Produção do PPG Enfermagem em 2019
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Teses de Doutorado |
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A satisfação do familiar no pronto-socorro infantil sobre a qualidade do serviço e fluxo de atendimento
Autor: Giselle Pinto de Oliveira Sa Macedo| Orientação: Maria D Innocenzo| Doutorado 2019
Palavras Chave: Enfermagem, Qualidade da assistência à saúde, Satisfação do paciente, Serviço hospitalar de emergência, Criança.
Resumo
Objetivo: Avaliar o índice de satisfação do acompanhante do paciente pediátrico com relação à qualidade do atendimento prestado e quanto aos tempos de espera referente ao fluxo do serviço de emergência. Métodos: Desenvolveu-se um estudo exploratório e descritivo no Pronto-Socorro Infantil de um hospital geral do município de São Paulo que contou com a participação de 300 pacientes pediátricos. A coleta de dados foi realizada durante os meses de fevereiro e março de 2016. Foi disponibilizado um instrumento validado aos familiares para avaliar a qualidade do serviço de emergência. A análise estatística utilizou a correlação de Spearman e o teste de Mann-Whitney e adotou um nível de significância de 5% (p<0,05). A análise descritiva caracterizou os indivíduos do estudo, os tempos registrados em horas, sendo apresentados sob forma de tabelas que abrangeram frequências absolutas e relativas. Resultados: A amostra foi constituída por 159 (53,0%) crianças pertencentes ao gênero feminino e 141 (47,0%) ao masculino, com média de idade de 4,6 anos. Quanto à classificação, os pacientes pediátricos que adentraram o Pronto-Socorro, 214 (71,4%) deles foram classificados na cor verde, 64 (21,3%) em amarelo, 15 (5,0%) na cor azul e sete (2,3%) na cor vermelha. Dentre os diagnósticos, houve predomínio das doenças respiratórias evidenciada em 139 (46,3%) dos pacientes e doenças digestivas apresentadas por 67 (22,3%) crianças. Evidenciou-se a conduta médica por meio da prescrição de medicações por via endovenosa em 137 (45,6%) crianças e via inalatória em 113 (37,6%) delas. Dentre as crianças da amostra, 221 (73,6%) receberam alta, 72 (24,0%) foram transferidas à enfermaria pediátrica e quatro (1,3%) deles encaminhados à Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Os acompanhantes dos pacientes demonstraram-se satisfeitos com a qualidade de atendimento prestado pelo Pronto-Socorro Infantil. Registrou-se diferença estatística significativa (p<0,05) quanto ao índice de satisfação manifestado pelos familiares das crianças diagnosticadas com doenças dermatológicas, que receberam medicações administradas pela via retal e que procuraram o serviço por considerarem-no como referência ou por não possuírem plano de saúde. O nível de satisfação manifestado pelos responsáveis é estatisticamente significante (p<0,05) quanto menor for o tempo de espera para que os pacientes possam ser avaliados na classificação de risco, atendidos pelos médicos e receberem a medicação prescrita. Os acompanhantes que levaram suas crianças ao Pronto-Socorro devido à patologia (p-0,029) ou por não encontrarem médicos em outros hospitais (p-0,021), estão satisfeitos com o tempo de espera para o atendimento. Conclusões: Os familiares pesquisados encontram-se satisfeitos no que se refere à qualidade de atendimento prestada às suas crianças e quando às mesmas são atendidas com rapidez no serviço de emergência.
Ações para o controle do câncer de mama na atenção primária à saúde na perspectiva das usuárias
Autor: Valterli Conceicao Sanches Goncalves | Orientação: Maria Gaby Rivero de Gutierrez | Doutorado 2019
Palavras Chave: Neoplasia da Mama, Atenção primária à saúde, Programas de Rastreamento, Avaliação em Saúde, Enfermagem
Resumo
Introdução: O câncer é considerado um importante problema de saúde pública, por sua relevância epidemiológica, social e econômica, tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento. Para detecção precoce desse agravo, o Ministério da Saúde (MS) recomenda ações de diagnóstico e rastreamento, deixando evidente a necessidade do tripé: população alerta para os sinais e sintomas; profissionais de saúde capacitados para avaliação dos casos suspeitos e sistemas e serviços de saúde preparados para garantir a confirmação diagnóstica oportuna, com qualidade e garantia da integralidade da assistência em toda a linha de cuidado. Torna-se relevante conhecer as práticas preventivas relacionadas à detecção e ao diagnóstico precoce, uma vez que, essas informações podem subsidiar o planejamento de estratégias eficazes na Atenção Primária à Saúde. Objetivo:Avaliar a realização das ações de rastreamento oportunístico do câncer de mama proposto pelo Ministério da Saúde para a Atenção Básica, por meio de informações das usuárias. Método: Estudo de corte transversal realizado em 18 Unidades Básicas de Saúde do Município de Diadema, com 675 usuárias, na faixa etária compreendida entre 35 e 69 anos, no período de novembro de 2014 a março de 2015. Está vinculado ao projeto multicêntrico intitulado “Ações no controle do Câncer de Mama: identificação das práticas na Atenção Básica” desenvolvido pelas Escolas de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (Escola Paulista de Enfermagem/UNIFESP) e a Universidade de São Paulo - Escola de Enfermagem Ribeirão Preto (EERP-USP), cuja finalidade é retratar a implementação das ações preconizadas pelo Ministério da Saúde para o rastreamento do câncer de mama entre as usuárias da Atenção Primária à Saúde. Utilizou-se um questionário validado, que foi aplicado após a apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP. O projeto foi aprovado sob CAAE nº 20021714.5.0000.5505. Os dados coletados foram analisados de forma descritiva e analítica. Resultados: Das usuárias, 50,5% declarou ser da cor branca; 44,3% ser casada; 32,2% referiu ser analfabeta ou ter cursado o ensino fundamental 1 incompleto; 61,6% pertencia à classe social C e 62,1% não exerce atividade remunerada. A maioria (83,8%) utilizava exclusivamente serviços próprios do SUS e apenas 16,2% possuía plano de saúde, utilizando-o para consultas e exames. Quanto ao risco para câncer de mama, 4,7% referiu possuir fator de risco familiar para esta neoplasia e 63,1% afirmou que o profissional de saúde perguntou sobre risco familiar para câncer de mama; 37,5% das usuárias com risco elevado para o câncer de mama informou ter sido submetida ao exame clínico das mamas anualmente; 20,9% das usuárias na faixa etária entre 50 a 69 anos e com risco populacional realizou a mamografia. Apenas 8,7% das usuárias informou ter participado de reunião educativa sobre câncer de mama. Em relação à adequação dos parâmetros estabelecidos pelo Consenso para a mamografia e o exame clínico das mamas, foram encontradas taxas de 8,9%, 10,6% e 7,7% para as faixas etárias 35 a 39, 40 a 49 e 50 a 60 anos, respectivamente. Conclusão: as ações de rastreio oportunístico para o câncer de mama, realizadas pela Atenção Primária à Saúde, necessitam de adequação para estar em conformidade com as diretrizes propostas pelo Ministério da Saúde em todas as faixas etárias estudadas.
Aleitamento materno e alimentação complementar de crianças em um município da amazônia ocidental brasileira
Autor: Vanizia Barboza da Silva | Orientação: Ana Cristina Freitas de Vilhena Abrao | Doutorado 2019
Palavras Chave: Aleitamento materno, Alimentação complementar, Lactente
Resumo
Objetivo: Analisar as práticas da amamentação e alimentação complementar de crianças de 0 a 23 meses, nascidas na cidade de Cruzeiro do Sul, município da Amazônia Ocidental Brasileira. Método: Estudo transversal, realizado durante as Campanhas Nacionais de vacinação nos anos de 2016 e 2017. A metodologia utilizada para o cálculo amostral foi por conglomerados, e o número calculado foi de 856 crianças. O instrumento de pesquisa teve como base o questionário utilizado na II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, que foi adaptado segundo as necessidades do estudo. A coleta de dados foi efetuada com as mães ou acompanhantes das crianças que compareceram nas UBS no dia da campanha ou que antecederam ou a sucederam. Para analisar o desmame precoce, foram utilizados os testes Qui quadrado, Kolmogorov-Smirnov, Hosmer e Lemeshow. Para o desmame total, foi adotada a análise de sobrevivência de Kaplan-Meier e Modelo de Cox. Para a alimentação complementar, foi utilizado o modelo de Regressão de Poisson com variância robusta. Para todos os testes estatísticos, foi considerado um nível de segurança de 5% e empregado o software estatístico IBM SPSS 20.0 e Stata 12. Resultados. A prevalência do AME foi de 34,7% (IC 31,1 - 38,4) e do AM foi de 65,3% (IC 62,0 - 69,2). Os fatores associados ao desmame precoce foram escolaridade paterna e experiência anterior em amamentação. Os fatores associados ao desmame total foram: tempo da experiência anterior em amamentação menor que seis meses, não amamentação na 1ª hora, uso de chupeta e mamadeira. A avaliação dos indicadores da alimentação complementar identificou que apenas 11,7% tiveram introdução oportuna de alimentos e somente 9,0% tiveram diversidade alimentar mínima, enquanto 42,3% praticaram a frequência mínima e consistência adequada. O consumo de alimentos ricos em ferro foi de 85,5% e de vitamina A de 58,7%. Já o consumo de alimentos ultraprocessados foi praticado por 98,9% das crianças e o consumo de bebidas adoçadas foi de 72,7%. Os principais fatores associados à inadequação alimentar foram: baixa escolaridade materna e paterna, baixa renda, residir na zona rural, idade da criança entre 6 e 11 meses, enquanto a renda entre um a dois salários-mínimos ou mais mostrou-se inversamente associada ao desfecho. Conclusões: As práticas alimentares em crianças menores de dois anos estão aquém das recomendações da OMS e MS. É necessário o aprimoramento de políticas públicas de saúde nesta área para otimização da qualidade de vida destas crianças.
Análise do modelo de assistêcia em saúde mental na gestão Erundina - 1989-1992
Autor: Fabricia de Freitas Faria Migliari | Orientação: João Fernando Marcolan | Doutorado 2019
Palavras Chave: Política de Saúde, Saúde Mental, História, Reforma Psiquiátrica, Políticas Públicas
Resumo
A Reforma Psiquiátrica brasileira ocorreu durante a redemocratização do país, no contexto da Reforma Sanitária, a partir de um processo político de mobilização e transformação social, caracterizado pela reestruturação dos serviços, dos processos de trabalho na assistência em saúde mental e com novas formas de cuidado. Nesse período, experiências inovadoras ocorreram no Brasil, como a assistência em saúde mental paulistana. Este trabalho tem como objetivos analisar o modelo de assistência em saúde mental no município de São Paulo, implantado no período entre 1989 a 1992, desvelado por seus colaboradores; analisar as influências técnico-assistenciais e teórico-conceitual na escolha do modelo de assistência em Saúde Mental implantado; verificar as mudanças promovidas por esse modelo de assistência em Saúde Mental; analisar, pela percepção dos participantes, a influência do modelo implantado de assistência em Saúde Mental na mudança de paradigma social da loucura e o modelo de assistência em saúde mental no município de São Paulo, implantado no período entre 1989 a 1992, desvelado por seus colaboradores. Utilizamos o método da história oral para revisitarmos as experiências passadas, a partir das narrativas dos gestores do Programa de Saúde Mental do Município de São Paulo. Como resultado, apresentamos o envolvimento político social dos profissionais da saúde nos movimentos estudantis e, posteriormente, nos movimentos sociais da Saúde Mental contra o modelo hospitalocêntrico. A construção do modelo paulistano se deu no Núcleo de Saúde Mental do Partido dos Trabalhadores, seus idealizadores estavam ligados aos sindicatos, aos movimentos populares e partido político, com influências nas bases conceituais da Reforma Sanitária e a partir dos dados epistemológicos da população. Criada a rede de serviços de saúde mental, de forma descentralizada e hierarquizada, constituída por Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidade de Convivência Terapêutica Intensiva (UNCOVITI), Hospital dia (HD), Hospital Geral (HG), Pronto Socorro (PS), Serviço de Residencial Terapêutica (SRT) e Centro de Convivência e Cooperativa (CECCO). O modelo teve grande impacto em relação à quantidade de serviços implantados, à diminuição de leitos e ao fechamento de hospitais psiquiátricos. A capacitação e a formação dos profissionais de saúde mental, desenvolvida pela Gestão, foram fatores responsáveis pela transformação da assistência psiquiátrica e para a quebra do paradigma da loucura na sociedade. Apesar de toda a inovação do modelo paulistano, a pesquisa mostra que seus propósitos não foram contemplados nas Políticas Nacionais de Saúde Mental. O modelo incorporado e escolhido foi no formato de equipamentos tipo CAPS, mantendo a visão excludente da pessoa com transtorno mental dos serviços de saúde em geral e da sociedade. Concluímos que a escolha do modelo de assistência em Saúde Mental, paulistano e brasileiro, se deu pelo viés político, em acordo com as articulações dos grupos político-ideológicos.
Avaliação da aptidão funcional, da qualidade de vida e da rede de suporte social de idosos participants de práticas corporais da medicina tradicional chinesa
Autor: Marcia Regina Martinez Tedeschi | Orientação: Karen Mendes Jorge de Souza | Doutorado 2019
Palavras Chave: Envelhecimento, Aptidão física, Práticas corporais, Qualidade de vida
Resumo
Objetivo: Comparar a aptidão funcional, a qualidade de vida e a rede de suporte social entre usuários idosos participantes e não participantes das práticas corporais orientadas da Medicina Tradicional Chinesa. Métodos: Estudo epidemiológico observacional do tipo caso-controle. Participaram da pesquisa 118 idosos (≥ 60 anos), ambos os sexos, sendo 59 participantes das práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa (casos) e 59 não participantes (controles). A coleta foi realizada em quatro Unidades Especializadas em Medicina Tradicional da Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo, no período de julho de 2016 a agosto de 2017. Foram coletadas variáveis sociodemográficas, antropométricas e funcionais. Para identificar o nível de atividade física foi utilizado o International Physical Activity Questionnarie (IPAQ), na forma longa. A qualidade de vida foi mensurada por intermédio do Medical Outcomes Study 36- Item Short-Form Health Survey (SF36) e para a identificação e caracterização da rede de suporte social utilizou-se o Mapa Mínimo de Relações do Idoso (MMRI). A análise dos dados foi realizada inicialmente de forma descritiva e, em seguida, efetuou-se uma regressão logística univariada e o teste Kruskal Wallis. Resultados: Houve predomínio do sexo feminino (91,5% dos casos; 89,8% dos controles); média de idade de 66,2 anos para casos e 66,3 anos para controles; renda média de 2,4 salários mínimos para casos e 2,3 salários mínimos para controles; participavam de prática regular de atividade física e/ou esporte de forma espontânea 57,6% dos casos e 66,1% dos controles. Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes a favor do grupo caso nos domínios tarefas domésticas (p=0,033); exercício/atividade física no lazer (p<0,001) e no total geral dos domínios (p=0,012) do questionário IPAQ. A média de componentes da rede de suporte social foi de 12,0 pessoas no grupo caso e 10,6 pessoas no grupo controle. Na avaliação da qualidade de vida (SF36), o grupo caso apresentou maior escore no domínio saúde mental (p=0,026) em comparação ao grupo controle. Na comparação entre os grupos caso com menor (≤ 24 meses) e maior (≥ 24 meses) tempo de adesão, com o grupo controle, verificou-se resultados favoráveis ao grupo caso com maior (≥ 24 meses) tempo de adesão nos domínios dor (p= 0,003), vitalidade (p=0,021), aspectos emocionais (p=0,034) e saúde mental (p=0,020). Na variável antropométrica índice de massa corporal não houve significância estatística na comparação entre os valores médios dos grupos caso (28,8 kg/m2) e controle (30,2 kg/m2). Observou-se melhor resultado do grupo caso com maior (≥ 24 meses) tempo de adesão no teste funcional de levantar e sentar da cadeira (p=0,006). Conclusões: Foram evidenciadas associações entre as práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa no nível de atividade física e na qualidade de vida dos participantes do grupo caso. Maiores escores na qualidade de vida e força dos membros inferiores foram encontrados em idosos do grupo caso com maior (≥ 24 meses) tempo de adesão. A participação nas práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa pode contribuir no nível de atividade física, na qualidade de vida e na aptidão funcional de idosos, em especial, na força de membros inferiores.
Docentes no ensino fundamental: bem estar no trabalho e inter relações
Autor: Maria Goreti da Silva da Cruz | Orientação: Ana Lucia de Moraes Horta | Doutorado 2019
Palavras Chave: Docência, Resiliência, Autoestima, Bem estar, Estresse Saúde ocupacional
Resumo
O bjetivo: Associar o bem estar no trabalho de docentes do Ensino Fundamental com os fatores de resiliência, estresse, autoestima, satisfação c om a vida e nível de afetos, bem como avaliar o impacto de intervenção de cu idado no exercício profissional Métodos: utilizou se o método misto mixed methods de natureza sequencial explanatório e descritivo. A amostra foi composta por 105 docentes de qua tro Escolas Municipais de Ensino Fundamental. A coleta de dados quantitativos ocorreu no período de fevereiro de 2016 a março de 2017 , por meio da aplicação dos seguintes instrumentos: questionário sociocontextual, Escala de Autoestima de Rosenberg, Escala de Resiliência de Connor Davidson (RISC 25 Brasil), Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp, Escala de Afetos Positivos e Negativos, Escala de Satisfação com a Vida Escala de Bem Estar no Trabalho. A segunda etapa do estudo ocorreu em uma E MEF, escolhida intencionalmente, e os critérios foram adesão dos docentes, concordância dos gestores e disponibilidade de horário e espaços adequados O bteve se a participação de 23 docentes. Essa etapa compreendeu o desenvolvido de oito intervenções deno minada s “Vivências de cuidado” extraíd as do referencial teórico Cuidando do Cuidado. Ao t é rmino das intervenções n a coleta de dados qualitativos utilizou se o Grupo Focal avaliativo. Resultados: Os resultados parciais, discussão e considerações estão apr esentados no artigo " Satisfação no trabalho e repercussões na saúde ocupacional de docentes do Ensino Fundamental ". Após a apresentação e apreciação da tese pretende se elaborar artigos com aproveitamento das análises dos dados resultantes da análise dos demais instrumentos.
Efeitos de um programa de exercício físico no perfil da obesidade e o sobrepeso de adolescentes: estudo quase-experimental
Autor: Denise Jove Cesar | Orientação: Juliana de Lima Lopes | Doutorado 2019
Palavras Chave: Exercício, Adolescentes, Obesidade, Sobrepeso
Resumo
Objetivo: Avaliar o efeito do programa de exercício físico orientado e sistematizado no perfil de obesidade e sobrepeso de adolescentes. Método: Trata-se de um estudo quase experimental, realizado com escolares com idade entre 14 e 18 anos. A obesidade e o sobrepeso foram avaliados por meio do índice de massa corporal (IMC), dobras cutâneas tricipital e subescapular, porcentagem de gordura corporal, perímetro braquial, área de gordura do braço, medida da circunferência de cintura e medida da circunferência do pescoço. Os desfechos secundários foram o perfil lipídico, glicemia capilar e pressão arterial. Os desfechos primários e secundários foram avaliados em duas etapas, antes e após a intervenção física. O programa de exercício físico foi composto por exercícios aeróbicos, resistidos, de forma isolada e também combinados. Tiveram uma frequência semanal de cinco vezes, com duração de 50 a 60 minutos cada, distribuídas em 60 sessões (12 semanas). Para avaliação do efeito do exercício antes e após a intervenção foi realizado o teste t pareado, teste Wilcoxon, e teste MCNemar-Bowker. A relação entre os desfechos e as variáveis sociodemográficas e clínicas foi realizada por meio do teste ANOVA para medidas repetidas com transformação por postos, teste ANOVA para medidas repetidas e Estimação de Equação Generalizada. O nível de significância adotado foi de 5%. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa. Resultados: Foram avaliados 72 adolescentes. A maioria convive com os pais, do sexo feminino, da raça parda, do ensino médio e com renda familiar de menos de três salários mínimos. A média de idade foi de 15,28±1,18 anos, a de anos estudados de 11,14±1,13 e a de conviventes foi de 2,81±0,93. Ao avaliar o efeito da intervenção, observou-se melhora significativa dos desfechos primários (p<0,001) e secundários (glicemia capilar p<0,0001; triglicerídeos p<0,0001; pressão arterial sistólica p= 0,0050) após o programa de exercício físico, com exceção do colesterol total (p=0,116) e da pressão arterial diastólica (p=0,1368). Em relação às variáveis sociodemográficas e clinicas houve relação significativa (p<0,05) entre o IMC e a renda familiar, o consumo inadequado de potássio e o consumo inadequado de fibras; a circunferência de cintura e a dobra tricipital relacionou-se com as escolas; a estimativa de percentual de gordura com a escola e a renda familiar; a glicemia relacionou-se com a idade e as atividades extracurriculares; o triglicerídeos com a escola; a pressão arterial sistólica com a escolaridade. Conclusão. O exercício físico foi eficiente para a redução da obesidade e sobrepeso dos adolescentes, bem como do perfil lipídico, da glicemia capilar e da pressão arterial sistólica.
Efetividade da manta de ar forçado aquecido na redução de complicações da hiportemia após cirurgia de revascularização do miocárcio: ensio clínico randomizado
Autor: Amanda Silva de Macedo Bezerra | Orientação: Alba Lucia Bottura Leite de Barros | Doutorado 2019
Palavras Chave: Ensaio Clínico, Hipotermia, Ponte de Artéria Coronária, Reaquecimento, Ar Forçado Aquecido, Assistência Perioperatória
Resumo
Introdução: Na cirurgia de revascularização do miocárdio (CRVM) com circulação extracorpóea (CEC), os pacientes são submetidos a hipotermia induzida e, mesmo após o reaquecimento intraoperatório, podem ser admitidos hipotérmicos na unidade de terapia intensiva. A hipotermia pós-operatória nesses pacientes se associa a sangramento excessivo, necessidade de transfusão de hemocomponentes, insuficiência respiratória, cirurgias subsequentes não planejadas, maior tempo de internação, de ventilação mecânica, e mortalidade. Objetivos: Verificar a efetividade do uso pós-operatório da marta de ar forçado aquecido na redução de sangramento excessivo, arritmias, infarto do miocárdio e transfusão de produtos sanguíneos em pacientes hipotérmicos após CRVM com CEC e comparar o comportamento da temperatura timpânica associado ao uso de ar forçado aquecido ou lençol com cobertor de lã. Métodos: Ensaio clínico randomizado realizado em um hospital público especializado na área cardiovascular de janeiro a novembro de 2018. Duzentos pacientes submetidos a CRVM isolada com CEC foram randomizados para o Grupo Intervenção (GI, submetidos a aquecimento pós-operatório por ar forçado, n=100) e o Grupo Controle (GC, submetidos ao aquecimento pós-operatório por lençol e cobertor, n=100). A temperatura timpânica foi mensurada ao longo de 24 horas em todos os participantes. Considerou-se desfecho primário o sangramento excessivo e desfechos secundários arritmias, IAM, transfusão de produtos sanguíneos e comportamento da temperatura. A relação entre as intervenções e os desfechos foi verificada por meio de regressão logística bivariada, com p<0,05 considerado significativo. Resultados: A partir de duas horas de pós-operatório, o GI teve temperaturas médias significativamente mais altas do que o GC, mantendo esta tendência até 15 horas. O GI apresentou chance 79% menor de sangramento comparado ao GC (OR=0,21, IC 95% 0,12-0,39, p<0,001). A chance de ocorrência de IAM foi 94% menor no GI comparado ao GC (OR=0,06, IC 95% 0,01-0,48, p<0,001). O GI teve chance 77% menor de apresentar arritmias comparado ao GC (OR=0,23, IC 95%=0,12-0,47, p<0,001). Não houve diferença entre os grupos quanto à transfusão de produtos do sangue (p<0,279). Conclusões: O aquecimento pós-operatório com ar forçado diminuiu a incidência de sangramento excessivo, IAM e arritmias, mas não altera a incidência de transfusão de produtos do sangue. Estes resultados indicam que o ar forçado aquecido pode ser empregado após CRVM até que os pacientes atinjam normotermia para evitar desfechos clínicos indesejáveis.
Estabilidade do cloridrato de vancomicina empregado na técnica de selo com antimicrobianos para descontaminação de cateteres intravenososo centrais
Autor: Daniele Porto Barros | Orientação: Maria Angelica Sorgini Peterlini | Doutorado 2019
Palavras Chave: Infecções Relacionadas a Cateter, Estabilidade de Medicamentos, Infusões Intravenosas, Vancomicina. Heparina, Enfermagem
Resumo
Introdução: A infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter central é complicação frequente em crianças submetidas a transplante de medula óssea, sendo recomendado como adjuvante no tratamento o emprego de selo com antimicrobiano, como o cloridrato de vancomicina, em associação com heparina sódica. Entretanto, são poucas as evidências quanto à estabilidade dos medicamentos utilizados. Objetivos: Verificar a concentração e a estabilidade de soluções de cloridrato de vancomicina e heparina sódica similares às utilizadas na técnica de selo com antimicrobianos, segundo a influência do tempo e da temperatura. Materiais e Métodos: Pesquisa experimental desenvolvida em condições ambientais controladas. Foram verificados o potencial hidrogeniônico (pH), a osmolalidade e a concentração do cloridrato de vancomicina (500 mg), solução fisiológica (SF) e heparina sódica (5.000 U.I.) isoladamente e em associação, resultando em 282 análises. A concentração foi medida por meio de cromatografia líquida de alta eficiência, sendo o método validado seguindo as diretrizes recomendadas para parâmetros de seletividade, linearidade, precisão e exatidão. O cloridrato de vancomicina foi reconstituído em água destilada (AD), diluído em SF e associado a heparina sódica, resultando em concentração de 5 mg/mL do antimicrobiano e 100 U.I./mL do anticoagulante. As soluções foram acondicionadas em frascos de vidro âmbar, em temperaturas de 22° C e 37° C e as análises realizadas no momento inicial (T0), três (T3), oito (T8) e 24 horas (T24) após o preparo. Os dados foram analisados segundo média e desvio padrão, e empregados os testes One-Way ANOVA, Kolmogorov-Smirnov, com correção de Bonferroni (p≤0,05). Resultados: A análise descritiva de pH e osmolalidade das soluções evidenciou variação sem diferença estatisticamente significante, com exceção da osmolalidade da SF (p=0,022). Os valores de pH das soluções de cloridrato de vancomicina diluído, bem como em associação com heparina sódica, a 22º C, apresentaram variação estatisticamente significante (p<0,001). As soluções do antimicrobiano diluído e a 37º C resultaram em pH de 3,73 (±0,02) em T0 a 3,68 (±0,02) em T24 (p=0,004), e na associação obtiveram-se médias de 3,80 (±0,02) em T0 a 3,78 (±0,01) em T24 (p=0,389). A concentração do cloridrato de vancomicina diluído e a 22º C resultou em 5,10 (±0,08) em T0 a 5,12 (±0,07) mg/mL em T24 (p<0,001); e associado a heparina sódica, de 5,09 (±0,19) em T0 a 4,82 (±0,08) mg/mL em T24 (p<0,001). As soluções do antimicrobiano diluído e a 37º C resultaram em concentração de 4,89 (±0,03) em T0 a 4,92 (±0,14) mg/mL em T24 (p<0,001); a associação dos fármacos em 4,75 (±0,09) em T0 a 4,85 (±0,06) mg/mL em T24 (p=0,001). Por meio da análise do aspecto físico das soluções contendo cloridrato de vancomicina e heparina sódica, verificou-se formação de precipitado em T3, tanto a 22º C como a 37º C. Conclusão: O cloridrato de vancomicina apresentou alterações significantes nas situações experimentais estudadas, entretanto, a variação da concentração foi inferior a 10% em todas as situações experimentais. A associação do antimicrobiano com o anticoagulante resultou em estabilidade farmacêutica, porém com incompatibilidade física.
Influência da concentração, tempo de exposição e temperatura na estabilidade de soluções de cloridrato de vancomicina
Autor: Priscilla Sete de Carvalho Onofre | Orientação: Maria Angelica Sorgini Peterlini | Doutorado 2019
Palavras Chave: Infusões intravenosas, Estabilidade de medicamentos, Vancomicina, Enfermagem Pediátrica, Segurança do Paciente
Resumo
Influência da concentração, tempo de exposição e temperatura na estabilidade de soluções de cloridrato de vancomicina. Introdução: O cloridrato de vancomicina é um antimicrobiano amplamente utilizado no tratamento de crianças portadoras de infecções graves. Verifica-se na prática clínica variações em sua administração, utilizando-se diferentes diluentes e concentrações, período de infusão superior a uma hora e exposição a condições ambientais, de temperatura e luminosidade. Tais situações geram a indagação sobre o possível comprometimento da estabilidade do medicamento, sendo necessário respaldo científico que gere a execução de práticas de administração corretas e que, consequentemente, resultem em intervenções de enfermagem seguras. Objetivos: Desenvolver e validar metodologia analítica por cromatografia líquida de alta eficiência – HPLC – (sigla de High Performance Liquid Chromatography) para determinar o teor do cloridrato de vancomicina; analisar a estabilidade de soluções de cloridrato de vancomicina por meio da verificação do potencial hidrogeniônico (pH) e do teor, segundo concentração, tempo após diluição e exposição a elevada temperatura. Materiais e Métodos: Estudo experimental desenvolvido no Laboratório de Experimentos de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo. Para validação da metodologia analítica determinaram-se os parâmetros seletividade, linearidade, faixa de trabalho, efeito matriz, robustez, precisão e exatidão. A amostra foi composta por 12 soluções. A estabilidade química foi analisada por meio da verificação do pH e do teor de soluções de cloridrato de vancomicina a 5 e 10 mg/mL diluídas em cloreto de sódio à 0,9% e expostas as temperaturas de 22±2° C e 37±2° C. As análises ocorreram imediatamente após o preparo (T0), duas (T2) e quatro (T4) horas de exposição. Para análise do teor foram coletadas três alíquotas de cada solução em todas as situações experimentais, totalizando 108 análises. Para o pH foi coletada uma alíquota de cada solução em todos os tempos estudados, completando 36 aferições. Os resultados foram analisados segundo média (±desvio padrão), aplicando análise de variância do tipo ANOVA e modelo de regressão linear multinível, sendo a normalidade testada segundo Kolmogorov-Smirnov e correção de Bonferroni (p≤0,05). Resultados: A metodologia analítica foi validada para a separação e quantificação do cloridrato de vancomicina demonstrando-se seletiva, linear, precisa, exata e robusta. O pH não apresentou variação durante as quatro horas de exposição das soluções, em todas as situações propostas, mantendo sua característica ácida. Nas soluções de cloridato de vancomicina diluído com a finalidade de obter 5 mg/mL e submetidas a temperatura de 22° C, as médias em T0 e T2 foram semelhantes, porém houve redução em T4 (T0=101,93%±1,66; T2=101,45±1,46; T4=100,31%±0,87; p<0,001); a mesma situação foi verificada no experimento a 37° C (T0=106,12%±2,60; T2=106,02±1,43; T4=104,83%± 1,66;p<0,001). A solução do fármaco diluída a 10 mg/mL e exposta a temperatura de 22° C apresentou aumento do teor de T0 para T2, com consecutiva queda em T4 (T0=92,96%±1,38; T2=94,39%±3,69; T4=91,86%±1,1; p=0,006). Para a solução de cloridrato de vancomicina a 10 mg/mL exposta a 37o C a média em T0 foi inferior quando comparada aos demais tempos de análise (T0=96,17%±2,25; T2=97,70%±1,50; T4=97,47%±0,68;p<0,001). Apesar das variações identificadas no teor do fármaco, observou-se estabilidade farmacológica das soluções em decorrência de alteração inferior a 10%. Conclusões: O método cromatográfico para análise do teor do cloridrato de vancomicina foi considerado validado. No intervalo de quatro horas o cloridrato de vancomicina diluído a 5 ou 10 mg/mL apresentou diferenças estatisticamente significantes, porém se manteve estável segundo a proporção de variabilidade aceita para a manutenção da estabilidade farmacológica.
Lesões mamilo-areolares decorrentes da prática da amamentação: construção e validação de uma classificação sob o enfoque dermatológico
Autor: Marina Possato Cervellini | Orientação: Ana Cristina Freitas de Vilhena Abrao | Doutorado 2019
Palavras Chave: Aleitamento Materno, Ferimentos e lesões, Estudos de validação, Reprodutibilidade dos testes, Enfermagem Obstétrica
Resumo
Objetivos: construir uma nova classificação das lesões mamilo-areolares decorrentes da prática da amamentação com enfoque dermatológico e validá-la, segundo conteúdo e aparência. Metodologia: a construção da classificação ocorreu com base nos achados obtidos de duas revisões de literatura, nos conhecimentos adquiridos e na experiência clínica acumulada na assistência em aleitamento materno e lesões, e análise qualitativa entre as pesquisadoras e um juiz especialista em dermatologia. O processo de validação de conteúdo e aparência foi desenvolvido por meio da técnica Delphi e uso de escala tipo Likert com pontuação de um a quatro. A coleta de dados ocorreu por via eletrônica e a reelaboração das versões da classificação foi realizada após cada rodada de respostas. Para verificar a validade do instrumento, utilizou-se o Índice de Validade de Conteúdo com um valor mínimo de 80% e a análise pelo coeficiente Kappa com um nível de significância de 5%. Resultados: a classificação proposta foi encaminhada para dez juízes e, após a análise dos dados do primeiro ciclo de respostas, obteve-se concordância entre 90 a 100% para os itens: definição, eritema, equimose, edema, vesícula, fissura e erosão. Apenas a crosta não obteve valor mínimo nas três variáveis julgadas: clareza, pertinência e abrangência. Com a segunda rodada de respostas, alcançou-se concordância mínima de 87,5% e máxima de 100%. Após a análise estatística, obteve-se um Coeficiente Kappa=1 (concordância perfeita) para os itens definição, eritema, equimose, edema, vesícula e erosão, Kappa=0,46 (concordância moderada) para a fissura e Kappa=0,58 (concordância moderada) para a crosta. Uma nova versão da classificação foi elaborada e encaminhada para 16 especialistas participantes do processo de validação de aparência. Após a análise dos dados do primeiro ciclo de respostas, obteve-se concordância mínima de 94% e máxima de 100%. Em seguida, foi redigida a versão final da classificação. Essa é a primeira Classificação de lesões mamilo-areolares decorrentes da prática da amamentação com caracterização morfológica e linguagem dermatológica padronizada. A ótima porcentagem de concordância encontrada, aliada à grande experiência do comitê de juízes no processo de validação de conteúdo, pôde conferir ainda mais qualidade para essa classificação, possibilitando sua utilização em todas as áreas da saúde que trabalham na assistência em aleitamento materno. Apesar da validação de aparência ter demonstrado ótimos valores de concordância entre os especialistas em aleitamento materno, pode ser necessário um treinamento prévio para sua utilização. Conclusões: o estudo possibilitou a construção e a validação da classificação proposta e apresenta diversas perspectivas futuras para as áreas de ensino, pesquisa e assistência, podendo auxiliar no reconhecimento de cada tipo de lesão mamilo-areolar, prescrição de cuidados e tratamentos específicos.
Marcadores sorológicos e genéticos da hanseníase em uma comunidade indígena no estado do Acre
Autor: Stefanie Ferreira Teles | Orientação: Monica Antar Gamba | Doutorado 2019
Palavras Chave: Hanseníase, Índios Sul-Americanos, Epidemiologia, Sorologia, Antígeno HLA, Enfermagem
Resumo
Introdução: A hanseníase, embora apresente diminuição no número de casos novos desde a introdução da poliquimioterapia (PQT), permanece de forma endêmica em países como Índia, Brasil, Indonésia entre outros, persistindo como problema de saúde pública. Na população indígena do Brasil o coeficiente de detecção de hanseníase encontra-se em uma situação de alta endemicidade. Objetivo: Analisar os títulos de anticorpos anti- PGL-I e anti-LID-I por meio do ELISA anti-PGL-I e o teste rápido de fluxo lateral NDO-LID e comparar com alelos HLA identificados na população de estudo. Método: Estudo transversal com delineamento clínico epidemiológico realizado em duas aldeias indígenas, Barão e Ipiranga, no município de Mâncio Lima, Acre. Foram coletados 10 ml de sangue por venopunção da veia braquial, acondicionados em tubo com ácido etilenodiaminotetraacético (EDTA) para a determinação de anticorpos IgM anti-PGL-I pelo método ELISA, o teste de fluxo lateral NDO-LID e tipificação dos alelos HLA classe I (loci A*, B*e C*) e II (loci DRB1* e DQB1*) por técnica LabType™ (One-Lambda-USA). A frequência dos alelos foi obtida através da contagem direta. Foram realizadas análises bivariadas usando teste Qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher. O ajuste foi realizado utilizando a técnica de regressão logística binária e o limiar para significância estatística foi estabelecido no nível alfa de 5% (p < 0,05). Os resultados foram apresentados em Odds Ratio com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). O grau de concordância entre as técnicas foi avaliado pelo índice Kappa de Cohen. Resultados: O estudo avaliou uma amostra de 285 indivíduos residentes na aldeia Barão (54%), da etnia Puyanawa (79%), do sexo masculino (51%), com menos de nove anos de escolaridade (44%), com renda familiar inferior a um salário mínimo (56%), adultos jovens (48%), residindo em casas com estrutura de madeira e alvenaria (52%) com mais de 4 cômodos (85%) e mais de 4 moradores por domicílio (58%). Identificou-se soropositividade pelo teste rápido NDO-LID em 70 indivíduos (24,56%), e ao teste ELISA PGL-I em 30 indivíduos (10,53%). A concordância entre os resultados dos testes NDO-LID e ELISA-PGL-I mostrou um índice Kappa (Cohen) de 0,39 apontando uma concordância regular e significativa. Houve associação positiva com chance de soropositividade a anticorpos aPGL-I de quase 4 vezes mais para os residentes na aldeia Ipiranga do que na do Barão. Os alelos HLA mais frequentes foram A*02:01(59.6%), B*40:02(32.1%), C*04:01(26.8%), DRB1*16:02(45,4%), DQA1*05:05(48,8%) e DQB1*03:01(68,9%), respectivamente. Nos residentes da aldeia Barão foi encontrada associação significativa entre o teste NDO-LID1 positivo com os alelos HLA-A*02 e HLA-B*53. Na aldeia Ipiranga houve associação significativa do alelo HLA-B*15 com resultado negativo para o teste NDO-LID1. Na tipificação dos alelos HLA da população das duas aldeias, o alelo HLA-B*40 e HLA-C*03 foram associados à resposta sorológica positiva ao aPGL-I. Conclusão: Alto potencial de infecção subclínica bem como o contato contínuo com o M.leprae. Residir na aldeia Ipiranga mostrou a probabilidade da presença para soropositividade aPGL-I apontando uma chance de quase 4 vezes maior de ter anti-PGL-I ELISA positivo (OR:3,7). Sobre a análise genética ficou evidenciado uma forte ligação com a linhagem dos índios Terena e a influência das moléculas HLA classe I e II na soroconversão aos testes para hanseníase NDO-LID1 e ELISA PGL-1.
Mimetização in vitro da prática transfusional em neonatos: influência do tipo de cateter e da irradiação de concentrados de hemácias sobre marcadores de hemólise
Autor: Kelly Cristina Sbampato Calado Orsi | Orientação: Ariane Ferreira Machado Avelar | Doutorado 2019
Palavras Chave: Transfusão de Sangue, Hemólise, Cateteres, Segurança do Paciente., Enfermagem Neonatal, Infusões Intravenosas
Resumo
Introdução: Na prática transfusional em neonatos são utilizados, predominantemente, concentrados de hemácias (CH) irradiados administrados por cateteres de menores calibres devido ao pequeno diâmetro e fragilidade vascular. A literatura não define com precisão se a ação mecânica dos dispositivos de infusão sobre as hemácias, bem como o processo de irradiação podem influenciar na ocorrência de hemólise em níveis prejudiciais à saúde do recém-nascido. Objetivos: Avaliar o efeito da irradiação de CH sobre os níveis de marcadores de hemólise; Comparar os níveis de marcadores de hemólise de CH irradiados e não irradiados após infusão in vitro por cateter intravenoso periférico (CIVP), umbilical e central de inserção periférica (CCIP); Verificar a influência do método de infusão gravitacional ou bomba de infusão de seringa sobre alterações nos marcadores de hemólise de CH irradiados ou não irradiados, administradas in vitro em cateter intravenoso periférico. Materiais e métodos: Estudo experimental realizado em laboratório sob condições de temperatura e umidade controladas. A coleta de dados ocorreu após aprovação do mérito ético da pesquisa (nº 3.116.300). Utilizaram-se CH do tipo A positivo conservados em CPDA-1, com até 7 dias de estocagem, irradiados e não irradiados. O CH foi administrado randomicamente em triplicata por bomba de seringa a 10 ml/h em CIVP calibre 24 Gauge (G), CCIP calibre 2 French (Fr), cateter umbilical calibre 5Fr, e por método gravitacional em CIVP 24G. Foram coletadas alíquotas diretamente da bolsa de CH - M1, após o preenchimento manual do sistema de infusão (seringa e extensor) - M2 e após a infusão pelos cateteres - M3. Os marcadores hemolíticos analisados foram: grau de hemólise (%), hematócrito - Ht (%); hemoglobina total - Hbt (g/dl); hemoglobina livre - Hbl (g/dl); potássio - K (mmol/l) e lactato desidrogenase - LDH (U/L). Analisaram-se 360 alíquotas, sendo identificados 1800 níveis de marcadores de hemólise de CH irradiados e não irradiados com tempo médio de estocagem de 4,9(±2,1) dias. Utilizou-se análise descritiva e inferencial e, de acordo com a natureza das variáveis, foram aplicados os testes de Mann–Whitnney, Wilcoxon, Kruskall Wallis, e/ou T de student, p<0,05. Resultados: Os CH irradiados apresentaram maiores níveis de potássio (25,40±7,19) quando comparados aos não irradiados (18,92± 4,83) (p<0,001). O uso de CIVP não influenciou alterações nos níveis de marcadores de hemólise, independentemente do tipo de sangue. Após a infusão pelo cateter umbilical, evidenciou-se aumento nos níveis de Hbl [0,04±0,01 para 0,05±0,02g/dl]; Ht [69,60±5,84 para 75,60±4,29%]; K [17,95±19,69 para 19,69±3,30] de CH não irradiados, e de Ht [65,80±5,96 para 68,20±7,46%]; e LDH [118,73(107,93-82,13) para 146,01(113,33-229,35)U/L] de CH irradiados. O CCIP ocasionou aumento nos níveis de Hbl [0,03±0,01 para 0,04± 0,02g/dl], Ht [69,13±4,80 para 73,06±5,09%]; grau de hemólise [0,04±0,01 para 0,05±0,02g/dl] e LDH [191,58(111,98-393,95) para 248,25(124,12-489,75)U/L] em CH não irradiados, e Hbl [0,03±0,01 para 0,04± 0,02g/dl] e grau de hemólise [0,04±0,01 para 0,05±0,02g/dl] (p=0,020) em CH irradiados. O método de infusão gravitacional ocasionou aumento nos níveis de Hbl [0,03±0,02 para 0,05±0,02g/dl], Ht [72,00(70,00-73,00) para 74,00(72,00-74,5)%], K [26,27±5,19 para 30,2±4,23] e LDH [118,73(107,93-223,96) para 159,20(122,77-236,10)U/L] de CH irradiados. Quando comparados os tipos de sangue, os níveis de K foram maiores e estatisticamente significantes (p=0,009) em CH irradiados. Conclusão: Identificou-se que a irradiação da hemácia exerceu influência nos níveis de potássio, e a infusão in vitro por CCIP e cateter umbilical resultou em alterações significativas nos níveis de alguns marcadores de hemólise, independente do tipo de sangue avaliado. Na infusão de CH irradiado e não irradiado por CIVP, o método gravitacional ocasionou maior variação dos marcadores de hemólise quando comparado à bomba de infusão de seringa. Os níveis de marcadores de hemólise identificados, independentemente do tipo de sangue, cateter ou método de infusão, não sugerem ocasionar repercussões clínicas no neonato, sendo seguros para terapia transfusional.
Mindfulness e contação de histórias com estudantes do ensino fundamental e a percepção da prática pelos docentes, familiares e estudantes
Autor: Claudete Aparecida Rodrigues Milare | Orientação: Ana Lucia de Moraes Horta | Doutorado 2019
Palavras Chave: Mindfulness, Família, Estudantes, Função executiva, Atenção
Resumo
Introdução: A aprendizagem de forma ampliada em estudantes tem sido uma preocupação dos educadores nas escolas, estando relacionada a problemas de atenção, de autorregulação e de ordem emocional. Este estudo apresenta-se no formato de dois artigos: Artigo1: Atividades de contação de história incrementam os efeitos de Mindfulness em crianças na idade escolar. Objetivo: o objetivo geral foi avaliar o possível efeito da Contação de Histórias no incremento das práticas de Mindfulness e os objetivos específicos: investigar os efeitos de uma intervenção baseada em Mindfulness e desta mesma intervenção associada à Contação de Histórias em funções executivas, sintomas de ansiedade, depressão, estresse e afetos positivos e negativos. Método: abordagem quantitativa usando um ensaio clínico controlado. Participaram do estudo 207 estudantes de duas escolas públicas denominadas Escola 1 e Escola 2, que foram avaliados em três etapas, na linha de base em (T0), com os instrumentos Escala de Stress Infantil - ESI, Inventário de Depressão para Crianças - CDI, Escala Multidimensional de Ansiedade para Crianças - MASC, Escala de Afeto Positivo e Negativo para Crianças - EAPN-C e Teste dos Cinco Dígitos - FDT. Prosseguindo, a Escola 1 teve a Intervenção Mindfulness baseado no currículo K5 da Mindful Schools e, ao mesmo tempo, a Escola 2 participou da Intervenção Contação de Histórias. Já em T1, após intervenções, as duas escolas foram avaliadas com os mesmos instrumentos de T0; sequencialmente, a Escola 2 recebeu Mindfulness e a Escola 1 ficou sem intervenção. Em T2, as duas Escolas foram avaliadas com os mesmos instrumentos após Mindfulness na Escola 2 e follow-up na Escola 1. As diferenças entre os escores no início e após a intervenção foram analisadas por um método de medidas repetidas. Na análise dos dados as diferenças entre os grupos foram avaliadas pelo teste qui-quadrado para os dados categoriais e teste t de Student para os dados numéricos. As comparações entre os grupos foram analisadas pelo teste de MANOVA para medidas repetidas. A análise foi feita utilizando o programa IBM SPSS Statistics 22.0 (IBM®). Resultados: a Escola 1 apresentou efeito de melhora nas funções executivas (FEs) após o Mindfulness (T1) e após mais oito semanas (T2) de follow-up (p < 0,001); já na Escola 2, não houve efeito de melhora com a Contação de Histórias sobre as FEs, ao passo que, quando foi alvo do Mindfulness a partir de T1, também teve efeito de melhora no funcionamento das FEs em T2 (p < 0,001). Quanto aos sintomas emocionais na Escola 2, cujos alunos participaram da Contação de Histórias em T1, ocorreu um pequeno efeito de melhora nos afetos negativos, incrementado ainda mais após o Mindfulness em T2. Conclusão: Intervenções baseadas em Mindfulness podem ter efeitos incrementados por Contação de Histórias que tenham temas psicossociais. Artigo 2: O impacto do Programa K5 da Mindful schools realizado em escolas públicas: na percepção de estudantes, docentes e familiares. Objetivo: identificar a percepção da prática meditativa de Mindfulness com os docentes, os estudantes e seus respectivos familiares. Método: abordagem qualitativa, a partir da técnica de Entrevista Semiestruturada com familiares dos estudantes, com estudantes participantes da Intervenção Mindfulness e seus respectivos docentes. Nas entrevistas participaram (50) familiares e (28) estudantes e (12) docentes. A análise foi realizada com todos os arquivos transcritos provenientes das entrevistas semiestruturadas e organizadas no software MAXQDA versão 18.2.0. Resultados: a análise das entrevistas com os familiares, docentes e estudantes permitiu verificar por meio de duas categorias: percepção geral de cada grupo em relação ao Mindfulness com duas subcategorias: destacando o efeito da importância nas mudanças de comportamento dos estudantes após as sessões Mindfulness tanto nas habilidades socioemocionais como na auto regulação, a outra subcategoria apresentou a avaliação das sessões de Mindfulness indicando continuidade no trabalho e também a importância no trabalho. Já a segunda categoria a percepção específica de cada grupo nas práticas de Mindfulness apresentou três subcategorias: a dos estudantes que destacou repassar os conhecimentos para outras pessoas e o reconhecimento do próprio aprendizado sobre as práticas; a dos familiares que apresentou a importância do próprio bem estar, a necessidade do bem-estar da criança e o praticar Mindfulness; a dos docentes mostrou a valorização do bem-estar e a mudança do olhar em relação aos alunos. Conclusão: A análise da percepção geral dos estudantes, docentes e familiares sobre o trabalho realizado com Mindfulness revelou uma articulação de aspectos importantes para que gestores da educação possam se inspirar e criar normas para que outros estudantes em muitas outras escolas do Brasil possam receber os mesmos cuidados da Intervenção Mindfulness, procurando favorecer a autorregulação e bem-estar dos estudantes. Descritores: Mindfulness, Estudantes, Função executiva, Atenção, Família.
Não adesão ao tratamento no transplante de fígado
Autor: Priscilla Caroliny de Oliveira | Orientação: Bartira de Aguiar Roza | Doutorado 2019
Palavras Chave: Transplante, Transplante de fígado, Adesão à Medicação, Cooperação e adesão ao tratamento, Comportamento, Estudos de Avaliação, Enfermagem, Teoria de enfermagem, Filosofia, Equipe de assistência ao paciente, Assistência integral à saúde
Resumo
Objetivos: Avaliar as intervenções da equipe multiprofissional que proporcionam a melhora da adesão ao tratamento após o transplante de fígado; avaliar os níveis de não-adesão à terapia imunossupressora em uma amostra de receptores de transplante de fígado utilizando a Escala Basileia de Avaliação da Adesão à Medicação Imunossupressora e correlacionar as características sociodemográficas e os fatores clínicos à não-adesão medicamentosa; desenvolver um modelo de avaliação de não adesão ao tratamento no contexto do transplante de fígado capaz de abarcar diversas dimensões do fenômeno, correlacionando os níveis de não adesão aos diferentes métodos de aferição aplicados em pacientes transplantados de fígado; refletir sobre os aspectos teóricos e práticos relacionados à não adesão ao tratamento no contexto do transplante de fígado e correlacionar aos conceitos de normalidade estabelecidos por Michael Foucault e à Teoria do Poder enquanto Participação para a Mudança de Elizabeth Barret. Métodos: Este estudo adotou uma aborgagem multimétodo (mixed method design), no qual foram combinados elementos da pesquisa qualitativa e quantitativa. O trabalho foi dividido em quatro subprojetos : 1- adesão ao tratamento no transplante de fígado: uma revisão integrativa; 2- avaliação da adesão ao tratamento em pacientes submetidos ao transplante de fígado; 3 - Novas perspectivas de análise em investigação sobre não adesão no transplante de fígado por meio associação de dados: estudo piloto. 4 – subjetividade, adesão no transplante e biopolíticas – reflexões possíveis do poder enquanto prática normativa em saúde. O estudo foi e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNIFESP sob o parecer 623.082 e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº1643201470005505. Resultados: A revisão integrativa, que teve por objetivo avaliar as intervenções da equipe multiprofissional que proporcionam a melhora da adesão ao tratamento após o transplante de fígado, selecionou inicialmente de 84 publicações. Após aplicação dos critérios de exclusão, foram selecionados 10 estudos. Foram encontradas quatro categorias significativas: intervenções educativas; adoção de um plano terapêutico individual; alteração do regime imunossupressor; suporte emocional, psicológico e fortalecimento da rede de apoio. O nível de não-adesão medicamentosa no transplante de fígado foi de 49% e esteve diretamente relacionado ao uso do ácido micofenólico (p=0,007) e à administração de múltiplas doses de imunossupressores diariamente (p=0,004). Não foram encontradas correlações estatisticamentete significativas entre a não-adesão à terapia imunossupressora e as características sociodemográficas e demais variáveis clínicas analisadas. Foi proposto um modelo de triangulação de dados que avaliou a não adesão ao transplante de fígado sob diferentes aspectos: a) avaliação direta da não adesão – por meio da aplicação de um instrumento de autorrelato, associado à perspectiva do próprio paciente e do especialista responsável por seu seguimento; b) avaliação clínica, que considerou o nível sérico do imunossupressor em uso, alterações das aminotransferases, análise histológica do enxerto e realização de tratamento prévio para rejeição; c) avaliação comportamental, que analisou a existência de relato de falha terapêutica e faltas no retorno ambulatorial. Esses indicadores foram analisados de forma individual e em conjunto. O ensaio teórico teve por objetivo desenvolver uma reflexão sistemática sobre a adesão ao tratamento no contexto do transplante, com base na historicidade do seu conceito de adesão por meio da construção de paralelos entre os conceitos de adesão e saúde. O problema da não adesão questiona a equipe sobre o seu papel, que exige escuta das demandas que se interpõem à práxis cotidiana. Nessa perspectiva, enfatiza-se a teoria do poder enquanto saber e participação para mudança de Elizabeth Barrett, por destacar o aspecto subjetivo presente na atenção em saúde, ressaltando-se o papel de uma atuação dialogada e amparada no estabelecimento de vínculos solidários e sócio-afetivos e no fomento ao protagonismo social dos usuários das ações e serviços de transplante. Conclusão: Frente às lacunas evidenciadas e os resultados apontados por meio da revisão integrativa, entende-se ser necessário intensificar esforços para o desenvolvimento de pesquisas com delineamentos que produzam evidências fortes relativas às intervenções adotadas pela equipe multiprofissional capazes de que proporcionar a melhoria da adesão. Este estudo mostrou que quase a metade dos pacientes deixaram de aderir à terapia imunossupressora no pós transplante de fígado. Uma vez que os desfechos desfavoráveis no transplante estão intimamente relacionados à falhas na adesão, é importante que os enfermeiros avaliarem esse comportamento durante o seguimento ambulatorial dos receptores de transplante de fígado. A aplicação de métodos de triangulação para avaliar qualitativamente a não adesão em um programa de transplante de fígado adulto incluiu 10 indicadores na análise e identificou nível de não adesão de 14,3%. Ao final do estudo reflexivo, foi possível concluir que o fenômeno da adesão é mais complexo do que temos tradicionalmente descrito, pois depende do processo subjetivos que envolvem muitas questões que ainda não são abordadas pelos enfermeiros, de forma geral. O limiar entre adesão e não adesão é singular, ainda que seja influenciado por planos que transcendem o estritamente individual, como o plano social, econômico, político, histórico e cultural.
Programa de exercícios físicos para crianças e adolescentes durante e após tratamento de leucemia linfóide aguda
Autor: Rafaela Ester Galisteu da Silva | Orientação: Ariane Ferreira Machado Avelar | Doutorado 2019
Palavras Chave: Leucemia Linfóide Aguda, Exercício, Crianças, Adolescentes
Resumo
Introdução: A Leucemia Linfóide Aguda (LLA) constitui o tipo mais comum dentre as leucemias na infância. As crianças e adolescentes durante e após o tratamento reduzem seu nível de atividade física, devido às limitações físicas, doenças secundárias decorrentes do tratamento oncológico e ao estilo de vida sedentário, gerando baixa aptidão e inatividade física. Objetivo: desenvolver programa de exercícios físicos para crianças e adolescentes durante e após tratamento de LLA. Métodos: Estudo desenvolvido em três etapas metodológicas: 1 - revisão sistemática com metanálise sobre os efeitos do exercício físico na aptidão física em crianças e adolescentes com LLA; 2 - estudo metodológico para construção e validação de cartilha de orientação de exercícios físicos domiciliares para crianças e adolescentes durante e após tratamento de LLA; 3 - estudo de caso sobre o efeito do programa de exercício físico na aptidão física e qualidade de vida de uma criança após tratamento de LLA. Resultados: Na revisão sistemática com metanálise, de um total de 480 estudos clínicos, randômicos e controlados selecionados nas bases de dados, após leitura de título, resumo e na íntegra, foram incluídos três artigos na revisão sistemática e dois na metanálise. Evidenciou-se heterogeneidade elevada (70%), sem diferença significativa entre os grupos experimental e controle na avaliação de força muscular. Para aptidão cardiorrespiratória, a metanálise apresentou baixa heterogeneidade (29%), com diferença significativa entre os grupos. A cartilha de orientação de exercícios físicos domiciliares foi composta por 20 exercícios, distribuídos em aquecimento, treinamento e desaquecimento, atingindo 100% no índice de validade de conteúdo na segunda rodada com especialistas. No estudo de caso, a criança apresentou melhora na aptidão cardiorrespiratória com aumento de 40 metros, na flexibilidade com aumento de 8 cm, no equilíbrio dinâmico com redução do tempo em 0,79 segundos e na qualidade de vida. Conclusões: O programa de exercícios físicos propostos para desenvolvimento em domicílio por crianças e adolescentes durante e após tratamento de LLA foi apresentado em cartilha validada por especialistas e demonstrou aplicabilidade prática no uso por uma criança, com repercussões positivas na aptidão física e qualidade de vida.
Validação externa do instrumento de avaliação de egressos de enfermagem IAE-ENF: estudo multicêntrico
Autor: Katiuscia Larsen de Abreu Aguiar | Orientação: Edvane Birelo Lopes de Domenico | Doutorado 2019
Palavras Chave: Estudos de Validação, Enfermagem, Egressos, Avaliação em Enfermagem, Estudos de Avaliação, Educação em Enfermagem
Resumo
Introdução: a avaliação de egressos é necessária para a verificação da convergência entre as atividades acadêmicas elaboradas coletivamente pelos gestores institucionais e o produto da formação. As Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem (DCN-ENF) de 2001 subsidiaram a idealização, a construção e a validação de conteúdo de um instrumento de avaliação de egressos de cursos de Graduação em Enfermagem, denominado IAE-Enf. Objetivos: Validar psicometricamente o IAE-ENF; descrever o perfil sociodemográfico, econômico e a inserção dos egressos, de forma isolada e comparada no mercado de trabalho; comparar as avaliações obtidas dos egressos, de diferentes instituições, nas três dimensões: caracterização do egresso, identificação e inserção no mercado de trabalho, e avaliação da formação profissional. Método: Trata-se de um estudo metodológico, transversal, multicêntrico, quantitativo; com dados coletados entre junho de 2017 a junho de 2018. Os participantes (n: 446) são egressos de três cursos de Graduação em Enfermagem: Universidade Federal do Acre (UFAC), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e a Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Análise dos dados: a confiabilidade do IAE-ENF foi analisada por meio da reprodutibilidade mediante o teste-reteste com um intervalo de 7 a 15 dias; Alfa de Cronbach para a confiabilidade interna; análise fatorial exploratória para a validação de construto, por meio dos testes de Kaiser-Meyer-Olkin e do teste de Bartlett; complementados por rotação ortogonal Varimax e critério de Kaiser. As perguntas dissertativas foram analisadas de acordo com a técnica de análise de conteúdo e utilizou-se o ATLAS ti 8.0. Resultados: valor do coeficiente Alfa de Cronbach total do IAE-ENF foi de 0,98; os coeficientes de correlação intraclasse total de (94%), evidenciando forte concordância entre as medições. Na análise fatorial, KMO foi de 0,971 e o teste de esfericidade de Bartlett apresentou resultados significativos (<0,001) para todos os construtos e as matrizes de correlação entre os itens de cada construto. Os egressos, majoritariamente, do gênero feminino, entre 25 e 30 anos, autodeclarada de etnia parda e branca (83,37%) e concluintes nos anos de 2013 a 2016 (80,56%). 54,04% com titulação lato sensu concluída ou em curso; 89,27% assalariados, 60.08% empregados em única instituição, na área Assistencial (57.04%), e 59,18% com renda que varia de 4 a 7 salários mínimos vigentes à época. A dimensão 2 do IAE-ENF denotou elevados níveis de convergência e de satisfação entre os egressos paulistas e mineiros na avaliação de aprendizado sobre atividades essenciais para a formação profissional, com níveis superiores a 50% de concordância. A dimensão 3 evidenciou avaliação negativa para o conjunto dos egressos no item remuneração e as questões dissertativas indicaram como fortalezas dos cursos as vantagens de as instituições serem públicas, a qualidade do corpo docente, do ensino, da extensão e da pesquisa. As fragilidades apontadas foram os problemas com infraestrutura, relacionamentos conflituosos com o corpo docente e limitações didático-pedagógicas. Conclusão: o IAE-ENF mostrou-se válido e confiável para a avaliação do egresso. Os itens que conformam as três dimensões do IAE-Enf favoreceram a interpretação da convergência das DCN-ENF com a experiência acadêmica dos egressos e dos níveis de satisfação destes de forma isolada e comparada entre as instituições formadoras, denotando as potencialidades e fragilidades da formação profissional em Enfermagem de acordo com a região geográfica, inclusive.
Dissertações de Mestrado |
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Aleitamento materno na primeira hora de vida e sua relação com a autoeficácia materna para amamentar
Autor: Marina Moraes Di Lucca | Orientação: Ana Cristina Freitas de Vilhena Abrao | Mestrado 2019
Palavras Chave: Aleitamento Materno, Autoeficácia, Salas de Parto, Recém-Nascido
Resumo
Objetivo: Identificar a prevalência da prática do aleitamento materno na primeira hora de vida, os níveis de autoeficácia materna para amamentação e as possíveis associações entre a prática do aleitamento materno na primeira hora de vida, os níveis de autoeficácia materna para amamentação e as variáveis analisadas. Método: Estudo transversal realizado na Unidade de Alojamento Conjunto do Amparo Maternal entre junho de 2017 e junho de 2018 com 360 puérperas. Para investigação da autoeficácia materna para amamentação, optou-se pela Breastfeeding Self-Efficacy Scale – Short Form (BSES-SF). Já para o registro das demais variáveis, utilizou-se um formulário elaborado especificamente para esta finalidade. Todas as participantes preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Resultados: A prevalência da prática de aleitamento materno na primeira hora de vida foi de 70,7% e o escore médio de autoeficácia materna para amamentação foi de 54,6 pontos, sendo a mediana igual a 54 pontos. A variável autoeficácia materna para amamentação foi classificada em dois níveis: maiores níveis de autoeficácia (≥ 54 pontos) e menores níveis de autoeficácia (< 54 pontos). As variáveis independentemente associadas ao aleitamento materno na primeira hora de vida foram: percepção da mulher em relação à quantidade de colostro/leite em produção (OR=3,36; IC95%:1,26-9,54; p=0,016) e experiência anterior em aleitamento materno na primeira hora de vida (OR=2,78; IC95%:1,32-5,88; p=0,007). Já as variáveis independentemente associadas a maiores níveis de autoeficácia materna para amamentação foram: orientação sobre aleitamento materno na primeira hora de vida durante o pré-natal (OR=2,10; IC95%:1,16-3,81; p=0,014) e aleitamento materno na primeira hora de vida (OR=1,71; IC95%:1,07-2,74; p=0,026). Conclusão: Com base na análise multivariada e ajustada, concluiu-se que amamentar na primeira hora de vida colaborou para que a percepção das mulheres em relação à quantidade de colostro/leite fosse normal, assim como possuir experiência anterior em aleitamento materno na primeira hora de vida aumentou as chances de essa prática ocorrer novamente. Verificou-se também que não ter recebido orientação sobre aleitamento materno na primeira hora de vida durante o pré-natal, assim como não ter amamentado na primeira hora de vida do recém-nascido, contribuiu para maiores níveis de autoeficácia materna para amamentação.
Ambiente de prática profissional dos enfermeiros que atuam em um hospital de ensino
Autor: Dilzabeth Margot Imata Yanarico | Orientação: Elena Bohomol | Mestrado 2019
Palavras Chave: Ambiente de trabalho, Ambiente de Instituições de Saúde, Cuidados de Enfermagem, Hospital de Ensino
Resumo
Introdução: O ambiente laboral de enfermagem apresenta características que facilitam ou dificultam a prática profissional em uma organização e pode influenciar na qualidade de cuidado prestado ao paciente. Objetivo: Analisar a percepção do ambiente de prática profissional dos enfermeiros que atuam em um hospital de ensino. Método: estudo transversal realizado em um hospital de ensino do estado de São Paulo. Para o cálculo amostral foi realizado um teste piloto com 17 participantes e considerou-se o grau de confiança de 95% e erro amostral de 0,10 em uma população de 479 enfermeiros, que resultou em uma amostra de 178 profissionais. Para a coleta de dados, realizada entre setembro e outubro de 2018, utilizou-se um questionário com dados sociodemográficos e profissionais, com 12 perguntas e a Practice Environment Scale (PES) - versão brasileira, com 31 itens distribuídos em cinco subescalas. A análise de dados foi feita pelo software R versão 3.6.0 e adotou-se significância estatística de 5% (p<0,05) entre as subescalas e variáveis de estudo. A consistência interna do instrumento foi avaliada pelo alfa de Cronbach. Resultados: Participaram do estudo, 188 enfermeiros, destes 36,2% possuíam idade entre 40 e 49 anos; 91% eram do sexo feminino; 47,9% casados e 41,5% sem filhos. Verificou-se que 35,1% tinham mais que 15 anos de profissão; 31,9% com tempo de trabalho menor que cinco anos na instituição; 52,7% com experiência menor que cinco anos na unidade; 95,7% atuavam na área assistencial; 38,3% trabalhavam no turno da manhã e 39,9% com jornada semanal de 36 horas. O alfa de Cronbach para instrumento geral foi de 0,91 e para as subescalas variou entre 0,67 a 0,83. A média do escore para o PES - versão brasileira foi de 2,58. Os participantes consideraram duas das cinco subescalas desfavoráveis para sua prática: a subescala 1 “Participação dos enfermeiros na discussão dos assuntos hospitalares” (2,43) e a subescala 4 “Adequação da equipe e de recursos” (2,23). Achou-se diferenças estatisticamente significantes entre as variáveis profissionais tempo de experiência na instituição (p=0,04) e unidade de trabalho (p=0,02) com a subescala 4 “Adequação da equipe e de recursos”; tempo de experiência na unidade (p=0,03) com a subescala 3 “Habilidade, liderança e suporte dos coordenadores/supervisores de enfermagem aos enfermeiros/equipe de enfermagem”; jornada de trabalho semanal com a subescala 4 (p=0,004) e 5 “Relações colegiais entre enfermeiros e médicos” (p=0,03). Conclusão: o ambiente de trabalho dos enfermeiros foi considerado misto na instituição estudada Os resultados da pesquisa sugerem atenção dos gestores para a equipe de enfermagem uma vez que um ambiente laboral misto pode resultar em condições ora favoráveis ora desfavoráveis para a prática profissional. Há necessidade de se olhar para ações que outorguem maior participação e envolvimento dos enfermeiros nos assuntos hospitalares e melhoras com respeito à adequação de recursos para prestar assistência de cuidado com qualidade.
Análise da qualidade de sono em estudantes de graduação em enfermagem: repercussões no estado nutricional e qualidade de vida
Autor: Carolina Pasquini Praxedes Salvi | Orientação: Milva Maria Figueiredo de Martino | Mestrado 2019
Palavras Chave: Sono, Estudantes de Enfermagem, Qualidade de Vida, Alimentação
Resumo
Introdução: Os estudantes de enfermagem enfrentam ao longo da vida universitária mudanças na rotina, deparam com grande demanda e vivências do cotidiano acadêmicos, e há aqueles que, além de estudar, trabalham. Como consequência, podem apresentar prejuízos no processo de ensino-aprendizagem, interferência no padrão do ciclo vigília-sono, cansaço, mudanças no padrão alimentar e na qualidade de vida. Objetivo: Analisar a qualidade do sono, a qualidade de vida e os hábitos alimentares dos estudantes de Enfermagem. Método: Estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa. Os dados foram obtidos por meio dos instrumentos: questionário sóciodemográfico, questionário sobre comportamento alimentar, índice de qualidade de sono de Pittsburgh e questionário de WHOQOL-BREF, aplicados a uma amostra de 195 estudantes do curso de Enfermagem de uma Instituição de Ensino Superior localizada no município de São João da Boa Vista, São Paulo. Resultados: A maioria dos participantes residiam na cidade de origem da Instituição de Ensino Superior, eram do sexo feminino, solteiros, idade média de 24 anos, não tinham filhos e trabalhavam. Mais da metade não praticava atividade física (63,08%), não fumavam (90,77%) e referiram não ter doenças (67,18%). Dentre os participantes, 32,62% realizavam de duas a três refeições, 45,13% consumiam uma porção de fruta, 40,66% de duas a três porções de verduras e legumes, diariamente e 50,26% não consumiam fast foods. Os estudantes auto referiram as medidas de peso e altura, sendo a média de 69,72Kg e 1,65cm, respectivamente, resultando em um Índice de massa corporal médio de 25,61kg/m2. Classificaram a qualidade de vida geral como nem ruim nem boa (38,34%) e como boa (38,34%), e quanto a percepção de saúde geral, 36,98% expressaram-se satisfeitos. Observou-se que 71,05% dos participantes apresentaram qualidade de sono ruim, com média de permanência no leito de 6,49 horas. A maioria dos estudantes não faziam uso de medicamentos que induz ao sono e 98,97% faziam uso de aparelhos eletrônicos, como celular, tablete e notebook, antes de dormirem. Entre os participantes do estudo, houve associação significativa entre realizar atividade física e insônia e os períodos cursados e correlação significativa entre os domínios do WHOQOL-BREF e o escore geral do PSQI. Conclusão: O estudo permitiu traçar um perfil e panorama da vida desses estudantes, sendo eles jovens que estudam e trabalham, sedentários e acima do peso. Têm uma qualidade de vida classificada como boa e qualidade de sono ruim. O conhecimento desta realidade poderá ser útil para contribuir com outros estudos e estratégias preventivas, que possam beneficiar a vida de estudantes de enfermagem.
Análise qualitativa da adesão ao tratamento pós-transplante hepático em adultos
Autor: Juliana Dutra de Araujo Silva | Orientação: Bartira de Aguiar Roza | Mestrado 2019
Palavras Chave: Transplante de fígado, Cooperação e Adesão ao tratamento, Análise qualitativa
Resumo
Objetivo: Compreender a experiência de adesão ao tratamento pós-transplante hepático em adultos. Método: Estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa com a Análise de Conteúdo de Laurence Bardin como referencial para organização e análise dos dados levantados em entrevistas semi-estruturadas. Resultados: Foram entrevistados 18 pacientes adultos transplantados de fígado proveniente de doador falecido, acompanhados em um centro transplantador da cidade de São Paulo. Dos resultados emergiram dois temas: 1) Adoecimento: pacientes relatam como foi a descoberta de uma doença silenciosa, as severas limitações do adoecimento e o processo de aceitação do transplante, este último sendo atravessado pelo enfrentamento do adoecimento, a espera pelo órgão compatível no momento ideal, a informação de que a doença não tem mais jeito e finalmente a aceitação; 2) Vida após o transplante: os pacientes refletiram se afinal a vida após o transplante é normal avaliando o que melhorou, em que aspectos ainda estão em recuperação, quais as limitações e complicações e as respostas emocionais a essa nova fase. Relatam que tipo de estratégias de enfrentamento utilizam - como buscar informações, rede de apoio, espiritualidade e gratidão - e concluem que a essa vida é uma vida de cuidados com hábitos de vida saudável, uso contínuo da medicação e acompanhamento ambulatorial, aos quais vão responder andando na linha ou não aderindo ao tratamento. Atravessando todos esses momentos da vida após o transplante, o medo da morte foi um achado central do estudo associado à adesão ao tratamento. Pacientes que indicam adesão aos cuidados mostraram-se mobilizados pelo medo de morrer que persiste mesmo após o transplante com a ameaça da perda do enxerto. Já a não-adesão ao tratamento foi associada à ausência do medo da morte, seja pela ausência de sintomas que o aproximam dessa realidade ou pela negação da própria finitude. Conclusão: Comportamentos de adesão ou não-adesão ao tratamento pós-transplante foram associados a respostas emocionais ao adoecimento e ao medo da morte. Dessa forma, intervenções para promover a adesão devem tanto alertar sobre os riscos à vida (por vezes silenciosos) que permanecem após o transplante quanto acolher o sofrimento dos que sentem sua vida continuamente sob ameaça.
Atitudes dos enfermeiros em relação às famílias de recém-nascidos hospitalizados em unidades neonatais da rede municipal de saúde de São Paulo
Autor: Thais Morengue Di Lello Boyamian | Orientação: Maria Magda Ferreira Gomes Balieiro | Mestrado 2019
Palavras Chave: Atitude do Pessoal de Saúde, Família, Enfermeiras e Enfermeiros, Unidades de Terapia Intensiva Neonatal, Relações profissional-família
Resumo
Introdução: A qualidade da assistência ao recém-nascido internado na unidade neonatal está relacionada tanto ao número adequado de profissionais quanto às relações interpessoais e às suas atitudes em relação às famílias. Os enfermeiros que têm atitudes de suporte podem contribuir para construir a confiança e a segurança dos pais no processo de cuidar do recém-nascido. Questionou-se: Quais as atitudes dos enfermeiros das unidades neonatais na presença das famílias? Objetivo: Analisar as atitudes dos enfermeiros em relação às famílias de recém-nascidos hospitalizados em unidades neonatais. Método: Survey, realizado com 145 enfermeiros de dez hospitais da Rede Municipal de Saúde de São Paulo. Para coletar os dados, utilizou-se a escala Importância das famílias nos cuidados de enfermagem - Atitudes dos enfermeiros, questionários de caracterização dos hospitais quanto às rotinas e à estrutura, ao perfil sociodemográfico dos participantes e entrevista estruturada. Para analisar os dados, utilizou-se a análise estatística descritiva e inferencial. Resultados: A maioria dos participantes do estudo foi de enfermeiros assistenciais, do sexo feminino (139; 95,8%); com média de idade de 43.7 (± 9.4) anos; tempo de formação profissional de mais de cinco anos e tempo de assistência em neonatologia menor do que cinco anos. Considerando a amostra total, menos da metade dos enfermeiros (45,5%) são especialistas na área pediátrica e neonatal. A consistência interna da escala de atitudes utilizada foi de 0,87. O escore total médio das atitudes dos enfermeiros foi de 77,7. Na dimensão 1 – ‘Família: parceiro dialogante e recurso de coping’, a média foi de 35,3; na dimensão 2 – ‘Família: recurso nos cuidados de enfermagem’, a média foi de 30,9; e na dimensão 3 – ‘Família: Fardo’, a média foi de 8,5. Conclusão: Os enfermeiros demonstraram atitudes de suporte em relação às famílias e não as consideraram como um fardo. O estudo indicou que é necessário identificar as atitudes dos enfermeiros utilizando outros métodos e que intervenções educativas poderão contribuir para que o profissional compreenda o modelo de cuidado centrado no paciente e na família. Essa é uma forma de fortalecer as relações e de melhorar a assistência ao recém-nascido e sua família.
Atividade, repouso e cognição de crianças escolares
Autor: Nathalie Sales Llaguno | Orientação: Ariane Ferreira Machado Avelar | Mestrado 2019
Palavras Chave: Sono, Escolar, Cognição, Desenvolvimento Infantil, Enfermagem Pediátrica
Resumo
Introdução: A infância é um período crítico para o desenvolvimento dos sistemas biológicos, pois é quando ocorrem processos de desenvolvimento cognitivo, físico e emocional. Na fase escolar, o processo cognitivo é aprimorado dependendo de condições anteriores e atuais relacionadas ao sono - como ter alguns cuidados e o ambiente - caracterizando-se em uma fase alvo para intervenções em saúde. Objetivos: Identificar características individuais, familiares e ambientais de crianças escolares; descrever o perfil de atividade e repouso, níveis de melatonina e avaliação cognitiva de crianças escolares; correlacionar características individuais, familiares e ambientais, perfil de atividade e repouso, níveis de melatonina e avaliação cognitiva de crianças escolares; e desenvolver material educativo para implementação de medidas para higiene do sono. Casuística e Método: Estudo transversal, prospectivo e de correlação, realizado em instituição privada de educação, situada no município de Diadema-SP. A amostra foi composta por crianças matriculadas no Ensino Fundamental I com pelo menos 6 anos completos. Foram avaliadas variáveis de caracterização da amostra, do ambiente e dos familiares, relativas à avaliação cognitiva e aos aspectos do sono. A coleta foi iniciada após aprovação do mérito ético do estudo. Realizou-se a avaliação cognitiva pelos testes WASI-II e DFH-III, e de atividade e repouso pelo actímetro, além do preenchimento de diário de sono por 15 dias. Urina do período noturno (das 19h00 às 07h00) foi coletada no último dia de permanência da criança com o actímetro, a fim de mensurar o nível da 6-sultafatoximelatonina.Os dados foram armazenados em planilha eletrônica e analisados no programa SPSS Statistics 20. A análise descritiva foi realizada através de cálculo da média, desvio-padrão, mediana, mínimo e máximo. Para comparação de testes cognitivos e do sono foram utilizados testes não paramétricos, considerando-se valores de p<0,05 estatisticamente significantes. Resultados: A amostra por conveniência foi composta de 18 crianças, sendo 9 do sexo masculino e as demais do sexo feminino, com idade média de 7,6 anos, que cursavam principalmente o 2o. ano do Ensino Fundamental I. O horário médio em que as crianças deitaram foi de 22h58(±1h12) e que acordaram 07h44(±1h10), com média de tempo total de repouso de 483,2(±38,3) minutos e eficiência do sono de 90,2(±2,7)%. O teste cognitivo WASI-II resultou em Quociente de Inteligência total médio de 102,2(±12,3), o nível de 6-sulfatoximelatonina foi de 14,6(±9)μg/dL, com média diária de uso de eletrônico de 2,8(±1,9) horas. As crianças foram agrupadas segundo horário médio que foram deitar: grupo I - antes de 22h58 e grupo II - após as 22h58. Não se identificou diferença estatisticamente significante entre os grupos e não houve associação entre o QI e o tempo total de repouso, ou entre tempo total de repouso e nível de 6-sulfatoximelatonina. Foi elaborada e validada com especialistas a cartilha “Higiene do Sono para Crianças” na segunda rodada da técnica Delphi. Conclusão: as crianças apresentaram tempo de repouso inferior ao recomendado para a idade, valores de QI dentro da normalidade, e não houve relação significativa entre o tempo total de repouso, valor de QI e nível de 6-sulfatoximelatonina. A cartilha sobre higiene do sono foi construída e validada após a segunda rodada da técnica Delphi, constituindo material que poderá promover a divulgação da importância da higiene do sono em ambiente escolar.
Autoeficácia para a amamentação em mulheres com mamoplastia de aumento e redutora
Autor: Daniella Soares Eugenio | Orientação: Ana Cristina Freitas de Vilhena Abrao | Mestrado 2019
Palavras Chave: Autoeficácia, Aleitamento Materno, Mamoplastia, Implante Mamário, Período pós-parto
Resumo
Introdução: Mulheres com mamoplastia de aumento e redutora apresentam menor prevalência de aleitamento materno exclusivo, quando comparadas àquelas sem cirurgia. Considerando a autoeficácia para a amamentação um dos fatores modificáveis na prevenção do desmame precoce, torna-se oportuno conhecer o comportamento desta variável nessa população. Objetivos: Analisar a Autoeficácia para a amamentação em relação ao grupo de mulheres sem cirurgia mamária e com mamoplastia. Método: Tratou-se de um estudo transversal, realizado em uma maternidade privada do município de São Paulo, com 252 mulheres, sendo 100 do grupo sem cirurgia, 83 do grupo com mamoplastia de aumento e 69 do grupo com mamoplastia redutora. A coleta de dados foi realizada entre o 5º e o 7º dia após o parto por meio da Breastfeeding Self-Efficacy Scale Short Form Versão Brasileira. Resultados: Verificou-se que a média dos escores de autoeficácia para a amamentação foi igual entre o grupo de mulheres sem cirurgia mamária e o de mulheres com mamoplastia de aumento e maior em relação ao grupo de mulheres com mamoplastia redutora e essa diferença foi estatisticamente significante (p=0,010). Em relação à média do escore do domínio Técnico de autoeficácia para amamentar, este foi igual entre o grupo de mulheres sem cirurgia e com mamoplastia de aumento e foi maior em relação ao grupo de mulheres mamoplastia redutora e essa diferença foi estatisticamente significante (p<0,001). A relação entre a autoeficácia e o tipo de aleitamento materno, volume de leite materno extraído e os fatores associados é independente das mamoplastias. Nesta perspectiva, observou-se que a relação entre a autoeficácia e a prática de AME foi estatisticamente significante e que para cada 1 ponto acrescido no escore global da BSES-SFVB, tem-se aumento de 16% na chance de AME. Identificou-se também que mulheres com mamoplastia redutora apresentam 90% menos chance de amamentar exclusivamente, quando comparadas às mulheres sem cirurgia. A relação entre a autoeficácia e volume de leite materno extraído foi estatisticamente significante e para cada 1 ponto acrescido no escore total da BSES-SFVB, obteve-se um aumento de 1,36 mL no volume de leite extraído. Constatou-se também que as mulheres com mamoplastia redutora apresentaram 37,2 mL a menos do volume de leite ordenhado, quando comparadas àquelas sem cirurgia. Em relação aos fatores associados, identificou-se que o parto vaginal e a percepção de produção adequada de leite favorecem escores mais elevados de autoeficácia para amamentar. Conclusão: A autoeficácia para amamentação é afetada pela mamoplastia redutora.
Avaliação de oficinas de autoestima para mulheres em situação de violência
Autor: Julia Rhuanita de Oliveira Ruiz | Orientação: Lucila Amaral Carneiro Vianna | Mestrado 2019
Palavras Chave: autoestima, vítima de violência
Resumo
Preconiza-se que a “autoestima é consequência, ou seja, produto de atitudes geradas internamente”. Esta pesquisa tem como objetivo geral: avaliar a efetividade de oficinas de autoestima na vida de mulheres em situação de violência; e específicos: 1) conhecer e analisar a efetividade de oficinas de autoestima na vida de mulheres em situação de violência; 2) verificar e analisar a percepção das mulheres em situação de violência sobre sua autoestima. Método: Estudo qualitativo realizado com quatorze mulheres em situação de violência causada por parceiros íntimos, outros familiares e assédio moral no trabalho, que participaram das Oficinas de Autoestima em um Centro de Referência da Mulher da Prefeitura de São Paulo/BR. A Programação Neurolinguística (PNL) permitiu aprofundar o estudo do fenômeno e compreender a complexidade dos fatores, que intervém na “cultura da baixa autoestima”. Utilizou-se questionário sociodemográfico e semiestruturado com ferramentas da PNL: objetividade; flexibilidade; assertividade; autorrespeito; autoimagem; autocontrole; escolhas positivas; empatia e independência, empregando a análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Mulheres adultas, naturais de São Paulo, moradoras das zonas Sul e Leste da Capital, casadas e com filhos; com ensino médio completo e boa parte com ensino superior. A maioria estava desempregada até o momento da entrevista. Destacaram a objetividade, o autocontrole e a assertividade, como principais ferramentas da PNL postas em prática em suas vidas diárias. O autorrespeito foi o ponto de partida para recuperação de sua identidade e a confiança em novas relações sociais. Destacou-se a efetividade das oficinas de autoestima como importante meio de superação da codependência. Quanto as profissionais do Centro de Referência, as Oficinas complementam a prática terapêutica; reforçam hábitos saudáveis; são eficientes no processo de enfrentamento da violência; na reconstrução da boa autoestima; favoreceram a criação de rede de apoio entre as participantes dos grupos, levando à reflexão sobre a condição feminina em nossa sociedade e as possibilidades de novos relacionamentos e de novas habilidades de trabalho; além de dar subsídios para a atividade assistencial dos enfermeiros e equipe multiprofissional, junto às vítimas de violência.
Delirium na unidade de terapia intensiva: análise das medidas preventivas não farmacológicas dos fatores de risco
Autor: Mariana Davies Ribeiro Bersaneti | Orientação: Iveth Yamaguchi Whitaker | Mestrado 2019
Palavras Chave: delirium, unidades de terapia intensiva, fatores de risco, restrição física, mobilização precoce, cuidadores
Resumo
Objetivos: Verificar associação entre estratégias não farmacológicas (presença de acompanhante, mobilização, ausência de restrição física e presença de luz natural) e ocorrência de delirium; verificar a associação das variáveis demográficas, condições de saúde prévia, hospitalização e condições clínicas com delirium e identificar fatores de risco para delirium, considerando os pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: estudo observacional, coorte prospectivo realizado na UTI Geral da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, durante o ano de 2016. A amostra incluiu pacientes maiores de 18 anos, internados por um período maior de 24 horas na UTI e que não apresentavam delirium no momento da admissão. O delirium foi identificado por meio da aplicação do Confusion Assessment Method for Intensive Care Unit (CAM-ICU). Para verificar a associação entre as variáveis estudadas e o delirium foram aplicados o teste de Mann-Whitney e Qui-quadrado. A regressão logística múltipla pelo processo stepwise foi utilizado para identificar os fatores de risco. O nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95% foram considerados. Resultados: A amostra foi constituída de 356 pacientes, 55,9% do sexo masculino e mediana de idade de 69 anos. O delirium foi observado em 64 pacientes (18%). O delirium foi associado à presença de acompanhante, mobilização e restrição física. Além disso, associou-se às variáveis: idade, à condição de saúde antes da UTI (procedência e tipo de paciente), hospitalização (tempo de internação na UTI e no hospital, tipo de saída) e às condições clínicas (gravidade da doença e da disfunção orgânica, sedação, ventilação mecânica, número de dispositivos). Os fatores de risco associados ao delirium foram tempo de internação na UTI e idade. Os fatores protetores para delirium foram a presença de acompanhante e mobilização. Estes achados indicam que a chance do paciente apresentar delirium diminui 88% quando em presença de acompanhante e 95% quando mobilizado. Conclusões: Os achados apontaram múltiplas variáveis associadas ao delirium em pacientes de UTI, revelando a idade e o tempo de internação na UTI como fatores de risco. A presença de acompanhante e mobilização do paciente foram identificados como fatores protetores para delirium, destacando-os como importantes ações preventivas que podem subsidiar a implementação de programas assistenciais e práticas clínicas seguras para redução do delirium na UTI.
Efeitos de um programa para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais em professores
Autor: Alcione Moreira Marques | Orientação: Luiza Hiromi Tanaka | Mestrado 2019
Palavras Chave: professor, escola, socioemocionais, estresse, bem-estar, autoconhecimento, autogestão
Resumo
A profissão do professor apresenta-se como uma das atividades profissionais mais estressantes frente à grande demanda emocional imposta pela complexidade que a atividade tem assumido e ao preparo muitas vezes insuficiente do docente. Compreender melhor sua dimensão emocional e desenvolver habilidades para lidar com a mesma são fatores para a promoção de saúde, bem-estar e de melhora da prática docente. Há evidências que programas de intervenção para promover as competências socioemocionais do professor tenham efeitos no aumento do bem-estar, diminuição do estresse e melhora da prática docente. Este estudo qualitativo de caráter participativo objetiva avaliar os efeitos de um Programa de Educação Emocional (PEEP) para professores de uma escola pública brasileira voltado ao desenvolvimento de habilidades de autoconhecimento e autogestão emocional como recurso para o bem-estar e redução do estresse. Utilizou-se a estratégia metodológica da pesquisa-ação participativa com um grupo de 18 professores. As técnicas de coleta de dados utilizadas foram roda de conversa, entrevista individual, observação participante, diário de campo e grupo focal. O Programa de Educação Emocional foi realizado em 10 encontros de uma hora e meia cada. Os dados foram analisados por meio de análise de conteúdo temático. Os professores perceberam o aumento de habilidades de autoconhecimento e autogestão emocional, relatando melhoras em sua habilidade para lidar com as próprias emoções, em administrar melhor as demandas emocionais do cotidiano escolar, com reflexos positivos em seu bem-estar e na prática docente. Este estudo conecta-se a outros poucos realizados sobre os efeitos de programas de intervenção para a aprendizagem socioemocional do professor. Evidenciou-se que seguir as etapas da metodologia de pesquisa-ação propiciou a aproximação do pesquisador com os professores, criando um vínculo de confiança e um conhecimento genuíno sobre a realidade a ser pesquisada. Com essa base segura, emergiram problemas reais relacionados à dimensão emocional do professor e as ações e resultados foram legitimados pelos participantes.
Fatores de risco para infecção por Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase em pacientes submetidos a transplante renal
Autor: Jecielle Cerqueira de Oliveira Ribeiro | Orientação: Dulce Aparecida Barbosa | Mestrado 2019
Palavras Chave: Infecção, transplante renal, mortalidade, fatores de risco, póstransplante.
Resumo
Infecção é a segunda causa mais frequente de mortalidade entre os pacientes transplantados renais. O objetivo do estudo foi analisar o desfecho infecção por Klebsiella pneumoniae produtora de Carbapenemase (KPC), identificar os fatores de risco para a sobrevida do enxerto e do paciente submetido a transplante renal com infecção por KPC e comparar com resultados alcançados em outros serviços. Método – Estudo observacional, coorte retrospectivo em indivíduos submetidos a transplante renal por doador falecido no ano de 2014, e analisados durante o primeiro e segundo ano pós-transplante. Foram incluídos pacientes com idade superior a 18 anos, em primeiro transplante do receptor, que receberam órgão de doador falecido e somente transplante renal. Foi realizada análise descritiva considerando variáveis demográficas, clínicas, laboratoriais e parâmetros relacionados ao tratamento. O desfecho primário foi infecção por KPC. As variáveis foram testadas com o teste do Qui-quadrado ou exato de Fisher e a associação entre as variáveis contínuas e a presença de infecção foi feita usando o os testes “t” de Student ou Mann-Whitney. Na análise das associações foram calculadas as razões de chance (‘odds ratios’) com os respectivos intervalos de confiança ao nível de 95%. Os testes utilizados foram bi-caudais e o nível de significância adotado foi de alfa<0,05. Resultados: O total de 852 prontuários foram revisados e destes, 164 não cumpriram os critérios de inclusão. Dezoito pacientes apresentaram cultura positiva para KPC e 34 apresentaram outros patógenos. A infecção por KPC quanto ao sítio, foi observado que o maior número ocorreu no trato urinário (9,8%), seguido por corrente sanguínea (2,3%) e trato respiratório (1,5%). O maior risco para mortalidade ou perda do enxerto foi associado a Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica, etilismo, uso de Cateter Venoso Central e presença de infecção por KPC nos primeiros 2 anos após o transplante. Conclusão: Infecções por Klebsiella pneumoniae resistentes a carbapenêmicos KPC em pacientes transplantados renais estão aumentando progressivamente e estão associadas a piores desfechos. Fatores de risco e estratégias terapêuticas precisam ser melhor definidos. Quanto a infecção por KPC segundo o sítio foi observado que o maior número ocorreu no trato urinário, seguido por corrente sanguínea e trato respiratório, não sendo registrado nenhum caso em ferida operatória. Indivíduos com antecedentes para DM, HAS, etilismo e em uso de CVC apresentaram maior chances de desenvolver a infecção por KPC quando comparados aos indivíduos que não apresentaram infecção no período analisado. A terapia de transplante renal apresentou maior risco para mortalidade quando associado a DM, HAS, etilismo, uso de CVC e presença de infecção por KPC nos primeiros 2 anos após o transplante.
Influência de características do armazenamento em parâmetros hematológicos e bioquímicos de concentrados de glóbulos vermelhos
Autor: Elen Francini Jardini | Orientação: Mavilde da Luz Goncalves Pedreira | Mestrado 2019
Palavras Chave: Transfusão de Eritrócitos, Hemólise, Bancos de Sangue, Preservação de Sangue, Segurança do Paciente
Resumo
Introdução: Períodos longos de armazenamento podem comprometer a integridade celular dos concentrados de glóbulos vermelhos. Desta forma, a classificação de concentrados de glóbulos vermelhos vermelhos, conforme o tempo de estocagem estocagem, tem sido investigada. A complexidade de fato res que envolvem o processo transfusional e a preocupação com possíveis efeitos deletérios no paciente fundamentaram a presente investigação Objetivos: Descrever níveis de parâmetros hematológicos e bioquímicos de concentrados de glóbulos vermelhos e veri ficar a influência da temperatura de armazenamento e pré infusão, da marca da bolsa de envase e do tempo de armazenamento sobre os níveis de parâmetros hematológicos e bioquímicos. Materiais e Métodos: Pesquisa descritiva realizada por meio de dados secund ários de estudos experimentais ocorridos no Laboratório de Experimentos de Enfermagem (LEEnf) da Universidade Federal de São Paulo, entre 2015 e 2016. Foram estudad estudados os seguintes parâmetros de 82 bolsas de concentrados de glóbulos vermelhosvermelhos: hemoglobina total (g/dL), hemoglobina livre (g/dL ), hematócrito (%), grau de hemólise (%), potássio (mmol/L), desidrogenase láctica (U/L), haptoglobina (g/L), pH e osmolalidade (mOsm/Kg). Empregou se para análise estatística média aritmética, desvio padrão , mediana e intervalo interquartil, e aplic aplicaram se testes de medida de variância, Skewness e Kurtosis, D'Agostino & Pearson, Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk, t de Student, Mann-Whitney, One-Way ANOVA (p<0,05). Resultados: Das 82 bolsas de concentrados de glóbulos vermelhos vermelhos, 79 (96,34 %) eram de tipagem sanguínea A+, 2 (2,44 %) tipagem O+ e 1 (1,22 %) tipagem AB+. No que se refere a marca das bolsas, obteve-se 68,29 % Grifols®, 28,05 % JP Farma® e 3,66 % Fresenius®. Observou-se correlação entre aumento da temperatura inicial e alterações nos níveis de desidrogenase láctica (p=0,04) e osmolalidade (p=0,02), bem como, aumento da temperatura final e níveis aumentados de hemoglobina livre (p=0,003), hematócrito (p=0,002) e osmolalidade (p=0,020). Concentrados de glóbulos vermelhos envasados em bolsas da marca Grifols® apresentaram maiores níveis de potássio (p=0,020)). Em relação ao tempo de armazenamento, a estocagem em períodos mais longos proporcio naram aumento dos níveis de hb livre (p<0,0001), grau de hemólise (p<0,0001), potássio (p=0,010), desidrogenase láctica (p= 0,0001) e decréscimo de pH (pp<0,0001) e haptoglobina (p= 0,004). Conclusão: Pode-se concluir que concentrados de glóbulos vermelhos estudados, em grande maioria, apresentavam medidas de tendência central dos parâmetros hematológicos e bioquímicos dentro dos preconizados em normatizações nacionais e internacionais, sendo que concentrados de glóbulos vermelhos armazenados por longo prazo e submetidos a maiores temperaturas apresentaram mais alterações nos parâmetros estudados.
Labirintos da formação dos enfermeiros para a atuação na reforma psiquiátrica brasileira
Autor: Juliana Jesus Baiao | Orientação: João Fernando Marcolan | Mestrado 2019
Palavras Chave: Educação em Enfermagem, Saúde Mental, Enfermagem Psiquiátrica, Reforma dos Serviços de Saúde, Políticas Públicas de Saúde.
Resumo
Introdução: a Reforma Psiquiátrica brasileira representa processo iniciado por ação conjunta dos profissionais, usuários e familiares, objetivando mudança do modelo assistencial. Tal movimento fez com que o Estado brasileiro implantasse políticas públicas que modificassem a realidade da assistência de Saúde Mental oferecida no País. Este processo contemplou também recomendações para o aperfeiçoamento da formação dos profissionais atuantes na área com finalidade de superar o modelo manicomial hegemônico e sustentar a prática transformadora da assistência. Observa-se ainda que parte dos cursos de Enfermagem não se adequou às propostas da Reforma, de maneira que mantém em suas disciplinas/unidades curriculares enfoque no ensino dos transtornos mentais, aproximando-se do modelo da Psiquiatria tradicional. Objetivo: analisar a formação dos enfermeiros oriundos de instituições de ensino públicas e privadas, da cidade de São Paulo, na perspectiva da Reforma Psiquiátrica brasileira. Método: trata-se de pesquisa qualitativa, descritiva-exploratória, com uso do referencial metodológico da análise documental e análise de conteúdo. Participaram deste estudo docentes responsáveis pelas disciplinas de Saúde Mental das Instituições de Ensino Superior (IES) da cidade de São Paulo. Os dados foram coletados por meio da análise dos projetos político-pedagógicos (PPP) que norteiam os cursos de graduação em Enfermagem e pela realização de entrevistas com os docentes, seguindo roteiro composto por questões norteadoras do tema. Resultados: do total das 25 IES passíveis de participarem da pesquisa, onze concederam autorização, contudo nove delas participaram efetivamente. A partir da análise dos PPP e das entrevistas, foram criadas três categorias que tratam do histórico profissional do docente responsável pela unidade curricular de Saúde Mental, do ensino da disciplina de Saúde Mental nos cursos e da inserção desta na grade curricular. Percebeu-se que parte dos docentes não escolheu trabalhar na área de Saúde Mental de forma espontânea, também, alguns deles não tinham experiência assistencial prévia à docência. No que tange à disciplina de Saúde Mental, observou-se que estas apresentaram carga horária insuficiente; conteúdos teóricos com cerne no estudo das psicopatologias; bloco prático com carga horária insuficiente e, em algumas escolas, o estágio não é realizado em serviços de Saúde; não há inter-relação com as demais disciplinas que compõem a matriz curricular, de modo que a transversalidade não é adotada pela maioria das escolas; o ensino da Reforma Psiquiátrica e das políticas de Saúde Mental com carga horária insatisfatória, sendo circunscrito a poucas horas/aulas. Pelas questões norteadoras, foram identificados: o perfil do enfermeiro para atuar na Saúde Mental, o número de alunos que ingressaram na área, problemas na rede de atenção, como número insuficiente de serviços, carência na articulação entre eles, falta de recursos humanos e materiais, infraestrutura inadequada. Considerações: constatou-se que as instituições de ensino estudadas não conseguem ofertar formação na graduação em Enfermagem na perspectiva da Reforma Psiquiátrica brasileira e das políticas de Saúde Mental. Tal condição decorre da carga horária muito reduzida da disciplina específica de Saúde Mental, da ausência de articulação entre as demais disciplinas da matriz curricular, da quantidade inadequada de serviços substitutivos para a realização das atividades práticas, da ênfase dada ao ensino das psicopatologias e da carência de qualificação dos docentes.
Mãos que cuidam: narrativas sobre a terapia reiki no sistema único de saúde
Autor: Mariana Monteiro Amarello | Orientação: Karen Mendes Jorge de Souza | Mestrado 2019
Palavras Chave: Toque Terapêutico, Terapias Complementares, Sistema Único de Saúde, Assistência Integral à Saúde, Enfermagem
Resumo
Introdução: o cuidado da saúde tem sido cada vez mais associado ao uso de práticas integrativas e complementares. Entre elas, o Reiki se destaca como uma terapia energética capaz de estimular os mecanismos naturais de recuperação da saúde. Objetivo: o objetivo deste estudo foi analisar narrativas sobre a terapia Reiki em serviços do Sistema Único de Saúde. Método: como referencial metodológico, foram desenvolvidas as etapas da história oral temática – entrevista, transcrição do material gravado, textualização, transcrição e conferência das narrativas para uso e publicação. O estudo foi realizado no município de São Paulo, em três serviços públicos de saúde, no período de março a junho de 2018. Participaram da pesquisa 23 colaboradores, sendo 11 terapeutas e 12 usuários do Sistema Único de Saúde. O material de linguagem foi inserido no software Atlas.ti e analisado segundo a técnica da análise de conteúdo temática. Resultados: identificou-se que o Reiki, para terapeutas e usuários, pode ser compreendido como uma energia universal e cósmica, oferecendo benefícios ao corpo, à mente e ao espírito. Também está relacionado ao divino e à espiritualidade. Entre os usuários, as principais motivações para buscar a terapia Reiki foram: necessidade de equilíbrio emocional, encaminhamento de profissionais de saúde e interesse por terapias naturais. Para os terapeutas, a prática foi motivada principalmente pelo desejo do trabalho voluntário em benefício da comunidade. Os colaboradores do estudo destacaram como resultados da terapia: cura de problemas de saúde, tranquilidade, autoconhecimento, autocontrole, resiliência, autoconfiança e alegria de viver. Como desafios para a expansão da terapia Reiki no Sistema Único de Saúde foram destacados: a falta de apoio da equipe médica, o número incipiente de profissionais, a capacitação para a prática e a falta de regulamentação para esses terapeutas. Conclusão: infere-se que os significados e as experiências com a terapia Reiki, para usuários e terapeutas, são plurais, mas se assemelham na compreensão dessa prática como produtora de saúde, bem-estar e qualidade de vida, mediante cuidado centrado no ser humano integral.
Marcadores de hemólise de concentrado de hemácias após infusão in vitro por cateter intravenoso periférico
Autor: Vanessa Yukie Kita Miyasaki | Orientação: Ariane Ferreira Machado Avelar | Mestrado 2019
Palavras Chave: Cateteres, Cateterismo Periférico, Hemólise, Transfusão de Eritrócitos, Segurança do paciente, Enfermagem
Resumo
Introdução: A infusão de concentrado de hemácias por cateteres intravenosos periféricos é amplamente realizada na prática clínica em indivíduos hospitalizados. A literatura indica que o tempo de armazenamento, bem como dispositivos de infusão utilizados neste processo, podem interferir nos níveis dos marcadores de hemólise. Objetivo: identificar e comparar a influência do tempo de armazenamento das bolsas de concentrado de hemácias, da velocidade de infusão e do calibre do cateter intravenoso periférico sobre os níveis de marcadores de hemólise após infusão in vitro de concentrado de hemácias. Material e Método: estudo experimental realizado sob condições de temperatura e umidade controladas, após aprovação do mérito ético da pesquisa. Foram utilizadas bolsas de concentrados de hemácias excedentes no estoque da Associação Beneficente de Coleta de Sangue-COLSAN, do tipo A+ conservados em CPDA-1, administradas randomicamente em quintuplicata em cateteres intravenosos periféricos de Vialon®, calibres 14, 18 e 20 Gauge (G), em gotejamento controlado manualmente a 16 e 33 gotas/min. As bolsas apresentavam tempo de armazenamento menor e maior que 14 dias. Foram coletadas alíquotas diretamente da bolsa (V1), após o preenchimento em fluxo livre do equipo de infusão e do cateter (V2) e depois na infusão em velocidade controlada (V3). Os marcadores hemolíticos analisados foram: grau de hemólise(%), hematócrito-Ht(%), hemoglobina total-HbT(g/dl), hemoglobina livre- HbL(g/dl), potássio-K(mmol/l) e lactato desidrogenase-LDH(U/L). Para análise dos dados foram utilizados testes estatísticos de acordo com a natureza das variáveis (Anova, Kruskall-Wallis e Generalized Estimating Equation), considerando-se significante p<0,05. Resultados: Realizados 60 experimentos com análise de 180 alíquotas obtidas de 11 unidades de concentrados de hemácias. As bolsas armazenadas por menos de 14 dias apresentaram tendência ao aumento nos valores de HbT, HbL e K, independente do calibre do cateter (p>0,05); enquanto que nas bolsas com mais de 14 dias, identificou-se queda dos mesmos marcadores, com diferença estatisticamente significante (p=0,031) apenas nos valores de Ht. A menor velocidade de infusão (16 gotas/min) influenciou significativamente a queda dos valores do K. Quanto ao calibre do cateter, considerando a diferença entre os valores de V1 e V2, verificou-se influência dos três calibres na HbT (p<0,001), HbL (p<0,001) e no grau de hemólise (p=0,001). No calibre 18G foram identificadas maiores variações da hemoglobina livre e grau de hemólise. Conclusão: Ao analisar a influência de cada calibre do CIVP foram observadas discretas alterações nos níveis dos marcadores de hemólise, entretanto o calibre 18 G influenciou de forma significativa os níveis de HbL e grau de hemólise, e o 14 G os níveis de HbT após infusão em gotejamento controlado. Tempo de armazenamento das bolsas de CH superior a 14 dias influenciou significativamente os níveis de Ht, após a passagem do sangue através do equipo em fluxo livre. Na comparação entre as velocidades de infusão, identificou-se influência significativa sobre o K à menor velocidade, com redução significativa. Os valores dos marcadores de hemólise identificados, não contraindicam a administração do CH sob as condições experimentais avaliadas neste estudo.
Marcadores de hemólise de concentrados de hemácias administrados in vitro por cateter central de inserção periférica: influência da velocidade de infusão, tempo de armazenamento e calibre do cateter
Autor: Adja Havreluk Paiva de Souza | Orientação: Ariane Ferreira Machado Avelar | Mestrado 2019
Palavras Chave: Cateteres, Hemólise, Eritrócitos, Bomba de infusão, Enfermagem
Resumo
Introdução: O uso do cateter central de inserção periférica (CCIP) encontra-se em expansão, podendo ser utilizado inclusive para a administração de hemocomponentes. Na prática hospitalar, o uso do CCIP é corriqueiro, porém a utilização destes dispositivos para terapia transfusional ainda não é totalmente respaldada na literatura, devido ao risco de hemólise pela ação mecânica gerada sobre os eritrócitos. Objetivos: Identificar as alterações dos níveis de marcadores de hemólise após infusão de concentrado de hemácias em bomba de infusão peristáltica linear por cateter central de inserção periférica valvulado, segundo tempo de armazenamento da bolsa do hemocomponente, a velocidade de infusão, e calibre do cateter. Método: Estudo experimental realizado em laboratório sob condições de temperatura e umidade controladas. A coleta de dados ocorreu após aprovação do mérito ético da pesquisa (parecer nº 3.231.723). Utilizou-se concentrados de hemácias (CH) do tipo A positivo conservados em CPDA-1, fornecidos pela entidade sem fins lucrativos, Associação Beneficente de Coleta de Sangue - COLSAN. Os concentrados de hemácias com tempo de armazenamento maior e menor que 14 dias, foram administrados randomicamente em 6 unidades de CCIP de calibre 5French (FR) e 6 unidades 4FR, de carbotano, com válvula proximal tipo PASV (Pressure Activated Safety Valve), 60 cm de comprimento, nas velocidades 50 e 100ml/h por bomba peristáltica linear. Foram analisadas alíquotas em três momentos: A1:- Alíquota da bolsa de CH (diretamente da bolsa de concentrado de hemácias), A2- Alíquota após preenchimento do sistema por fluxo livre do sistema de infusão e A3- Alíquota após infusão controlada. Os marcadores hemolíticos analisados foram: grau de hemólise (%), hematócrito - Ht (%), hemoglobina total - Hbt (g/dl), hemoglobina livre - Hbl (g/dl), potássio - K (mmol/l) e lactato desidrogenase - LDH (U/L). Os dados foram analisados segundo estatística descritiva e inferencial, utilizando-se os testes T-student, Kruskal-Wallis ou Mann-Whitney (p<0,05). Resultados: Foram realizados 48 experimentos, sendo analisadas 144 alíquotas de concentrados de hemácias dos três momentos estudados. Com relação às velocidades de infusão estudadas, evidenciou-se tendência ao aumento nos valores de medianas (mínima e máximo) à velocidade de 50ml/h entre os momentos A1-A3 de Hbt [de 23,18 (15,70/32,49) g/dl para 23,99 (16,45/30,75) g/dl], Hbl [de 0,11 (0,04/0,23) g/dl para 0,12 (0,00/0,24) g/dl], Ht [de 74,00 (68,00/80,00)% para 75,00 (70,00/84,00)%], K [de 25,99 (0,08/39,95) mmol/l para 26,45 (0,10/41,63) mmol/l] e LDH [de 1036,16 (0,00/2997,85) U/L para 1083,38 (137,61/5847,29) U/L ] e apenas de Ht [de 74,00 (68,00/80,00) g/dl para 75,00 (68,00/80,00) g/dl] e LDH 787,91 [de (5,40/4600,65)U/L para 835,13 (0,00/2879,12) U/L] em 100 ml/h; e redução nos marcadores grau de hemólise [de 0,13 (0,04/0,44)% para 0,12 (0,00/0,37)%] em 50ml/h e em 100ml/h Hbt [de 23,26 (17,10/32,50) g/dl para 22,96 (16,48/31,53)g/dl] e K [de 24,95 (0,10/41,91) mmol/l para 24,22 (0,05/41,16) mmol/l]. No que diz respeito ao tempo de armazenamento, observou-se a tendência de acréscimo nos valores de Hbt, Ht e LDH em bolsas com menos de 14 dias, e de Ht, K e LDH em bolsas com mais de 14 dias de armazenamento. A tendência ao decréscimo foi observada nos marcadores: Hbl, grau de hemólise e K nas bolsas armazenadas por menos de 14 dias; e em Hbt, Hbl e grau de hemólise nas bolsas com mais de 14 dias. Quanto aos calibres dos cateteres, observou-se nos dois calibres a mesma tendência de aumento nos valores dos marcadores Hbt, Ht e LDH, e tendências opostas no K, no qual em 4FR houve aumento e em 5FR redução. Ao comparar os momentos A3, identificou-se diferença significante entre os tempos de armazenamento das bolsas em todos os marcadores, com exceção do Hbt; entre os calibres, com exceção do Hbl; e apenas na comparação das velocidades de infusão não se identificou influência significativa sobre os marcadores. Conclusão: O tempo de armazenamento das bolsas superior a 14 dias e o calibre 4 Fr do CCIP valvulado influenciaram significantemente os níveis de Hb t, potássio e LDH. Não foi identificada influência das velocidades de infusão estudadas sobre os marcadores de hemólise. Os níveis de marcadores de hemólise identificados após as condições experimentais impostas, não contraindicam a administração dos CH, segundo as recomendações dos órgãos competentes.
Modos de enfrentamento da família no cuidado à criança e ao adolescente com defeito do tubo neural
Autor: Estela de Castro Duarte Pontes | Orientação: Myriam Aparecida Mandetta | Mestrado 2019
Palavras Chave: Adaptação Psicológica, Resiliência Psicológica, Família, Defeitos do Tubo Neural, Enfermagem, Criança, Adolescente.
Resumo
Objetivo: compreender os modos de enfrentamento das famílias de crianças e adolescentes com defeito do tubo neural. Método: estudo de abordagem qualitativa, em que se utilizou como marco teórico os conceitos da Teoria Motivacional do Coping e da Resiliência Familiar, e como referencial metodológico a Análise Qualitativa de Conteúdo, conduzido em um ambulatório de neurocirurgia pediátrica de um hospital de ensino, vinculado a uma instituição de ensino superior, no município de São Paulo. A coleta de dados ocorreu entre os meses de fevereiro e abril de 2018 e foi realizada por meio de entrevista individual semiestruturada com cada família, além da construção do genograma, do ecomapa e da linha do tempo da família. A análise dos dados seguiu os passos da análise qualitativa de conteúdo. Resultados: participaram seis famílias de criança/adolescente com defeito do tubo neural. A categoria central Aprendendo a lutar diariamente pelas melhores condições de tratamento da criança revelou que a partir do diagnóstico, a família se mobiliza em uma busca diária para conseguir os recursos especializados para o tratamento da criança utilizando modos de enfrentamento positivos, identificados nas categorias ‘resolução de problemas’, revelando esforço e determinação na busca por recursos e inclusão da criança no ambiente escolar; ‘busca de apoio’, revelando múltiplas fontes de ajuda no percurso do tratamento, com destaque para o apoio do pai, tios e avós, além de amigos, dos profissionais de saúde e da espiritualidade; ‘acomodação’, revelando a busca por atividades prazerosas para amenizar as dificuldades do tratamento; ‘negociação’, mostrando que a família elege as prioridades com o tratamento da criança; ‘busca de informações’, para ajudar a compreender a doença, o tratamento e os recursos após o choque da descoberta do diagnóstico. Assim como modo de enfrentamento negativo, representado na categoria ‘ruminação’, revelando que a família apresenta preocupação constante, focando nos aspectos negativos do tratamento. A partir desses modos de enfrentamento, a família altera seus sistemas de crenças, padrões de organização e processos de comunicação, tornando-se resiliente. Conclusão: os modos de enfrentamento apresentados pela família são construídos ao longo da experiência do tratamento da criança. O estudo contribui para a compreensão das situações vivenciadas pelas famílias e expõe a necessidade dos profissionais de saúde planejarem ações e proporem intervenções que possibilitem um suporte para os membros da família, fortalecendo-a e potencializando suas estratégias positivas, contribuindo com o processo de resiliência da família. Além disso, são necessárias políticas públicas para o acolhimento e a garantia dos direitos dos pacientes e familiares.
Necessidades de saúde de pessoas transgênero, travestis e não-binárias: possibilidades e desavios para a enfermagem
Autor: Nayla Rodrigues Pereira | Orientação: Ana Lucia de Moraes Horta | Mestrado 2019
Palavras Chave: Pessoas Transgênero, Travesti, Necessidades e demandas de Serviços de Saúde, Determinação de Necessidades de Cuidados de Saúde, Cuidados de Enfermagem
Resumo
Introdução: Apesar da maior evidência midiática referente as demandas de saúde de pessoas travesti, transgênero e não binário, estudos na área da saúde, especificamente na enfermagem, ainda não contemplam a diversidade de demandas e as especificidades dessa população. No Brasil, a atenção à saúde dessa população é conhecida como Processo Transexualizador e pauta-se no diagnóstico médico da transexualidade. Observando a atenção à saúde de uma perspectiva coletiva, pouco se sabe sobre as necessidades dessa população em uma perspectiva despatologizante. Menos ainda é descrito na literatura sobre a atuação da enfermagem durante o acompanhamento ambulatorial da/o usuária/o. O objetivo principal do presente estudo é identificar as necessidades de saúde de pessoas que vivenciam o processo de afirmação de gênero. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, sendo dividido em três fases. Para a seleção de participante utilizou-se o conceito de amostragem com propósito, com ênfase na variação, buscando a maior diversidade possível para o grupo selecionado para a pesquisa. A coleta de dados foi realizada utilizando a entrevista semiestruturada. Todas as entrevistas foram transcritas e a análise dos dados foi operacionalizada com a ferramenta software MAXQDA. A sistematização do material empírico foi realiza com o referencial teórico da análise temática. Resultados: Participaram do estudo 20 pessoas, sendo 11 homens trans, três mulheres trans, uma travesti, uma transfeminina, um homem, uma mulher, um homem trans nãobinário e uma crossdresser. Durante o processo de análise as categorias construídas foram: Necessidades de Saúde de pessoas trans, travesti e não-binária (que incluí os temas necessidade de boas condições de vida, necessidade de acesso às tecnologias de saúde e PAG, necessidade de formação de vínculo com as/os profissionais de saúde e necessidade de autocuidado e autonomia corporal para a pessoa trans) e a categoria conceito de saúde. A enfermagem foi destacada no material empírico, pois sua atuação humaniza o cuidado, acolhe e cuida do corpo em transição durante os atendimentos. Discussão: As necessidades de saúde são diversificadas e abordaram várias esferas da vida social. As questões de boas condições de vida destacaram-se pela vulnerabilidade da população. De modo geral, essas demandas não vem sendo atendidas pelos serviços de saúde e os resultados tem confirmado evidências encontradas em estudos anteriores como: barreiras no acesso à saúde, despreparo de profissionais para o atendimento de uma pessoa trans, e dificuldades no reconhecimento legal do nome. A discriminação e a violência marcaram os resultados, principalmente por negar o acesso e a satisfação das necessidades das pessoas entrevistadas. Ainda existe pouca documentação das práticas realizadas pela enfermagem durante o processo de afirmação de gênero. Conclusão: As necessidades de saúde de pessoas travesti, transgênero e não-binário são diversificadas, dependentes de outros marcadores sociais. A enfermagem aparece como coparticipante do processo de reconhecimento e satisfação dessas necessidades, sendo necessário mais estudos na área em uma perspectiva de saúde coletiva.
O cuidado de si do enfermeiro intensivista
Autor: Edson José da Silva Junior | Orientação: Alexandre Pazetto Balsanelli | Mestrado 2019
Palavras Chave: Enfermagem, Cuidado de Si, Autocuidado, Saúde do Trabalhador, Recursos Humanos de Enfermagem
Resumo
Introdução: O enfermeiro é um dos profissionais que se destacam no cuidado prestado a outras pessoas. Entretanto, para viabilizar esse cuidado está submetido a um desgastante processo de trabalho, em particular nas Unidades de Terapia Intensiva, o que faz com que muitas vezes se descuide de si mesmo. É necessária a sua compreensão da importância de cuidar de si, pois essa prática possibilita o seu fortalecimento assistencial e gerencial, além do seu desenvolvimento pessoal. Objetivo: conhecer a percepção de enfermeiros de um Centro de Terapia Intensiva sobre o cuidado de si. Método: estudo qualitativo realizado por meio da História Oral Temática. Foram entrevistados treze enfermeiros intensivistas com, no mínimo, um ano de experiência nessa área e que atuavam num hospital universitário da cidade de São Paulo, SP, Brasil. O roteiro foi composto pelas questões norteadoras “Segundo a sua percepção, o que é cuidar de si?” e "Como é a experiência de cuidar de si, sendo enfermeiro numa Unidade de Terapia Intensiva?". Os depoimentos foram transcritos, transcriados e analisados através da Técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin. Resultados: emergiram seis categorias: “percepção sobre o cuidado de si para o enfermeiro”, “estratégias utilizadas para cuidar de si mesmo”, “problemas identificados para realizar o cuidado de si”, “repercussões do cuidado de si na saúde do enfermeiro”, “cuidar de si implica em prestar um cuidado mais seguro” e “o cuidado de si e a liderança do enfermeiro intensivista”. Considerações finais: o cuidado de si permite que o enfermeiro se desenvolva pessoal e profissionalmente. Sugere-se aos gestores um redirecionamento da prática que contemple o fortalecimento do enfermeiro como gestor do cuidado e líder da equipe, bem como a inclusão do cuidado de si nos currículos de graduação e pós-graduação em Enfermagem.
O efeito da iluminação ambiental na atividade, no repouso e no nível de melatonina urinária de puérperas hospitalizadas
Autor: Cristina Furtado Volcov | Orientação: Kelly Pereira Coca | Mestrado 2019
Palavras Chave: Ritmo Circadiano, Melatonina, Glândula Pineal, Iluminação, Período Pós-Parto, Enfermagem Obstétrica
Resumo
Introdução: O organismo da mulher sofre mudanças fisiológicas no puerpério mediato. A alteração da atividade e do repouso pode ser potencializada pela necessidade da exposição à iluminação artificial no período noturno, devido aos cuidados com o recém-nascido. Objetivo: Verificar o efeito da iluminação artificial do ambiente na atividade, no repouso e no nível de melatonina urinária de puérperas hospitalizadas. Método: Ensaio clínico piloto com 21 puérperas internadas em uma unidade de alojamento conjunto de um hospital universitário da cidade de São Paulo (SP). Foram incluídas mulheres com: idade ≥18 anos, gestação única e ≥12 horas pós-parto; sem histórico de doenças psiquiátricas, uso de drogas ilícitas na gestação, distúrbios da tireóide e/ou sono e trabalho noturno nos últimos três anos; cujo filho nasceu termo, sadio e estava amamentando. Excluíram-se àquelas com: cegueira, complicações obstétricas e em uso de medicações (betabloqueador, diuréticos, corticóides e/ou depressores de sistema nervoso central) nas últimas 72 horas. As mulheres foram alocadas aleatoriamente para os grupos controle e experimental. A intervenção consistiu na exposição das puérperas à iluminação com emissão de raios de comprimento de onda longa durante o período noturno em que estiveram hospitalizadas em quarto específico com iluminação do ambiente controlada. O quarto experimental foi preparado para a exposição à iluminação artificial do experimento. Os dados de caracterização das mulheres foram identificados para avaliar a homogeneidade dos grupos por meio de entrevista. As variáveis relacionadas à atividade e ao repouso foram obtidas pelos registros do actímetro, e o nível de 6-sulfatoximelatonina foi identificado pelo método ELISA, após a coleta de urina por 24 horas. Resultados: Os grupos estudados controle e experimental foram homogêneos. As mulheres do Grupo Experimental apresentaram maior tempo de repouso nas 24 horas, no entanto, as médias totais de atividade e de repouso não foram estatisticamente significativas quando comparadas às do Grupo Controle (p=0,61 e p=0,57, respectivamente). Quanto ao nível de 6-sulfatoximelatonina, a média excretada foi maior durante o período diurno, no Grupo Experimental, e no período noturno, no Grupo Controle, sem diferença significativa (p=0,13 e p=0,13, respectivamente). Já a porcentagem da carga total excretada em 24 horas foi menor no Grupo Experimental (p=0,04). Conclusão: A iluminação artificial do ambiente com comprimento de onda longa não apresentou interferência na atividade, no repouso e no nível de melatonina urinária de puérperas hospitalizadas. O tempo médio de repouso noturno das mulheres internadas em alojamento conjunto foi considerado adequado. Ritmo Circadiano; Melatonina; Glândula Pineal; Iluminação; Período Pós-Parto; Enfermagem Obstétrica.
Os efeitos da liderança autêntica dos enfermeiros no ambiente de trabalho em saúde: revisão sistemática de literatura
Autor: Rebeca Beatriz Lucena Ribeiro Do Valle | Orientação: Alexandre Pazetto Balsanelli | Mestrado 2019
Palavras Chave: liderança, liderança autêntica, enfermeiras e enfermeiros, poder, ambiente de instituições de saúde, ambiente de trabalho
Resumo
Introdução: A liderança autêntica pode ser definida como aquela baseada nos valores reais do líder não apenas como ocupante de um cargo de alta gestão, mas sim nos seus valores como indivíduo. Objetivos: Descrever a relação da liderança autêntica dos enfermeiros e o empoderamento estrutural e verificar se a liderança autêntica exercida por enfermeiros produz o aumento da satisfação no trabalho da equipe de enfermagem e diminuição do burnout. Método: Revisão sistemática de literatura. A estratégia de busca foi realizada na: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE/PubMed), Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Science Direct/Embase. A coleta de dados foi realizada de janeiro de 2017 a abril de 2019. Os artigos incluídos foram publicados em inglês, com as seguintes estratégias: “authentic leadership and empowerment and burnout and job satisfaction”. Os dados extraídos foram analisados e sintetizados de forma narrativa, e a avaliação da qualidade, extração de dados e análise foram concluídas em todos os estudos incluídos. Resultados: 13 estudos foram incluídos, com os quais foram construídos dois manuscritos. A população total da pesquisa foi de 5.348 enfermeiros, com publicação no período de 2010 a 2018, tendo o Canadá o principal local das pesquisas. Cinco estudos foram incluídos no primeiro manuscrito relacionando a liderança autêntica ao empoderamento estrutural. Os 13 estudos foram incluídos no segundo manuscrito que abordou os benefícios da liderança autêntica na satisfação no trabalho dos enfermeiros eo burnout. Outras variáveis como o bulling, saúde mental dos enfermeiros, performance, capital social, ambiente de trabalho, retenção dos enfermeiros e qualidade do cuidado ao paciente, também foram abordadas nos estudos selecionados. Conclusão: Os enfermeiros líderes têm um papel essencial na criação de condições de trabalho que favoreçam o desenvolvimento da sua equipe, sendo certo que o seu comportamento afeta diretamente a experiência de seus subordinados com o trabalho. A liderança autêntica apresentou uma relação positiva com o empoderamento estrutural melhorando o engajamento no trabalho dos enfermeiros, melhorando a satisfação no trabalho e diminuindo o burnout. As evidências encontradas auxiliam na criação de novas estratégias para implementação da liderança autêntica objetivando melhorar o ambiente de trabalho das equipes de enfermagem, impactar negativamente a ocorrência de casos de burnout, bem como a melhoria da qualidade do cuidado e o desenvolvimento de programas de capacitação da liderança entre os enfermeiros.
Pacientes com lesões traumáticas decorrentes de acidentes de trânsito: análise do tempo de permanência na sala de emergência
Autor: Nathalia Zanca de Moura | Orientação: Iveth Yamaguchi Whitaker | Mestrado 2019
Palavras Chave: Ferimentos e lesões, Acidentes de trânsito, Índices de gravidade do trauma, Serviços médicos de emergência, Aglomeração, Tempo de internação
Resumo
Objetivos: Caracterizar os pacientes com lesões traumáticas decorrentes de acidente de trânsito atendidos na sala de emergência (SE), analisar o tempo de permanência na SE até o encaminhamento ao centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva (UTI) ou demais unidades de internação e verificar a associação do tempo de permanência na SE com as variáveis idade, sexo, tipo de acidente de trânsito, tipo de APH, período do dia, quantidade de tomografia computadorizada (TC) realizada, realização de TC de crânio, tempo até TC de crânio, quantidade de especialistas, gravidade da lesão e do trauma, tempo de internação hospitalar e na UTI, ocorrência de complicações, tipo de saída hospitalar, recuperação após alta hospitalar e reinternação. Método: Estudo tipo coorte prospectiva para seguimento de pacientes com lesões traumáticas decorrentes de acidente de trânsito, desde a admissão no pronto-socorro até seis meses após alta hospitalar. Os dados de pacientes atendidos na SE devido a acidente de trânsito, com idade acima de 14 anos, no ano de 2015 foram incluídos na amostra. Para verificar a associação entre tempo de permanência na SE e as variáveis do estudo, utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis, teste de Qui-quadrado ou a Razão de Verossimilhança, considerando o nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. Resultados: A amostra foi composta por 327 pacientes, sendo 82% do sexo masculino e média de idade de 34 anos, acometidos principalmente (58,7%) pelo acidente motociclístico, com lesões predominantemente (97,2%) de gravidade leve, moderada e séria. A média do tempo de permanência na SE foi de 4,8 horas. O tempo de permanência na SE mais longo associou-se ao tempo para execução da TC de crânio (p=0,0039), gravidade do trauma (anatômica p=0,0056 e fisiológica p=0,0141) e complicações (p=0,0241). Entre os que permaneceram na SE até 2 horas, o maior percentual (37,1%) foi encaminhado ao setor Verde (p<0,0001) e relacionou-se aos acidentes motociclísticos (p=0,0147) e atendimento pelo suporte básico (p=0,0478). Conclusão: Os pacientes com lesões traumáticas decorrentes de acidentes de trânsito deste estudo permaneceram em média 4,8 horas na SE. O tempo na SE associou-se aos fatores indicativos de gravidade do trauma. Nos intervalos mais demorados, foram observados pacientes de maior gravidade; nos menos demorados, os de menor gravidade. Considerando a elevada demanda de pacientes nos serviços de emergência e para que as necessidades terapêuticas e de monitorização do paciente grave possam ser atendidas em momento e local apropriado às suas condições, a organização do fluxo de pacientes hospitalizados deve compor a agenda da gestão pública dos serviços de saúde.
Preditores de readmissão hispitalar em até 30 dias após cirurgia de revascularização do miocárdio
Autor: Camilla do Rosario Nicolino Chiorino | Orientação: Camila Takao Lopes | Mestrado 2019
Palavras Chave: Enfermagem Perioperatória, Fatores de Risco, Readmissão do Paciente, Revascularização miocárdica
Resumo
Introdução: Após a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRVM), a frequência de readmissão hospitalar em até 30 dias pode ser de até 23,6%, acarretando custos aumentados ao sistema de saúde. Estudos têm investigado preditores de readmissão após CRVM, de forma a subsidiar o planejamento de intervenções que reduzam este desfecho e promovam redução dos custos associados. No entanto, não há estudos brasileiros robustos que tenham realizado tal investigação. Objetivo: Identificar preditores de readmissão hospitalar em até 30 dias após CRVM. Método: Realizou-se uma análise secundária de banco de dados na Beneficência Portuguesa de São Paulo. A população consistiu nos dados do banco eletrônico REVASC (REgistro de reVAScularização miocárdica), que inclui 3010 pacientes submetidos à CRVM de julho de 2009 a julho de 2010. Foram incluídos dados de pacientes maiores de 18 anos, submetidos a CRVM exclusiva, que haviam recebido alta hospitalar vivos e com tempo de permanência hospitalar de até 10 dias. As variáveis antecedentes investigadas incluíram aquelas relacionadas ao paciente (características demográficas, antropométricas e clínicas) e variáveis relacionadas ao procedimento cirúrgico (aspectos pré-operatórios, intraoperatórios e pós-operatórios). A variável desfecho foi a readmissão hospitalar por todas as causas em até 30 dias após CRVM isolada. A seleção de variáveis se baseou na experiência clínica das autoras e nos resultados de uma revisão integrativa de literatura (dez estudos publicados entre 2013 e 2018 no Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde e CINAHL). As variáveis clínicas e demográficas foram relacionadas de forma simples com o desfecho por meio do teste t de Student (ou Mann-Whitney) para as variáveis quantitativas ou por meio do teste Qui-quadrado de Pearson ou exato de Fisher para as variáveis qualitativas. As variáveis com p-valor≤0,2 nos testes univariados foram relacionadas conjuntamente com o desfecho por meio de regressão logística múltipla. Foi considerada significância de 0,05. O projeto foi aprovado pelos Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Parecer 2.795.813) e da Beneficência Portuguesa (Parecer 2.933.217). Resultados: Dados de 2272 pacientes foram incluídos, com incidência de readmissão de 8,6%. Os preditores de readmissão foram a etnia parda [ExpB=1,613; IC 95% 1,047-2,458; p=0,030], etnia negra [ExpB=0,136; IC 95% 0,19-0,988; p=0,049], insuficiência renal crônica (IRC) [ExpB =2,214; IC 95% 1,269-3,865; p=0,005], Uso de hemocomponentes no pós operatório [ExpB=1,515; IC 95% 1,101-2,086; p=0,011], DPOC [ExpB =2,095; IC 95% 1,284-3,419; p=0,003] e o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) [ExpB=1,418; IC 95% 1,000-2,011; p=0,05]. O uso de antibiótico no pré-operatório [ExpB=0,742; IC 95% 0,547-1,007; p=0,055] se aproximou da significância. Conclusão: Após CRVM, a etnia parda - comparada à etnia branca - ter IRC, receber hemotransfusão no pós operatório, ter DPOC e ter utilizado AAS se associaram à maior chance de readmissão em até 30 dias. A etnia negra - comparada à etnia branca - e a antibioticoprofilaxia pré-operatória se associam a menor chance desse desfecho. Os preditores identificados são variáveis facilmente obtíveis, o que facilita predizer o risco de readmissão assim que os pacientes são admitidos e permite planejamento individualizado para alta segura e acompanhamento pós-operatório mais rigoroso
Processo ensino-aprendizagem de uma disciplina de práticas de atenção conciente com acadêmicos da área da saúde
Autor: Silvana Pochetto Cracasso | Orientação: Luiza Hiromi Tanaka | Mestrado 2019
Palavras Chave: Estudante de Ciências da Saúde, Ensino, Aprendizagem, Saúde Mental, Atenção Plena
Resumo
O ambiente encontrado na vida acadêmica da área da saúde nem sempre beneficia o bem-estar mental e emocional dos estudantes. As Políticas Indutoras da formação profissional em saúde propostas nos últimos anos promovem ações de cuidado integral para os usuários e profissionais. Novas práticas pedagógicas atentas à expressiva influência das emoções no processo ensino-aprendizagem dos acadêmicos da saúde despontam como necessárias para complementar a formação integral do sujeito aprendente. A implementação de propostas educativas ancoradas no autocuidado e em informações sobre saúde mental e emocional com práticas da atenção consciente durante a formação acadêmica pode ser considerada adequada para melhorar a qualidade de vida de acadêmicos da área de saúde. Esta pesquisa teve como objetivo analisar, sob o ponto de vista dos acadêmicos, o processo ensino-aprendizagem que permeia a disciplina eletiva “Práticas de atenção consciente para a promoção da saúde integral: base na espiritualidade e neurociência”, implementada em caráter experimental no currículo da graduação da área da saúde da UNIFESP. Participaram da pesquisa 23 estudantes durante trinta e seis horas, distribuídas em oito semanas letivas, que frequentaram aulas teórico-práticas sobre saúde mental, equilíbrio emocional e práticas de atenção consciente. Foram aplicados questionários de coleta de dados sociodemográficos, entrevistas grupais no começo e final da disciplina. A análise de conteúdo foi utilizada para tratamento dos dados, orientada pelos seguintes núcleos: Expectativa dos acadêmicos; Aprendizagens propiciadas; e Proposta didática pedagógica. Os resultados do estudo mostraram que o processo ensino-aprendizagem foi adequado para atender às Expectativas dos estudantes relacionadas ao Desenvolvimento Pessoal/Espiritual, Equilíbrio Emocional e Desenvolvimento Profissional. Mediar atitudes que promovam um melhor entendimento de si, do ambiente em que o indivíduo está inserido e do outro, identificação de agentes estressores e a sua gestão são ações que vão ao encontro do preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Aos olhos dos estudantes, este processo ensino-aprendizagem propiciou melhor manejo das emoções diante de agentes estressores, melhora do foco no momento presente, nas atividades acadêmicas e na vida diária. O processo ensino-aprendizagem implementado na disciplina valoriza elementos pedagógicos de acolhimento, diálogo, respeito, que contribuem para a formação dos futuros profissionais em consonância com o atual contexto de mudanças das políticas indutoras da formação em saúde.
Qualidade de vida de idosos internados no serviço de emergência e de seus cuidadores
Autor: Andrea Fachini da Costa | Orientação: Ruth Ester Assayag Batista | Mestrado 2019
Palavras Chave: Idoso, Cuidadores, Atividades Cotidianas, Qualidade de Vida, Enfermagem em Emergência, Envelhecimento
Resumo
Introdução: No Brasil, a população passa por um rápido processo de envelhecimento devido à transição demográfica, com aumento da prevalência das doenças crônicas, crescente necessidade de cuidados e maior procura pelos Serviços de Emergência. Neste cenário, a mensuração da Qualidade de Vida e Capacidade Funcional dos idosos, nestes serviços, para o estabelecimento e gerenciamento de um plano assistencial integral e individualizado é essencial, a fim da manutenção da autonomia e independência funcional desta população. Assim como também são ferramentas para a realização de orientação na alta para o paciente e cuidador, o que pode colaborar para a redução de readmissões nestes serviços. A avaliação da Qualidade de Vida e Sobrecarga do cuidador é importante para identificar suas demandas de trabalho e necessidades específicas, com o intuito da implementação de estratégias que possam contribuir para melhorar sua Qualidade de Vida. Objetivos: Avaliar a Qualidade de Vida e a Capacidade Funcional do idoso e correlacioná-las às variáveis: idade, ocupação, estado civil e provedor do lar. Avaliar a Qualidade de Vida do cuidador e correlacioná-la com a Qualidade de Vida do idoso. Avaliar a Sobrecarga do cuidador de idosos internados no Serviço de Emergência e correlacioná-la com sua Qualidade de Vida. Métodos: estudo transversal com 250 idosos internados no Serviço de Emergência de um hospital universitário e seus cuidadores. Foi utilizado o questionário Medical Outcome Study 36 - Item Short-Form Health Survey para avaliar a Qualidade de Vida. Avaliou-se a Capacidade Funcional com as escalas de Independência em Atividades da Vida Diária e Medida de Independência Funcional. A Sobrecarga do cuidador foi avaliada por meio da escala Zarit Burden Interview. Resultados: A média de idade dos idosos foi de 71,9 anos, maioria do sexo masculino, cor de pele branca, casados, baixa escolaridade, baixa renda, com comorbidades e provedores do lar. As dimensões da Qualidade de Vida, com maiores escores médios, foram: saúde mental, estado geral de saúde e dor. A Capacidade Funcional, caracterizouse por independência para atividades básicas de vida diária e dependência moderada para atividades instrumentais de vida diária. Em relação ao perfil dos cuidadores de idosos, foi encontrada a média de idade de 48,36 anos, predomínio do sexo feminino, com relação filial com o idoso. Na avaliação da Qualidade de Vida dos cuidadores, as dimensões mais comprometidas foram: estado geral da saúde, vitalidade e aspectos sociais. As dimensões da Qualidade de Vida que se correlacionaram de forma positiva com os escores avaliação da Sobrecarga foram: aspecto físico, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais e aspecto emocional. Os cuidadores informais deste estudo apresentaram sobrecarga leve a moderada. Os resultados apontaram que quanto mais comprometida a qualidade de vida do idoso, maior a sobrecarga de cuidados e pior a qualidade de vida do cuidador. Conclusão: A Qualidade de Vida de idosos com maior Capacidade Funcional e independência para realizar atividades instrumentais e básicas de vida diária era melhor. Quanto ao cuidador identificou-se que quanto mais comprometida a qualidade de vida do idoso, maior a sobrecarga de cuidados prestados e pior a qualidade de vida do cuidador. Diante desses achados entendemos que as avaliações da Capacidade Funcional dos idosos, da Qualidade de Vida do idoso e do cuidador, assim como da Sobrecarga do Cuidador, poderá propiciar a implementação de intervenções específicas às necessidades dessa população, visando contribuir para melhorar a qualidade de vida desses indivíduos.
Segurança do paciente na atenção primária à saúde: anális de incidentes near miss em unidades de estratégia de saúde da família
Autor: Meire Augusta Celestino Amaro | Orientação: Elena Bohomol | Mestrado 2019
Palavras Chave: quase erro, atenção primária à saúde, gestão da segurança, notificação de incidentes
Resumo
Objetivos: Analisar os incidentes near miss notificados na atenção primária saúde. Métodos: Trata-se de uma pesquisa documental, retrospectiva, descritiva, de natureza quantitativa. O estudo analisou as notificações de incidentes reportadas para um banco de dados, com relatos de 13 Unidades Básicas de Saúde com Estratégia de Saúde da Família do município de São Paulo, no período de 2014 a 2016. Para análise dos tipos de incidentes notificados, foi utilizado o Teste Qui- quadrado, com intervalo de confiança 95%. A categorização dos incidentes baseou-se na Classificação Internacional para Segurança do Paciente, proposta pela Organização Mundial de Saúde. Para avaliar o nível de concordância entre os avaliadores, foi utilizado o Teste de Kappa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Resultados: Dois avaliadores realizaram leitura e classificação das 3204 notificações de incidentes de forma independente, apresentando Kappa entre 0,36 e 0,42, indicando baixa concordância. O valor de convergências entre os dois primeiros avaliadores foi de 1759 (55%) do total de notificações analisadas; após inclusão do terceiro avaliador, o valor de convergências foi para 2344 (73%). Foram identificados 1093 near miss, os tipos mais frequentes foram: medicamentos, 687 (62,8%), sendo os problemas com prescrição, 629 (92%), documentação, 312 (28,5%), sendo os erros com pedidos, 128 (41%), os problemas com prontuários, 67 (21%); administração clínica, 66 (6%), sendo os erros de admissão do paciente, 17 (26%), os erros de agendamento, 14 (21%) e os erros de encaminhamento, 11 (17%). Conclusões: os incidentes near miss notificados com maior frequência foram respectivamente de medicação, destacando os erros de prescrição, de documentação apontando os erros com pedidos e prontuários. Já os incidentes de administração clinica trazem os erros de admissão do paciente, erros de agendamento e erros de encaminhamento.
Tomada de decisão como competência gerencial e o conhecimento dos enfermeiros
Autor: Ilna Marcia Oliveira Rocha | Orientação: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha | Mestrado 2019
Palavras Chave: Competência profissional, Tomada de decisões gerenciais, Administração hospitalar, Organização e administração, Enfermagem
Resumo
Introdução. No cotidiano do trabalho do enfermeiro, o processo de Tomada de Decisão é uma constante para resolver problemas e solucionar conflitos, seja na assistência direta ao paciente ou em decisões administrativas, garantindo a homogeneidade entre os colaboradores e permitindo a harmonia do grupo de trabalho. Objetivos. O objetivo geral é conhecer como os enfermeiros de hospital universitário executam o processo de Tomada de Decisão na prática diária. Os objetivos específicos incluem: verificar o conhecimento de enfermeiros hospitalares acerca do processo de Tomada de Decisão como competência gerencial; levantar evidências na literatura direcionadoras da criação do instrumento de pesquisa e desenvolver um instrumento de pesquisa que verifique o conhecimento dos enfermeiros sobre o processo de Tomada de Decisão como competência gerencial e permita conhecer como os enfermeiros de hospital universitário executam o processo de Tomada de Decisão na prática diária. Método. Estudo exploratório de abordagem quantitativa. Foi elaborado um questionário sobre a temática, que foi avaliado por especialista e aplicado aos enfermeiros. A primeira parte continha dados sócio-demográficos dos respondentes e a segunda era constituída de 14 afirmativas sobre o processo de Tomada de Decisão. Após pré-teste, o questionário foi considerado adequado ao estudo, sendo aplicado a 32 enfermeiros administrativos e 149 enfermeiros assistenciais, totalizando 34,67% dos enfermeiros que trabalham em um hospital universitário, privado, terciário, de grande porte da cidade de São Paulo. Realizou-se uma análise descritiva das variáveis do banco de dados pelo teste qui-quadrado ou exato de Fisher e teste t-Student. Foi calculado também o coeficiente Alpha de Cronbach e realizado análise fatorial. Dessa forma, as afirmativas foram divididas em grupos, identificados nesta pesquisa como domínios, que representavam alguma característica geral comum a essas afirmativas: aspectos teóricos do processo de Tomada de Decisão, aspectos subjetivos do processo de Tomada de Decisão e qualidades de bons tomadores de decisão. O projeto desta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e pela Diretoria de Enfermagem da instituição. Todos os participantes assinaram o TCLE. Resultados. A amostra de enfermeiros administrativos respondentes é majoritariamente feminina, casada e com idade acima dos 30 anos, graduada na década de 2001 a 2010, e todos possuem pós-graduação lato sensu. Mais da metade desses enfermeiros tem entre 11 e 15 anos de experiência, estão na instituição entre 11 e 20 anos, e exercendo cargo administrativo há, no máximo, 5 anos. Os enfermeiros assistenciais respondem por 82,32% da amostra, sendo essencialmente feminina, com idade entre 20 e 40 anos e solteira. Quase metade se graduou entre 2001 e 2010, está na instituição há, no máximo, 5 anos e a maior parte cursou pelo menos uma especialização. Não foram percebidas diferenças entre o nível de conhecimento dos enfermeiros administrativos e assistenciais sobre o processo de Tomada de Decisão, assim como também não foram verificadas diferenças na forma como executam esse processo. A maior parte dos enfermeiros analisados, sejam eles assistenciais ou administrativos, demonstrou ter conhecimento acerca do processo de Tomada de Decisão como competência gerencial. Entretanto, nenhum enfermeiro segue um modelo estruturado atualizado para tomar decisões. Na prática, eles seguem seus próprios critérios, baseados em hábitos e rotinas pessoais; e ainda assim, essas decisões estão vinculadas preferencialmente a modelos mais tradicionais de administração, não levando em conta as novas tendências gerenciais que buscam criar propostas inovadoras. Conclusão: Os enfermeiros hospitalares participantes do estudo identificam a Tomada de Decisão como competência gerencial essencial para o exercício da prática profissional, mas seguem modelos próprios para fazê-lo no dia-a-dia. Isso mostra que independente do cargo, idade, tempo ou grau de formação, o modo de tomar decisões dos enfermeiros dessa instituição não se modificou ao longo do tempo.
Para acesso aos textos integrais, consulte o Repositório Unifesp