A corrosão e mesmo destruição do trabalho é a máxima de nosso tempo. Tempo de contrarrevolução global, sob o comando do mais destrutivo dos capitais, o financeiro. Nele, as grandes corporações, apesar de propugnarem pela "responsbilidade social e ambiental", exercem uma pragmática que é a da devastação completa das condições de trabalho em escala planetária. Para além do culto apologético do "empreendendorismo", da "economia digital", do "trabalho online", o que de fato temos presenciado é a explosão da infromalidade exacerbada, da flexibilização degradada, da precarização ilimitada, com suas nefastas consequências humano-sociais: desemprego estrutural, subemprego, desemprego por "desalento", acidentes, adoecimentos, assédios, mortes e suicídios. Trsite sociedade: no topo, tudo passa pelo controle do capital financeiro, que oscila do capital fictício até a esfera da produção depauperada, fazendo proliferar o vilipêndio do trabalho. Ressurgem novas formas de trabalho escravo, degradam-se ainda mais os trabalhos dos imigrantes, cultuam o “trabalho voluntário”, intensifica-se a superexploração. Há um elemento vital que os capitais vêm utilizando para efetivar esse desastre: é implantar a terceirização do trabalho em todas as esferas da atividade laborativa, onde todos e todas que vivem de seu trabalho tornam-se escravos do capital. O Avesso do Trabalho IV, que trata centralmente da terceirização (organizado por Vera Navarro e Edvânia Lourenço) é mais um importante obstáculo a este vilipêndio: ou impedimos esse movimento sem limites dos capitais ou teremos uma “maravilhosa” sociedade com novos escravos que sofrem cada vez mais uma exploração compulsiva do trabalho, único resultado possível na sociedade da terceirização total. Urge obstar, de todas as formas e lutas, esse flagelo. E a crítica é também uma das formas desse combate.