Fundo
O número crescente de pacientes com câncer tem um impacto econômico crescente para os sistemas de saúde pública (aproximadamente, dólares internacionais - Int $ 60 bilhões anualmente no Brasil). A atividade física é amplamente reconhecida como um importante fator de risco modificável para o câncer. Neste trabalho, estimamos os custos econômicos dos cânceres de cólon e pós-menopausa no Sistema Único de Saúde (SUS) atribuíveis à falta de atividade física.
Métodos
As frações atribuíveis à população foram calculadas usando dados de prevalência de 57.962 adultos que responderam a um questionário de atividade física na Pesquisa Nacional de Saúde do Brasil e os riscos relativos de câncer de cólon e mama de uma meta-análise. Os custos anuais (1 Int $ = 2,1 reais) com internação, quimioterapia e radioterapia foram obtidos nos Sistemas de Informação Hospitalar e Ambulatorial do SUS. Foram considerados dois cenários contrafactuais: nível mínimo teórico de exposição ao risco (≥8000 MET-min / semana) e diretrizes de atividade física (≥600 MET-min / semana).
Resultados
Anualmente, o SUS brasileiro despende Int $ 4,5 bilhões em custos diretos relacionados ao tratamento do câncer, dos quais Int $ 553 milhões com câncer de cólon e mama. Os custos diretos relacionados aos cânceres de cólon e mama atribuíveis à falta de atividade física foram de Int $ 23,4 milhões e Int $ 26,9 milhões, respectivamente. Alcançar pelo menos as diretrizes de atividade física economizaria Int $ 10,3 mi (cólon, Int $ 6,4 mi; mama, Int $ 6,9 mi).
Conclusões
A falta de atividade física é responsável por Int $ 50,3 milhões anuais em custos diretos relacionados ao câncer de cólon e pós-menopausa. Intervenções em toda a população com o objetivo de promover a atividade física são necessárias para reduzir o ônus econômico do câncer no Brasil.
Professor Leandro FM Rezende
Publicado em BMC PUBLIC HEALTH, v. 21, p. 1190, 2021.