Teses de Doutorado e Dissertações de Mestrado publicadas pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem em 2022.
ANO 2022 2021 2020 2019 2018 2017 2016 2015
| Teses de Doutorado |
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Avaliação da aprendizagem e motivação de graduandos de enfermagem com a construção de mapeamento conceitual
Autor: Luciene Rodrigues Barbosa | Orientação: Edvane Birelo Lopes de Domenico | Doutorado 2022
Palavras Chave: Enfermagem; Motivação; Aprendizagem; Avaliação; Estudos de Validação.
Resumo
O processo de ensino e aprendizagem no ensino universitário tem o desafio de favorecer as habilidades de pensamento crítico e estudos que favoreçam a avaliação da motivação e da aprendizagem com estratégias ativas, como o Mapeamento Conceitual, são relevantes. A presente investigação está dividida em 2 estudos. Estudo 1. Objetivos: Adaptar culturalmente o instrumento “Motivated Strategies for Learning Questionnaire” (MSLQ); Testar a validade e confiabilidade do instrumento na versão adaptada para a língua portuguesa do Brasil; Avaliar a motivação e o uso de estratégias cognitivas e metacognição por estudantes. Método: metodológico, dividido em tradução, backtranslation, equivalências semânticas e idiomática e psicometria A versão final, validada por comitê de juízes, aplicada a 407 estudantes de 2 cursos de graduação em enfermagem do Estado de São Paulo, nos meses de maio a julho de 2017. Resultados: Consistência interna satisfatória, alfa de Cronbach 0,93, maioria dos coeficientes com correlação significativa (p <0,005). Análise fatorial exploratória com cargas fatoriais variando de 0,48 a 0,78, explicando 63,5% da variância total. A idade dos estudantes e as horas dedicadas ao estudo influenciaram positivamente as orientações motivacionais e as atividades cognitivas. Conclusão: O instrumento foi adaptado para o português brasileiro e resultados psicométricos atestaram validade para mensurar a motivação e as estratégias de aprendizagem. Estudo 2. Objetivos: Comparar as motivações e estratégias cognitivas dos estudantes de enfermagem que participaram da intervenção educativa para resolução de casos clínicos utilizando o mapeamento conceitual, grupo experimental, com os estudantes que resolveram os casos clínicos da forma convencional, grupo controle; identificar o desempenho, de forma evolutiva, dos estudantes do grupo experimental por meio da avaliação quantiqualitativa dos mapeamentos conceituais, considerando conceitos, clareza semântica, frases de ligação, relações cruzadas, organização hierárquica e taxonomia topológica; correlacionar o desempenho dos estudantes na construção de mapeamentos conceituais com as subescalas do Instrumento Motivated Strategies for Learning Questionnaire. Método: ensaio clínico randomizado e estudo longitudinal analítico, quantitativos. A intervenção educativa foi realizada durante a disciplina de Enfermagem na Saúde da Mulher para graduandos de Enfermagem de uma instituição de ensino superior privado, entre 2017 e 2018. A análise de desfecho foi aferida pelos resultados do instrumento Motivated Strategies for Learning Questionnaire. Resultados: 210 participantes, de ambos os sexos, divididos em dois grupos: controle (n=168) e 2) experimento (n=168). Ambos os grupos resolveram os casos clínicos, convencionalmente e por meio de Mapeamento Conceitual. Os itens da Escala Motivacional, especificamente, Componentes Afetivos e Expectativas e, das Escalas Cognitivas, notadamente, as Estratégias Cognitivas e Metacognitivas, demonstraram significância estatística na comparação dos grupos, experimental e controle. Na análise de 152 mapeamentos conceituais do grupo experimento, verificou-se aumento progressivo no desempenho do estudante, com p=<0,001. Quanto à estrutura, apresentavam-se vários níveis de hierarquização, com alto quantitativo de conceitos, moderadas proposições válidas e poucas relações cruzadas. Quanto à taxonomia topológica, a maioria dos mapas obtiveram classificações nível 3 (40/158), nível 4 (57/158) e nível 5 (35/158). Conclusão: atestou-se a relevância da utilização das estratégias de mapeamento conceitual para a resolução de casos clínicos, com impactos positivos na motivação e no desempenho.
Construção e validação de protocolo clínico para assistência ao paciente no pós-operatório de transplante cardíaco em unidade de terapia intensiva
Autor: Ana Lucia Gargione Galvão de Sant Anna | Orientação: Regimar Carla Machado Ranzani | Doutorado 2022
Palavras Chave: Cuidados pós-operatórios; Estudos de validação; Protocolos clínicos; Transplante de coração; Unidades de terapia intensiva
Resumo
Objetivos: Construir e validar um protocolo para assistência ao paciente no pósoperatório de transplante cardíaco na unidade de terapia intensiva. Métodos: Estudo metodológico baseado no referencial de Spínola, referente à validação de conteúdo de um protocolo clínico que seguiu três etapas. Na etapa 1 (proposta do protocolo) construiu-se o instrumento de coleta de dados delineado em evidências da literatura científica e na experiência profissional dos pesquisadores, contendo 03 categorias, 09 tópicos, 31 itens e 106 subitens assistenciais. Na etapa 2 (validação de conteúdo) realizou-se a apreciação das variáveis da proposta do protocolo (primeira rodada de Delphi) por meio de ajuizamento com comitê de especialistas na temática. Posteriormente, realizou-se uma revisão integrativa da literatura referente as complicações no pós-operatório de transplante cardíaco composta por seis etapas e estratégia PICOT. A busca foi realizada em oito bases de dados (LILACS, MEDLINE®/PubMed®, Embase®, CINAHL, Cochrane Library®, Scopus®, Web of Science e Ovid) e para seleção dos artigos utilizou-se o programa Rayyan QCRI. Em seguida procedeu-se ao ajuizamento das variáveis do protocolo (segunda rodada de Delphi) com a avaliação por experts brasileiros e estrangeiros. Na etapa 3 realizouse a construção das variáveis do protocolo clínico (constructo final). Este estudo foi aprovado pelo CEP UNIFESP CAAE: 18298919.6.0000.5505. Resultados: Na primeira rodada de Delphi realizou-se, por videoconferência, a análise das variáveis propostas no instrumento de coleta de dados pelo comitê de especialistas na temática, composto por 02 médicos e 02 enfermeiras, assim compôs-se de 03 categorias, 09 tópicos, 31 itens e 119 subitens. Na revisão integrativa da literatura foram incluídos 05 artigos referentes ao período pós-operatório imediato. Na segunda rodada de Delphi participaram 04 (44,4%) experts do Brasil, 04 (44,4%) da Espanha e 01 (11,1%) do Equador com prática clínica em pós-operatório de transplante cardíaco entre 2 e 30 anos. Os resultados computaram 105 (88,2%) subitens com índice de validade de conteúdo total (IVC-T) de 01 (100,0%) e demostrou que a maioria obteve o IVC > 0,80 (80,0%) estipulado para este estudo. Conclusão: O protocolo (constructo final) foi estruturado com 03 categorias, 09 tópicos, 31 itens e 119 subitens, visando ser um instrumento para garantir a segurança do paciente e a qualidade da assistência prestada articulada aos avanços tecnológicos.
Evidências epistemológicas da estrutura do conhecimento sobre administração em enfermagem
Autor: Abel Silva de Meneses | Orientação: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha | Doutorado 2022
Palavras Chave: Pesquisa em Administração de Enfermagem; Enfermagem Baseada em Evidências; Epistemologia; Formação de Conceito; Estudos de Validação
Resumo
Objetivo: Definir e validar o conteúdo das 37 unidades de conhecimento que integram a taxonomia “Estrutura do Conhecimento sobre Administração em Enfermagem”. Métodos: Trata-se de pesquisa teórico-metodológica utilizando a técnica Delphi para validar 37 unidades de conhecimento construídas segundo o saber sobre Administração em Enfermagem comunicado durante meio século de produção científica da pós-graduação brasileira. Empregou-se os referenciais teóricos de Ludwik Fleck sobre estilo e coletivo de pensamento e de Ingetraut Dahlberg sobre teoria do conceito, além dos pressupostos de definição terminológica da ISO 704:2009. O texto dos enunciados foi lapidado por cotejamento com a literatura científica pertinente e submetido ao processo de triangulação por três cientistas da Administração em Enfermagem. Em seguida foram submetidos à apreciação de um painel de 21 juízes que julgaram o conteúdo segundo escala psicomética cuja validação pode ser mensurada pelo índice de validade de conteúdo > 0,78 e parâmetros de coeficiente Kappa > 0,61. Resultados: Todas as 37 Unidades de Conhecimento foram validadas com índice de validade de conteúdo acima de 0,80. Vinte e seis (70,3%) Unidades de Conhecimento alcançaram validação maior que 0,95, sendo elas, ‘Prática de Administração de Recursos Políticos’, ‘Políticas de Saúde’, ‘Estrutura Organizacional e suas Relações’, ‘Liderança’, ‘Dimensionamento’, ‘Tomada de Decisão’, ‘Educação Permanente’, ‘Sustentabilidade (Gerenciamento de Resíduos)’, ‘Prática de Administração de Recursos Físicos’, ‘Prática de Administração de Recursos Tecnológicos e de Informação’, ‘Prontuário do Cliente’, ‘Teorias da Administração’, ‘Comunicação e suas Tecnologias’, ‘Métodos de Intervenção’, ‘Bases Ideológicas e Teóricas’, ‘Arquitetura e Logística’, ‘Avaliação de Desempenho e Retenção de Talentos’, ‘Mudança, Conflito e Negociação’, ‘Prática de Administração de Recursos Financeiros’, ‘Manuais, Formulários e Sistemas de Informação e suas Tecnologias’, ‘Filosofia do Serviço de Enfermagem’, ‘Prática de Administração de Recursos Materiais’, ‘Previsão e Aquisição’, ‘Prática de Administração de Recursos Humanos’, ‘Distribuição e Controle’ e, ‘Produtividade’. Outras seis (16,2%) Unidades de Conhecimento atingiram índice de validade de conteúdo de 0,90, ‘Recrutamento e Seleção’, ‘Planejamento’, ‘Segurança do Cliente e Profissionais’, ‘Orçamento e Faturamento’, ‘Poder e Cultura Organizacional’ e, ‘Supervisão’. ‘Custos’ (2,7%) atingiu índice de validade de conteúdo de 0,86, ‘Prática de Administração de Recursos’ e ‘Mercado de Trabalho e Áreas de Atuação’ (2,7%) tiveram índice de validade de conteúdo de 0,85 e, ‘Motivação’ e ‘Auditoria’, (2,7%) chegaram ao índice de validade de conteúdo 0,81. Todas as 37 unidades de conhecimento alcançaram valor Kappa superior a 0,79. Conclusão: As 37 unidades de conhecimento foram validadas pelos juízes com índices de validade de conteúdo elevados e valor Kappa com alta confiabilidade. O produto espistemológico pode servir de referência para construção de novas evidências sobre Administração em Enfermagem e principiar a formulação de teorias que representem os fenômenos desse campo do saber de enfermagem.
| Dissertações de Mestrado |
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Impacto da infecção por Zika vírus na natalidade na cidade de São Paulo
Autor: Ana Claudia de Souza Campos | Orientação: Adriana Amorim Francisco | Mestrado 2022
Palavras Chave: Zika Vírus; Gestação; Natalidade; Síndrome Congênita do Zika Vírus; Saúde Materna.
Resumo
Objetivo: Avaliar o impacto da infecção por Zika vírus, por meio da identificação do número de casos na cidade de São Paulo (SP), identificando as principais repercussões na taxa de natalidade durante a vigência do surto. Metodologia: Estudo de série temporal, descritivo, transversal e retrospectivo, de abordagem quantitativa, conduzido por meio de análise secundária de dados da base do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, referente ao período de janeiro de 2012 a dezembro de 2018. Os dados indicativos à infecção pelo Zika vírus foram extraídos de boletins epidemiológicos da Secretaria Municipal de Saúde. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. Resultados: A taxa de infecção por Zika vírus esteve ausente até 2015 e aumentou para 0,0859 caso para cada 100 mil habitantes em 2016, caindo para 0,0256 caso no ano seguinte. A taxa de natalidade apresentou tendência de queda (p<0,001) no período de 2012 a 2018. Verificou-se aumento nas taxas de microcefalia (p<0,001) durante o período em análise. Constatou-se que 68,7% das mulheres que deram à luz a bebês com microcefalia na cidade de São Paulo entre 2012 e 2018 tinham entre 20 a 34 anos, 44,0% eram solteiras, 61,2% tinham entre 8 e 11 anos de estudo, e 41,6% eram primíparas. Notou-se ainda que 87,9% iniciaram o pré-natal no quinto mês de gestação, e 77,6% realizaram pelo menos sete consultas. Para 79,3%, o parto ocorreu com pelo menos 38 semanas de gestação, e 97,3% tiveram gestação única. Com relação à localidade de residência, 56,3% pertenciam a distritos de vulnerabilidade muito baixa. Houve associação entre a ocorrência de microcefalia da criança e as características maternas: faixa etária (p=0,003), estado civil (p=0,044), escolaridade (p=0,001), número de filhos (p=0,001), idade gestacional no início do pré-natal (p<0,001), número de consultas no pré-natal (p<0,001), idade gestacional (p<0,001) e ano de nascimento (p<0,001). Conclusão: Verificou-se queda acentuada da taxa de natalidade concomitante ao aumento dos casos de microcefalia e da taxa de infecção por Zika vírus, sobretudo no período crítico da epidemia. Mães de bebês diagnosticados com microcefalia eram, majoritariamente, jovens, solteiras, brancas, com o ensino médio completo e habitavam regiões de vulnerabilidade muito baixa. Embora não seja possível relacionar diretamente a queda na natalidade no período à epidemia de Zika vírus, o presente trabalho discute quem foram as mulheres afetadas pelo nascimento de filhos com microcefalia. Apesar de ser uma das cidades mais ricas do país, o crescimento populacional desordenado e a falta de políticas públicas de acesso à moradia, ao saneamento, à saúde e à educação ainda trazem consequências severas aos menos favorecidos.
Liderança coaching e resiliência dos enfermeiros no ambiente hospitalar
Autor: Heloisa de Góes Gigueira Menezes | Orientação: Alexandre Pazetto Balsanelli | Mestrado 2022
Palavras Chave: Liderança; Resiliência Psicológica; Enfermagem; Serviço Hospitalar de Enfermagem; Pesquisa em Administração de Enfermagem
Resumo
Objetivos: verificar a auto e heteropercepção da liderança coaching e o escore de resiliência dos enfermeiros e analisar a relação entre liderança coaching e resiliência entre esses profissionais. Método: estudo transversal e correlacional, realizado em uma instituição hospitalar caracterizada como entidade autárquica autônoma, sem fins lucrativos, com personalidade jurídica e patrimônio próprio que atende servidores públicos do estado de São Paulo, seus dependentes e agregados, localizada no município de São Paulo, SP, Brasil, durante o período de janeiro a abril de 2021. Participaram do estudo 115 enfermeiros e 115 auxiliares ou técnicos de enfermagem, que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: trabalhar na instituição há, pelo menos, seis meses e estar subordinado diretamente à Gerência de Enfermagem. Para a coleta de dados, foram utilizados os instrumentos validados no Brasil: Questionário de Autopercepção do Enfermeiro no Exercício da Liderança (QUAPEEL); Questionário de Percepção do Técnico e Auxiliar de Enfermagem sobre o Exercício da Liderança (QUEPTAEEL) do seu enfermeiro; e Escala de Connor-Davidson para o Brasil-25 (CD-RISC-25BRASIL). Os dados foram analisados com estatística descritiva e as seguintes análises inferenciais: Teste t de Student para amostras pareadas; Teste de correlação de Pearson; Teste de Shapiro-Wilk; e Teste de Kruskal-Wallis, com p≤0,05. Resultados: verificou-se que houve diferença estatisticamente significante entre as condições de autoavaliação dos enfermeiros e heteroavaliação dos técnicos e auxiliares de enfermagem no exercício da liderança coaching para a pontuação total (p=0,001) e nos seus domínios Dar e receber feedback (p<0,001), Dar poder e exercer influência (p<0,001) e Apoiar a equipe para o alcance dos resultados (p=0,013). Houve correlação estatisticamente significante entre todos os domínios do QUAPEEL e o escore da Escala de Resiliência de Connor-Davidson para o Brasil-25. Conclusão: o estudo demonstrou que há diferença entre autopercepção e heteropercepção com relação ao exercício da liderança coaching dos enfermeiros. A resiliência demonstrou-se presente nos líderes, sendo que o aumento de uma variável (escore QUAPEEL) foi associada ao aumento de outra variável (escore do CD-RISC-25BRASIL). Portanto, investir na liderança coaching pode proporcionar aumento da resiliência entre os enfermeiros.
Mapeamento das competências profissionais dos enfermeiros que atuam em unidades de urgência e emergência
Autor: Kemilys Marine Ferreira | Orientação: Alexandre Pazetto Balsanelli | Mestrado 2022
Palavras Chave: Competência Profissional; Enfermagem em Emergência; Liderança; Pesquisa em Administração de Enfermagem.
Resumo
Objetivo: Descrever as competências profissionais dos enfermeiros que atuam em Urgência e Emergência e compreender a percepção destes profissionais a respeito das competências necessárias para sua práxis profissional. Método: Pesquisa de métodos mistos do tipo sequencial explanatória QUAN → qual, realizada com enfermeiros do serviço de urgência e emergência com atendimento em níveis de atenção secundária e terciária em saúde, localizados em duas cidades no Sul de Minas Gerais, Brasil. A coleta de dados ocorreu de julho de 2020 a agosto de 2021 através de uma pesquisa transversal com 39 enfermeiros seguida por entrevistas semiestruturadas gravadas com 17 enfermeiros da atenção secundária em saúde. As análises ocorreram por estatística descritiva e inferencial seguida por análise de conteúdo de Bardin. Resultados: Constatou-se que os enfermeiros se autoavaliaram muito competentes nos sete fatores da escala utilizada, exceto no fator 6 - Excelência Profissional pelo grupo dos enfermeiros de atenção secundária, que após análise estatística constatou resultado estatisticamente significante (p=0,036) a partir do qual construiu-se segunda etapa qualitativa qual gerou duas categorias: 1 - Reconhecimento profissional do Enfermeiro pelo mercado de trabalho e 2 – Cenário deficiente de Educação Permanente nos serviços de Urgência e Emergência. A análise integrada dos dados evidenciou cenário carente de educação permanente em serviço e a busca por conhecimento em emergência era realizada pelos participantes individualmente conforme a demanda do serviço, através de plataformas digitais e cursos online. Como forma de aproveitamento das atividades os participantes ainda sugeriram investimento em recursos humanos e financeiros para viabilizar a realização de treinamentos práticos e o desenvolvimento do Núcleo de Educação em Urgências. Considerações Finais: Os enfermeiros apresentaram alto nível de competência profissional de acordo com escore da escala utilizada e perceberam que a busca por conhecimento, experiência e relacionamento interpessoal resultavam em reconhecimento profissional. O presente estudo traz contribuições para a área de conhecimentos em gestão e administração dos serviços de urgência e emergência hospitalares, bem como, para a educação em saúde, pois para o progresso das competências profissionais do enfermeiro é necessário a consolidação de uma cultura de educação permanente no serviço de urgência e emergência.
Sendo fortalecida na esperança de cura: o sentido atribuído pela família à recepção do manual “Meu filho tem leucemia aguda. E agora? ”
Autor: Larissa Guanaes Dos Santos | Orientação: Myriam Aparecida Mandetta | Mestrado 2022
Palavras Chave: Tecnologia da informação; Neoplasias; Família; Enfermagem Pediátrica; Criança.
Resumo
Objetivo: Compreender o sentido atribuído à recepção de um manual informativo pelas famílias de crianças/adolescentes com leucemia linfoblástica aguda. Método: Estudo de abordagem qualitativa, embasado no referencial teórico dos Estudos de Recepção, inseridos na Teoria da Comunicação, e no referencial metodológico da Análise Qualitativa de Conteúdo. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada, em formato on-line, com famílias que utilizaram o manual ‘Meu filho tem leucemia aguda. E agora?’, no período de trinta dias. A análise dos dados seguiu os passos da análise qualitativa de conteúdo, segundo Morse e Field, com apoio do software WebQDA®, para a organização dos dados. Resultados: Participaram do estudo nove famílias de crianças e adolescente em tratamento de leucemia linfoblástica aguda. Ao receber o material informativo, a família percebe que a linguagem acolhedora e sensível às suas necessidades a ajuda na compreensão da complexidade da doença e do tratamento e reforça seu protagonismo no cuidado da criança, ajudando-a no enfrentamento da situação. Sendo fortalecida na Esperança de Cura é o sentido atribuído pela família à recepção do manual, envolto em um processo contínuo de interação entre a família, o manual e os profissionais de saúde. O manual é um potencial mediador na produção do sentido atribuído às informações pela família que, se torna capaz de aprimorar sua literacia em saúde e participar ativamente dos cuidados com o filho. Considerações finais: O uso de materiais informativos fundamentados nas necessidades da família pode facilitar a comunicação com a equipe, promover a literacia em saúde da família de crianças com câncer e fortalecer sua esperança na cura.
Impacto do uso do vídeo durante a simulação do banho no leito na satisfação e autoconfiança de estudantes do curso de graduação em enfermagem
Autor: Lissette Lucrécia Monge Abarca | Orientação: Juliana de Lima Lopes | Mestrado 2022
Palavras Chave: Treinamento por simulação; Banhos; Confiança; Satisfação pessoal; Educação em Enfermagem.
Resumo
Objetivo: Identificar o impacto do vídeo durante a simulação do banho no leito na satisfação e autoconfiança de estudantes do Curso de Graduação em Enfermagem. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico paralelo randômico e cego. A população foi composta pelos estudantes do segundo ano do Curso de Graduação em Enfermagem. Os participantes foram alocados em dois grupos, controle e intervenção. A aleatorização foi realizada pelo sistema informatizado Random® por um pesquisador que não participou da avaliação e nem das intervenções. O grupo controle foi composto por estudantes que simularam o banho no leito com suporte de um tutor e o grupo intervenção simulou o banho no leito enquanto assistia um vídeo validado e com suporte do tutor. Os desfechos foram a satisfação e a autoconfiança na aprendizagem, avaliados após as intervenções por meio da Escala de Satisfação dos Estudantes e Autoconfiança com a Aprendizagem. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 4.071.494) e registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos – ReBEC (RBR-2tyxttk). Foram utilizados os testes t de Student ou Mann-Whitney, o teste exato de Fisher e a análise de regressão logística múltipla. Adotou-se o nível de significância de 5%. Todas as análises foram realizadas utilizando o software livre R. Resultados: Foram avaliados 58 estudantes (30 do grupo controle e 28 do grupo intervenção). A maioria era do sexo feminino (n=50; 86,21%), sem experiência prévia de execução do banho no leito (n=47; 81,03%) e com idade média de 21,62+2,57. Observou-se que não houve diferença significativa entre os grupos quanto a satisfação (p=0,832) e autoconfiança (p>0,999). Ao analisar cada questão da escala, constatou-se que o grupo intervenção teve um escore mais elevado em relação à questão 1: “Os métodos de ensino utilizados nesta simulação foram úteis e eficazes” (p=0,0172) e o grupo controle teve um escore mais elevado na questão 7: “Estou confiante que esta simulação incluiu o conteúdo necessário para o domínio do currículo médico cirúrgico” (p=0,0239). Conclusão: Não houve diferença no nível de satisfação e autoconfiança de aprendizagem dos estudantes do curso de graduação em Enfermagem ao simular o banho no leito com um tutor ou com o vídeo. Ambas as estratégias podem ser utilizadas pelas instituições de ensino na prática simulada do banho no leito.
Michigan Appropriateness Guide for Intravenous Catheters in Pediatrics – MINIMAGIC Brasil: tradução para a língua portuguesa
Autor: Marcelle di Angelis Ambar Felipe | Orientação: Mavilde da Luz Goncalves Pedreira | Mestrado 2022
Palavras Chave: Infusões Intravenosas; Enfermagem Pediátrica; Dispositivos de Acesso Vascular; Pediatria; Segurança do Paciente.
Resumo
TÍTULO: Michigan Appropriateness Guide for Intravenous Catheters in Pediatrics – miniMAGIC Brasil: tradução para a língua portuguesa. INTRODUÇÃO: Para alcançar o sucesso na terapia intravenosa é necessário escolher o melhor dispositivo de acesso vascular. Para apoiar enfermeiros e médicos na determinação do tipo de dispositivo foi proposto o Michigan Appropriateness Guide for Intravenous Catheters in Pediatrics (miniMAGIC). OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi realizar a tradução do miniMAGIC para a língua portuguesa do Brasil. MÉTODO: Estudo metodológico realizado em cinco etapas: traduções iniciais; síntese das traduções; retrotraduções; avaliação das retrotraduções pela autora do instrumento; e avaliação por comitê de especialistas. O comitê foi composto de cinco enfermeiros e médicos que atendessem aos critérios de inclusão: possuir pós-graduação stricto sensu e experiência em acesso vascular e pediatria. Para análise de adequação semântica, idiomática, experiencial e conceitual de cada item do instrumento, foi empregada escala tipo Likert graduada em 1, como “não equivalente”; 2 “pouco equivalente”; 3, “não sei avaliar”;4, “bastante equivalente”; 5, “totalmente equivalente”. Os termos majoritariamente analisados como negativos quanto à equivalência e com pontuação inferior a 20 foram revisados e submetidos a nova análise segundo a Técnica Delphi, até que o consenso fosse alcançado. Os resultados obtidos foram armazenados em planilhas eletrônicas e tratados com análise do índice de concordância mínimo de 0,80. RESULTADOS: O conteúdo de todos os guias, que receberam nomeação de miniMAGIC Brasil, alcançou índice de concordância mínimo, segundo julgamento por comitê de especialistas, após duas etapas de avaliação. Os termos “Compatível com infusão periférica”, “Incompatível com infusão periférica”, “Dispositivo adequado”, “Dispositivo adequado: Superior”, “Adequação do dispositivo: inferior”, “Lactentes Hospitalizados” e “Fisiologia univentricular” não foram validados na primeira etapa, atingindo consenso na segunda com modificação dos termos para “Compatível em acesso periférico”, “Incompatível em acesso periférico”, “Adequação do dispositivo”, “Adequação do dispositivo: Superior, superior do corpo”, “Adequação do dispositivo: Inferior, inferior do corpo”, “Lactentes hospitalizados (≤ 1 ano)”, “Fisiologia funcionalmente univentricular”. Todos os guias obtiveram índice de concordância ao final de 0,91. CONCLUSÃO: O guia miniMAGIC Brasil obteve índice de concordância dos termos segundo análise da adequação da tradução após duas etapas, estando finalizado para ser submetido a novas etapas de validação e testagem de uso na prática clínica.
Análise do manejo de mastite lactacional de mulheres atendidas em hospitais de São Paulo, Brasil
Autor: Marcia Juliana Mello da Silva | Orientação: Kelly Pereira Coca | Mestrado 2022
Palavras Chave: Mastite lactacional; Aleitamento materno; Diagnóstico; Cuidado de enfermagem
Resumo
Introdução: A mastite é um problema comum em mulheres durante a fase de lactação, estimada em até 20% das mulheres que amamentam. Escolher o tratamento certo e fornecer informações e orientações terapêuticas para a mulher com mastite lactacional é de grande importância para assegurar o manejo adequado e prevenir o desmame precoce. Objetivo: Investigar a assistência prestada a mulheres com mastite lactacional em três hospitais de São Paulo. Método: Estudo transversal, multicêntrico, com coleta de dados retrospectiva, desenvolvido em três hospitais públicos ligados a Bancos de Leite Humano de São Paulo. Fizeram parte da amostra prontuários de mulheres atendidas entre janeiro de 2017 e dezembro do 2018. A coleta foi realizada no período de junho de 2020 a dezembro de 2021, por meio da plataforma RedCap. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva e do teste Qui-Quadrado, associação foi significativa quando o valor de p foi menor que 0,05 (p<0,05). Resultados: Foram identificados 148 casos de mastite, a média da idade das mulheres foi de 27,25 anos (DP: ± 6,33), a maioria (59,7%, 77/129) tinha ≤ 8 semanas pós-parto, 50% (37/74) eram primíparas, 57,5% (75/113) tiveram parto vaginal e 82,6% (38/46) estava em aleitamento materno exclusivo. Quanto à mastite identificada, a maioria (88,6%, 124/140) era unilateral, a maioria das mulheres (68,3%, 69/101) apresentou persistência dos sinais e sintomas por ≥ 48 horas, 93,8% (136/145) relataram dor local, 77,2% (112/145) apresentaram mama inflamada/eritema, 72,9% (105/144) nódulo palpável, 33,3% (41/123) lesão mamilar e 11,7% (17/145) presença de exsudato. Foi identificado que 23,6% (35/148) das mulheres tiveram solicitação de ultrassom da mama, sendo 54,3% (19/35) com diagnóstico de abscesso mamário e 2,7% (4/148) com registro de cultura do leite materno. Sobre o manejo não medicamentoso realizado, apenas 49,3% (73/148) receberam esse tipo de tratamento, destas 46,6% (69/148) foram orientadas quanto aos cuidados com as mamas e 10,8% (16/148) das mulheres receberam orientação para manter a amamentação. Quanto ao tratamento medicamentoso, 71,6% (106/148) receberam antibioticoterapia e, destes, 64,2% (68/106) com antibiótico da classe das cefalosporinas e 39,2% (58/148) com prescrição de analgésicos. Conclusão: A assistência prestada às mulheres com mastite lactacional nos hospitais estudados mostrou-se deficiente, com baixa valorização da dor e prescrição de analgésicos, assim como das orientações para o manejo não farmacológico da mastite lactacional.
Infodemia relacionada à Covid-19 e seus impactos para os trabalhadores da saúde no Brasil
Autor: Neyson Pinheiro Freire | Orientação: Isabel Cristina Kowal Olm Cunha | Mestrado 2022
Palavras Chave: Infodemia; Pandemias; Notícias falsas; Covid-19; Pessoal de saúde; Condições de trabalho
Resumo
Introdução: A pandemia do SARS-CoV-2 deflagrou uma infodemia, caracterizada pelo volume exponencial de informações, verdadeiras e falsas, sobre a Covid-19. Essa epidemia de informações, que permitiu expressiva circulação de notícias falsas, causou desinformação e tornou difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis sobre vacinas, medicamentos, tratamentos e medidas sanitárias, justamente no momento em que a sociedade mais precisava colaborar, para se proteger e debelar a crise de saúde pública decorrente do novo coronavírus. No Brasil, esse processo, associado à falta de clareza e objetividade das autoridades, pode ter contribuído para o elevado número de infecções e mortes registradas na população. Objetivos: Analisar o impacto, os limites e os avanços da infodemia relacionada à Covid-19 na perspectiva dos trabalhadores da saúde no Brasil; contabilizar o quanto a infodemia na pandemia da Covid-19 representou um obstáculo na atuação dos profissionais da saúde no Brasil; verificar se o posicionamento das autoridades sobre a Covid-19 repercutiu no trabalho dos profissionais da saúde. Métodos: Estudo exploratório, transversal, de abordagem quantitativa, com abrangência nacional, de amostragem não probabilística, com a participação de 15.132 profissionais que atuavam na linha de frente do enfrentamento à Covid-19 em instituições públicas e privadas de saúde de 2.200 municípios de todo o país. Entre outras perguntas, para fins de estudo infodêmico, o questionário continha três assertivas: As fake news em saúde são um obstáculo no combate ao novo coronavírus; Atendi paciente que expressou crença em fake news sobre a Covid-19; e Os posicionamentos das autoridades sanitárias sobre a Covid-19 têm sido consistentes e esclarecedores. Os entrevistados tiveram as seguintes opções de resposta: concordo, discordo e tanto faz, além da opção de não responder à questão colocada. Os dados foram transcritos para uma planilha e tabulados utilizando-se a estatística descritiva das variáveis, onde foram analisados média, mediana e desvio padrão. Os resultados foram apresentados sob a forma de quadros e tabelas. Resultados: Para 91% dos profissionais de saúde brasileiros, as fake news em saúde foram um obstáculo no combate ao novo coronavírus; 76,1% dos entrevistados declararam ter atendido pacientes que expressaram fé em fake news sobre a Covid-19; e apenas 29,3% concordam que os posicionamentos das autoridades sanitárias sobre a Covid-19 são consistentes e esclarecedores, ao passo que 62,6% discordam dessa última afirmação. Conclusões: Na percepção dos profissionais de saúde brasileiros, a infodemia sobre a Covid-19 confundiu as pessoas, prejudicou a adesão a medidas sanitárias e estimulou comportamentos negativos da população em relação à pandemia. A falta de clareza e as contradições dos posicionamentos das autoridades influíram no processo infodêmico sobre o novo coronavírus. A verdade foi relativizada, e a disputa de narrativas contaminou o debate público a respeito do tema. Esse ambiente de comunicação prejudicou as respostas da saúde pública e impactou negativamente no trabalho da maioria absoluta dos profissionais de saúde abrangidos por esta pesquisa.
Avaliação das alterações bioquímicas e do prognóstico dos pacientes com Covid-19
Autor: Paloma Lemos Zanao | Orientação: Dulce Aparecida Barbosa | Mestrado 2022
Palavras Chave: COVID-19; Prognóstico; Valores de referência; Preditivo; Enfermagem
Resumo
INTRODUÇÃO: inúmeras previsões têm sido feitas em relação à evolução da pandemia de COVID-19, que teve início em Wuhan, China, espalhando-se pelo mundo. Muitos pesquisadores se voltaram para a busca de respostas da história natural da doença. OBJETIVOS: avaliar as características clinicas e bioquímicas dos pacientes com COVID-19, a evolução da doença e o prognóstico, e identificar quais as alterações clínicas e bioquímicas mais frequentes que foram preditivas de gravidade nos pacientes que evoluíram na doença do estágio moderado para grave. MÉTODO: estudo de coorte prospectivo, realizado no Hospital São Paulo (HSP), no período de abril de 2020 a dezembro de 2021. Pacientes que foram internados com diagnóstico confirmado de COVID-19 com apresentação moderada e grave da doença foram incluídos no estudo. Foram coletados dos prontuários dados clínicos, morbidade associada, sinais de agravamento da COVID-19, exames laboratoriais tratamento e evolução. Na análise descritiva, os dados foram apresentados utilizando-se frequências absolutas e percentuais, médias, desvios padrão, valores mínimos e máximos, comparando-se os grupos com apresentação moderada e grave da doença. Os Testes do Qui-Quadrado de Pearson, Exato de Fisher, Mann-Whitney ou t de Student foram utilizados, conforme apropriado, para comparar as diferenças entre os grupos dos moderados e graves. O nível de significância adotado foi de 0,05. Para identificar a evolução dos pacientes quanto à gravidade da infecção, foi realizada a abordagem univariada. As variáveis com p<0,05 na análise univariada foram incluídas em um modelo de regressão logística múltipla. RESULTADOS: a média de idade, presença de hipertensão arterial (p<0,001), nefropatia (p<0,001), hepatopatia (p=0,009) e doenças hematológicas (p=0,05) dos pacientes graves foram significantemente maiores em relação aos moderados (p=0,001). A presença de tosse, febre, astenia, sintomas gastrointestinais e cefaleia não foi diferente entre os grupos. O tempo de permanência hospitalar do grupo dos graves foi o dobro de dias em relação ao grupo dos moderados, e a necessidade de diálise foi estatisticamente maior (p<0,001) no grupo dos pacientes graves. Não houve diferença no uso de corticoides, anticoagulantes e antibióticos entre os grupos. Os valores da hemoglobina e plaquetas foram estatisticamente menores no grupo dos pacientes graves, e os de creatinina, proteína C-reativa e D-Dímero, maiores (p<0,001). O número de óbitos foi estatisticamente e significantemente maior nos pacientes que foram internados em estado grave. Verificamos neste grupo que a hemoglobina e plaquetas estavam abaixo dos valores de referência na internação. A creatinina, a proteína C-reativa e o D-Dímero também foram estatisticamente e significantemente maiores nestes pacientes. A presença de nefropatias, hipertensão arterial, diabetes mellitus, imunossupressão, dislipidemia e realização de dialise foram significantemente maiores no grupo dos graves que foram a óbito. CONCLUSÃO: os resultados deste estudo mostram a importância de considerar algumas variáveis bioquímicas e clínicas no momento da internação como preditivas de gravidade. Os achados reportados nesta investigação corroboram com dados da literatura e podem elucidar intervenções precoces para melhor manejo desses pacientes logo na internação.
Construção de um protocolo assistencial para o primeiro atendimento do enfermeiro ao paciente com dor torácica
Autor: Paulo Willians Lopes | Orientação: Regimar Carla Machado Ranzani | Mestrado 2022
Palavras Chave: Dor torácica; Infarto Agudo do Miocárdio; Protocolo assistencial; Assistência de enfermagem; Eletrocardiograma; Tempo ECG
Resumo
Objetivo: Construir um protocolo assistencial para o primeiro atendimento do enfermeiro ao paciente com dor torácica. Método: Estudo metodológico de desenvolvimento de tecnologia em saúde, realizada em duas etapas, sendo a primeira voltada à revisão de escopo e a segunda para a construção de um protocolo assistencial por meio da revisão e da experiência empírica dos autores. Na primeira etapa, com a finalidade de embasar os tópicos relevantes do protocolo, foi realizada a revisão de escopo com a pergunta estruturada por meio da estratégia PICo. Os descritores utilizados foram de acordo com as Ciências da Saúde (DeCS) e o Medical Subject Headings (MeSH), como Dor torácica (Chest Pain); Síndrome Coronariana Aguda (Acute Coronary Syndrome); Guias de Prática Clínica como Assunto (Practice Guidelines as Topic); Padrões de Prática em Enfermagem (Practice Patterns, Nurses'); Eficácia (Treatment Outcome). As bases de dados consultadas foram a Biblioteca Virtual em Saúde BVS (BIREME); Web of Science; e National Library of Medicine (PubMed). Para a seleção dos estudos pertinentes à pergunta norteadora utilizaramse os critérios de inclusão e exclusão. Na segunda etapa de desenvolvimento do estudo, construiuse tópicos e itens destinados ao primeiro atendimento do enfermeiro ao paciente com dor torácica. Resultados: Dezessete estudos compuseram o corpus de análise para a síntese qualitativa, os quais versam sobre estudos primários, experimentais e observacionais, publicados em periódicos nacionais e internacionais. Após a revisão de escopo, estabeleceramse 04 tópicos: Tópico 1: Preparo da unidade para resposta rápida ao paciente com dor torácica; tópico 2: Resposta rápida à dor torácica; tópico 3: Acompanhamento intrahospitalar; tópico 4: Prevenção secundária pós Síndrome Coronariana Aguda. Conclusão: O protocolo elaborado a partir da revisão de escopo, o qual incluiu dezessete artigos, destinase para o primeiro atendimento do enfermeiro ao paciente com dor torácica, que contempla quatro tópicos e vinte e dois itens assistenciais. Este instrumento tem o potencial de guiar e auxiliar o enfermeiro na tomada de decisão frente ao paciente com dor torácica até a chegada do médico para continuidade do atendimento.
Biovigilância: estudo de sistemas de notificação e caracterização dos eventos adversos notificados no Estado de São Paulo – Brasil
Autor: Sibele Maria Schuantes Paim | Orientação: Janine Schirmer | Mestrado 2022
Palavras Chave: Biovigilância; Sistema de notificação de incidentes. Eventos adversos. Transplante; Obtenção de Tecidos e Órgãos; Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas; Segurança do Paciente; Enfermagem.
Resumo
Objetivo: Identificar os sistemas de notificação de eventos adversos em doação e transplante de células, órgãos e tecidos existentes e caracterizar os eventos adversos em biovigilância notificados no estado de São Paulo. Métodos: Para atingir o objetivo, a pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. A primeira é uma revisão de escopo realizada a partir do método do Joanna Briggs Institute. A pergunta de pesquisa foi elaborada conforme estratégia população, conceito e contexto. E as estratégias de busca foram estabelecidas em três fases com a supervisão de uma bibliotecária. A pesquisa foi realizada nas bases de dados Pubmed, CINAHL, Embase e LILACS e Google Acadêmico e sites de governos e associações de doação e transplantes para buscas de literatura cinzenta. Coleta de dados foi realizada por duas pesquisadoras de maneira independente. O protocolo da revisão foi registrado. A segunda etapa da pesquisa foi estudo descritivo com abordagem quantitativa. Os dados coletados foram os eventos adversos notificados na plataforma virtual FormSUS entre 2016 e 2019 fornecidos pela Central Estadual de Transplantes. Os dados foram categorizados conforme nomenclatura preconizada pela Organização Mundial da Saúde quanto a: natureza e tipo do evento, gravidade e imputabilidade. A análise dos dados ocorreu por meio de estatística descritiva apresentando frequências absolutas e relativas. Resultados: Foram redigidos dois manuscritos científicos. No primeiro, foram selecionados 24 materiais, sendo 15 artigos científicos e nove de literatura cinzenta. Foi possível comparar os sistemas de notificação de eventos adversos de 10 países, bem como os termos utilizados no contexto do estudo pelos países e pela literatura científica. Para o segundo manuscrito foram caracterizadas 52 notificações de eventos adversos, dessas, 90,4% relacionadas ao receptor, 78,8% a partir de procedimentos alogênicos, 48,2% relacionados a órgãos e 44,2% a células-tronco hematopoéticas. A maioria das notificações foram relacionadas a infecção (55,7%), seguido de outras causas (30,8%) e neoplasias (13,5%). A maior parte dos eventos foram considerados moderados (44,3%) e 36,5% deles, confirmados. Conclusões: A pesquisa atingiu o objetivo proposto, uma vez que a revisão de escopo demonstrou a relevância dos sistemas como estratégias de promoção de segurança e qualidade e apresentadas características fundamentais que podem subsidiar o desenvolvimento de novos sistemas e o aprimoramento na maneira de identificar, notificar e avaliar os eventos adversos neste cenário. O estudo quantitativo, pode apoiar o desenvolvimento de estratégias de segurança e capacitações institucionais e governamentais a fim de prevenir a recorrência dos eventos notificados, bem como, mitigar os incidentes e incentivar a notificação. Especialmente voltadas às infecções, maior causa de eventos adversos nos anos em estudo. É importante incentivar a realização de ações educativas e discussões acerca do tema, uma vez que só é possível estabelecer estratégias de segurança e biovigilância, a partir do reconhecimento da realidade de saúde.
Elaboração e validação de protocolo assistencial ao paciente com infecção do sítio cirúrgico no pós-operatório de cirurgia cardiotorácica
Autor: Thulssa Auxiliadora Gomes Medeiros Dos Santos | Orientação: Regimar Carla Machado Ranzani | Mestrado 2022
Palavras Chave: Infecção de Ferida Cirúrgica; Cirurgia Cardíaca; Cuidados de Enfermagem; Estudos de Validação.
Resumo
Objetivo: Realizar a elaboração e a validação de um protocolo assistencial ao paciente com infecção do sítio cirúrgico no pós-operatório de cirurgia cardiotorácica. Métodos: Trata-se de um estudo metodológico, realizado em duas etapas: a primeira composta por fase teórica para o planejamento e seleção dos referenciais teórico-metodológicos por meio de revisão da literatura de estudos com embasamento científico sobre a temática de interesse, e a segunda contemplando a construção e validação de conteúdo de um instrumento assistencial por meio de ajuizamento. Foram selecionados 12 enfermeiros experts em pós-operatório cardíaco para a avaliação do protocolo. Todos apresentavam de 7 a 35 anos de experiência profissional e com titulação mínima de mestrado. O protocolo assistencial ao paciente com infecção do sítio cirúrgico foi construído embasado na literatura científica, e na experiência dos pesquisadores. Para as buscas na literatura foram utilizadas palavras-chave tais como “cirurgia cardíaca", “período pósoperatório”, “enfermagem”, “medicina”, “ferida” e “infecção” nas bases de dados eletrônicas MEDLINEvia PubMed, Web of Science, CINAHL, Scopus e Embase. Foi identificando 2.244 estudos, após leitura dos títulos e resumos, 580 estudos não preencheram os critérios de inclusão e foram excluídos, restando 1.664 estudos para análise na integra, destes 62 estudos foram incluídos na revisão O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo sob o CAAE no 18298919.6.0000.5505.e o Parecer no 3.732.644. Resultados: O protocolo assistencial contemplou 8 tópicos e 39 itens. Todos os itens obtiveram um Índice de Validação do Conteúdo Individual (IVC) maior ou igual que 75% na rodada de Delphi, o que demonstrou concordância entre os juízes. Portanto, foram considerados válidos os tópicos referentes à “identificação do paciente”, “confirmação da infecção do sítio cirúrgico”, “tratamento de suporte”, “curativo”, “avaliação psicológica”, “avaliação do farmacêutico clínico”, “avaliação do fisioterapeuta” e “avaliação nutricional”. Conclusões: Os desfechos deste estudo retratam a notoriedade da assistência ao paciente por meio de um protocolo assistencial, com o propósito de conduzir as práticas assistenciais aos pacientes com infecção do sítio cirúrgico no pós-operatório de cirurgia cardiotorácica.
Estresse e resiliência nos profissionais de unidades básicas de saúde frente à cultura dos maus-tratos infantis
Autor: Vanessa Karla Gagine Tobias | Orientação: Ana Lucia de Moraes Horta | Mestrado 2022
Palavras Chave: Atenção primária à saúde; Maus-tratos infantis; Profissionais da saúde; Estresse ocupacional; Resiliência psicológica
Resumo
Introdução: Na população infantil, a ação do profissional de saúde pode ser considerada como intervenção precoce. Conduzir casos complexos exige do profissional atitudes que podem comprometer sua integridade física e saúde mental, uma vez que estudos apontam a vulnerabilidade da equipe multiprofissional. Objetivo: Identificar as consequências pessoais e profissionais da condução dos casos de maus-tratos na infância e os fatores de resiliência e do estresse nos trabalhadores de saúde da Unidade Básica de Saúde. Método: Estudo exploratório quantitativo transversal. Universo composto por 171 profissionais de Unidades Básicas de Saúde- Município de Diadema-SP, destes 52 tiveram os dados desconsiderados por erros pertinentes ao preenchimento dos instrumentos de coleta resultando no número final de 119 participantes. Para a coleta de dados, utilizou-se o “Questionário de identificação sobre violência infantil por profissionais de UBS”, “Escala de Resiliência de Connor-Davidson para o Brasil-25” e “Inventário de sintomas de estresse de LIPP-ISSL”. Para a análise descritiva das variáveis contínuas, foram calculados a média, o desvio padrão, a mediana, o mínimo e máximo e a frequência e percentual. Para comparar variáveis de interesse, utilizou-se teste Qui-Quadrado, o teste Exato de Fisher, teste da Razão de Verossimilhança, Teste T e o Teste não paramétrico de Mann-Whitney. Análise de Variância (ANOVA) e o Teste não paramétrico de Kruskal-Wallis e nível de significância de 5% (p-valor < 0,05). Resultados: O estresse nos profissionais da saúde tem como agravante situações de maus-tratos contra a criança, influenciado pelo passado pessoal e condições de formação e trabalho. A resiliência é um fator de proteção ao efeito deletério do estresse. Profissionais que sofreram maus-tratos na infância apresentam menores níveis de resiliência. O comprometimento emocional está relacionado a peculiaridades dos maus-tratos, influenciando na condução dos casos. Conclusão: Para minimizar os efeitos deletérios do estresse e de doenças decorrentes da prática profissional em situações críticas, são necessárias práticas de desenvolvimento da resiliência no ambiente de trabalho e aplicação de estratégias de proteção ao bem-estar desse profissional. Recomenda-se atenção às políticas no atendimento clínico, investimentos na educação continuada e segurança no atendimento à criança vítima de maus-tratos, além de fornecer estrutura para a atuação da equipe multiprofissional, especificamente para a Enfermagem, que tem o cuidado como instrumento de trabalho.
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