e aderir ao tratamento. Além de oferecer informações que auxiliam na elaboração de metas para o paciente e o cuidador.
Dissertações de Mestrado |
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A conjugalidade na gestação de gemelares com diagnóstico de malformação
Autor: Selma Eloy Machado Marques| Orientação: Ana Lucia de Moraes Horta| Mestrado 2015
Palavras Chave: Enfermagem Familiar, Gemeos, Família, Conjugalidade, Pais
Resumo
A conjugalidade está presente em diferentes fases do ciclo de vida familiar e está relacionada à vivência compartilhada do casal. A espera de um filho traz muitas expectativas, fantasias, medos e exigirá do casal uma nova divisão de tarefas e de cuidado da criança, podendo ser considerado um momento de estresse conjugal. Embora habitualmente o casal se prepare para uma gestação única, por diferentes motivos esta pode ser múltipla e em alguns casos vir acompanhada de um diagnóstico de malformação O objetivo é compreender a trajetória conjugal na gemelaridade com diagnóstico de malformação congênita em um dos filhos. O método utilizado foi o de pesquisa qualitativa, constituindo-se como um Estudo Clínico Qualitativo. Foram entrevistados dois casais com parto há pelo menos três anos de gêmeos com diagnóstico de malformação na gestação. A coleta de dados se deu, a partir do contato telefônico inicial, por meio de 3 entrevistas, com construção do genograma e de escultura familiar, que foram gravadas e o material produzido e fotografado. Os dados foram analisados por meio da análise temática. Dos resultados da análise dos dados, surgiram as seguintes categorias: Construindo a conjugalidade e se preparando para a parentalidade; Vivenciando o impacto da gravidez e da gemelaridade; Vivenciando o diagnóstico de malformação; Vivenciando o luto de um dos filhos; Vivenciando a gestação, o pós parto e fazendo planos para o futuro. Concluiu-se que a notícia da gestação de gêmeos foi bem recebida pelos participantes, embora tenha sido um susto. O diagnóstico de malformação foi impactante, porém proporcionou maior união entre o casal e família e foi vivido com otimismo. A relação pré-gestacional, a trajetória de companheirismo dos casais entrevistados, associados ao apoio psicológico que tiveram durante a gestação, auxiliou positivamente na vivência e adaptação do casal à parentalidade, ao diagnóstico de malformação e à preservação da conjugalidade.
A família frente a realidade do idoso em morar sozinho
Autor: Marcelo Geovane Perseguino| Orientação: Ana Lucia de Moraes Horta| Mestrado 2015
Palavras Chave: Família, Idoso, Relações Familiares, Domicílio, Cuidador, Enfermagem familiar
Resumo
O crescimento da população idosa no Brasil é acompanhado pela realidade da pessoa idosa em morar sozinha. Este contingente já corresponde a uma parcela significativa da população de idosos e apresenta um acelerado crescimento, levando o Estado e família a repensarem a questão do cuidado a esta população. Objetivo: Compreender a dinâmica familiar frente a realidade do idoso em morar sozinho. Método: Trata-se de um estudo de campo, com abordagem qualitativa tendo como referencial teórico o Interacionismo Simbólico. Os dados foram coletados entre novembro de 2014 a março de 2015, por meio de entrevistas que tiveram a seguinte questão norteadora: Como vocês convivem com a realidade de ter um idoso na família que mora sozinho? Participaram do estudo quatro famílias. Os dados, devidamente transcritos pelo autor foram analisados por meio da análise de conteúdo, tendo como base a análise temática ou categorial. Resultados: Após a análise das entrevistas os dados foram organizados segundo o método de análise proposto, dando origem as seguintes categorias: A família se organizando ao processo de morar sozinho após os 80 anos; A família respeitando as suas tomadas de decisão; A família vivenciando a liberdade do morar sozinho; Discussão: Neste estudo pode-se identificar que a possibilidade de morar sozinho é facilitada pelo preparo da família durante seu ciclo vital familiar. O morar sozinho teve início a pós a viuvez e afastamento dos filhos pelo casamento, onde inicialmente a pessoa idosa é acolhida temporariamente pelos familiares em suas residências durante o processo inicial de luto. Após o retorno da pessoa idosa para a sua residência as famílias elegem um membro como o cuidador familiar para a pessoa idosa. A aproximação do filho cuidador e o afastamento dos demais familiares foi um fato presente em todas as famílias entrevistadas. A família se preocupa com o risco de violência e acidentes que podem ocorrer com a pessoa idosa morando sozinha e reconhecem a necessidade, da pessoa idosa morar com os familiares, mas respeitam a decisão da pessoa idosa em morar sozinha, e criam estratégias para a sua manutenção. A manutenção e reconhecimento das capacidades de independência e autonomia da pessoa idosa são descritos pelas famílias e utilizados como fatores importantes na manutenção do morar sozinho. A possibilidade de morar com os filhos se mostra a principal estratégia das famílias nos casos de dependência. Morar sozinho e poder ter seus familiares próximos traz a sensação de liberdade para a pessoa idosa e família. Tanto familiares quanto a pessoa idosa reconhecem as dificuldades, sobrecargas e riscos apresentados pelo processo de envelhecimento, mas justificam a possibilidade do morar sozinho pela presença da proximidade da família. Considerações finais: Frente a realidade discutida, a enfermagem, como ciência responsável pela elaboração de estratégias de cuidado, deve trabalhar junto ás famílias, auxiliando no planejamento de planos assistenciais baseados na realidade social familiar individual.
Acidentes na infância e adolescência: frequência, características e fatores relacionados
Autor: Fernanda Rocha Fodor Filocomo| Orientação: Conceição Vieira da Silva Ohara| Mestrado 2015
Palavras Chave: Enfermagem pediátrica, Criança, Adolescente, Prevenção de acidentes, Causas externas.
Resumo
analisar as ocorrências de acidentes em crianças e adolescentes atendidos em um pronto-socorro pediátrico no Município de São José dos Campos, Estado de São Paulo. Métodos: pesquisa transversal, descritiva, correlacional. Amostra de 2.421 registros de atendimentos de crianças e adolescentes, de zero a 13 anos, que sofreram acidentes no período de 01/09 a 31/12/2013. Resultados: a frequência dos acidentes correspondeu a 12,1%; houve predominância do sexo masculino (62,5%); a faixa etária mais acometida foi a de 10 a 13 anos (33,6%), seguida de cinco a nove (32,1%), de um a quatro (28,2%) e dos menores de um ano (6,1%). O tipo de acidente mais frequente foi queda (48,7%), seguido de contato com objetos (16,5%) e acidente não identificado com lesão indefinida (10,60%). Foi significante a associação de acidentes envolvendo ingestão ou introdução de corpo estranho e faixa etária (p=0,021), sendo a de 1 a 5 anos a de maior ocorrência e tendo como principais agentes envolvidos: moeda (25,4%) e grãos (9,5%). Nas colisões, a maioria das crianças e adolescentes estavam em um veículo automotor e em condições inadequadas quanto ao posicionamento e utilização de equipamento de segurança (30,4%). Verifica-se a associação (p<0,001) entre faixa etária e parte do corpo acometida, em crianças de até um ano de idade, o segmento cefálico/pescoço foi o mais atingido (75,0%), enquanto nos adolescentes de 10 a 13 anos, foram os membros superiores e inferiores (aproximadamente 30,0%). Em relação aos procedimentos intra-hospitalares realizados, observam-se: Raio-X (67,6%), avaliação de um médico especialista (52,7%); imobilização ortopédica (25,9%); tomografia computadorizada (10,5%) e curativo ou sutura (8,5%). A alta foi o desfecho mais ocorrido (84,0%), seguido por observação no próprio pronto-socorro (10,5%), internados em UTI ou enfermaria pediátrica (4,2%) e um caso de óbito. Conclusão: os acidentes tiveram alta incidência, acarretando um impacto para a população e para o setor saúde do município estudado, incluindo número elevado de atendimentos e, por consequência, custo, sem considerar os aspectos emocionais que são incalculáveis.
Ações de enfermeiros na atenção primária à saúde para detecção precoce do câncer de mama na região sudeste do município de São Paulo
Autor: Fabiana Barbosa Barreto Melo| Orientação: Maria Gaby Rivero de Gutierrez| Mestrado 2015
Palavras Chave: Neoplasia da mama, Atenção primária à saúdfe, Enfermagem oncológica, Programas de rastreamento
Resumo
Introdução: No Brasil, dados estatísticos apontam o aumento dos casos de câncer de mama, mostrando também que as taxas de mortalidade por esta doença continuam elevadas. É mais frequente em mulheres da região Sudeste e o Estado de São Paulo apresenta a maior estimativa de novos casos. Diante dessa situação, ações para detecção precoce dessa doença são recomendadas pelo Ministério da Saúde, tendo como cenário ideal para sua execução a Atenção Primária à Saúde. Objetivo: Identificar a execução das ações de detecção precoce do câncer de mama, propostas pelo Ministério da Saúde na Atenção Primária à Saúde, desenvolvidas por enfermeiros de Unidades Básicas de Saúde da região Sudeste do município de São Paulo (SP). Método: Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, com 133 enfermeiros, desenvolvido em 38 Unidades Básicas de Saúde da região Sudeste do município de São Paulo, entre janeiro e março de 2014. Utilizou-se um questionário validado para coleta de dados, os quais foram analisados de forma descritiva e analítica. Resultados: Dos 133 enfermeiros do estudo, 120 (90,2%) investigavam os fatores de risco para o câncer de mama e destes, 60 (50,0%) relataram que o retorno da mulher de alto risco deve ser de 3 a 6 meses. O Exame Clínico das Mamas era realizado por 117 (88,0%) enfermeiros e 60 (45,1%) referiram que não há restrição etária para iniciálo. Quanto à Mamografia, 97 (72,9%) mencionaram que deve ser anual e, 123 (92,5%) orientavam como a usuária deve fazer o Autoexame das Mamas e indicando a sua realização mensalmente. Em relação à reunião educativa sobre o câncer de mama, 88 (66,2%) enfermeiros informaram realizá-la. A análise inferencial mostrou que não houve diferença estatisticamente significativa na participação de enfermeiros em cursos de capacitação e sua vinculação com os diferentes tipos de Unidade Básica de Saúde. Já a participação em cursos de especialização entre os enfermeiros das unidades básicas de saúde da Estratégia Saúde da Família foi significativamente maior (p = 0,03) em comparação ao modelo tradicional, assim como a investigação dos fatores risco, orientação da idade do autoexame das mamas e a realização de reunião educativa (p = <0,001). Conclusão: Os resultados mostraram que a realização das ações para a detecção precoce para o câncer de mama, pelosenfermeiros das unidades básicas de saúde, necessita de adequação para estar em conformidade com as diretrizes propostas pelo Ministério da Saúde. Evidenciou-se, ainda, que a realização dessas ações pelos enfermeiros das unidades básicas de saúde da Estratégia Saúde da Família foi significativamente maior quando comparadas às realizadas por enfermeiros das unidades básicas Tradicional e Mista
Acolhimento com comportamento empático para redução do medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca: ensaio clínico randomizado
Autor: Juliana Soares Jurko| Orientação: Alba Lucia Bottura Leite de Barros| Mestrado 2015
Palavras Chave: Acolhimento, Medo, Diagnóstico de Enfermagem, Cirurgia cardíaca.
Resumo
O paciente em pré-operatório de cirurgia cardíaca apresenta o diagnóstico de enfermagem Medo no momento que antecede o ato cirúrgico podendo comprometer o seu tratamento. O objetivo geral foi avaliar a eficácia do acolhimento com comportamento empático para a redução da intensidade do Medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca. Os objetivos específicos foram: caracterizar sociodemográfica e clinicamente os pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca; identificar a intensidade do Medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca; avaliar a relação das variáveis antecedentes (sexo, idade, tipo de cirurgia, grau de escolaridade, religião e comorbidades e/ou Infarto Agudo do Miocárdio prévio) com o diagnóstico de enfermagem Medo e; comparar a intensidade do Medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca que receberam acolhimento com comportamento empático com os que não receberam. Estudo experimental ou ensaio clínico randomizado realizado com 44 pacientes no pré-operatório de cirurgia cardíaca. Os pacientes foram divididos em dois grupos, sendo o Grupo I: pacientes que receberam acolhimento com comportamento empático (grupo intervenção) e o Grupo II: pacientes que não receberam acolhimento (grupo controle). Para este estudo foi utilizado o instrumento de coleta de dados elaborado e validado anteriormente por outra autora contendo 15 características definidoras do diagnóstico de enfermagem Medo. Os pacientes foram avaliados em dois momentos: antes e após a intervenção (grupo intervenção) e após 2 horas da primeira avaliação (grupo controle). Os resultados mostraram um escore de 6,7 na primeira avaliação e de 6,11 na segunda avaliação no total de pacientes. A diferença dos escore entre a primeira e a segunda avaliação dos pacientes variou entre -1 e 3, sendo que 5 pacientes tiveram aumento no escore de Medo na segunda avaliação. Não houve diferença estatística significativa entre os grupos quando comparado os escores de Medo, entretanto houve diferença do escore ao longo do tempo, mostrando que em ambos os grupos houve uma redução significativa no escore de Medo. Na primeira avaliação os pacientes que aguardavam cirurgia de Marcapasso apresentaram duas vezes menos medo do que os pacientes que aguardavam a cirurgia de Revascularização do Miocárdio (p=0,006). Os pacientes com o segundo grau de escolaridade apresentaram 1,2 vezes menos medo que os pacientes com o primeiro grau (p=0,023). Já os pacientes que apresentaram pelo menos uma comorbidade possuíam 1,4 vezes mais medo do que os pacientes que não apresentaram comorbidades (p=0,011). Na segunda avaliação os pacientes do sexo feminino apresentaram 1,1 vezes mais medo do que os pacientes do sexo masculino (p=0,049). Já os pacientes que aguardavam cirurgia de Marcapasso apresentaram 1,9 vezes menos medo do que os pacientes que aguardavam a cirurgia de Revascularização do Miocárdio (p=0,00984). As características definidoras do diagnóstico de enfermagem Medo que tiveram redução da primeira para a segunda avaliação foram: náusea, vômito, fadiga, boca seca, choroso e motilidade intestinal alterada. Conclui-se que o acolhimento com comportamento empático não foi eficaz para a redução da intensidade do Medo de pacientes em pré-operatório de cirurgia cardíaca. As orientações pré-operatórias são necessárias e importantes, entretanto, deve-se ponderar a respeito do que a enfermagem considera essencial para o conhecimento do paciente e o que este realmente gostaria de saber.
Acompanhantes ou infernizantes? a difícil interação entre o técnico em enfermagem e a família do paciente hospitalizado
Autor: Maria Cristina Ferreira Carlos Rodrigues da Silva| Orientação: Circea Amalia Ribeiro| Mestrado 2015
Palavras Chave: Família, Enfermagem, Educação profissionalizante, Educação técnica em enfermagem, Humanização.
Resumo
Este estudo, de abordagem qualitativa, teve como objetivos compreender o significado atribuído pelo técnico em enfermagem à vivência de interagir com a família do paciente hospitalizado e conhecer se o técnico em enfermagem já interagiu com algum conteúdo relacionado ao cuidado da família. Utilizou-se como referencial teórico o Interacionismo Simbólico e metodológico a Análise Qualitativa de Conteúdo. Os participantes foram nove técnicos de enfermagem de duas instituições assistenciais e, as estratégias utilizadas para a coleta de dados foram: a observação participante e a entrevista semiestruturada. A análise comparativa dos dados permitiu a identificação da categoria conceitual ACOMPANHANTES OU INFERNIZANTES? A DIFÍCIL INTERAÇÃO ENTRE O TÉCNICO EM ENFERMAGEM E A FAMÍLIA DO PACIENTE HOSPITALIZADO e revelou que o Técnico em enfermagem considera a interação com os familiares muito difícil e, até mesmo, complicada, pois estes cobram e reclamam demais quando não são atendidos de imediato, fazem algazarra e “bagunça”, além de atrapalharem, infernizarem e fiscalizarem ao invés de ajudar, embora reconheçam a importância da presença do familiar para que o paciente seja melhor assistido e também ao próprio profissional. Por falta de conteúdo sobre o tema família em sua formação e vida profissional, o técnico em enfermagem reconhece que o único conteúdo desenvolvido foi a humanização, o que não condiz com sua realidade profissional, pois não consegue relacionar os conceitos relativos à humanização às questões da interação com a família. O estudo revelou ainda que, frente a essa situação, o técnico em enfermagem desenvolve estratégias para se relacionar sem atrito com os familiares. Reitera-se a importância da inclusão do conteúdo sobre a temática da família nos cursos de formação de técnicos em enfermagem e nas instituições de saúde.
Adaptação transcultural e mensuração da validade e confiabilidade do functional capacity index (fci)
Autor: Marina Peixe Yamada| Orientação: Iveth Yamaguchi Whitaker| Mestrado 2015
Palavras Chave: Tradução, estudos de validação, reprodutibilidade dos testes, atividades cotidianas, ferimentos e lesões, acidentes de trânsito.
Resumo
Objetivo: adaptar culturalmente para o português e validar o instrumento de medida de capacidade funcional, o Functional Capacity Index (FCI), à realidade brasileira e verificar as propriedades psicométricas, confiabilidade e validade do instrumento adaptado em pacientes com lesões traumáticas um ano após o acidente de trânsito. Método: pesquisa metodológica que envolveu tradução/retrotradução, adaptação transcultural, incluindo-se avaliação semântica, idiomática, conceitual e cultural e validação do FCI. A versão final foi aplicada a um grupo de pacientes vítimas de trauma após um ano da alta hospitalar. Para verificar a confiabilidade foi utilizado o Coeficiente Alfa de Cronbach. Para a avaliação da validade de construto discriminante comparou-se dois grupos, caso e controle. Para a validação concorrente aplicou-se o índice de Katz e para a verificação da validade convergente, o questionário Injury Severity Score (ISS). Resultados: Após a tradução do instrumento, do total de 58 itens avaliados, oito (13,8%) não apresentaram concordância entre os tradutores. Na retrotradução, seis (10,3%) apresentaram palavras diferentes do original, porém com significados semelhantes. Na avaliação pelo comitê de especialistas, cinco itens (8,6%) não alcançaram a taxa de concordância maior que 90,0%. Após a aplicação do instrumento final, a consistência interna de todos os domínios que compõe o FCI, verificada pelo Alfa de Cronbach, mostrou-se aceitável (α ≥ 0,7); os valores do FCI correlacionaram-se de forma moderada e significante com os valores do índice de Katz (r = 0,387 e p = 0,006); observou-se que não houve correlação significante entre os escores ISS e FCI (r = - 0,118 e p = 0,415); os valores do FCI foram estatisticamente maiores no grupo caso em comparação ao grupo controle (p<0,001), confirmando a validade de critério discriminante. Conclusão: A adaptação transcultural do instrumento de avaliação da capacidade funcional, FCI, para o português do Brasil, aplicado às pessoas que sofreram acidente de trânsito um ano após a alta hospitalar, permitiu concluir que o instrumento final mostrou resultados satisfatórios quanto à confiabilidade. Em relação à validade, os resultados quanto à validade de critério concorrente e de construto discriminante indicaram resultados favoráveis a sua utilização
Análise das tentativas de suicídio atendidas em emergência pública do município de São Paulo
Autor: Thalita Silva Gomes de Araujo| Orientação: João Fernando Marcolan| Mestrado 2015
Palavras Chave: Tentativa de Suicídio, Suicídio, Saúde Mental, Epidemiologia, Saúde Pública.
Resumo
Objetivo: analisar as tentativas de suicídio atendidas em pronto-socorro geral, por meio da definição do perfil epidemiológico dos indivíduos, fatores de risco e predisponentes. Métodos: Estudo transversal, aplicação de questionário semi estruturado por meio de entrevista. População de pacientes atendidos por tentativa de suicídio. Uso de testes qui-quadrado e testes da razão de verossimilhanças. Resultados: 93 participantes; 2:1 a proporção do sexo feminino em relação ao masculino, predomínio de solteiros, jovens, baixa escolaridade, altos índices de desemprego e baixa amplitude de rede social. Ocorrência de subnotificação do diagnóstico para tentativa de suicídio e hegemonia de diagnósticos clínicos, a mascarar magnitude do problema. Altos índices de diagnóstico prévio para depressão, transtorno mental na família, tentativa de suicídio prévia e presença de conflitos nas relações interpessoais. A maioria tinha atendimento profissional prévio, em geral uso de medicamentos. O principal método foi a ingesta medicamentosa, indicativo de melhor controle na prescrição. A maioria tinha planos de novamente tentar se matar. Conclusões: Se faz necessário diminuir o estigma social do sofrimento psíquico, implantar sistema de vigilância ao suicídio e qualificação profissional para adequar a assistência ao indivíduo com comportamento suicida.
Análise de eventos adversos em unidade de terapia intensiva
Autor: Daniela Benevides Ortega| Orientação: Elena Bohomol| Mestrado 2015
Palavras Chave: Unidade de terapia intensiva, Enfermagem, Assistência de enfermagem, Qualidade da assistência à saúde
Resumo
Eventos adversos (EA) são ocorrências indesejáveis, porém preveníveis, de natureza danosa ou prejudicial que comprometem a segurança dos pacientes que se encontram sob os cuidados dos profissionais de saúde. Objetivos: Caracterizar a população internada na UTI e analisar EA gerenciados pela enfermagem por meio da avaliação da sua prevalência e correlação com características dos pacientes e parâmetros relacionados a equipe de trabalho como a carga de trabalho e as relações entre enfermeiro/paciente e técnico de enfermagem/paciente. Método: Estudo prospectivo, correlacional, com abordagem quantitativa, em uma UTI geral de um hospital privado do município de São Paulo, SP. Foram avaliados 286 pacientes que tiveram 304 internações no período de 01 de setembro a 31 de dezembro de 2013. Por meio de instrumento de coleta de dados confeccionado pela pesquisadora, foram coletados dados da admissão do paciente como as escalas de APACHE II, Glasgow, Braden, NAS e cálculo do risco de queda. Subsequentemente, dados da evolução dos pacientes foram anotados diariamente em planilha específica, focando no registro dos dispositivos inseridos no paciente e no registro dos EA que foram objeto de estudo: queda, úlcera por pressão e perda dos dispositivos cateter venoso central (CVC), tubo orotraqueal (TOT), cateter central de inserção periférica (CCIP) e sonda nasoenteral (SNE). Na ocasião de um EA, foram anotados os parâmetros semelhantes à admissão do paciente como as escalas de NAS, Glasgow, Braden, risco de queda e as relações entre enfermeiro/paciente e técnico de enfermagem/paciente. Resultados: Houve grande variação na idade da casuística (14 a 108 anos) sendo 70 anos a mediana de idade tendo sido maior no sexo feminino. Não houve predomínio de gênero, o prontoatendimento foi a procedência mais comum e a mediana de tempo de permanência foi de três dias tendo sido maior nas internações por motivos clínicos. Na admissão, os pacientes apresentaram escore médio de 13,9 na escala APACHE II, 14,4 na escala de Glasgow, 13,0 na escala de Braden, 65,6 no escore NAS e a maioria dos casos apresentou elevado risco de queda. Foram inseridos dispositivos em 55% das internações, tendo sido a instalação de CVC o mais prevalente. A taxa de ocorrência de pelo menos um EA por internação foi de 8% considerando os eventos que foram objeto de estudo, tendo ocorrido ao total 39 EA sendo a UP o mais comum, seguido de perda de SNE. Em relação à comparação entre os grupos que tiveram ou não EA, o grupo que apresentou EA teve mediana de idade maior, maior prevalência de internações por motivos clínicos, internações mais prolongadas e maior escala de APACHE II na admissão na unidade. Além disso, o grupo que apresentou EA teve maior pontuação do NAS, menor escore na escala de Braden e menor escala de Glasgow, aferidos no dia da ocorrência do EA, em comparação ao grupo sem EA. Por último, não houve diferença na relação paciente/enfermeiro ou paciente/técnico de enfermagem entre os grupos com e sem EA. Conclusões: As análises das ferramentas utilizadas neste estudo, ao demonstrarem diferença entre os grupos de pacientes que tiveram ou não algum EA, responderam a pergunta desta pesquisa de que a ocorrência de EA em UTI sofre influência de fatores como a gravidade dos pacientes e carga de trabalho.
Análise do comportamento do potencial hidrogeniônico de soluções de cloridrato de dobutamina segundo concentração e luminosidade
Autor: Natalia Romana Ferreira Lemos| Orientação: Maria Angelica Sorgini Peterlini| Mestrado 2015
Palavras Chave: Enfermagem pediátrica, Infusões intravenosas, Estabilidade de medicamentos, Concentração de íons de hidrogênio e dobutamina.
Resumo
O sistema de medicação é complexo e deve ser realizado de maneira a oferecer assistência segura aos pacientes. As propriedades físicas e químicas de um medicamento podem ser alteradas pela ação da luz e temperatura. As consequências advindas poderão modificar as medidas do potencial hidrogeniônico (pH), resultando em produtos farmacêuticos impróprios para utilização. Assim, essa pesquisa experimental objetivou verificar o comportamento do potencial hidrogeniônico do cloridrato de dobutamina puro e diluído em cloreto de sódio a 0,9% em água (SF), mantidos em temperatura de 22ºC (+2ºC) e 37ºC (+2ºC) e sob influência da luminosidade, bem como comparar as determinações de pH dessas situações. Para a realização do estudo as soluções foram acondicionadas em Sistemas para Infusão de Terapia Intravenosa incolores, âmbares e protegidos da luminosidade. Realizou-se quatro situações de estudo, sendo Controle (totalmente protegido da luminosidade e em temperatura de 22ºC (+2ºC), Experimento Incolor (EI), Experimento Âmbar (EA) e Experimento Protegido (EP); todas executadas em triplicata. As soluções foram instaladas em bomba de infusão contínua, e as situações EI, EA e EP permaneceram sob exposição da luminosidade fluorescente e do equipamento de fototerapia, bem como sob temperatura de 22ºC (+2ºC) e 37ºC (+2ºC). Os controles de pH aconteceram após o preparo das soluções (T0), em 24 horas de simulação de infusão das soluções (T1), em 48 horas (T2), em 72 horas (T3) e em 96 horas (T4). A amostra ficou composta por 204 medidas de pH, sendo 35,3% referentes ao cloridrato de dobutamina e 5,9% ao SF, ambos empregados no preparo das soluções; 29,4% do medicamento puro e 29,4% do medicamento diluído. A análise dos resultados deu-se pela média aritmética, desvio-padrão e coeficiente de variação (CV). O cloridrato de dobutamina e o SF utilizados no preparo das soluções apresentaram média de pH de 3,28+0,10 (CV 3%) e 5,60+0,27 (CV 4,76%). A média das medidas das triplicatas resultou em 20 medidas referentes ao cloridrato de dobutamina puro e 20 do fármaco diluído. As maiores variações nas medidas de pH foram verificadas nos fármacos puros expostos à Situação EP (+0,34), Controle (+0,27) e EI (+0,27). A determinação de pH mais ácido ocorreu no fármaco puro na Situação EI e em T1 (2,78); e a medida mais elevada foi observada, também com o medicamento puro, porém na Situação EP e em T4 (4,19). As maiores variações nas medidas de pH do cloridrato de dobutamina puro aconteceram entre T0 e T1, exceto para o fármaco exposto na Situação Controle, em que a variação se manteve até T2. Quando essas soluções foram expostas ao EI e EA apresentaram diminuição nas determinações de pH; e a menor variação aconteceu com fármaco no EA (+0,15). Comportamento semelhante foi observado com o cloridrato de dobutamina diluído em SF, porém a solução exposta ao EA manteve a menor variação de todo o estudo (+0,02). As soluções puras em EP apresentaram as maiores elevações de pH da presente investigação, diferentemente do fármaco diluído. Portanto, o cloridrato de dobutamina quando diluído e em EA manteve-se mais estável, sugerindo a possibilidade de administrar o fármaco em Sistemas para Infusão de Terapia Intravenosa Âmbar. O mesmo podendo ser indicado para o medicamento puro.
Ansiedade, estresse e depressão de familiares de pacientes com insuficiência cardíaca em tratamento ambulatorial
Autor: Marianna Sobral Lacerda| Orientação: Juliana de Lima Lopes| Mestrado 2015
Palavras Chave: Insuficiência Cardíaca, Família, Ansiedade, Estresse Psicológico, Depressão.
Resumo
Analisar o nível de ansiedade e de estresse e os sintomas de depressão de familiares acompanhantes de pacientes com Insuficiência Cardíaca em tratamento ambulatorial; descrever as características sociodemográficas, clínicas, do estilo de vida e de sobrecarga de familiares acompanhantes de pacientes com Insuficiência Cardíaca em tratamento ambulatorial; verificar se há correlação entre os escores das escalas de ansiedade, depressão e estresse e verificar se há diferenças nos escores das escalas de ansiedade, depressão e estresse de acordo com as características sociodemográficas, clínicas, de estilo de vida e de sobrecarga de familiares e do grau de independência das atividades de vida diária dos pacientes. Método: Estudo de caráter descritivo transversal, realizado entre abril de 2014 e fevereiro de 2015 no Ambulatório de Miocardiopatias do Hospital São Paulo. A amostra foi composta por 100 familiares de pacientes com Insuficiência Cardíaca. A ansiedade, a depressão e o estresse foram avaliados por meio do Inventário de Ansiedade de Beck, Inventário de Depressão de Beck e Escala de Estresse Percebido - 10, respectivamente. As outras variáveis foram obtidas por meio de um instrumento contendo as variáveis sociodemográficas e clínicas, da auto avaliação da saúde, do Index de Independência nas Atividades da Vida Diária e Escala de Sobrecarga do Cuidador. Resultados: A média de idade dos sujeitos avaliados foi de 45,43±13,53 anos, a maioria era do sexo feminino (81%), branca (63%) e casada (61%). O escore de depressão apresentou média de 8,24±7,14, o de ansiedade 7,95±7,61 e a escala de estresse 17,43±7,15, demonstrando a ausência desses sintomas na maioria dos familiares de pacientes com IC. Quanto ao grau de independência, 82% dos pacientes eram independentes para todas as atividades de vida diária, não sendo observada sobrecarga do cuidador (17,9±14,21). O coeficiente de correlação entre as escalas foi de 0,53 entre depressão e ansiedade, e entre depressão e estresse e de 0,66 entre ansiedade e estresse. Sexo feminino (p=0,002; p=0,031), tabagismo (p=0,05; p=0,011), sedentarismo (p=0,023; p=0,001) e auto avaliação da saúde regular/ruim (p=0,012; p=0,013) apresentaram relação com ansiedade e estresse. A renda familiar menor que 5 salários mínimos (p=0,012) e a auto avaliação da saúde regular/ruim (p=0,001) apresentaram relação com a depressão. Conclusão: Os familiares não apresentaram níveis elevados de estresse, ansiedade e depressão. As escalas apresentaram correlação entre si, porém as escalas de estresse e ansiedade apresentaram maior força de correlação. Auto avaliação da saúde, atividade física, tabagismo e sexo foram os fatores que se relacionaram com o estresse e ansiedade e renda familiar e auto avaliação de saúde foram os fatores relacionados com os sintomas de depressão.
Atenção ao trabalho de parto e parto em uma maternidade do SUS, na capital do Acre
Autor: Sheley Borges Gadelha de Lima| Orientação: Janine Schirmer| Mestrado 2015
Palavras Chave: Parto Humanizado, Enfermagem Obstétrica, Trabalho de Parto, Humanização da Assistência, Práticas obstétricas
Resumo
A institucionalização do parto trouxe avanços importantes para a melhoria da assistência, por outro lado, gerou um conjunto de práticas obstétricas padronizadas intervencionistas, baseadas no modelo tecnocrático. Em resposta aos desfechos desfavoráveis deste modelo de atenção, a partir da década de 1980, surgiu o movimento da humanização do parto, que propôs uma assistência acolhedora e respeitosa, baseada em evidências científicas. Objetivo: Analisar as práticas obstétricas na assistência ao parto e nascimento em uma instituição de saúde do município de Rio Branco – Capital do Estado do Acre, local onde foram realizadas mudanças na infraestrutura em busca da atenção humanizada. Metodologia: Estudo descritivo e exploratório de delineamento transversal, que incluiu 460 puérperas de partos vaginais e seus conceptos. Os dados foram coletados no período de quatro de novembro 2013 a quatro de fevereiro de 2014, por meio de entrevistas à puérpera. No alojamento conjunto, também foram coletados dados de seu prontuário. Os dados foram digitados em planilhas do “Excel 2010 for Windows”, sendo analisados através do software “SPSS 16.0 for Windows” e para a generalização do Teste Exato de Fisher utilizou-se o software “STATA/SE 13.0 for Windows”, e a estatística com um nível de significância (α) de 5% (α=0,05). Resultados: Todas as 460 puérperas tiveram gestação única. Identificamos as seguintes práticas: Práticas, demonstradamente, úteis e que devem ser encorajadas no trabalho de parto e parto: Presença de acompanhante de livre escolha da mulher (85,4%); Oferecimento de dieta (75,9%); Liberdade de posição e movimento (81,3%), sendo pouco aderido por parte das mulheres; Método não farmacológico para alívio da dor: exercício na bola (68,1%), seguidos de massagem de conforto (64,2%), banho de aspersão (63,1%); Uso de partograma (53,5%), porém a maioria de forma incompleta; Contato precoce cutâneo com o RN (94,1%). Nas Práticas frequentemente utilizadas de modo inapropriado durante o trabalho de parto e parto, identificamos: Amniotomia (54,2%), Infusão de ocitocina (50,7%). Nas Práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser eliminadas da assistência, encontramos: Uso de enema e tricotomia (0%); Cateterização intravenosa com uterotônicos (39,0%); Posição horizontal para o parto (semi-sentada ou deitada) (94,6%) e manobra de Kristeller no período expulsivo (15,5%). O anonimato do profissional responsável pela atenção ao parto foi um ponto negativo. 69,1% das puérperas não sabiam quem assistiu seu parto, a presença da enfermagem obstétrica, juntamente com as boas práticas, pode ter contribuído com a satisfação (82,8%). Ao associar a indução do trabalho de parto com a idade gestacional, quanto maior a idade gestacional mais os partos foram induzidos. As mulheres internadas com colo fechado foram as que mais receberam indução (P>0,001), a indução aumentou o tempo mediano do trabalho de parto (P>0,045), a episiotomia independe de indução (p=0,914), o valor do Apgar de 1º e 5º do RN, não foi afetado pela indução (p>0,05). Conclusão: Esta instituição tem buscado incorporar uma assistência com práticas humanizadas. Todavia, o modelo médico tecnocrático baseado nas experiências pessoais ainda se sobressai diante das evidências científicas. Mudar é o desafio atual e urgente, que requer esforços tanto de gestores quanto dos profissionais de saúde.
Atualização on-line sobre doença pulmonar obstrutiva crônica para enfermeiros
Autor: Isabela da Costa Maurino Amaya| Orientação: Ana Rita de Cassia Bettencourt| Mestrado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Educação a distância, Educação em Enfermagem, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Resumo
Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória prevenível e tratável. A obstrução do fluxo aéreo é, geralmente, progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases tóxicos, sendo a principal, o tabagismo. É necessária a organização de uma rede de atenção que atenda às pessoas com doenças respiratórias crônicas, com maior ênfase em ações de promoção da saúde e prevenção primária e secundária, com intuito de prevenir e controlar as doenças crônicas. Para a melhora da qualidade do serviço prestado, é fundamental que os profissionais da área da saúde atualizem seus conhecimentos. Um dos recursos tecnológicos utilizados é o ambiente virtual, que proporciona ao usuário o contato com o conteúdo e a participação nas atividades, desde que tenha acesso à internet. A Educação a Distância (EAD) também permite ao aluno a flexibilidade de tempo e espaço para estudo, além da redução de custos dos recursos educacionais presenciais. Objetivos: Desenvolver e avaliar um site sobre DPOC quanto à qualidade das informações, layout e navegação; avaliar e validar o conteúdo das informações. Método: Para o desenvolvimento do ambiente virtual de aprendizagem, foi utilizado o referencial teórico proposto por Filatro, composto pelas fases de análise, design e desenvolvimento, implementação e avaliação. A fase de avaliação foi dividida em 2 partes: avaliação e validação do conteúdo sobre DPOC, realizada por 12 especialistas da área da saúde (enfermeiros, médicos e fisioterapeutas). E para avaliar as operações e o conteúdo do site, foi realizada por 11 profissionais da área da saúde (enfermeiros, médicos e fisioterapeutas) e 3 de informática (informática médica e designer gráfico). Para a análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva. Resultados: Na primeira parte da avaliação do conteúdo, este foi avaliado como excelente e muito bom por 92% dos especialistas. Na segunda, os critérios excelente e muito bom relativos à impressão geral do site (visual, facilidade e navegabilidade) e o conteúdo atingiram a concordância acima de 70% entre os profissionais da saúde; e entre os profissionais de informática, o site foi avaliado como muito bom e bom por 55%. Conclusão: O site desenvolvido está adequado para ser disponibilizado on-line, o conteúdo foi avaliado como de extrema importância para que enfermeiros e profissionais da área da saúde busquem informações atualizadas sobre DPOC de maneira rápida e independente da localização geográfica.
Avaliação da orientação do plano de alta hospitalar aos pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica
Autor: Renata Camargo Alves| Orientação: Ana Rita de Cassia Bettencourt| Mestrado 2015
Palavras Chave: avaliação, plano de alta hospitalar, pacientes portadores de Dpoc
Resumo
Este estudo avaliou os efeitos da orientação do plano de alta hospitalar aos pacientes portadores de DPOC. Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, que incluiu 50 pacientes portadores de DPOC. Na primeira etapa do estudo foi aplicado questionário Plano educacional para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica composto por 30 questões e dividido em sete seções para avaliar conhecimento do paciente sobre sua doença. Na segunda etapa, foi realizada intervenção educacional e na terceira, reaplicação do questionário para avaliar se houve mudança em seu conhecimento. Em todas as seções do questionário houve aumento na média de acertos após a intervenção educacional. 68% dos pacientes responderam não conhecer bem sua doença antes da orientação e apenas 22% após a intervenção educacional. A orientação do plano de alta hospitalar mostrou-se efetiva resultando em melhora imediata do conhecimento e da auto percepção do paciente em relação a sua doença
Classificação de risco no serviço de emergência: associação entre as suas categorias e os desfechos do paciente
Autor: Juliana Barros Becker| Orientação: Ruth Ester Assayag Batista| Mestrado 2015
Palavras Chave: Triagem, serviços médicos de emergência, enfermagem em emergência.
Resumo
O problema da superlotação dos serviços de emergência (SE) é uma realidade mundial, principalmente em países em desenvolvimento, traduzindo um baixo desempenho dos sistemas de saúde. Mundialmente há recomendação para a implantação da triagem de pacientes nos Serviços de Emergência com o objetivo de melhorar a assistência prestada. Seguindo estas diretrizes o Hospital Universitário da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) desenvolveu e implantou um protocolo que utiliza a classificação em cinco níveis de gravidade, este definido pela queixa principal do paciente. O objetivo deste estudo foi avaliar se as categorias do protocolo de classificação de risco (CR) estão associadas à morte, internação hospitalar e alta. Métodos: Estudo observacional, tipo coorte retrospectivo, realizado no SE do Hospital São Paulo (HSP), UNIFESP, com pacientes maiores de 18 anos submetidos ao protocolo de CR no mês de agosto de 2012. Resultados: O maior número de pacientes submetidos ao protocolo de CR do SE foi classificado como baixa prioridade. A proporção de óbitos foi maior no grupo de pacientes classificados como alta prioridade. Os homens apresentaram maior taxa de internação hospitalar e óbito em relação às mulheres (χ²=13,58; p=0,0011). Pacientes classificados como alta prioridade apresentaram taxa de internação cinco vezes maior e a taxa de óbitos 10,6 vezes maior em relação aos pacientes classificados como baixa prioridade (χ²= 214,99; p <0,0001). Observou-se predominância das especialidades clínicas no grupo de maior prioridade (χ²= 48.47; p< 0,0001), uma maior taxa de internação e óbito (χ²= 20.04; p <0,0001) e um maior tempo de internação hospitalar (ANOVA F = 13.0; p=0,0004) quando comparados às especialidade cirúrgicas. Conclusão: O grupo de maior prioridade associou-se a maiores taxas de internação e óbitos. O protocolo foi capaz de detectar pacientes com condições mais urgentes e identificar fatores de risco para internação hospitalar e óbito. Os resultados encontrados demonstram que desenvolvimento de protocolos próprios, pode ser uma alternativa a protocolos internacionais em Instituições de Saúde com recursos financeiros limitados.
Comparação da qualidade de vida de idosos com ou sem sinais e sintomas de depressão
Autor: Gerson Scherrer Junior| Orientação: Angelica Goncalves Silva Belasco| Mestrado 2015
Palavras Chave: Idoso, Depressão, Atividades da vida diária, Qualidade de vida, Instituição de longa permanência para idosos.
Resumo
Introdução: o envelhecimento populacional é uma realidade mundial, decorrente da transição demográfica que é influenciada pela diminuição da mortalidade e natalidade. Com isso, aumenta a expectativa de vida e a prevalência de doenças crônicas, entre elas, a depressão que acomete a capacidade funcional do idoso. A multifatoriedade do envelhecimento, somado as doenças crônicas e perda de funcionalidade aumenta a demanda por instituições de longa permanência para idosos que pode comprometer a qualidade de vida. Objetivos: Determinar o efeito da depressão e da capacidade de desenvolver as atividades de vida diária sobre a qualidade de vida e identificar atividades relacionadas a lazer, atividade física, social, saúde e AVDs que possam predizer melhores escores de qualidade de vida. Métodos: estudo transversal, analítico realizado com 101 idosos institucionalizados. Foram avaliados dados sociodemográficos, econômicos, morbidades, qualidade de vida (WHOQOL-OLD), sinais e sintomas de depressão (inventário de Beck), capacidade de realização de atividades de vida diária (índice de Katz/AVDs). A Regressão linear múltipla foi usada para a análise dos dados. Resultados: sinais e sintomas de depressão alteraram negativamente a QV dos idosos nos domínios: autonomia; atividades presentes, passadas e futuras; participação social; intimidade e escore total; idosos com restrições para a realização das AVDs apresentaram QV inferior nos domínios: autonomia, participação social, e escore total; dançar, independência para realizar AVDs, gostar do residencial e não apresentar sinais e sintomas de depressão foram as variáveis que melhor influenciaram, de modo positivo e significante, a QV dos idosos. Conclusão: suporte social e psicológico, condições de moradia e assistência estimuladora podem minimizar os efeitos negativos decorrentes da presença de sinais e sintomas de depressão e da limitação para a realização das atividades de vida diária e consequentemente melhorar a QV de idosos institucionalizados.
Construção e validação de conteúdo de instrumento para avaliação do sistema de medicação
Autor: Monica Jordao de Souza Pinto| Orientação: Elena Bohomol| Mestrado 2015
Palavras Chave: Erros de Medicação, Sistemas de Medicação, Segurança do Paciente, Estudos de Avaliação
Resumo
Importante área dentro da segurança do paciente é a segurança no sistema de medicação, haja vista dados da literatura sobre erros de medicação. Alguns autores vêm discutindo a adoção de estratégias que melhorem os processos desse sistema, com o intuito de aumentar o custo-benefício do trabalho, garantir qualidade assistencial e, principalmente, prevenir erros e eventos adversos. Objetivo: Construir e validar o conteúdo de um instrumento para avaliação do sistema de medicação baseado no “Protocolo de segurança da prescrição, uso e administração de medicamentos”. Método: Utilizou-se um desenho não experimental do tipo “pesquisa metodológica”, com início em março de 2014 e término em dezembro do mesmo ano. As etapas seguidas foram: definição do construto; formulação dos itens; desenvolvimento de instruções para usuários e respondentes; e avaliação da confiabilidade, pelo coeficiente Alpha de Cronbach e da validade de conteúdo pela Técnica Delphi. Resultados: A primeira rodada Delphi durou 73 dias e contou com a participação de 40 painelistas. Foram enviados para avaliação 194 itens distribuídos em três áreas (prescrição, distribuição e administração) dos quais somente 16, da área prescrição, não atingiram o consenso estabelecido de 90% e foram reformulados em 14. A segunda rodada durou 35 dias, contou com a participação de 36 painelistas e apenas dois itens não alcançaram o nível de consenso de 90% e foram excluídos. Os demais foram aceitos pelo grupo o que significou que o instrumento final ficou com 190 itens. Os resultados do Alpha de Cronbach do instrumento geral e das três áreas do sistema de medicação foram satisfatórios e ultrapassaram o limite estabelecido de Alfa ≥ 0,75. Conclusão: Esse estudo permitiu a construção e validação de um instrumento para a avaliação da segurança do sistema de medicação com 102 itens do processo Prescrição, 34 do processo de Distribuição e 54 do processo de Administração.
Construção e validação de um curso a distancia: pilares da gestão do cuidado com os pés das pessoas com diabetes mellitus na atenção primária
Autor: Maria Alice Moreira Torres Santiago| Orientação: Monica Antar Gamba| Mestrado 2015
Palavras Chave: educação à distância, diabete mellitus, pé diabético, atenção primária, estudos de validação
Resumo
ESTUDO DESCRITIVO EXPLORATÓRIO TRATA-SE DE UMA PESQUISA METODOLÓGICA E DE DESENVOLVIMENTO COM PRODUÇÃO TECNOLÓGICA, QUE OBJETIVOU A CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE UM CURSO NA MODALIDADE À DISTÂNCIA, POR MEIO DO AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM VOLTADO PARA OS PILARES DA GESTÃO DO CUIDADO COM OS PÉS DAS PESSOAS COM DIABETES MELLITUS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA. SEGUINDO AS RECOMENDAÇÕES BASEADAS NAS DIRETRIZES DO CONSENSO DO PÉ DIABÉTICO E NO PROGRAMA STEP BY STEP, ADOTAMOS PARA SUA PRODUÇÃO O MODELO ADDIE - ANÁLISE, DESIGN, DESENVOLVIMENTO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO, NA LINHA DO DESIGN INTRUCIONAL (DI). O CURSO FOI SUBMETIDO À VALIDAÇÃO QUANTO AOS ASPECTOS PEDAGÓGICOS E TÉCNICOS, POR 12 ESPECIALISTAS E FOI ADEQUADO CONFORME SUGESTÕES. O CURSO TEM O POTENCIAL DE OFERECER CAPACITAÇÃO AOS ENFERMEIROS QUE ATUAM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE, PARA QUE ELES SE CONSCIENTIZEM DE QUE É POSSÍVEL E NECESSÁRIO REALIZAREM AS AÇÕES DE PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DAS COMPLICAÇÕES QUE SURGEM NOS PÉS DAS PESSOAS COM DIABETES MELLITUS E ASSIM POSSAM ATUAR E ASSUMIR UMA ABORDAGEM PREVENTIVA, EVITANDO ULCERAÇÃO E AMPUTAÇÕES.
Defeitos congênitos: prevalência no estado do Acre – 2001 a 2010
Autor: Cicero Francalino da Rocha| Orientação: Anelise Riedel Abrahao| Mestrado 2015
Palavras Chave: Defeito Congênito, Recémnascido, Epidemiologia, Sistemas de Informação.
Resumo
Defeitos Congênitos (DCs) são anomalias funcionais ou estruturais de órgãos, células ou componentes celulares que se instalam durante o desenvolvimento do feto devido a fatores genéticos, ambientais ou desconhecidos. Objetivos: Calcular a prevalência de nascidos vivos portadores de anomalias congênitas no Estado do Acre; identificar os defeitos congênitos, de acordo com os sistemas orgânicos acometidos, aplicando a padronização do capítulo XVII da CID10; caracterizar o perfil epidemiológico materno, segundo aspectos sociodemográficos e obstétricos; caracterizar o perfil epidemiológico dos recémnascidos, segundo características neonatais e tipo de parto. Material e Método: Estudo transversal, descritivo de abordagem quantitativa, utilizando dados secundários, obtidos por meio das informações armazenadas no banco de dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) da base de dados do Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil (MSBRASIL). A população de estudo referese aos nascidos vivos portadores de Defeitos Congênitos, de partos ocorridos no Estado do Acre, no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2010. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Enfermagem. Adotouse a resolução 466/12. Resultado: No período foram notificados 164.804 nascidos vivos (NV) dentre os quais 316 (0,2%) foram identificados como portador de algum tipo de defeito congênito, uma prevalência de 19,2/10.000NV. Na década estudada a prevalência anual oscilou entre 1,2 a 2,9/1.000NV. A região onde se verificou uma maior prevalência correspondeu ao Alto Acre (27,6/10.000NV). Entre os notificados constatouse um alto índice de DCs acometendo o sistema osteomuscular e o sistema nervoso. Dentre as características maternas chamou a atenção os extremos das idades maternas. Verificouse entre os nascidos vivos portadores de DCs uma maior prevalência de prematuridade, baixo peso ao nascimento, apgar de 1º minuto menor que 7, e maior índice de parto cesáreo. Conclusão: Os resultados deste estudo são relevantes uma vez que não existia até o momento dados informativos relacionados aos DCs no Estado do Acre, o que abrirá um leque de reflexão aos leitores e aos gestores municipais e estaduais.
Efeito do uso de protetores auriculares no sono de recém-nascidos prematuros na unidade neonatal: estudo clínico, randômico, controlado e cruzado
Autor: Monica Hiromi Sato Toma| Orientação: Eliana Moreira Pinheiro| Mestrado 2015
Palavras Chave: sono, prematuro, recém-nascido, enfermagem neonatal, cuidados de enfermagem, ruído.
Resumo
Objetivo: Comparar o efeito do uso de protetores auriculares sobre o sono dos recém-nascidos prematuros durante os Horários do Soninho em duas unidades de cuidados intermediários neonatais. Método: Estudo clínico, randômico, controlado e cruzado, conduzido em duas unidades de cuidados intermediários neonatais de diferentes instituições hospitalares de São Paulo-SP. A amostra foi composta por 24 prematuros clinicamente estáveis, com peso entre 1.200g e 2.000g, no interior de incubadora e que atenderam os demais critérios de inclusão e exclusão estabelecidos para o estudo. Utilizou-se polissonígrafo Alice 5® (Respironics®) e a observação não estruturada para a coleta de dados. A intervenção constituiu-se no uso de protetores auriculares nos Horários do Soninho, perfazendo um total de 96 períodos analisados, sendo 48 no grupo Experimental, e o restante no grupo Controle. Resultados: Do total da amostra, metade pertencia ao sexo masculino. As médias das idades gestacional, corrigida e cronológica, foram de 33,2 semanas, 34,9 semanas e 11 dias, respectivamente. O peso atual médio dos prematuros foi de 1.747gramas. Não houve diferença estatisticamente significante quanto ao tempo total de sono entre os Grupos Experimental e Controle, sendo que as médias respectivas foram de 83,7 minutos e 87,1 minutos (p=0,540). As comparações do tempo de sono quieto e indeterminado revelaram diferença marginalmente significante entre os dois grupos estudados (p=0,071). Os recém-nascidos prematuros com menores idades e pesos apresentaram redução significativa no tempo total de sono e sono quieto com o uso dos protetores auriculares (p<0,05). O aumento de uma semana na idade gestacional resultou no acréscimo de 3% no tempo total de sono dos prematuros, quando controladas as variáveis iluminação do ambiente, manipulação do neonato e peso atual. O sono quieto foi o estágio de sono predominante na maioria das análises. Não houve influência da luz e das manipulações nos tempos totais de sono de ambos os grupos. Conclusão: Concluiu-se que não houve diferença significativa no tempo total de sono dos prematuros entre os Grupos Experimental e Controle durante os Horários do Soninho nas unidades estudadas. As reduções significativas nos tempos totais de sono dos neonatos menores em relação às médias das idades gestacional, corrigida e peso atual podem estar relacionadas com um possível desconforto gerado pelo uso dos protetores auriculares nestes prematuros.
Enfermeiros da atenção básica e a identificação de ações no controle do câncer de mama no município de Diadema-SP
Autor: Michele de Souza Teixeira| Orientação: Elisabeth Niglio de Figueiredo| Mestrado 2015
Palavras Chave: atenção básica, enfermeiro, neoplasia da mama, programas de rastreamento.
Resumo
Introdução: O câncer de mama é o agravo que mais acomete mulheres em todo o mundo. No Brasil, mesmo com políticas de saúde públicas instituídas, o diagnóstico dessa neoplasia tem acontecido em estágios avançados, acarretando taxas de mortalidade elevadas. Portando, a detecção precoce é fundamental para a melhora desses indicadores, sendo a Atenção Básica o local primordial para a realização dessa ação. Entre os profissionais, o enfermeiro tem papel de destaque nas atividades de controle da doença. Objetivo: Identificar a implementação das ações de rastreamento oportunístico do câncer de mama, propostas pelo Ministério da Saúde, por enfermeiros de Unidades Básicas de Saúde de Diadema-SP. Método: Estudo quantitativo observacional, de corte transversal, cuja população foi constituída por 70 enfermeiros que atuavam na Estratégia Saúde da Família, e que aceitaram participar do estudo, respondendo a um questionário. Os dados foram analisados por meio de análises descritivas e inferenciais, utilizando o teste de associação pelo Qui-quadrado ou Teste Exato de Fischer. Resultados: 91,4% dos enfermeiros são Especialistas, principalmente na área de Saúde Pública; 44,3% participaram de capacitação sobre as ações para o câncer de mama e 57,1% e 28,6% referiram ter, em sua Unidade, o Caderno de Atenção Básica número 13 e o Documento Consenso, respectivamente. Todos os entrevistados referiram realizar a investigação de fatores de risco para a doença, sendo que 84,3% citaram a história de câncer de mama pessoal ou na família como sendo o fator mais reconhecido. Em relação ao ECM, 97,1% referiram realizá-la e, 47,1% e 41,4%, respectivamente, acreditavam não ter um intervalo ou uma faixa etária estabelecida para realização desse exame, sendo que 76,5% fizeram-no no momento da coleta de citologia oncótica. Em caso de exame alterado, 77,9% solicitaram avaliação médica; 88,6% indicaram a realização anual da MMG e 75,7% orientaram o primeiro exame a partir dos 40 anos; 82,9% fizeram o pedido do exame e destes, 82,8% utilizaram como critério principal a idade da mulher. Aqueles que não solicitaram o exame, justificaram não ser de sua competência profissional. A busca ativa de mulheres que faltaram à MMG, com suspeita de malignidade e com encaminhamento à Unidade de Referência foi executada por 31,4%, 64,3% e 37,1% dos entrevistados, respectivamente. Desses, 94,3% orientaram as mulheres quanto ao AEM, sendo que 80,3% deles o fizeram durante a coleta de citologia oncótica; 42,4% consideraram que não existe qualquer determinação quanto à faixa etária para a realização desse exame e 77,3% informaram que o mesmo deve ser mensal. A promoção de reuniões educativas sobre o câncer de mama foi confirmada por 52,9% dos profissionais. Quanto à consulta de enfermagem, todos realizaram e 57,6% referiram terem de 10 a 20 atendimentos agendados por dia. Quanto ao uso dos sistemas informatizados e aos dados gerados, os enfermeiros apontaram que o único Sistema presente em todas as Unidades foi o SIAB. Entre aqueles que não utilizaram, 62,5% informaram planejar suas ações pela demanda de atendimento. No que diz respeito aos entraves, 54,3% referiram ter dificuldades para realizar ECM e, dentre estes, 53,1% destacaram a falta de tempo; 55,7% afirmaram apresentar dificuldades para solicitar MMG, sendo que 59% reportaram-se ao agendamento do exame. Já o obstáculo mais frequente em todos os sistemas informatizados foi a falta de capacitação dos profissionais. Finalmente, quanto às associações, o número de consultas não apresentou significância estatística com a realização de atividade educativa. Entretanto, a falta de capacitação dos enfermeiros é um fator dificultador para o desenvolvimento desta ação. Conclusão: Existem algumas não conformidades entre as ações propostas pelo Ministério da Saúde para serem desenvolvidas pelos enfermeiros no rastreamento oportunístico do câncer de mama e as executadas nas UBSs estudadas. Portanto, é fundamental que o município de Diadema invista na qualificação dos profissionais e na avaliação e reestruturação do processo de trabalho das Equipes de Saúde da Família.
Juquery: a história revisitada a assistência psiquiátrica entre muros na ditadura militar
Autor: Douglas Sherer Sakaguchi| Orientação: João Fernando Marcolan| Mestrado 2015
Palavras Chave: Hospitais Psiquiátricos, História, Política, Violência, Tortura.
Resumo
Objetivo:desvelar a história não oficial da assistência psiquiátrica na época da Ditadura Militar. Método: estudo exploratório-descritivo-investigativo, qualitativo, por meio da análise de conteúdo. Foram realizadas entrevistas com ex-funcionários do Hospício do Juquery. Duas entrevistas foram registradas e as demais gravadas e transcritas. Resultados: processos que envolviam o cuidar estavam acompanhados do uso da violência, incentivadas pela Instituição. Assim como a política vigente, a assistência psiquiátrica desvelada aponta para normas rígidas, autoritárias e da aniquilação das formas de subjetividade, verdadeiro processo de reificação dos indivíduos. Notou-se forte relação entre a violência praticada e a terapêutica que envolvia o saber/poder científico. Conclusão: o Estado deve ser responsabilizado por ter propagado repressão desenfreada por meio de seus aparelhos ideológicos e repressivos, como o Hospício. Analisar os fatos reais ocultados pela história oficial favorece a compreensão na tentativa de se evitar a repetição das práticas violentas e desumanização apresentadas.
Mapeamento de competências dos servidores técnico-administrativos do departamento de administração do campus São Paulo - Unifesp
Autor: Rosane Cristina Piedade Tamada| Orientação: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha| Mestrado 2015
Palavras Chave: Gestão de Pessoas, Avaliação de Desempenho Profissional, Competência Profissional, Instituições de Ensino Superior, Setor Público
Resumo
No âmbito das universidades federais, a Lei nº 11.091/05 que reestrutura o Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, determina que a Progressão por Mérito Profissional deve estar baseada em programa de avaliação de desempenho. Os Decretos Federais nº 5.825/06 e nº 7.133/10 vieram regulamentar a realização das avaliações de desempenho individual e institucional e estabelecem que os critérios e fatores devem refletir as competências do servidor, aferidas no desempenho individual das tarefas e atividades a ele atribuídas. Este trabalho teve como campo de estudo o campus São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), que não possui ainda um programa formal de avaliação de desempenho. O objetivo foi mapear as competências dos servidores lotados no Departamento de Administração, através da aplicação do instrumento de autoavaliação proposto por uma Comissão de Avaliação de Desempenho, da análise da autoavaliação de desempenho dos servidores, da identificação das lacunas nas competências necessárias para o desempenho das atividades destes colaboradores e da complementação da matriz de competências do instrumento de avaliação de desempenho. O instrumento proposto foi constituído pelos 5 fatores mínimos e obrigatórios e pelos 5 fatores opcionais estabelecidos na Orientação Normativa nº 07/2011, da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Para cada fator ou competência foram descritos os referenciais de desempenho esperado dos servidores. A primeira parte do questionário apresentou questões para conhecer o perfil dos respondentes. A segunda parte do questionário apresentou os 27 comportamentos ou desempenhos esperados, para os quais foi utilizada uma escala de medição intervalar do tipo Likert, de 5 pontos, sendo: 1 – raramente; 2- às vezes; 3- frequentemente; 4- sempre e 5- acima do esperado. No final do formulário foram incluídas 2 perguntas abertas para permitir a inclusão de outras competências que os servidores julgam importantes para melhorar seu desempenho no trabalho e eventuais sugestões. A coleta de dados foi feita através da disponibilização do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e do questionário na ferramenta Google Docs®, após a aprovação do Projeto de Pesquisa no Comitê de Ética em Pesquisa da Plataforma Brasil. Foram respondidos 25 questionários. A maioria dos respondentes era do sexo masculino, com idade a partir de 41 anos, casados, com tempo de casa de até 10 anos, com nível escolar de PósGraduação e lotados em cargos de nível médio de Assistente em Administração. As médias das respostas foram altas, ou seja, os respondentes se autoavaliaram positivamente em todos as competências. Houve apenas correlação entre a competência “capacidade de autodesenvolvimento” e a escolaridade dos servidores, uma vez que os de nível superior responderam negativamente em maior frequência para participação em capacitações do que os entrevistados com ensino médio ou pós-graduação. As menores médias foram observadas nas competências “capacidade de autodesenvolvimento”, “conhecimento de métodos e técnicas” e “flexibilidade às mudanças”. Os servidores ressaltaram a necessidade de aprimoramento da competência “conhecimento de métodos e técnicas” principalmente com relação aos processos de trabalho, dos sistemas de informação corporativos da UNIFESP e de gestão do Governo Federal, além de conhecimento sobre o funcionamento da Instituição como um todo. As principais sugestões foram relacionadas ao aprimoramento das práticas de gestão de pessoas, dos processos de trabalho, ao apoio da gestão e às necessidades de capacitação.
Marcadores de hemólise em concentrados de hemácias administrados por bombas de infusão peristálticas lineares
Autor: Ana Maria Miranda Martins Wilson| Orientação: Mavilde ds Luz Goncalves Pedreira| Mestrado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Bombas de Infusão, Segurança do paciente, Hemólise, Eritrócitos.
Resumo
Introdução: A administração de hemocomponentes por bombas de infusão não é prática totalmente respaldada na literatura, devido ao risco de hemólise pela ação mecânica gerada nos eritrócitos. Objetivos: Determinar e analisar o nível de marcadores de hemólise em concentrados de hemácias administrados por bombas de infusão peristálticas lineares em duas velocidades de infusão. Método: Estudo experimental, com coleta dos dados realizada em laboratório sob condições controladas e após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Para o cálculo da amostra, foi feita a estimativa de volume de sangue necessário para o preenchimento dos equipos, dos extensores, para simulação da prática transfusional nas velocidades estudadas e para as análises laboratoriais de cada etapa do experimento. Totalizaram-se quatro unidades de concentrados de hemácias excedentes de estoque fornecidas por um hemocentro. Foram selecionadas bombas de infusão de dois fabricantes, denominadas como A e B, analisadas em triplicata, totalizando seis equipamentos. Para seleção das velocidades de infusão foram mimetizadas situações da prática clínica de enfermagem na terapia transfusional, definidas em 100mL/h e 300mL/h. Houve randomização dos equipamentos, de acordo com as velocidades de infusão. Coletaram-se amostras de controle e experimentais para análise dos marcadores: potássio, hematócrito, hemoglobina total, hemoglobina livre e grau de hemólise. Para análise dos dados, as variáveis contínuas foram descritas por meio da média, desvio-padrão, valores mínimo e máximo e mediana. A distribuição dos marcadores foi estudada por meio da análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas e empregaram-se testes de comparações múltiplas entre os momentos do estudo. Foram considerados achados estatisticamente significativos aqueles com probabilidade de erro tipo I inferior ou igual a 5%. Resultados: Das 180 análises dos marcadores estudados, o potássio apresentou alterações significativas na avaliação geral das bombas de infusão e velocidades estudadas (p<0,01). Quando analisadas as velocidades de infusão, o potássio aumentou nos experimentos a 300mL/h (p=0,021). A hemoglobina livre apresentou tendência de elevação em fluxo de 100mL/h (p=0,068). Na análise dos equipamentos, a hemoglobina livre apresentou aumento no experimento com a bomba de infusão A (p=0,026) e o potássio com a B (p=0,022). Os marcadores hematócrito, hemoglobina total e grau de hemólise não apresentaram incrementos estatisticamente significantes nos experimentos. Entretanto, o grau de hemólise apresentou valor acima do recomendado pela legislação vigente entre as etapas do experimento com o fluxo de 300mL/h. Conclusões: Identificou-se potencial para hemólise durante os experimentos, com incremento significante dos marcadores hemoglobina livre e potássio. O potássio aumentou, predominantemente na bomba de infusão B e no fluxo de 300mL/h. O nível de hemoglobina livre mostrou-se elevado nos experimentos com a bomba de infusão A, com tendência de aumento no fluxo de 100mL/h. Considera-se que a realização de novos estudos com outros marcadores de lesão celular e com maior número de amostras sejam relevantes para fundamentação da prática clínica de enfermagem na administração de concentrados de hemácias.
Medo, nervosismo, despreparo, ambivalência: o aluno do curso técnico em enfermagem interagindo com o familiar da criança hospitalizada
Autor: Juliana Yukari Takahashi Onishi| Orientação: Regina Issuzu Hirooka de Borba| Mestrado 2015
Palavras Chave: Educação profissionalizante, Educação técnica em enfermagem, Família, Humanização, Enfermagem Pediátrica.
Resumo
Este estudo, de abordagem qualitativa, teve como objetivo compreender o significado de interagir com os familiares da criança hospitalizada para o aluno do Curso Técnico em Enfermagem. Para conduzi-lo, o Interacionismo Simbólico foi adotado como referencial teórico e a Análise Qualitativa de Conteúdo, como o metodológico. Os dados foram coletados por entrevista semiestruturada realizada, individualmente, com oito alunos egressos do Curso Técnico em Enfermagem de uma instituição de ensino localizada no município de Osasco/SP. A análise dos dados permitiu a identificação da categoria conceitual MEDO, NERVOSISMO, DESPREPARO, AMBIVALÊNCIA: O ALUNO DO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM INTERAGINDO COM O FAMILIAR DA CRIANÇA HOSPITALIZADA e revelou que, durante o ensino prático, o aluno apresentava-se, muitas vezes, incomodado ao prestar assistência à criança hospitalizada na presença dos familiares. Isso decorre da falta de habilidade técnica, experiência e comunicação adequada para lidar com os familiares, gerando insatisfação dos mesmos, por acreditarem que os estagiários, por serem aprendizes, causarão sofrimento à criança, em especial na realização da punção venosa periférica. Como consequência do despreparo sobre como lidar com o familiar da criança, o aluno chega a definir que a interação com o mesmo não é uma prática de enfermagem; que, para ele, o estágio no hospital tem como objetivo apenas aprender a realizar os procedimentos técnicos. No entanto, o aluno considera os familiares uma ferramenta de ajuda e fonte de segurança à criança, o que o impulsiona a tentar estabelecer uma interação positiva com os mesmos, por meio do diálogo, tranquilizando-os, explicando-lhes os procedimentos e tentando demonstrar segurança em sua execução, além de mostrar interesse pela criança e seu cotidiano. Ele sente-se gratificado quando obtém o reconhecimento do familiar nos cuidados, o que lhe certifica como capaz de lidar com a criança. Conhecer essa experiência, que se encontra expressa nas categorias temáticas do estudo, leva à compreensão da necessidade de inclusão da temática relativa ao cuidado à família na matriz curricular do Curso Técnico em Enfermagem e contribui para reflexões sobre as mudanças positivas desse conhecimento para esse aluno, bem como serve de motivação para realização de novos estudos, por se tratar de assunto pouco explorado na literatura.
Mulheres num mundo carcerário
Autor: Anna Carolina Martins Silva| Orientação: Ana Cristina Passarella Bretas| Mestrado 2015
Palavras Chave: Mulheres, Prisões, Narrativa.
Resumo
Estar na prisão permite captar cheiros, formas e cores impregnadas nas paredes e também, nas palavras, silêncios e gestos das mulheres que estão encarceradas. Essas mulheres, apesar de serem minoria quando comparadas ao total de homens presos, estão em número cada vez maior nas unidades brasileiras. Este estudo, de natureza qualitativa, utilizou como método a História Oral Temática, com o objetivo de conhecer o cotidiano prisional a partir de histórias contadas por mulheres que cumprem pena em privação de liberdade na Penitenciária Feminina de Sant'Ana, na cidade de São Paulo e assim, compreender as realidades vividas por elas. Foram feitas entrevistas, este material foi transcrito e transcriado e, posteriormente uma leitura criteriosa dos dados deu origem a quatro eixos temáticos que foram analisados, são eles: o eu e a outra; mimeografar o passado e imprimir o futuro; diariamente; disciplina e poder: morto! Vivo! Vivo! Morto! Vivo! A relação que foi construída com tais mulheres nos fez a todo tempo assumir posições de “eu” e “outra”; sair do ambiente prisional através de memórias e esperanças; se aproximar do cotidiano, apreendido por cada uma delas ao se adaptarem, criando formas de resistência e compreendendo as circunstâncias do encarceramento; notar que por meio do poder disciplinar, tão próprio das instituições totais e totalizantes, as vivências estão, sobretudo, controladas. A experiência reinventa pesquisadoras e pesquisadas e amplia horizontes para a compreensão da vida de mulheres num mundo carcerário.
O contato pele a pele e amamentação na primeira hora de vida e sua influência na prática da amamentação
Autor: Marcia Carneiro Saco| Orientação: Ana Cristina Freitas de Vilhena Abrao| Mestrado 2015
Palavras Chave: Aleitamento Materno, Enfermagem Obstétrica, Promoção da Saúde.
Resumo
O contato pele a pele e/ou amamentação na primeira hora de vida (CPP/APH) aumenta os índices de aleitamento materno. Objetivos: Os objetivos do estudo em relação a esta prática foram: identificar a sua prevalência e o tipo de aleitamento materno praticado no primeiro mês de vida da criança; verificar sua associação com as características sociodemográficas, obstétricas e neonatais; e analisar sua relação com o tempo de aleitamento materno exclusivo. Método: Estudo descritivo do tipo coorte retrospectivo realizado no Ambulatório de aleitamento materno da UNIFESP – Centro de Incentivo e Apoio à Amamentação / Banco de Leite Humano CIAAM/BLH - HSP. A população foi composta por 2.060 prontuários clínicos, sendo 1.030 de mulheres e 1.030 de crianças que compareceram à consulta de enfermagem para revisão pós-parto e aleitamento materno entre janeiro de 2004 a dezembro de 2010 no CIAAM. Foram critérios de exclusão: prontuários de mães de crianças gemelares, provenientes de adoção, devido à ausência de dados sobre o parto e aleitamento materno na primeira hora e de prontuários com ausência de informações em relação à maioria das variáveis. Utilizou-se o protocolo de consulta de aleitamento adotado nos atendimentos do CIAAM. A coleta de dados iniciou-se em dezembro de 2014, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP – CEP: 907.103 e a autorização da Coordenação do CIAAM/BLH e foi concluída em Janeiro de 2015. Para a análise multivariada, foram consideradas significantes as variáveis com valor de p<0,05. Todas as análises foram realizadas por meio da utilização do software estatístico Minitab, versão 16.1. Resultados: A prevalência do contato pele a pele e/ou a amamentação na primeira hora foi de 37,2%. O aleitamento materno exclusivo no primeiro mês de vida esteve presente em 82,1% no grupo que realizou o CPP/APH e 73,9% no grupo que não executou estas práticas e a diferença entre os grupos foi significante. A análise multivariada mostrou que a idade jovem e o parto cesáreo e fórceps foram fatores de risco para a não realização do CPP/APH. Conclusão: O apoio ao aleitamento materno deve ser iniciado no pré-natal, esclarecendo às mulheres sobre seus direitos desde o momento do nascimento até a alta hospitalar e seu seguimento no pós-parto. Uma rede de apoio ambulatorial, como o CIAAM, favorece as práticas relacionadas à continuidade do aleitamento materno após a alta, oferecendo auxílio à díade e promovendo benefícios à saúde da criança
O ensino do processo de enfermagem em Angola
Autor: Maria Manuela Lemos de Carvalho| Orientação: Lais Helena Domingues Ramos| Mestrado 2015
Palavras Chave: educação em enfermagem, processo de enfermagem, docentes de enfermagem
Resumo
O Processo de Enfermagem é um instrumento científico importante para a sistematizar a prática profissional do Enfermeiro. É essencial garantir que durante a sua formação o estudante de Enfermagem receba subsídios necessários para desenvolver com qualidade, as ações da assistência de Enfermagem. Posto isso, importa conhecer a visão dos professores relacionada a ministração dos conteúdos teóricos, e os procedimentos práticos do processo de Enfermagem. O presente trabalho foi realizado com objetivo de descrever como é ensinado o processo de Enfermagem em Angola. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, tipo transversal utilizando o método exploratório. Foram entrevistados 48 docentes do cursos de graduação em Enfermagem das escolas de Angola. O questionário objetivou coletar dados referentes a situação sócio-acadêmica dos docentes, o ensino das teorias de sustentação e etapas do processo de enfermagem, bem como as estratégias pedagógicas utilizadas no ensino. Os dados foram processados segundo a técnica de análise temática. Os resultados apontaram que os docentes têm conhecimento da importância do processo de enfermagem, e reconhecem o papel do professor como orientador para a sua aprendizagem. Existe falta de concenso entre os professores relacionado aos contúdos do ministrados, principalmente sobre o respaldo teórico e etapas do processo de Enfermagem. Verificou-se que o estudo de caso é a estratégia pedagógica mais utilizada pelos docentes entretanto há necessidade de se adotar metodologias de ensino inovadoras. O fato dos docentes assumirem varias disciplinas cada um, a excessiva carga horária por docente, a carência de docentes, o número elevado de alunos sala de aula tanto quanto nos estágio, a diversidade de e países de formação dos professores São fatores que influenciam negativamente o ensino do. Outros fatores que dificultam o ensino no processo de Enfermagem são: a fragilidade das políticas pedagógicas das escolas, a falta ou pouca experiência do docente com o trabalho do processo de enfermagem na prática, e a não implantação do processo de Enfermagem nas unidades hospitalares, são fatores que dificultam o ensino da assistência sistematizada de Enfermagem. Dessa forma, embora haja engajamento dos docentes em ministrar os conteúdos e direcionar os alunos, podemos assegurar que o ensino do processo de Enfermagem em Angola é permeado por dificuldades e falta de limguagem consensual. Portanto, ações pessoais e institucionais e devem ser realizadas, principalmente a melhoria das entratégias de ensino, revisão das filosofias pedagógicas das escolas, e criação de fóruns de discussão, para garantir qualidade no processo ensino/aprendizagem relacionados ao modo sistematizado de cuidar.
O impacto do diagnóstico pré-natal de anomalia fetal: estratégias de enfrentamento utilizadas pelas gestantes
Autor: Tatiane Santos Nunes| Orientação: Anelise Riedel Abrahao| Mestrado 2015
Palavras Chave: Anormalidades congênitas, Gestantes, Adaptação Psicológica, Diagnóstico Pré-natal.
Resumo
INTRODUÇÃO: Com o desenvolvimento de técnicas de avaliação fetal, o estabelecimento de um diagnóstico pré-natal de anomalia fetal passou a ser uma realidade. Com as possibilidades diagnósticas, surge a preocupação quanto ao impacto deste, tanto para a gestante quanto para sua família. A notícia de uma anomalia fetal pode gerar um estado de ‘estresse pós-traumático’, por apresentar uma resposta imediata ou tardia frente a uma situação ou evento estressante, e os modos de enfrentamento estão estreitamente ligados ao estresse subjetivo gerado nas gestantes diante do diagnóstico de malformação fetal, tanto com prognóstico de viabilidade como de inviabilidade. OBJETIVO: Identificar o impacto do diagnóstico de anomalia fetal e as formas de enfretamentos utilizadas pelas gestantes diante deste evento estressor, e comparar as estratégias de enfrentamento mediante ao diagnóstico de anomalia fetal viável e inviável. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal de análise quantitativa, desenvolvido em um ambulatório de Medicina Fetal na cidade de São Paulo (SP), entre janeiro de 2014 e janeiro de 2015. A amostra foi composta por 120 gestantes com diagnóstico de malformação fetal subdivididas em dois grupos: fetos viáveis e inviáveis. A coleta de dados foi realizada em duas etapas, a primeira na admissão da gestante no ambulatório, após ter assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e a segunda, após ter passado pela consulta de aconselhamento genético reprodutivo e por pelo menos dois atendimentos psicoprofiláticos. Utilizaram-se como instrumentos de pesquisa o questionário para obtenção dos dados socioeconômicos e demográficos, e o inventário de coping. Testes qui quadrado, teste Exato de Fisher ou razão de verossimilhança foram utilizados para comparar as variáveis categóricas entre viável/inviável. O teste t de Student foi usado para comparar as variáveis contínuas entre viável e inviável, e, quando necessária, foi usada a análise de variância. RESULTADOS: Identificaram-se 50,8% das mulheres de cor branca; 58,3% eram casadas ou em união estável; 59,2% tinham Ensino Médio; 47,8% eram católicas; e 55,8% se referiram como do lar. Quanto às estratégias de enfrentamento, foi possível verificar o suporte social (fator 4) como o fator de coping mais usado pelas gestantes, seguido da reavaliação positiva (fator 8), no qual as estratégias que mais se destacaram foram “Procurei ajuda profissional” e “Rezei”. O fator menos usado foi aceitação da responsabilidade (fator 5). Quando comparado os dois grupos, encontrou-se uma diferença significativa com maior escore da estratégia autocontrole (fator 5) nas gestantes com diagnóstico de inviabilidade fetal do que as gestantes com fetos viáveis. CONCLUSÃO: As gestantes que receberam o diagnóstico de anomalia fetal utilizaram mais as estratégias focadas no suporte social e na reavaliação positiva. Chamou atenção a tendência ao autocontrole verificada no grupo de gestantes com fetos inviáveis.
O sono de recém-nascidos prematuros em uma unidade de cuidados intermediários neonatal: influência de aspectos ambientais e da manipulação
Autor: Kelly Cristina Sbampato Calado Orsi| Orientação: Eliana Moreira Pinheiro| Mestrado 2015
Palavras Chave: sono, recem nascidos, prematuros, cuidados intermediarios neonatal
Resumo
A preservação do sono de recém-nascidos prematuros (RNPT) é fundamental para o desenvolvimento adequado. Durante a internação, o RNPT é constantemente exposto a estímulos, como: elevados níveis de pressão sonora, luminosidade, oscilações de temperatura e manuseios constantes para a realização de procedimentos que podem acarretar, entre outros, a perturbação do sono. Embora a relação desses aspectos ambientais com a interrupção dos ciclos de sono esteja documentada na literatura são escassos os estudos que avaliem essa condição no RNPT hospitalizado. Assim, propôsse estudo observacional, prospectivo e de correlação com o objetivo de correlacionar o tempo total de sono, de vigília e os diferentes estágios de sono de RNPT aos níveis de pressão sonora, à iluminância, à temperatura, à umidade relativa do ar e às frequências de manipulações no interior das incubadoras em uma unidade de cuidados intermediários neonatal de um hospital universitário do Município de São Paulo, Brasil. A amostra constituíu-se de 12 RNPT clinicamente estáveis, que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos para o estudo. O sono foi avaliado por meio da polissonografia. Para a mensuração das variáveis ambientais foram utilizados os seguintes equipamentos: dosímetro de ruído, luxímetro e termôhigrometro. Para registrar o tempo e a frequência das manipulações, utilizou-se a filmadora. Todos os registros foram efetuados durante 24 horas ininterruptas. Avaliaram-se as correlações das variáveis ambientais e da manipulação com o tempo total de sono, seus respectivos estágios e vigília nas 24 horas e nos períodos diurno e noturno. Para a análise dos dados, foram utilizados estatísticas descritivas e os testes T de Student pareado, não paramétrico de Friedman e coeficiente de correlação de Pearson. Os resultados demonstram que 8(66,6%) dos RNPT pertenciam ao sexo feminino, com idade gestacional de acordo com a data da última menstruação materna 32,2±4,2 semanas e peso de 1606±317 gramas. Nas 24 horas, o tempo total de sono foi em média de 899,3±71,8 minutos, sendo 279,6±57,4 minutos no estágio de sono ativo, 348,4±89,4 e 271,9 ±71,8 minutos em sono quieto e indeterminado, respectivamente. Entre todas as correlações das variáveis ambientais e da manipulação com o sono e a vigília dos prematuros, nas 24 horas, verificou-se uma correlação positiva (r=0,65 e p=0, 041) entre os valores máximos de iluminância com o tempo de vigília. Conclui-se que o tempo total de sono foi menor do que o preconizado pela literatura, sendo predominante o sono quieto. Os níveis iluminância, temperatura e umidade relativa do ar permaneceram dentro dos limites estabelecidos pelos órgãos regulamentadores, à exceção da pressão sonora. Constatou-se que quanto maior foi o nível de iluminância no interior das incubadoras, maior foi o período de vigília dos recém-nascidos prematuros. Sugere-se a realização de novos estudos com maior tamanho amostral para avaliar e propor intervenções para promoção do sono de RNPT hospitalizados.
Ocorrência de incapacidade física em hanseníase: uma análise epidemiológica
Autor: Denise Ortiz Hering Fernandes| Orientação: Monica Antar Gamba| Mestrado 2015
Palavras Chave: hanseníase, epidemiologia, pessoas com deficiência, enfermagem.
Resumo
Estudos demonstram que cerca de 20% das pessoas acometidas ou tratadas pela hanseníase, podem apresentar incapacidades físicas e restrições psicossociais, chegando a necessitar de algum tipo de intervenção na reabilitação e/ou continuidade da assistência clínica. O reconhecimento das características manifestadas pelas incapacidades físicas, decorrentes da hanseníase é fundamental para ampliar a vigilância epidemiológica e ancorar as políticas públicas na área. Objetivo: Identificar as variáveis associadas à ocorrência das incapacidades físicas em pessoas que foram tratadas de hanseníase em uma área da regional sul de São Paulo. Método: trata-se de um estudo epidemiológico do tipo transversal para análise de pessoas diagnosticadas com hanseníase e a presença de incapacidades físicas associadas, na admissão e na alta medicamentosa, notificadas na Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS) no distrito do Jabaquara, no período entre 2008 a 2011. As variáveis independentes investigadas foram: sócio-demográficas, clínicas, terapêuticas, laboratoriais e epidemiológicas. A avaliação da presença da incapacidade foi detectada pela a escala estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS). Para a análise estatística foi utilizado o teste Quiquadrado considerando significantes valores de p≤ 0,05, teste Whole Model e Odds ratio. Resultados: foram identificados 130 casos, com predominância do sexo masculino (52%), faixa etária entre 30 a 39 anos (28%), 54,6% eram ocupados segundo Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), 46% da raça parda, 55% foram atendidos na unidade do Jabaquara, 39% tinham ensino fundamental completo e 29% eram moradores da região do Tremembé. A forma clínica dimorfa foi a mais frequente (44%) entre os casos novos diagnosticados, e a classificação operacional de destaque foi a multibacilar (74%). A maioria dos pacientes recebeu alta por cura. No diagnóstico, 46% dos pacientes apresentaram grau zero de incapacidade física, 34% grau I e 16% grau II, na alta medicamentosa esse número elevou-se para 47%, 26%, e 19% graus zero, I e II, respectivamente. Temeroso apontar que no diagnóstico 7,7% dos pacientes não foram avaliados. Resultados da análise de associação não mostraram diferenças estatísticas, apontando apenas a maior proporção de incapacidades funcionais na classificação operacional multibacilar. Houve estabilidade de grau de incapacidade (p<0,0001). Na unidade de atendimento geral havia somente um profissional médico e uma enfermeira e não dispunha de uma equipe multidisciplinar o que contribuiu com evolução para piora do grau de incapacidade (p=0,0215). O grau de incapacidade aumenta com a idade (p=0,0128) e com o número de lesões cutâneas que o paciente apresenta (p=0,0066). O conhecimento dos fatores relacionado à incapacidade física na hanseníase e sua possível evolução durante o tratamento demonstra a relevância deste estudo e evidenciam a necessidade de um maior controle no registro correto do preenchimento das informações das notificações do SINAN e maior monitoramento dos pacientes com risco para desenvolver incapacidades.
Participando de um processo de arteterapia: uma vivencia surpreendente, gratificante e terapêutica para o profissional de saúde
Autor: Oneide Regina Depret| Orientação: Circea Amalia Ribeiro| Mestrado 2015
Palavras Chave: Terapia pela arte, Profissional de saúde, Estresse psicológico, Humanização dos serviços.
Resumo
Este estudo, de abordagem qualitativa, teve como objetivos possibilitar ao profissional de saúde a experiência de um processo grupal de intervenção em Arteterapia a fim de promover a autoexpressão, o autoconhecimento e alívio de tensões emocionais; e compreender o significado atribuído por este profissional à vivência do processo arteterapêutico. Para conduzi-lo, o Interacionismo Simbólico foi adotado como o referencial teórico e a Análise Qualitativa de Conteúdo, como o metodológico. Os dados foram coletados por entrevista semiestruturada realizada, individualmente, com oito profissionais atuantes no Ambulatório de uma instituição filantrópica da cidade de São Paulo, sendo uma assistente social, duas enfermeiras, uma técnica de enfermagem, duas recepcionistas, uma secretária executiva e um assistente contábil. Os profissionais participaram de um processo arteterapêutico, conduzido pela pesquisadora, composto por seis encontros quinzenais realizados durante a jornada de trabalho. Cada oficina abordou um tema focado na realidade do profissional de saúde, tais como, o relacionamento com equipe e o enfrentamento de obstáculos, tendo sido estruturada de modo que, após a narração de uma história, o profissional era convidado a realizar uma atividade criativa e expressiva relacionada ao tema e depois partilhava suas impressões com o grupo. A análise dos dados permitiu identificar que participar do processo de Arteterapia constituiu-se em UMA VIVÊNCIA SURPREENDENTE, GRATIFICANTE E TERAPÊUTICA PARA O PROFISSIONAL DA SAÚDE. O profissional refere ter vivido uma experiência lúdica e prazerosa, muito diferente do que conhece. Participando das reuniões, ele ressignificou suas vivências ao interagir com as histórias narradas, reconheceu a importância de realizar atividade manual e teve uma pausa para respirar que lhe permitiu relaxar e aliviar a carga e o estresse durante a jornada de trabalho. A oficina arteterapêutica representou também um importante espaço de interação, que lhe possibilitou respeitar e conhecer melhor os colegas e aprender com eles, ao mesmo tempo em que pôde falar e expressar suas emoções. O profissional define a experiência como sendo terapêutica, considerando ter saído mais fortalecido do processo e desenvolvido habilidades que lhe permitiram lidar melhor com sua realidade pessoal e profissional; assim, considera que o processo de Arteterapia revelou-se um suporte necessário para o enfrentamento dos desafios pertinentes à sua realidade e deseja sua continuidade na instituição. Conhecer esta experiência remete à importância de se realizar processos de Arteterapia como alternativa para melhorar as condições de trabalho, reduzindo o sofrimento psíquico e o estresse do profissional de saúde, sendo, portanto, coerente com os pressupostos da Política Nacional de Humanização (PNH) lançada em 2003, segundo os quais tanto os clientes como os profissionais envolvidos devem ser tratados com dignidade e respeito.
Percepção do suporte familiar de funcionários de unidades básicas de saúde
Autor: Nicole Hannes Caldeira| Orientação: Ana Lucia de Moraes Horta| Mestrado 2015
Palavras Chave: Estratégia de Saúde da Família, Suporte familiar, Comunicação.
Resumo
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi criada a fim de proporcionar práticas com foco na promoção da qualidade de vida da população, cuja atuação se concentra na comunidade e na família. A equipe da ESF atuará diretamente com famílias de diferentes perfis sociais, econômicos e culturais, os quais podem ser conflitantes com os perfis das famílias dos próprios profissionais, criando situações de estresse. Um dos recursos que os profissionais de saúde podem ter para lidar com o estresse é o próprio suporte familiar, ou o suprimento de necessidades emocionais e fisiológicas do indivíduo, ofertado pela família. Objetivo: Identificar o suporte familiar dos profissionais que atuam na ESF no município de Diadema e conhecer como estes profissionais percebem a relação entre o próprio suporte familiar e a atuação com famílias atendidas Método: Optou-se pelo estudo de abordagem mista, uma vez que, assim, há maior compreensão da realidade e do tema em questão. Os dados quantitativos foram coletados por meio do Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF). Já os dados qualitativos foram coletados pelo desenvolvimento de grupos focais (GF) que seguiram a questão norteadora: “Como vocês percebem a relação entre o suporte familiar que têm nas próprias famílias e a forma como trabalham com as famílias da ESF?”. Setenta e quatro profissionais participaram da parte quantitativa e 14, da parte qualitativa. O nível de significância adotado para a análise dos dados quantitativos foi 0,05, e o programa de análise estatística usado para as inferências foi o SPSS versão 22. Já os discursos obtidos nos GF foram analisados por meio de análise temática. Resultados: No que se refere à percepção do suporte familiar, 17,6% dos participantes consideram ter baixo suporte familiar, 23% declaram ter suporte médio-baixo, 14,9% o percebem como médio-alto, e 44,6% acreditam ter suporte familiar alto. O conteúdo dos discursos dos profissionais que associaram o próprio suporte familiar com o atendimento às famílias na ESF foi representado pelas categorias: “Reconhecendo o próprio suporte familiar”; “Modelos de comunicação vividos em família como estratégia de suporte à população atendida”, a qual é composta por três subcategorias: “O verbal e o não verbal no atendimento às famílias”, “a empatia como instrumento para compreender a família” e “Acolhimento e apoio emocional como forma de suporte”; e “Compartilhando saberes”, a qual, para melhor compreensão, foi dividida em duas subcategorias: “Transmitindo valores familiares para a prática profissional” e “O trabalho na ESF contribuindo para a ampliação do suporte familiar dos profissionais”. Discussão: A maioria dos participantes considerara ter um suporte familiar alto; as mulheres apresentam maior suporte familiar do que os homens, mas não há evidências na literatura que comprove este dado. O suporte familiar foi entendido como carinho, atenção, empatia e proteção, o que é discutido em diversos estudos. Quanto à relação entre suporte familiar e o trabalho na ESF, os profissionais indicam que as estratégias de comunicação são a forma de suporte que mais usam. Eles utilizam a empatia e a comunicação não verbal para se aproximarem do outro, tanto nas relações familiares quanto nas profissionais. Porém, algumas formas de se comunicar com o outro, aprendidas com família, podem comprometer o vínculo com a comunidade, causando frustração e, possivelmente, provocando o adoecimento do profissional de saúde. Considerações finais: Mesmo que o profissional de saúde que atua na ESF considere ter um bom suporte familiar e consiga usar partes deste suporte com as famílias atendidas, é importante oferecer-lhes suporte emocional e aprimoramento profissional a fim de evitar frustrações e proporcionar melhor atendimento à comunidade.
Perfil de tabagistas que procuraram atendimento em um serviço público de saúde
Autor: Sandro Rogerio Dos Santos| Orientação: Ana Rita de Cassia Bettencourt| Mestrado 2015
Palavras Chave: Tabagismo, Abandono do Tagismo, Programa Nacional de Controle do Tabagismo
Resumo
Identificar o perfil socioeconômico, clínico e tabágico dos pacientes, identificar o grau de dependência à nicotina e o grau de motivação para cessação do tabagismo e relacionar o grau de dependência à nicotina, o grau de motivação para cessação do tabagismo e o uso de medicação, durante o tratamento, ao sucesso terapêutico. Métodos: Estudo retrospectivo realizado com os dados dos pacientes cadastrados no Programa de Cessação do Tabagismo da Universidade Federal do Triangulo Mineiro no período de fevereiro de 2009 a dezembro de 2013. O grau de dependência à nicotina foi avaliado segundo o teste de Fagerstrom e o grau de motivação para cessação de tabagismo através do modelo transteórico de Prochaska e Diclemente. Resultados: Foram analisados os dados de 305 tabagistas, destes, 68,5% do sexo feminino, a idade média foi de 49 (±11dp) anos; grande parte recebia até 2 salários mínimos (80,1%), com média de 6,7 (±4.2) anos de estudo; com média de 43,0 (±28,3) anos/maço; 35% disseram ser portadores de hipertensão arterial e 21,7% relataram problemas respiratórios; 49,9% apresentaram grau elevado de dependência nicotina; 91,1% se encontravam no estagio motivacional pronto para ação. O serviço não dispunha de medicação gratuita, 52,1% fizeram uso da medicação suporte durante o tratamento, apenas 15,4 % conseguiram sucesso terapêutico e 84,6% abandonaram o serviço. Houve diferença estatística somente entre os indivíduos que utilizaram medicação suporte durante o tratamento (p<0,001) e alcançaram o sucesso terapêutico. O grau de motivação para cessação do tabagismo, de dependência da nicotina e as variáveis gênero, renda e grau de instrução não influenciaram no sucesso terapêutico. Conclusão: Os indivíduos apresentaram baixo nível socioeconômico e de escolaridade; níveis de dependência da nicotina elevados e estavam no estágio motivacional prontos para cessar o tabagismo. Houve relação positiva somente entre os indivíduos que fizeram uso da medicação suporte. Os dados reforçam a ideia de que nos programas de cessação do tabagismo, além da avaliação do perfil dos pacientes, o fornecimento de medicamentos para o tratamento deve fazer parte das estratégias de abordagem ao tabagista para que as ações sejam mais eficazes.
Potencial hidrogeniônico de soluções de cloridrato de dobutamina expostas ao ambiente de uma unidade de cuidados intensivos pediátricos e neonatais
Autor: Danielli Soares Barbosa| Orientação: Maria Angelica Sorgini Peterlini| Mestrado 2015
Palavras Chave: Enfermagem Pediátrica. Cuidados Intensivos, Dobutamina, Infusões Intravenosas, Estabilidade de medicamentos, Concentração de Íons de Hidrogênio (pH).
Resumo
Introdução: O cloridrato de dobutamina é uma amina vasoativa amplamente utilizada em pacientes internados em Unidades de Cuidados Intensivos Pediátricos e Neonatais (UCIPN). A prática de administração do medicamento é realizada, comumente, pela equipe de enfermagem, que deve possuir conhecimentos técnicos e científicos acerca do paciente pediátrico e do medicamento. Fatores como luz e temperatura ambiente necessitam ser controlados durante a infusão do fármaco, que pode sofrer aumento na velocidade de degradação, ocasionado por tais fatores. Objetivo: Verificar o comportamento do potencial hidrogeniônico (pH) de soluções de cloridrato de dobutamina em cloreto de sódio a 0,9% (SF) e em solução de glicose a 5% (SG5%), quando expostas às condições de temperatura e luminosidade provenientes do ambiente de uma Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos e Neonatais de um Hospital de nível terciário do estado de Minas Gerais. Material e Método: Pesquisa experimental realizada em dois períodos do ano, denominados de Etapa I (quente e úmido) e Etapa II (frio e seco). Utilizou-se o cloridrato de dobutamina na dosagem de 15mcg/kg/min diluído em SF e em SG5%, com infusão programada para 24 horas. As soluções foram acondicionadas em seringas de polipropileno em sistemas para administração intravenosa incolores (SAII), âmbares (SAIA) e protegidos da luminosidade (SAIP), e foram infundidas em bombas de infusão para seringas na vazão de 0,5 ml/h, em temperatura ambiente, temperatura de 36ºC, luminosidade ambiente e luminosidade proveniente do aparelho de fototerapia. A análise do pH das soluções ocorreu após o preparo (T0), em 4 horas (T1), 12 horas (T2) e 24 horas de simulação de infusão (T3). Os dados foram analisados segundo média e desvio padrão (m±dp). Resultado: Estudaram-se 96 valores de pH, sendo 48 referentes ao cloridrato de dobutamina em SF e 48 valores do cloridrato de dobutamina em SG5%. As soluções formadas após a diluição em SF apresentaram, na Etapa I, média de pH=3,28 e variação de ±0,07 e na Etapa II, valor médio de 3,26 (±0,06). Ao utilizar o diluente SG5% a média de pH na Etapa I foi de 3,23 (±0,07) e de 3,24 (±0,07) na Etapa II. Ao analisar o comportamento do pH das soluções notou-se que as menores médias com discreto aumento nas variações ocorreram nas soluções acondicionadas no SAII em ambos os diluentes, 3,16 (±0,10) em SF e de 3,07 (±0,09) em SG5%. As soluções acondicionadas no SAIA permaneceram mais estáveis, exibindo menores variações de pH e médias semelhantes, tanto em SF quanto em SG5% (3,23±0,06 e 3,24±0,06, respectivamente). Ao manter as soluções sem ação da luz com o SAIP, as médias foram mais altas do que as obtidas nas soluções acondicionadas no SAII e SAIA e a maior variação ocorreu no diluente SG5%, 3,42 (±0,17). Conclusão: Todas as soluções avaliadas mantiveram valores de pH semelhantes aos recomendados pela literatura, sendo que as soluções infundidas nos dispositivos de coloração âmbar permaneceram mais estáveis durante a infusão do medicamento, apresentando menores variações de pH no decorrer do tempo de simulação de infusão.
Prevalência de tabagismo em pacientes hospitalizados, grau de dependência à nicotina e de motivação para a cessação do hábito de fumar
Autor: Fabiana Traldi Terzian| Orientação: Ana Rita de Cassia Bettencourt| Mestrado 2015
Palavras Chave: Tabagismo, hospitalização, abandono do hábito de fumar.
Resumo
Objetivo: Determinar a prevalência de tabagismo em pacientes hospitalizados, seu grau de dependência à nicotina, o grau de motivação para cessação do hábito de fumar e verificar a associação do grau de dependência nicotínica com variáveis sociodemográficas. Método: Estudo transversal realizado com pacientes do Hospital Santa Marcelina de São Paulo. Nos pacientes tabagistas, foi aplicado o teste de Fagerstrom que avaliou seu grau de dependência à nicotina e a escala URICA que avaliou o estágio motivacional em que se encontravam. Resultados: Dos 293 pacientes, 51,5% eram do sexo feminino, a média de idade foi de 55,5 anos. A prevalência encontrada de tabagismo em pacientes hospitalizados foi de 20,8%. Considerando tabagistas e extabagistas, 50,9% iniciaram o consumo entre 12 e 18 anos com tempo de exposição ao tabaco acima de 20 anos (77,1%). Quanto ao grau de dependência da nicotina, de acordo com os resultados do teste de Fargestron, a maioria (41,0%) apresentava grau elevado ou muito elevado; 21,3%, médio; 19,7%; baixo e 18,0%, muito baixo de dependência nicotínica. Os dados sociodemográficos indicam que, dentre os 61 pacientes tabagistas, a maioria (65,5%) era do sexo masculino, a média de idade foi de 51,08 ± 13,66 anos. A maioria iniciou o hábito de fumar por influência de amigos e familiares (55,7% e 22,9% respectivamente). No que se refere ao grau motivacional para deixar de fumar, a maioria (78,7%) já tentou parar de fumar, 93,5% gostariam de parar de fumar e 82% aceitariam tratamento, 64% encontrava-se no estágio de ação conforme a escala de URICA. Conclusão: A prevalência de tabagismo foi de 20,8%. Considerando o grau de dependência da nicotina, 41,0% apresentava grau elevado ou muito elevado, 21,3%, médio, 19,7%; baixo e 18,0%, muito baixo de dependência nicotínica. Os resultados deste estudo mostram que a mudança comportamental em relação à cessação do hábito de fumar era bastante positiva entre os pacientes analisados, visto que a maioria (64%) encontrava-se no estágio da “ação”, em que há um comprometimento para a mudança e a prontidão para agir; 29,5%, contemplação e 6,5% no estágio de pré-contemplação, sendo que o principal motivo referido para a cessação do tabagismo foi a preocupação com a própria saúde (90,2%) e com a família (78,7%) e os principais fatores que dificultam a cessação foram “o cigarro é muito prazeroso” e o medo dos sintomas da abstinência (73,8% e 54,1% respectivamente). No que tange à dependência nicotínica e às características sociodemográficas, verificamos que não houve associação estatisticamente significante.
Primeiro concurso público nacional para enfermeiros organizado pelo departamento administrativo do serviço público durante o estado novo
Autor: Danilo Fernandes Brasileiro| Orientação: Maria Cristina Sanna| Mestrado 2015
Palavras Chave: História da Enfermagem, Administração Pública, Seleção de Pessoal.Admissão e Escalonamento de Pessoal
Resumo
Introdução: A primeira seleção nacional de enfermeiros para postos públicos de trabalho por meio de concursos do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) ocorreu em 1941, durante o Estado Novo. Estudá-la pode ajudar a compreender como o princípio do mérito foi vivenciado pela Enfermagem à época. Objetivo:Descrever e analisar o resultado do primeiro concurso público para enfermeiros em nível nacional organizado e executado pelo DASP durante o Estado Novo. Método: Estudo histórico-documental descritivo, de abordagem quantitativa, que utilizou, como fonte direta principal, Diários Oficiais da União coletados na plataforma eletrônica Jurisprudência Brasil e que tiveram sua autenticidade comprovada após impressão e certificação emitida pelo Arquivo Nacional. Utilizou-se, ainda,outras fontes documentais, conseguidas por meio de consulta presencial ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas e também ao Arquivo Nacional. Resultados: Três foram as portarias que regulamentaram o primeiro concurso: duas de ordem geral - a nº 661 e nº 1.411, e uma de ordem especial - nº 1.360. Destacaram-se as instruções normativas específicas contidas na portaria de ordem especial, distribuídas em três capítulos: I- Das Condições; II- Das Provas; e III- Do Julgamento. Inscreveram-se, no processo seletivo, 155 enfermeiros entre 21 e 35 anos, dos quais 141 (91%) eram do sexo feminino. 140 candidatos prestaram a prova prática de seleção, em que foram aprovados 120, com média de desempenho de 71,1%. Dos 120 candidatos selecionados, 116 prestaram a prova escrita de habilitação, cuja média de desempenho foi de 57,1 pontos. Ao fim do concurso, 107 candidatos foram aprovados, 91 (85%) dos quais submeteram-se à prova facultativa de títulos, sendo que 74 (69,1%) eram interinos do serviço público, 59 (55,1%) eram egressos da Escola de Enfermagem Anna Nery e dez, entre os 20 primeiros aprovados, tiveram participação posterior junto à Associação Brasileira de Enfermagem.Conclusão: O certame analisado legitimou a inserção da cultura do mérito no processo de recrutamento de recursos humanos na Enfermagem brasileira porque boa parte dos cargos públicos para enfermeiros, no Estado Novo, passou a ser preenchida por meio de concursos públicos efetuados pelo Departamento Administrativo do Serviço Público, sustentados por rigorosa estrutura normativa, traduzida em critérios de seleção minuciosamente descritos. Percebeu-se, ainda, que, houve mitigação de critérios isonômicos, sobretudo por conta da atribuição de notas com perfil diferenciado entre as modalidades de provas, ocorrendo elevado índice de aprovação dos candidatos que já estavam inseridos no serviço público.
Qualidade do sono e indicadores antropométricos em saúde de motoristas de ônibus coletivo urbano
Autor: Carlos Roberto Teixeira Ferreira| Orientação: Janine Schirmer| Mestrado 2015
Palavras Chave: qualidade do sono, indicadores antropométricos, motoristas de ônibus
Resumo
Introdução: Os distúrbios relacionados ao sono vêm crescendo e afetam milhões de indivíduos no mundo. A Academia Americana de Medicina do Sono estima que bilhões de dólares sejam gastos a cada ano com problemas do distúrbio do sono. O Instituto de Medicina estima que de 50 a 70 milhões de americanos adultos têm distúrbios do sono crônico que contribui para a má saúde. Cerca de 1 em cada 3 americanos adultos estão dormindo menos de 7 horas por noite. Objetivo: Verificar a qualidade do sono e a associação entre as variáveis antropométricas de saúde do estudo dos motoristas de transportes coletivos urbanos da cidade de Rio BrancoAC. Método: Estudo tipo transversal e descritivo desenvolvido na cidade de Rio BrancoAC. A amostra foi intencional, composta por 80 motoristas, com idades entre 24 e 60 anos, média de 38,37anos e do sexo masculino. Para investigar a qualidade do sono foi utilizado o Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburg (PSQI). Na pesquisa da associação das variáveis antropométricas com o sono foram utilizadas as medidas da circunferência do pescoço, circunferência abdominal, dobras cutâneas e o índice de massa corporal. Para associar as variáveis antropométricas com a qualidade do sono, utilizouse o teste não paramétrico de Spearman, com o nível de significância estabelecido de 0,05 (5%). Resultados: O estudo mostrou que 57,5% apresentaram qualidade do sono ruim de acordo com o PSQI (> 5). Quanto aos valores de risco antropométricos, 68% dos trabalhadores apresentaram o IMC de excesso de peso e obesidade acima do recomendado e 67,5% com circunferência abdominal de risco aumentada e em risco. Na avaliação da circunferência do pescoço, 60% apresentaram valores aumentados e 78,75% com o percentual de gordura acima do recomendado. Observouse que as médias entre os motoristas com qualidade do sono boa com relação aos de qualidade ruim, apresentaram diferenças com relação ao IMC (p<0,05). Comparando as médias entre os motoristas com qualidade do sono boa em relação aos de qualidade ruim, apresentaram diferenças com relação à circunferência abdominal, (p<0,05). Por sua vez, as médias entre as pessoas com qualidade do sono boa com relação aos de qualidade, ruim não apresentaram diferenças com relação à circunferência do pescoço, bem como com o percentual de gordura (p>0,05). Conclusão: Os dados encontrados demonstraram que a qualidade do sono dos motoristas de transporte coletivo urbano está ruim, assim como o índice de massa corporal, circunferência abdominal, circunferência do pescoço e percentual de gordura corporal.
Representações sociais de supervisão: olhar de enfermeiros coordenadores de um hospital de ensino.
Autor: Dilma Costa Santos| Orientação: Luiza Hiromi Tanaka| Mestrado 2015
Palavras Chave: Enfermagem, Administração em Enfermagem, Supervisão em Enfermagem, Educação em Enfermagem, Competência Profissional
Resumo
A supervisão é um método de intervenção da pratica assistencial e gerencial, vinculado ao gerenciamento de enfermagem, realizado exclusivamente por enfermeiros, junto aos elementos da equipe de enfermagem e de saúde. Esta intervenção tem seus fundamentos alicerçados na verificação e, controle de praticas cotidianas dos profissionais de enfermagem; além de processo avaliativo e educação permanente. Os estudos exploram pouco os fenômenos acerca desta intervenção no cotidiano do enfermeiro assistencial, principalmente, em relação a sua significação e operacionalização nos serviços hospitalares. Objetivo: Compreender a representação da supervisão realizada pelo enfermeiro em um ambiente hospitalar, na perspectiva de um grupo social de Coordenadores das Áreas Assistenciais de Enfermagem (CAAE). Método: trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, fundamentado no referencial teórico-metodológico da Teoria das Representações Sociais (TRS). Os participantes foram 16 coordenadores de enfermagem de um hospital geral de ensino. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e analisados segundo a técnica de Análise de Conteúdo Temática, na perspectiva da proposta de Sampire, Collado e Lúcio45. A decodificação dos dados empíricos permitiu a elaboração de três categorias representativas sobre a significação e operacionalização da supervisão de enfermagem, segundo a objetivação e ancoragem presente nos discursos: ‘intervenção do enfermeiro que qualifica o cuidado’, ‘imbricamento entre administrar e cuidar’ e ‘supervisionar: reflexo do processo formativo e contexto institucional’. Resultados: O grupo social dos coordenadores significa a pratica dos enfermeiros assistenciais como uma ação vinculada ainda a modelos técnicos e burocráticos de verificação de tarefas e, gestão de recursos materiais e humanos em enfermagem; porém, de impacto positivo para a qualificação da assistência de enfermagem. Argumentam, que esta acontece no dia-a-dia, articulando ações administrativas e ações assistenciais para o cuidado e, por fim, explicitam de forma enfática os determinantes do processo ineficaz de supervisionar, condicionado-os as deficiências do processo de formação dos egressos e a falta de treinamento institucional. Conclusão: as representações sociais desvelam que a supervisão de enfermagem acontece de forma não sistematizada, na qual ainda há predominância do modelo tradicional, voltado para o controle das praticas cotidianas, com a presença de poucas ações educativas realizadas pelo enfermeiro.
Risco materno e preditores para a interrupção gestacional em inviabilidade fetal
Autor: Flavia Westphal| Orientação: Anelise Riedel Abrahao| Mestrado 2015
Palavras Chave: Anormalidades Congênitas, Complicações na Gravidez, Viabilidade Fetal, Aborto Legal, Tomada de Decisões
Resumo
Nas últimas décadas, houve uma revolução na área de diagnósticos, possibilitando o reconhecimento cada vez mais precoce das anomalias congênitas (AC). Com o diagnóstico fetal estabelecido, é possível, para alguns casos, propor alternativas de tratamento intraútero, possibilitando uma melhora no prognóstico. Porém, para muitas AC, não há tratamento e, muitas vezes, o desfecho pode ser a morte fetal ou neonatal. No Brasil, para AC, a legislação só permite a interrupção voluntária nos casos de diagnóstico inequívoco de anencefalia. No entanto, esta não é a única patologia fetal incompatível com a sobrevida neonatal, restando ainda uma preocupação quanto à evolução das demais gestações para as quais a autorização judicial é necessária. Deve-se ressaltar que a presença de AC pode se associar a complicações gestacionais que comprometam o futuro reprodutivo da mulher. Objetivo: Conhecer o perfil de mulheres atendidas em um serviço especializado em Medicina Fetal que receberam diagnóstico fetal de inviabilidade na gestação atual; e verificar a ocorrência de complicações durante a gestação até seu desfecho e as variáveis que se associaram à opção pela interrupção gestacional. Métodos: Estudo retrospectivo, realizado no ambulatório de Medicina Fetal de um hospital universitário da cidade de São Paulo (SP) no período de 1o de janeiro de 2010 a 31 de dezembro de 2013, com prontuários de mulheres com fetos portadores de anomalias incompatíveis com a sobrevida neonatal na gestação atual. A amostra constituiu-se de 94 prontuários. O nível de significância considerado foi 0,05. Resultados: A população foi de adultas jovens, com escolaridade compatível com o Ensino Médio completo/ incompleto, empregadas, com renda familiar entre um e três salários mínimo, solteiras, porém vivendo com o companheiro, que não faziam uso de tabaco, bebidas alcoólicas ou de drogas ilícitas. Esses dados revelaram uma população com características diferentes das consideradas de alto risco gestacional. A interrupção gestacional ocorreu em 41 (43,6%) e a manutenção em 53 (56,4%). Mulheres com doença de base, com um maior número de gestações, paridade e/ou filhos vivos, com maior idade gestacional na ocasião do diagnóstico fetal e/ou na chegada ao serviço especializado apresentaram um menor porcentual de interrupção gestacional. Já as que planejaram a gestação atual ou que gestaram fetos com anomalias do sistema nervoso central (SNC) e defeito no fechamento toracoabdominal tiveram um porcentual maior de interrupção. Houve maior porcentual de complicações durante a gestação e/ou no pós-parto/interrupção entre as mulheres que não interromperam a gestação. As variáveis que melhor explicaram a solicitação de interrupção gestacional foram: presença de fetos com malformações do SNC ou com defeito de fechamento toracoabdominal, e número de filhos vivos que as gestantes possuíam. Conclusão: Em razão de apresentarem características diferentes daquelas consideradas de alto risco gestacional, chama a atenção a possibilidade dessas mulheres não serem facilmente identificadas durante a classificação de risco gestacional, o que pode colaborar para o diagnóstico tardio de patologias fetais. A manutenção da gravidez de fetos com anomalias incompatíveis com a sobrevida neonatal aumenta o risco materno, fato que deve subsidiar discussões sobre a legalização das interrupções gestacionais nessas condições. A inclusão de outras patologias fetais letais na legislação brasileira sobre a interrupção gestacional minimizaria o risco materno e o sofrimento do casal, facilitaria a tomada de decisão sobre a interrupção e contribuiria para a assistência multiprofissional especializada nos serviços de saúde.
Tradução para a língua portuguesa do Brasil, adaptação transcultural e validação do ureteral stent symptom questionnaire (ussq)
Autor: Renan Castaldeli Marques Santos| Orientação: Bartira de Aguiar Roza| Mestrado 2015
Palavras Chave: Estudo de validação, Stent, Ureter, Qualidade de vida., Questionário
Resumo
Em 1948, em Genebra, a saúde foi definida como “não apenas a ausência de enfermidade e doença, mas também um estado de completo desenvolvimento físico, mental e bem-estar social”. Nas décadas subsequentes as instituições governamentais pressionaram a classe científica para desenvolver novas técnicas para mensurar a qualidade de vida. A litíase urinária é um grande problema de saúde pública, cujas primeiras descrições datam de 4.800 a.C.. Hipócrates realizou a primeira descrição de cólica renal e litogênese no ano 460 a.C.. Com a evolução dos sistemas ópticos, novos instrumentos endoscópicos foram desenvolvidos. A primeira implantação cistoscópica de um stent ureteral foi realizada em 1967, na qual houve migração, obstrução do stent e o mesmo aderiu à mucosa do ureter, mas, ainda assim, ficou provada a sua viabilidade técnica. Atualmente é considerado um instrumento versátil, usado no tratamento de diversas patologias. Entretanto, cerca de 80% dos pacientes, em uso de stent ureteral, relatam impacto negativo na sua qualidade de vida. Diante do crescente interesse da classe médico-científica em mensurar a qualidade de vida relacionada à saude, tornou-se necessária a sintetização de instrumentos capazes de fornecer essas medidas de modo confiável. No Brasil não dispomos de um instrumento válido para mensurar a qualidade de vida em pacientes com urolitíase em uso de stent ureteral tipo duplo J. O instrumento ureteral stent symptom questionnaire (USSQ) foi desenvolvido no Reino Unido e é composto de 38 questões divididas em seis domínios de saúde: sintomas urinários, dores no corpo, saúde geral, desempenho no trabalho, problemas sexuais e problemas adicionais. Mediante autorização do autor do instrumento, o USSQ foi transculturalmente traduzido, adaptado e validado para língua portuguesa do Brasil. O processo foi realizado de acordo com as orientações da literatura, sendo: tradução inicial, síntese das traduções, retradução para a língua inglesa (backtranslation), comitê de juízes especialistas e teste da versão final. Os dados foram coletados no ambulatório da disciplina de urologia do Hospital São Paulo (HSP). A análise estatística revelou amostra predominantemente feminina e média de idade de 40,4 anos. A versão em português possui moderada à alta consistência interna em todos os domínios (alpha= 0,61). A análise de correlação inter-itens revelou que os maiores coeficientes são observados entre os domínios dor e sintomas urinários. A sensibilidade à mudança e propriedades discriminantes mostram que os scores tendem a melhorar após a retirada do stent. Nossos resultados revelam que a versão do USSQ-Brasil é um instrumento válido e confiável para medir a repercussão dos vários sintomas relacionados ao stent ureteral em pacientes brasileiros.
Variabilidade na adesão aos imunossupressores e demais medicamentos nos receptores de transplante cardíaco em 11 países: estudo descritivo comparativo
Autor: Samira Scalso de Almeida Machado| Orientação: Bartira de Aguiar Roza| Mestrado 2015
Palavras Chave: Variabilidade, imunossupressores, transplante cardíaco
Resumo
Introdução: A não adesão (NA) a terapia medicamentosa é um problema prevalente entre receptores de transplante cardíaco. O objetivo deste estudo é descrever e comparar a prevalência de NA aos imunossupressores e demais medicamentos em 11 países e 4 continentes, utilizando os dados reportados ao estudo BRIGHT. Métodos: Esta foi uma análise preliminar secundária do BRIGHT, estudo internacional, multicêntrico, transversal em 27 centros transplantadores em 11 países (Alemanha, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Espanha, EUA, França, Itália, Reino Unido e Suíça). 902 receptores de transplante cardíaco adultos entre o primeiro e o quinto ano pós transplante, foram incluídos na análise. NA aos imunossupressores e demais medicamentos foram avaliados utilizando o BAASIS, um instrumento de auto-relato que avalia diferente dimensões da adesão, como: a NA a ingestão do medicamento, horário de ingestão apenas para os IS, “feriado da droga” (omissão de mais de 2 doses consecutivas), redução da dose inadvertidamente e persistência (interromper o uso inadvertidamente). A NA foi avaliada separadamente por dimensão, para os IS, também a taxa global (qualquer indicação de NA nas últimas 4 semanas) e também pelo relatório complementar realizado por clínicos. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e inferencial. Resultados: As taxas de NA foram: ingestão do medicamento: 16.1% (variando: 4.9% Itália – 26.2% EUA); NA ao horário: 27.3% (variando: 10% Alemanha – 42.9% Austrália); “feriado da droga” 1.6% (variando: 0% Alemanha, Espanha, França, Itália, Suíça– 6.3% Brasil); redução da dose: 1.4% (variando: 0% Alemanha, Austrália, Bélgica, Brasil, Reino Unido – 4.3% Suíça); não-persistência: 0.6% (variando: 0%-6.3% Brasil); não adesão global: 36.4% (variando: 17.5% Alemanha- 57.1% Austrália). Os demais medicamentos: NA a ingestão do medicamento 20% (variando: 7.5% Alemanha – 32.6% EUA); “feriado da droga” 4.6% (variando: 0% Alemanha – 12.5% Brasil); redução da dose 3.9% (variando: 0% Alemanha e Reino Unido – 12.5% Brasil); não-persistência 2.1% (variando: 0% Alemanha, Brasil, Itália, Suíça e Reino Unido – 5.9% Canadá). Conclusão: A variabilidade observada nas taxas de NA aos imunossupressores e demais medicamentos nos receptores de transplante cardíaco entre os países, sugerem que os fatores relacionados aos sistemas de saúde podem desempenhar um papel importante na explicação da NA dos pacientes (ex. cobertura no custeio dos medicamentos).
Violência domestica contra a mulher em usuárias das unidades básicas de saúde da zona urbana do municipio de Cruzeiro do Sul, Acre.
Autor: Vivian Victoria Vivanco Valenzuela| Orientação: Anelise Riedel Abrahao| Mestrado 2015
Palavras Chave: Violência Contra a Mulher, Violência Doméstica.
Resumo
Introdução: Ninguém sofre uma opressão tão prolongada ao longo da história como a mulher, nenhum outro grupo social ou étnico-racial tem sofrido tão feroz exclusão do gozo dos mais básicos direitos e garantias. A violência doméstica contra a mulher existe em todos os países e grupos sociais, indistintamente das condições socioeconômicas, credo e cultura, cujo impacto envolve os sujeitos e as famílias, ocasiona sofrimento biopsicossocial, repercute na esfera produtiva e nos orçamentos públicos. Objetivo: Caracterizar a violência doméstica contra a mulher em Cruzeiro do Sul, Acre. Métodos: Pesquisa de abordagem quantitativa, com desenho transversal, mediante aplicação de questionário em amostra representativa de 320 mulheres, usuárias das Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona urbana do município de Cruzeiro do Sul/AC, no período de agosto de 2013 a fevereiro de 2014, de 2ª a 6ª feira. Resultados: Das 320 mulheres, 78,75% afirmaram ter sofrido violência por parceiro íntimo (VPI), a violência física (VF) foi referida por 37,19% das mulheres, a violência sexual (VS) por 9,17% e a violência psicológica (VP) por 45,47%. A violência por outros agentes no ambiente doméstico (VAD), quando física esteve presente na vida de 90,63% de mulheres, quando psicológica em 65,25%, os agressores mais frequentes foram mães/madrastas, seguidos dos pais/padrastos. Verificamos associação significativa da VF pelo companheiro e a faixa etária entre 20 a 49 anos das mulheres, através de uso de arma de fogo/arma branca (p=0,0365), chutes/surras (p=0,0407), ser machucada com socos ou objetos (p=0,0381), a VP pelo companheiro teve significância estatística em mulheres de 20 a 29 anos através das atitudes: depreciar/humilhar (p=0,0026) e fazer coisas para assustá-la (p=0,0186). Mulheres em união estável ou consensual são mais vulneráveis à VF, através do uso de arma de fogo ou arma branca em 55,1% (p=0,001), através de chutes/surras 57,65% (p=0,0001), estrangular/queimar em 51,43% (p= 0,006), quando se trata de VS mulheres que foram forçadas a manter relações sexuais representam 56,9% (p=0,009), na VP mulheres que foram depreciadas/humilhadas foram 63,03% (p=0,0137), e 61% (p=0,0027) foram assustadas pelos parceiros. Mulheres que não trabalham estão mais expostas a receber tapas ou ter jogado algum objeto para machuca-las em 45,22% (p=0,0235), as que possuem uma renda familiar mensal de 1 salário mínimo estão mais expostas a ser chutadas/surradas em 48,81% (p=0,0307). Queixas de saúde como: sentimento de inutilidade e desvalorização, ter a ideia de acabar com sua vida, perda de interesse pelas coisas, sentir-se nervosa/preocupada, sentir-se triste, dificuldade em realizar tarefas diárias, dormir mal, má digestão, tremores nas mãos, ferida vaginal, dor em baixo ventre, dor na relação sexual, são de 2 a 5 vezes mais frequentes entre vítimas de VPI. Apenas 22,35% das entrevistadas tiveram a percepção de serem vítimas de violência domestica, destas 22,22% tiveram a percepção de VPI e 22,42% a percepção de VAD. Conclusões: Políticas públicas de saúde que priorizem o empoderamento e conscientização das mulheres e redes de suporte social articuladas constituem elementos fundamentais para que a mulher possua meios eficazes para libertar-se da violência nos diferentes ciclos de vida e dos seus algozes.
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